sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Perfil e Calibre

.
QUANDO o sucesso das acções e iniciativas políticas (mesmo que em conversas ditas do foro privado) passam a ser medidas em subsídios de desemprego, fica bem definido o perfil e calibre dos políticos que nos andam a governar.

Chefe Máximo Dixit

.
As conclusões não são minhas, mas do jornal CORREIO DA MANHÃ e do jornalista João Pedro Henriques, na sua edição de hoje, dia 19 de Fevereiro de 2010. E diz o seguinte, nos parágrafos que passo a transcrever:

"José Sócrates "explorou" ontem a entrevista do PGR à VISÃO e a revelação pela LUSA das razões que levaram Pinto Monteiro a não o incriminar por "atentado ao Estado de direito" com uma comunicação ao País, às 20.00, transmitida pelas televisões (excepto a SIC, que estava a dar futebol), em que se mostrou firme na disposição de continuar a governar."
...
"O primeiro-ministro reafirmou "três verdades claras e fáceis de compreender". Primeira: "Nem eu próprio nem o Governo demos qualquer orientação à PT, ou a qualquer dos seus administradores, para adquirir a TVI ou qualquer outra empresa de comunicação social". Segunda: "Nem o Governo nem eu próprio temos, nem tivemos, um plano para controlar ou condicionar os órgãos de comunicação social em Portugal" - uma suspeita que aliás considerou "rotundamente falsa", "infundada e até delirante". Terceira: "Temos em Portugal uma comunicação social livre, onde diariamente se exprimem, sem qualquer condicionamento, as mais diferentes e diversas correntes de opinião." Referiu ainda uma outra "falsidade": "Que alguma vez eu ou o Governo, à data da minha primeira declaração sobre o assunto na Assembleia da República, tenhamos sido informados pela PT, sobre as suas intenções de adquirir a TVI"."
"Sócrates garantiu que nada tem a "temer" da "divulgação criminosa de escutas" ou de violações do segredo de justiça. Considerou "especialmente condenável a indignidade daqueles que tentam aproveitar-se destes crimes para lançarem ataques de carácter aos seus adversários políticos", dando mostras de "não saber aceitar a escolha e o resultado das eleições legislativas". Agora, a sua prioridade é clara: "Discussão e aprovação final do Orçamento do Estado sem o desvirtuar e respeitando a sua coerência" e apresentar e discutir o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento)."

Meu comentário: Por aqui se vê que a ocorrência dos dois acontecimentos no mesmo dia (a publicação da entrevista do PGR e a dissertação do engenheiro incompleto para as televisões, no horário dos telejornais da noite), não foram concertados, tratando-se apenas de “meras coincidências”, muito embora, tanto numa como noutra estejam lá escarrapachadas as alusões às “conspirações” e às “armadilhas políticas”.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Entrevista para “acalmar as hostes”

.
SÓ AGORA consigo perceber, porque razão o Procurador-Geral da República, senhor Pinto Monteiro, levou mais de dois meses para vir repetir e confirmar, em entrevista à revista VISÃO (sempre as entrevistas!), agora de forma definitiva, o que anteriormente já havia decidido. Se querem saber, tenho uma desconfiança: depois de muita reflexão, aquele senhor aproveitou esta semana de intensa actividade partidária, por parte do PS, mobilizado no sentido de cerrar fileiras e renovar a confiança na liderança do engenheiro incompleto, para numa manobra de puro oportunismo político, voltar a repetir a lenga-lenga já conhecida e dar o assunto por encerrado, usando o expediente da entrevista descontraída (sempre as entrevistas!), assim como quem vai dizendo umas coisas, enquanto mastiga uma alheira de Mirandela. Também por isso, só agora percebo a quem se destinava o recado, quando disse em 14 de Novembro de 2009, que se fosse necessário divulgaria as escutas para “acalmar as hostes”...
Hoje, no entanto, vai mais longe, chegando ao ponto de afirmar, como uma punhalada florentina, que tem “muita consideração pelo senhor procurador de Aveiro, que é um bom magistrado, mas, obviamente, como procurador-geral da República, não estou obrigado a concordar com as suas opiniões jurídicas". Resta saber o que irá acontecer a esse magistrado, pelos vistos, desenquadrado, caprichoso e pouco entendido nestas matérias, depois deste senhor procurador-geral o ter acusado, de forma mais do que subentendida, de andar a propiciar o armadilhamento do sagrado território da Democracia e do Estado de Direito. Porque não tem condições para o exercício do cargo, se estivesse na minha mão, este era um motivo, mais do que suficiente, para "arquivar" este senhor procurador-geral. Só espero que amanhã, sexta-feira, o semanário SOL acrescente a divulgação de mais algumas “armadilhas” e “conspirações”, àquelas que já conhecemos.

MIL é Um Número Redondo

.
NÃO É CASO para grandes festejos, pois continua a perpassar um fedor insuportável a corrupção, escórias, traficâncias, lixos e sucatas, combinado com falta de idoneidade, poucos escrúpulos, incompetência e negligência, oriunda de um bando de gente voraz, sedenta de poder e pouco respeitável, que arremete contra a liberdade de expressão e se esforça por tomar conta de Portugal.
Porém, ao fim dos 1.000 artigos publicados neste blog (no Blogger desde Agosto de 2005), e mesmo considerando que os tempos são de crise, verifico que a tinta da minha caneta ainda não se esgotou, embora a paciência deste escrevinhador tenha limites.
Sem estar preocupado em saber quantos são, e de que quadrante vêm (a minha exigência são a adopção das causas justas), desejo a todos os que comigo continuam a navegar neste oceano de liberdade de expressão e de opinião (os links deste blog são a manifestação, embora exígua e imperfeita, deste anseio), que não desistam, e que a sua rota seja um percurso sem fim, e sempre renovado.

Opiniões a Ter em Conta

.
O NOVO e supostamente bem informado e convincente ministro das obras públicas, António Mendonça, afirmou ontem na Assembleia da República, que o Estado não teve qualquer influência nos fantasiosos planos de compra da TVI pela PT, que o governo não tem nada a ver com o caso dos administradores Rui Pedro Soares e Soares Carneiro, e que já estamos habituados a não acreditar em tudo o que vem na imprensa.
Complementar desta, temos a opinião do presidente do PS, senhor Almeida Santos, quando disse à porta da sede do PS no Largo do Rato, que esta questão das escutas e da TVI não vai dar em nada, ficando a dúvida no ar, sobre o aquele senhor quererá dizer com isso.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Vai-se Habituando…

.
José Sócrates, também conhecido por engenheiro incompleto, entrou para a reunião do Secretariado Nacional do PS, pela porta das traseiras da sede do Largo do Rato, para evitar as perguntas dos jornalistas. Diz o meu amigo JB que isso significa que já anda a treinar. Chegará a altura em que em vez de entrar, sairá, também pelas traseiras, para não voltar. Parafraseando aquilo que o malicioso António Victorino disse há cinco anos atrás, o dito incompleto “vai-se habituando…”.

O Preço da Fidelidade

.
INÊS de Medeiros, grande apoiante de José Sócrates, eleita deputada nas listas do Partido Socialista pelo círculo de Lisboa, mas com residência em Paris, recebe, além do vencimento de deputada, mais 528€ diários (15.840€ mensais, mais ou menos 3.000 contos em moeda antiga) de ajudas de custo, acrescidos de passagens de ida e volta a Paris, todos os fins-de-semana, o que corresponde à compensação possível para tão grande maçada, perturbadora da estabilidade pessoal e emocional da senhora. Embora suportado pela lei e estatutos da Assembleia da República, para que conste, este é o preço da fidelidade.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

EuroMilionário

.
VICTOR Constâncio foi exportado para a vice-presidência do Banco Central Europeu, como recompensa por todos os fretes a pedido do governo, mais toda a incúria e incompetência que demonstrou como governador do Banco de Portugal, onde com tão fraco desempenho, conseguia ganhar mais do dobro do que auferia o presidente da Reserva Federal dos E.U.A.. Ficamos a aguardar qual a figura que Sócrates e Teixeira dos Santos irão escolher para substituir o nosso rico e excêntrico emigrante. Esperemos que não venha aí mais uma carnavalada…

Ou Eu ou o Caos

.
O ENGENHEIRO incompleto, também conhecido por José Sócrates, está a precisar urgentemente de que a sua imagem seja restaurada e garantido o apoio incondicional do PS, em consequência da erosão que tem sofrido, com os casos da licenciatura da UNI, da Cova da Beira, do Freeport, do processo "Face Oculta" e do negócio PT/TVI. Para controlar o danos daí resultantes, convocou de rajada, para terem lugar no curto espaço de uma semana, nada mais, nada menos, que quatro reuniões com alguns órgãos do partido, nomeadamente o Secretariado Nacional, a Comissão Nacional, o grupo parlamentar e um grupo de militantes da federação distrital do Porto. Para Sócrates está na hora de usar o PS, até agora apático e subjugado, em seu benefício. Para Sócrates, mais do que ouvir o partido, ou ser o partido a ouvi-lo a ele, quer-me parecer que o que lhe interessa, no imediato, é exigir unidade e usar o partido para recuperar o fôlego e as forças.
Perante a recusa, por parte das oposições, de morderem o isco que Capoulas Santos e António Costa lhes acenaram, de serem elas a avançar com uma moção de censura ao governo, não está excluída a hipótese de sair destas reuniões a decisão de apresentação, pelo próprio PS, da solução contrária, isto é, de uma moção de confiança.
Como está claro de se ver, estas iniciativas partidárias irão ter uma ampla cobertura televisiva, que encherão o nosso campo de visão com o Sócrates do costume, ao melhor estilo dos comícios eleitorais, tentando colmatar também junto da opinião pública, a péssima imagem que se tem instalado à volta da sua figura, usando a receita habitual de inverter a situação, acusando os outros daquilo que ele é acusado, explorar a vitimação e impor a ideia de que para o país só há dois caminhos: ou ele ou o caos.

domingo, fevereiro 14, 2010

Saída Airosa

.
ALGUMAS vozes do PS, confrontadas com a crise política gerada pelo envolvimento do governo nos vários episódios de tentativas de controle da comunicação social, acrescida da incomodidade que as ramificações do caso Face Oculta estão a provocar na opinião publica, começaram a sugerir que a solução poderá estar na queda do governo de José Sócrates, através da apresentação e aprovação de uma moção de censura na Assembleia da República. Era o que faltava! Como é compreensível, essa não passaria de uma saída airosa, para não lhe chamar branqueadora, do que se tem vindo a passar. Há outras soluções que não passam pela queda do governo e a convocação de eleições intercalares. A crise e as explicações que o primeiro-ministro deve ao país, não se apagam com a queda do executivo, além de que a adopção de tal medida agravaria a ingovernabilidade do país e faria cair sobre as oposições a responsabilidade pela situação, a qual, convém recordar, cabe inteiramente a José Sócrates e ao PS, ao longo dos últimos 5 anos da sua (des)governação.

sábado, fevereiro 13, 2010

Apeadeiro ou Fim da Linha?

.
EMBORA pouco ou nada transpire para a opinião pública, penso que neste momento o PS já deverá estar, entre o assustado e o atormentado, a reflectir e a confrontar-se com uma decisão que poderá tornar-se urgente e inadiável: ou continua a ser um “partido Sócrates”, sequestrado, reprimido, descaracterizado e quase sem identidade, ou opta pela alternativa de sacudir os aventureiros e indesejáveis, fazer uma viragem e voltar a ser o Partido Socialista que, embora com uma matriz instável e recheada de contradições, foi aquele a que a sociedade portuguesa se habituou deste o 25 de Abril.
Se for este o caminho, irá ter que lutar muito para se livrar do engenheiro incompleto, da alcateia dos seus “compagnons de route”, e da extensa rede de comissários e fidelidades que foram assegurando a concretização de projectos pessoais de poder e outros suspeitos exercícios, que nada tinham a ver com os interesses e a governação do país.

As Entrevistas Inúteis

.
O PRESIDENTE do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, deu uma entrevista (sempre os apontamentos de reportagem e as entrevistas!) para explicar qual foi a seu papel no caso das escutas do processo Face Oculta. Estive a ver e a escutá-la com muita atenção, mas, verdade seja dita, não consegui perceber quase nada do que o senhor disse. Ficou-me apenas a sensação de que ele, entre a habitual dificuldade que os juízes têm de se exprimirem numa linguagem que o comum dos mortais perceba, já não se lembrar exactamente de quantas escutas eram, quem era quem em cada uma delas, desembaraçou-se do problema e das perguntas com alguma ligeireza, como quem passa por água uma pilha de pratos engordurados (neste caso CDs), num acampamento de escuteiros.
Também as entrevistas que têm sido feitas de raspão ao Procurador-Geral da República, Fernando Pinto Monteiro, embora com uma forma diferente, acabam nos mesmos resultados inconclusivos. Pinto Monteiro fala, balbucia, ri-se, comenta, diz e desdiz, faz uns passes de peito, umas “verónicas” e “chiquelinas”, e depois desanda com aquele sorriso bacano estampado na cara, deixando tudo em águas de bacalhau.
Não irá sendo altura de o aparelho judicial e o Ministério Público criarem departamentos vocacionados para fazerem a ligação com a comunicação social e a sociedade civil, a fim de se evitarem as reportagens acidentais e as inúteis entrevistas sobre questões do foro judicial, em que o questionado, usando indecifrável vocabulário jurídico, e com a preocupação de blindar as suas declarações, contra malévolas ou falsas interpretações, acaba por não tirar dúvidas, não esclarecer nada, e em certos casos, gerar ainda maior confusão?

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Em Cheio no Alvo

.
COMO AFIRMOU Joaquim Vieira, ex-provedor dos leitores do jornal PÚBLICO, há momentos na vida em que contestar e contrariar as decisões da justiça, e assumir de peito aberto as consequências imprevisíveis desse acto de rebeldia, é um acto de coragem.

Última Hora

.
POR CAUSA das escutas, das correntes de ar e das insolações, o primeiro-ministro José Sócrates, também conhecido por engenheiro incompleto, mandou tapar todos os buracos de fechadura do Palácio de S.Bento e da sede do PS no Largo do Rato, e preparar uma trintena de providências cautelares, para o que der e vier.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

A Baboseira da Semana

.
Terça-feira, 9 de Fevereiro de 2010, e com o título "Liberdade de imprensa", Vital Moreira escreveu o seguinte no blog “CAUSA NOSSA”:

"Há-de ficar como cúmulo do anedotário político a acusação de que a liberdade de imprensa está em perigo entre nós. Quando o Governo não controla nenhum órgão de comunicação - nem sequer a televisão pública - e quando a generalidade dos órgãos de comunicação social mantém contra o Governo e o primeiro-ministro uma ofensiva em todos os azimutes (onde não faltam a injúria e o insulto), é caso para tentar imaginar o que seria se a tal "mordaça" governamental sobre imprensa não existisse..."

Meu comentário: Seja porque se identifica demasiado com os delírios e fantasias de José Sócrates, seja porque agora está bastante mais longe, com assento nas bancadas do Parlamento Europeu, este senhor, nas considerações que tece, está cada vez mais afastado da realidade portuguesa.

Eis a Solução!

.
Extracto da entrevista efectuada por Adriano Nobre, jornalista do JORNAL "i", ao director do SOL, José António Saraiva, com o título "A cúpula da justiça tentou camuflar escutas”, publicada em 10 de Fevereiro de 2010. O título do post é da minha autoria.
"...
Pergunta - Concorda com a ideia de que vivemos os tempos mais difíceis para a liberdade de expressão desde 1974?

Resposta - No único almoço que o “Sol” teve com Sócrates em São Bento, ele às tantas disse-me que “isto de a gente tentar comprar jornalistas é um disparate, porque a melhor forma de controlar a imprensa é controlar os patrões”. Foi extraordinário o desplante de ter dito isto e depois ter posto esse plano em prática. De há algum tempo para cá, a sua estratégia tem sido controlar os patrões: foi o “Diário Económico” comprado pela Ongoing, a Controlinveste através do financiamento bancário, a TVI através da compra pela PT e depois com a Ongoing e por aí fora. A pouco e pouco, o que a gente vê é que a margem de liberdade começa a ser muito limitada através desse mecanismo simples: entrar por cima, sobretudo num período de crise económica, em que todos os grupos vivem com dificuldades financeiras e em que a chantagem e o controlo têm repercussões enormes, porque toda a gente tem medo de ter dificuldades de financiamento ou de publicidade se estiver contra o governo."

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Subscrevo

.
Extracto do artigo de Rui Tavares, publicado no seu blog ( http://ruitavares.net/blog/ ) em 10 de Fevereiro de 2010, com o título "Não pode passar em claro"
"...
A imprensa é a fraqueza de Sócrates, uma fraqueza de tonalidades nixonianas que pode acabar por o perder. Foi repetidamente avisado e não emendou caminho. O seu descontrole emocional em relação à imprensa impôs-se a qualquer sensatez política e pôs em causa a sacralidade da imprensa — para um governo a imprensa deveria ser isso mesmo: sagrada — revelando-se em coisas que vão do alegadamente patético (exteriorizações coléricas sobre um jornalista) ao alegadamente gravíssimo (ter aliados políticos interessados em mudar a propriedade de canais de media).
...
Eu compreendo que não se queira chafurdar na porcaria, e que se queira evitar quem apenas se interessa pelas vantagens tácticas imediatas desta situação. Mas isso só é aceitável em quem tiver um discurso autónomo e vigoroso sobre isto, exigindo que tudo seja esclarecido até ao fim e — caso não o seja — levantar a voz para dizer que é inaceitável que a fraqueza de um primeiro-ministro faça resvalar um país inteiro."

O Estado da Nação em 4 Andamentos

.
1
ESPECIALISTA em virar os acontecimentos do avesso, ontem, durante mais um cerimonial no parque tecnológico de Cantanhede, com cobertura televisiva, José Sócrates, com a sua habitual loquacidade, falou aos jornalistas sobre o artigo publicado na última edição do semanário “Sol”, classificando a divulgação das escutas a Armando Vara, Paulo Penedos e Rui Pedro Soares como “um acto criminoso e ilegal, contra a privacidade e contra a justiça”, e lamentou que “não tenha havido um único partido da oposição a criticar o crime praticado pelos jornalistas”. Foi mais longe ainda quando disse que lamenta “que os partidos não tenham tido pudor e tenham usado esse crime para o atacar”, e com isso "foram longe demais", pois tal "é uma violação do Estado de Direito".
Resumindo: Os jornalistas são criminosos, todos partidos políticos são seus cúmplices, logo, eles sim, estão a atentar contra o Estado de Direito. Lapidar e impróprio de um primeiro-ministro!

2
O MINISTRO da Justiça, Alberto Martins, em conferência de imprensa, pediu ao procurador-geral da República Pinto Monteiro que lhe apresente uma solução para acabar com a violação do segredo de justiça. João Palma, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, comentou as preocupações do ministro da Justiça afirmando que "chega a ser ridículo e triste que se reduzam os problemas da Justiça em Portugal a alegadas violações do segredo de justiça".
Resumindo: Enquanto o processo esteve sob investigação em Aveiro, não houve qualquer violação do segredo de justiça. Ela só ocorreu a partir do momento em que a investigação chegou à Procuradoria-Geral da República, ao ponto de os escutados serem advertidos da investigação e todos (menos um) terem procedido à troca de telemóveis.

3
PINTO MONTEIRO foi veloz e incisivo na resposta: afirmou que para a quebra do segredo de justiça não tem solução. Disse ainda que não recebeu nem se pronunciou sobre as escutas divulgadas pelo semanário SOL, tendo-se limitado a decidir sobre os 11 telefonemas em que intervém o primeiro-ministro, José Sócrates. Entretanto, garante que continua a ter condições para desempenhar o seu cargo, tal como no primeiro dia.
Resumindo: A jornalista Felícia Cabrita já tinha advertido que ainda haveria de ouvir dizer que aquelas escutas nunca tinham sido apreciadas e avaliadas. Quanto à solução para a violação do segredo de justiça, compreende-se a dificuldade…

4
O EDITORIAL da Direcção Nacional da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, versando sobre o caso das escutas, diz a dado passo que “o silêncio, ou os escassos esclarecimentos, a que se remeteram de novo as autoridades judiciárias que fizeram a avaliação final dos indícios não contribuiu, em nada, para a credibilidade da Justiça.”. Considerando que “é um imperativo democrático que as principais autoridades judiciárias prestem os esclarecimentos que têm a prestar”, apela por isso ao “Procurador-Geral da República e ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça para que assegurem aos portugueses que têm razões para confiar na autonomia do Ministério Público e na independência do poder judicial.”
Resumindo: Tudo aponta que o poder político e o poder judicial, que deveriam ser autónomos, se encontram conluiados, amparando-se um ao outro na tarefa de encobrimento e branqueamento dos processos polémicos que têm assolado a sociedade portuguesa. A Democracia e o Estado de Direito não são compatíveis com alianças deste tipo, e em consequência disso a Nação está num impasse.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Abafar é Preciso...

.
CONSTA que José Sócrates está disposto a recorrer a uma providência cautelar para proibir a eventual divulgação das escutas com Armando Vara, controversamente declaradas nulas pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça. O engenheiro incompleto, determinado a abafar a comunicação social a qualquer preço, se não o consegue de uma maneira, consegue-o de outra.

A Baboseira do Dia

.
Nuno Godinho de Matos, um dos advogados de Armando Vara, administrador do BCP, e um dos protagonistas do caso "Face Oculta" e do negócio da aquisição da TVI pela PT, afirmou que é contra a divulgação das escutas que envolvem o seu cliente e o primeiro-ministro, pois "a divulgação dessas escutas é tão ilegítima como um testemunho obtido sob tortura".