segunda-feira, janeiro 24, 2011

Sobre a CORAGEM

José Sócrates diz que é corajoso, mas isso não passa de bazófia. Corajoso, corajoso, é o deputado madeirense José Manuel Coelho, que já deu sobejas provas disso. Podemos não perfilhar as suas ideias políticas (que aliás não expressou), considerá-lo doidivanas, excessivo, outras vezes ingénuo, estarmos desabituados dos seus métodos, mas o que é verdade é que todos os dias, na Madeira, faz questão de enfrentar o soba Alberto João Jardim e os seus afilhados, e nos últimos meses atreveu-se a ir para a frente com uma candidatura à Presidência da República, chamando os bois pelos nomes, e mesmo com meios insignificantes, ninguém o calou (e ainda bem!). Gostava de saber se há mais como ele, e onde.

São bem expressivos os resultados eleitorais da R.A. da Madeira

Cavaco Silva - 44,01% - 52.168 Votos
José Manuel Coelho - 39,01% - 46.247
Manuel Alegre - 7,68% - 9.105
Fernando Nobre - 6,48% - 7.687
Francisco Lopes - 1,98% - 2.346
Defensor Moura - 0,83% - 986

Sobre as Presidenciais

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ESTAS ELEIÇÕES para a Presidência da República, como se esperava, não trouxeram grandes novidades, excepto o desencanto dos que passaram ao lado das assembleias sem exercer o direito de voto, o qual está a avolumar-se, tornando-se um sério concorrente nesta democracia de meia-idade (vai fazer 37 anos). Neste acto eleitoral, a abstenção, se tivesse nome de gente, já teria dado ordem de despejo a Cavaco Silva, do Palácio de Belém. No entanto, como a abstenção não é candidato, os adeptos do “mísero professor” (é ele próprio que assim se classifica) estão contentes (e Sócrates também), e pelos vistos, vão continuar a ter o que merecem. Os que não estão contentes e entendem que mereciam outra coisa, vão ter que esperar, mas o mais importante é que vão ter que encontrar soluções, para superar a trágica falsidade em que a nossa democracia se está a transformar.
Prometo voltar a falar sobre este assunto, mas por agora, vejamos os resultados e meditemos.

domingo, janeiro 23, 2011

Registo Para Memória Futura (28)

ULTRAPASSADA a primeira década do novel Século XXI, em Portugal, milhares de eleitores viram-se impossibilitados de votar, dado que o já não tão novel Cartão do Cidadão, concebido por incompetentes e irresponsáveis, nas oficinas SIMPLEX do engenheiro incompleto, continua a não disponibilizar, de forma directamente legível e funcional, o respectivo Número de Eleitor, essencial para que o cidadão possa exercer o seu voto, direito que a Constituição da República Portuguesa lhe confere.

A Estrábica Afirmação

Pedro Silva Pereira, o ministro que tem por missão contextualizar o desmedido optimismo do seu "chefe" José Sócrates, disse ontem que "a última década foi tudo menos uma década perdida", e quem disser isso só pode ser por ter visão míope. Ora, quer-me parecer que só eles, os governantes, conseguem ver um notável progresso, onde todos os outros vêm estagnação, quando não mesmo retrocesso, sobretudo nas áreas mais sensíveis. E os resultados estão bem à vista!
É claro que aquela estrábica afirmação do ministro Pedro Silva Pereira, só podia ser feita num local e numa ocasião com características especiais, como foi o caso da inauguração do Parque Eólico Terra Fria, em Montalegre, a 1.200 metros de altitude. É sabido como naquelas paragens a rarefacção do ar tem tendência para provocar vertigens, delírios, e nalguns casos, perda de consciência.

sábado, janeiro 22, 2011

História de Cinco Meninos, Um Velho e Um Burro

CERTA VEZ, cinco meninos foram dar um passeio ao campo, e por 100 € (cada um avançou com 20 €), compraram o burro de um velho camponês.

O HOMEM combinou entregar-lhes o animal no dia seguinte.
Mas, quando eles voltaram para levar o burro, o camponês disse-lhes, muito consternado:
- Sinto muito, amigos, mas tenho uma má notícia. O burro morreu.
- Então devolva-nos o nosso dinheiro!
- Não posso, gastei-o todo com o veterinário para tentar salvar o bicho.
- De qualquer forma, queremos o burro.
- E para que o querem? O que vão fazer com ele?!...
- Vamos rifá-lo.
- Estão loucos?! Como vão rifar um burro morto?...
- Obviamente, não vamos dizer a ninguém que ele está morto.

UM MÊS depois, o camponês encontrou-se novamente com os cinco pirralhos e perguntou-lhes:
- E então, o que é que fizeram ao burro?
- Como lhe dissemos, rifámo-lo. Vendemos 500 rifas a 2 € cada e arrecadámos 1.000 €.
- Muito bem! Com que então foi um lucro de 180 € para cada um. E ninguém se queixou?!
- Só o vencedor. Mas a esse devolvemos os 2 €, e pronto!
- Vocês têm futuro, meninos! Um lucro líquido final de 179,60 € para cada um, com um investimento inicial de 20 €, é um espanto.

QUARENTA anos mais tarde, os cinco meninos cresceram, e vamos encontrá-los assim:
- O primeiro menino foi Secretário de Estado de um governo do PROFESSOR e depois inventou uma máquina chamada BPN, especializada em fazer desaparecer muito dinheiro;
- O segundo menino estudou para advogado, foi Presidente de um CLUBE DE FUTEBOL, está exilado em Inglaterra, já tentou vender o Big Ben à rainha, e tem agora um pedido de extradição à perna;
- O terceiro menino gosta de fumar charutos havanos, seguiu a carreira de AUTARCA e tem um sobrinho na Suiça que se tornou milionário a guiar um taxi;
- O quarto menino tornou-se um SUCATEIRO de renome, e ficou conhecido por oferecer prendas a toda a gente e caixas de robalos a banqueiros;
- O quinto e último menino diz que é um animal feroz, chefia um partido político, é primeiro-ministro e tem a mania que é ENGENHEIRO…

Nota – Adaptação, revista e aumentada, de uma história não assinada, recebida por e-mail.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Sondagens

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EMBORA saibamos que as sondagens valem o que valem, estou com alguma curiosidade em ver qual delas se aproxima da realidade que despontará na noite do próximo Domingo, mesmo considerando que o caso da Marktest (uma empresa que ao socorrer-se de um conceito “ad hoc” que desrespeita o peso eleitoral das regiões do país) é um escandaloso caso de manifesta intenção de manipular a opinião pública, e que isso deveria ter consequências, neste país onde tanta coisa se continua a fazer na total impunidade.
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ADENDA em 2011-JAN-24 - A sondagem da INTERCAMPUS foi a que mais se aproximou dos resultados finais da votação dos candidatos Cavaco Silva, Francisco Lopes e José Manuel Coelho.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Esta Coisa de Eleições é Uma Maçada!

O candidato Cavaco Silva só vai a votos porque tem mesmo que ser, e entretanto, percebe-se que já não consegue arranjar assunto para tentar arrastar o eleitorado. Cada vez que abre a boca (excluindo as vezes que não responde a perguntas), ou entra bolo-rei ou sai asneira, ou então, talvez ansioso por tirar umas férias no seu retiro da Coelha, e querendo despachar a eleição e ver-se reeleito já no Domingo, desculpa-se com alarvidades deste tipo:

«Os custos [com a campanha para a 2.ª volta] seriam muito elevados para o país e seriam sentidos pelas empresas, pelas famílias, pelos trabalhadores, desde logo, pela via da contenção do crédito e pela subida das taxas de juro»

Este candidato, de facto, é uma autêntica calamidade, isto para não lhe chamar outra coisa.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Questões Legítimas e Pertinentes

A deputada socialista Ana Gomes escreveu no blog CAUSA NOSSA que estava indignada com o facto de ter enunciado num programa da ANTENA UM, algumas questões legítimas e pertinentes, a que o candidato Cavaco Silva tinha obrigação de responder, mas para as quais, até hoje, não obteve resposta. Eu cá, não sou de intrigas, mas penso que não há grande motivo para indignação, na medida em que Cavaco Silva ao não responder às tais perguntas legítimas e pertinentes, a que ele tinha obrigação de responder, e porque os maus hábitos aprendem-se depressa, não fez mais do que seguir a mesma regra adoptada pelo primeiro-ministro José Sócrates. Pelas minhas contas, em seis anos de governo, podemos somar largas centenas, muito perto do milhar, as perguntas legítimas e pertinentes, a que José Sócrates tinha obrigação de responder, sobretudo por terem a ver com a governação, que lhe foram feitas no hemiciclo da Assembleia da República, e a que ele nunca se dignou dar qualquer resposta. Com este exemplo prático, saído das suas próprias fileiras, custa-me a perceber a perplexidade de Ana Gomes.

O País em Saldo

O HOMEM, inicialmente, dizia que a venda da dívida pública não era para ali chamada, que a sua “tournée” pelas arábias, tinha apenas por objectivo incentivar as exportações, depois que ia promover oportunidades de investimento e mais não sei quantas trapalhadas. Agora, José Sócrates, primeiro-ministro português, diz que foi a Abu Dhabi "vender" o plano de privatizações. Notem que já não é a privatização A ou a privatização B; vende-se o plano completo, com o que resta do sector estratégico nacional, ou como diria a dona Teresinha do lugar da fruta, leve freguesa, leve, é pr’acabar, olhe que à dúzia é mais barato...

terça-feira, janeiro 18, 2011

O "emir" anda pelo Abu Dhabi

EMBORA, como garante José Sócrates, Portugal não tenha o propósito de vender dívida pública ao desbarato, pois continuará a financiar-se nos habituais e traiçoeiros mercados especuladores, o "emir" Teixeira dos Santos foi dar uma "saltada" até ao emirato do Abu Dhabi, e confirmou que tem intenção de levar a cabo um negócio das arábias, vendendo dívida pública portuguesa, e de caminho, arranjando compradores para algumas das privatizações que estão na calha. A contradição entre aquilo que o primeiro-ministro garante e aquilo que os seus ministros afirmam, é mais aparente que real. Alguns analistas e comentadores atrevem-se mesmo a dizer que tudo não passará de problemas de comunicação, pois o "emir" dos Santos exprime-se em genuíno “inglês da city”, ao passo que o engenheiro incompleto continua a treinar no seu “inglês técnico”, embora sem muito sucesso.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

domingo, janeiro 16, 2011

Peçam o Livro de Reclamações

HÁ COISAS que não se fazem, sobretudo quando o que se pretende alterar, vai implicar mudanças na forma como nos encaramos ao espelho, como enfrentamos a vida, como justificamos os nossos hábitos, porque razão temos certas crenças e adoptamos certos paradigmas, não só nós como muitos milhões de outras pessoas. Pessoalmente não tenho muito de que me queixar, bem vistas as coisas, até vou sobreviver, mas outros há que vão ter sérias dificuldades em se adaptarem, se conseguirem, claro está.
Ora o problema tem a ver com a bombástica conclusão a que chegaram alguns astrónomos norte-americanos, e que em poucas palavras, diz o seguinte: o calendário do Zodíaco, já não é o que era, como nos tempos recuados das civilizações mesopotâmicas, quando foram enunciados os princípios básicos da astrologia, coisa que até agora se manteve quase inalterada, satisfazendo o ego de muitos milhões de pessoas, que não dão um passo sem consultarem o seu horóscopo. Assim, de uma forma simples e escorreita, quer isto dizer que no mapa astral, os signos mudaram de casa, melhor, recuaram uma casa, por obra e graça dos desvios provocados pelo eixo de rotação da Terra, que com o correr dos séculos e dos milénios, vai continuando a esforçar-se, por se manter relativamente estável, e cumprir a sua obrigação de ser a nossa jangada celeste. Dizia eu que, pessoalmente, até nem tenho grandes razões de queixa, pois se todos os Peixes vão passar a ser Aquários, a coisa até se compõe. Já viram um peixe conseguir sobreviver fora do seu elemento? E que tal um Leão ser despromovido para Caranguejo, um Touro ficar Carneiro ou uma Balança tornar-se Virgem? Não, nestes casos a coisa complica-se, e de que maneira! Um autêntico quebra-cabeças, podem crer! Vai haver muita gente a quedar-se incapaz de arriscar um passo, para lá das quatro paredes, ao contrário de outros se sentirão renascidos, libertos dos antigos predicados e senhores de novo carácter, como se estivessem possuidores de um diploma do Novas Oportunidades. Nas sete quintas vão ficar os Serpentários (é um décimo terceiro signo que nasce) cujos nativos não irão apropriar-se das virtudes e defeitos alheios, ou pelo menos, é isso que consta. No entanto, como atrás disse, e repito, há coisas que não se fazem! E ainda há quem diga que o homem não evoluiu nada, desde os tempos da barbárie… Só isto vai criar mais perturbação no dia-a-dia e imaginário das pessoas, do que a revolução provocada pela teoria heliocêntrica, a qual veio pôr a Terra a girar à volta do Sol, e não o contrário, contrariando a papal impertinência que defendia acerrimamente o geocentrismo, que embora falso, era fonte da paz interior e do equilíbrio emocional da Humanidade. Algumas revoluções têm sempre o inconveniente de desarrumarem as ideias das pessoas, deixarem meio mundo à deriva, e por vezes, sem qualquer razão de peso. Já viram a quantidade de livros que vão ter que ser reescritos? Imagino as dores de cabeça que a Maya e o professor Karamba vão sofrer para voltarem a traçar as cartas astrológicas, compondo e articulando os nossos queridos horóscopos semanais com os desígnios das itinerantes constelações?
Penso que Sócrates, homem prático, corajoso e decidido, como não há igual, e atendendo a que as nossas carências estão a ser sustentadas pela China, não devia ficar indiferente nem alhear-se desta questão, e já devia ter mandado publicar uma portaria a banir este Zodíaco babilónico, obsoleto, peganhento e malcheiroso, das nossas práticas quiromânticas, e a adoptar o eficiente Zodíaco chinês, onde imperam os Ratos, os Coelhos, os Macacos e os Porcos que, se bem que também milenar, é mais adequado aos tempos que correm. Além de estar em conformidade com as exigências dos mercados, e de uma astrologia "socialista, moderna, moderada, popular e simplex", como "soi dizer-se", é muito mais compatível com os nossos desígnios civilizadores, os atributos do nosso “estado social” e o software do computador “magalhães”. E quem não gostar, que peça o livro de reclamações!

sábado, janeiro 15, 2011

Eu contarei a beleza das estátuas

Eu contarei a beleza das estátuas –
Seus gestos imóveis ordenados e frios –
E falarei do rosto dos navios

Sem que ninguém desvende outros segredos
Que nos meus braços correm como rios
E enchem de sangue a ponta dos meus dedos.

Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen – No Tempo Dividido

sexta-feira, janeiro 14, 2011

No País das Futebolices

«Ao alterar, em 2006, as regras de distribuição das receitas dos jogos da Santa Casa, os clubes de futebol saíram beneficiados.

O Governo aceitou prescindir, desde 2006, de receitas dos jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para reduzir as dívidas fiscais de clubes de futebol. Essa decisão mata, sem se dar conhecimento público, o acordo fechado em 1999 entre o Estado e os clubes de futebol para usar as receitas do Totobola para pagar as suas dívidas fiscais, conhecido por "totonegócio". Só de 2006 a 2010, os clubes terão recebido 27 milhões de euros, contra 6 milhões caso se aplicasse o acordo.

Uma fonte oficial da secretaria de Estado do Desporto e fontes da Liga confirmam que, desde a entrada em vigor do decreto-lei 56/2006 que consagrou a forma de distribuição das receita dos jogos da SCML, as dívidas fiscais do futebol estão a ser pagas através de uma parcela de 0,48 por cento da totalidade dos jogos, transferida para o Instituto do Desporto de Portugal, destinadas - segundo o diploma - para a promoção e desenvolvimento do futebol.

O PÚBLICO tentou obter uma confirmação do Ministério das Finanças, sobre quais os despachos que revogaram o acordo e a escritura pública do auto da dação em pagamento assinado a 25 de Fevereiro de 1999 entre Liga dos Clubes, Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e representantes do Estado. Mas não obteve resposta.
(...)
»
Extracto da notícia do jornal PÚBLICO de 13 de Janeiro de 2010

Meu comentário: Notem bem, que estas medidas se destinavam “à promoção e desenvolvimento do futebol”. Esqueceram-se de referir que também incluía os financiamentos das claques, os investimentos no “Apito Dourado” e as despesas com as “Frutas para Dormir”…

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Ora Sou Presidente, Ora Sou Candidato a Presidente

Cavaco Silva, candidato às eleições presidenciais de dia 23 de Janeiro, explicou que o seu silêncio sobre o eventual recurso por Portugal ao Fundo de Estabilização Europeia (FEE), antecâmara para o FMI, era mais como Presidente do que como candidato, pois o seu objectivo era não "não complicar" a vida ao executivo de José Sócrates. Umas vezes como Presidente, outras como candidato a Presidente, Cavaco tem aquilo que todos os candidatos gostariam de ter, uma espécie de desdobramento de personalidade, isto é, ter duas respostas diferentes para a mesma pergunta, consoante assuma ser uma ou outra pessoa. Além disso, parece não estar interessado em associar as eventuais complicações do governo, com a grande complicação em que se encontra a vida da grande maioria dos portugueses, fruto da acção desse governo e da passiva “cooperação estratégica” do Presidente com o mesmo.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Victor Alves, Major-Capitão de Abril

AOS POUCOS - um hoje, amanhã outro - eles vão-nos deixando, mas não de mãos vazias. Fizeram o que tinha que ser feito, já lá vão quase 37 anos, em 25 de Abril de 1974.

Prioridades...

«Não há dinheiro para arranjar o muro da Escola José Falcão, em Coimbra, que ameaça a vida de pessoas, mas há 138 mil euros para tapar o sol aos carros dos funcionários da DREC (Direcção Regional de Educação de Coimbra). Isto é um escândalo e anedótico, acusam professores e encarregados de educação.
(...)
Investir na cobertura de um parque de estacionamento ao ar livre, quando não há dinheiro para recuperar um muro decrépito e perigosíssimo, com cinco a seis metros de altura, na confluência da Rua Henriques Seco com a Avenida D. Afonso Henriques, que está a pôr em risco as pessoas e os carros que por ali passam, é uma "provocação", um atentado à inteligência.
(...)
»
Excertos da notícia do JORNAL DE NOTÍCIAS de 8 de Janeiro 2011

sábado, janeiro 08, 2011

O Cândido Aforrador e o Alegre Caçador

LEMBRAM-SE do caso das dívidas à banca, de Francisco Sá Carneiro, nos idos de 1980? Sendo certo que as verdades têm que ser ditas e as responsabilidades pedidas, em política há que contar sempre com o EFEITO RICOCHETE. Há que tomar em consideração que a insistência nos ataques a descuidos e devaneios dos protagonistas políticos, e sobretudo quando o visado se remete ao silêncio, tal como é agora o caso das acções da SLN/BPN, que renderam umas simpáticas mais-valias ao cândido aforrador e actual candidato Cavaco Silva, acabam, quase sempre, por ter efeitos perversos, levando os eleitores, que têm por hábito assumir um imprevisível instinto protector, a ter saídas deste tipo:
- Vejam lá, coitadinho do senhor, uma pessoa tão bem parecida, tão comedida, tão séria e tão honesta, e anda a ser tão atacado por todos! São uns invejosos e intriguistas, é o que é. Está decidido, no domingo já sei em quem vou votar!
Contudo, a verdade acaba por se impor: o homem em questão foi fraco, e apesar de devoto, não resistiu às tentações. E acrescentarei mais duas coisas: os políticos não têm que andar sempre a repetir que são honestos e honrados, pois só com actos o podem demonstrar, e no auge do combate político, até o alegre e secreto desejo de possuir um par de caçadeiras Purdey, pode ser a morte do artista.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Com Bruxedos Talvez Lá Vá…

ESTA COISA de lançar feitiços e bruxedos contra o governo, é uma ideia que não se deve desperdiçar. Em tempos, ainda mandei uns e-mails ao Draco Malfoy da Hogwarts, mas ele garantiu-me que esta gente do nosso governo, eram quase tão maus como ele, logo as suas magias seriam nulas e de nenhum efeito, mas agora, na Roménia os bruxos lançaram (ou vão lançar) uma maldição sobre os homens do governo (envolvendo até excrementos de gato e cadáveres de cães), como retaliação por passarem a ter a sua actividade colectada em impostos, e voltei a ficar de sobreaviso. Se a coisa resultasse lá, e para o caso de falharem as providências cautelares contra os cortes nos salários, bem podíamos ter uma conversa com eles, para se fazer uma grande concentração de gente detentora de fórmulas e poderes, fabricar umas poções mágicas (se necessário chama-se o druida Panoramix), e dar um abanão a isto, que bem está a precisar.

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Um País à Deriva...

«Agora vão ter de meter 500 milhões no BPN, em mais um aumento de capital que se vai realizar nos próximos dias. O buraco do banco, para diluir em 10 anos, é de 2000 milhões de euros, a somar aos 500 milhões de aumento de capital e aos 4,8 mil milhões que a CGD já emprestou ao BPN. Emprestou com o aval do Estado, isto é, se o BPN deixar de pagar quem paga é o Estado, ou seja, os contribuintes.

Isto é uma vergonha imensa. Não pode ficar por esclarecer e o dinheiro tem de ser recuperado. Caso contrário está tudo em causa.

Os números são astronómicos. A sério: isto não pode ficar assim.

Se as perdas fossem assumidas hoje, o custo directo para o Estado era de 2,5 mil milhões de euros. Se o BPN deixar de pagar o empréstimo à CGD temos de somar mais 4,8 mil milhões de euros, o que dá algo da ordem dos 7,3 mil milhões de euros. É um número astronómico.

Para terem uma ideia, com esse dinheiro era possível:
1. Construir 70 hospitais pediátricos como o de Coimbra (cada um custa 104 milhões de euros);
2. Comprar 486 mil FIAT 500 (cada um custa 15 mil euros);
3. Comprar 30 Airbus A380 (cada um custa 253,3 milhões de euros);
4. Pagar o funcionamento de todas as universidades portuguesas durante 10.4 anos (custam ~700 milhões de euros por ano);
5. Pagar 500 euros por mês a cada desempregado (600 mil actualmente) durante 24,3 anos (custaria 300 milhões por ano);
6. Construir o TGV com ligação ao Porto (5 mil milhões) e a Madrid (2,2 mil milhões) sem precisar de ajuda da UE;
7. Construir o novo aeroporto em Alcochete (5 mil milhões) e ainda sobravam 2,3 mil milhões para fazer hospitais, escolas, etc.

Bolas, haja vergonha!
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Artigo de J. Norberto Pires, publicado no blog DE RERUM NATURA, em 2011 Janeiro 4. O título deste post é o mesmo do original.
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Meu comentário: É caso para ficar sem palavras e sem pinga de sangue. Estamos à deriva, vem aí uma tempestade e só há coletes salva-vidas para uns poucos.