sábado, março 30, 2013

Registo para Memória Futura (78)

«… todos nós temos responsabilidades na forma como lidamos com isso (as inconstitucionalidades do Orçamento): tem o governo que não se pode distrair com aspectos menores, as instituições democráticas todas, o Parlamento que tem de ter responsabilidade, o Tribunal Constitucional que também tem de ter responsabilidade nas decisões que vier a tomar e no impacto que elas possam vir a ter no país».

Declarações do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, em 28 de Março de 2013, sobre a apreciação que o Tribunal Constitucional está a fazer ao Orçamento de Estado de 2013.

Meu comentário: Digam o que disserem, que Passos Coelho está a dramatizar, a pressionar ou a condicionar as decisões do Tribunal Constitucional, a verdade é que com tal declaração, está a sugerir que o conceito de responsabilidade seja virado do avesso, porque na gíria daquele trafulha, ser “responsável” é fazer vista grossa às inconstitucionalidades, legitimando as medidas ilegais contidas na Lei do Orçamento. Do seu ponto de vista, tais medidas são “necessárias”, não obstante omitir que para libertar o país da crise em que obstinadamente o mergulhou, continua a haver outros remédios e soluções.

sexta-feira, março 29, 2013

Registo para Memória Futura (77)

"nem tudo aconteceu de acordo com o planeado"

Conclusão de Vítor Gaspar, ministro das Finanças, na Brookings Institution, em Washington, E.U.A., em 26 de Março de 2013, referindo-se ao programa de ajustamento negociado com a troika.

quinta-feira, março 28, 2013

Curtas Tiradas Presidenciais

De visita a uma unidade industrial, Aníbal Cavaco Silva disse: Façam um esforço para levar Portugal a novos mercados e mudar o clima de confiança.

O senhor Rosindo, que foi metereologista e agora está reformado, respondeu: Conseguir mudar o clima não é coisa para já, mas entretanto podiam mudar-se os políticos e as suas políticas.

Na mesma altura, Aníbal Cavaco Silva ainda acrescentou: Jogos e intrigas políticas não criam um único emprego.

O Jesuíno que era auxiliar de enfermagem, e já está desempregado há ano e meio, atalhou: Homessa! Ai criam, criam, e dos bons! Que o diga o ex-espião Jorge Silva Carvalho, acusado de abuso de poder, violação de segredo de Estado e de acesso indevido a dados pessoais no caso das secretas, que abichou uma sinecura de cinco estrelas no Conselho de Ministros…

O Desejado Indesejável

ESTIVE a ouvir, com a possível paciência e atenção, a entrevista dada à RTP1 pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates Pinto de Sousa, o engenheiro incompleto, que durante dois anos andou por Paris a fazer uma "pós-graduação", quiça "mestrado" em ciência política. Claro está que, de lá para cá, não mudou muito, além de que o seu regresso vai criar turbulência dentro do PS (ex-partido Sócrates, agora partido Seguro), indo com isso beneficiar o acossado Passos Coelho. Porém, com Sócrates ou sem Sócrates, quem verdadeiramente continua em perda, é o país e os portugueses. Na entrevista, o inenarrável Sócrates fez cabriolas, fintou as questões, fugiu às respostas, não respondendo a práticamente nada, apenas preocupado em limpar-se e justificar-se, voltando a brandir a sua versão dos factos, centrada na crise internacional, nas cavacais conspirações, e preocupado em transmitir a ideia de que foi injustiçado. Sócrates, o corajoso, Sócrates, o temerário, Sócrates, o indomável, Sócrates, o obstinado, Sócrates, o alucinado, Sócrates, o animal feroz, Sócrates, o mentiroso, Sócrates, o embusteiro, Sócrates, o embirrento, Sócrates, o verdadeiro artista, Sócrates, o santinho de pau carunchoso, todos esses vários Sócrates que nós conhecemos, lá continuam todos, saudáveis e bem vivinhos da costa. Para continuar assim, de duas uma, ou não conseguiu aprender nada, ou então deve ter faltado muito às aulas. Continua um autêntico vendedor da banha da cobra, mas agora com o produto já fora de prazo.

quarta-feira, março 27, 2013

Confissões

AS DECLARAÇÕES de Abebe Selassie, chefe da missão da troika, em entrevista à LUSA, são sintomáticas e não têm duas leituras. Está a querer demarcar-se, a tirar o cavalinho da chuva, a sacudir a água do capote, como é comum dizer-se, por um lado, face às inciativas que o governo de Passos Coelho tomou, por sua conta e risco, excedendo as recomendações do memorando, e por outro, as próprias “orientações” e imposições da troika, e que deram os resultados que estão à vista. Só faltou justificar-se com um “que culpa tenho eu de estar vivo?”.

Reflexões

HÁ QUEM diga que os burocratas que enxameiam pelos corredores de Bruxelas - que nunca foram eleitos, mas que se nomeiam entre si, e que apenas servem para gerir um grémio de interesses, não coincidentes com os dos povos -, não sabem o que é a democracia. Não concordo. Embora não sendo democratas, eles mais os paus-mandados que governam os destinos de cada um dos países da União Europeia, sabem o que é a democracia, e por isso mesmo sabem como contorná-la, para atingirem os seus objectivos. Bem feitas as contas, tudo se resume a democracias de geometria variável, com sabor a ditadura, com o poder descricionário em roda-livre. A Grécia e Chipre que o digam! Assim mesmo, sem rebuço nem vergonha na cara, um punhado de gente sinistra, a coberto da União Europeia, atropela tudo e todos, desde a soberania das nações, até à dignidade das pessoas, para levar a cabo, com choque e pavor, o maior esbulho de que há memória, desde as rapinagens do III Reich.

terça-feira, março 26, 2013

Transfusões


O GOVERNO está a equacionar a hipótese de mobilizar 6.900 milhões de euros do fundo de resgate da troika - inicialmente destinado à recapitalização da banca, para que aquela dinamizasse a economia -, aplicando-o no financiamento da fábrica de desemprego que são as prometidas "rescisões amigáveis" na função pública. Habitualmente as transfusões servem para salvar vidas, neste caso servem para acabar com vidas de trabalho.

domingo, março 24, 2013

Teatro Negro


- Olha o Manel! Há quanto tempo não te punha a vista em cima! Como vai isso, rapaz?

- Não vai famoso, pá. Fui ao médico com queixas, fiz análises, alguns exames e ele diagnosticou-me, não uma – o que já era suficiente - mas umas quantas doenças, tais como uma hérnia discal, problemas na vesícula, uma sinusite crónica e até pé-de-atleta. À conta disso, ando desanimado e as despesas com a saúde não param de dar conta do meu orçamento…

- Pois é, estás a ver? É por essas e por outras que alguns políticos e comentadores, dizem à boca cheia, que também andamos a adoecer acima das nossas possibilidades...

sábado, março 23, 2013

Cartas de Compromisso

EM mais um episódio da sua burlesca oposição, António José Seguro vai escrever cartas ao FMI, ao BCE e à CE, a dizer mais ou menos o seguinte:

Oh senhores do FMI, do BCE e da CE, desculpem lá qualquer coisinha, mas esta coisa da moção de censura que faço contas de apresentar contra o Governo do Coelho (e que não terá efeitos práticos, dada a correlação de votos) é apenas para consumo interno, e para acalmar os anseios do indigenato. Estejam descansados que na remota hipótese de virmos a ser governo, comprometemo-nos a cumprir, com muito zelo e eficiência, o que está estipulado no memorando da troika, e tudo o mais que vier por acréscimo. Somos pobrezinhos, porém honestos e cumpridores. Cordiais cumprimentos e os meus sinceros agradecimentos.

Trapinhos à Lagardére

CHRISTINE Lagarde, ex-ministra francesa da Economia e Finanças do Governo de Nicholas Sarkozy e actualmente directora do FMI, foi alvo de buscas no seu domicílio parisiense, efectuadas pela brigada financeira da polícia francesa. Esta acção foi levada a cabo no quadro de um processo por cumplicidade no desvio de fundos, no caso Bernard Tapie, mas dizem algumas más línguas que com aquela operação também se pretendiam tirar outras dúvidas, nomeadamente saber onde ela consegue arranjar espaço para guardar tantas toilettes...

sexta-feira, março 22, 2013

Vampirismos

O EMIGRANTE José Sócrates (e não só), roído de saudades e pé-ante-pé, vai-se chegando de novo à pátria lusa. Depois das sabatinas parisienses e de um emprego numa empresa vampiresca que comercializa plasma sanguíneo, este regresso pressupõe que há uma agenda e calendário estudados ao milímetro. Para já, e com uma "pós-graduação" em ciência política, este regresso à lides do engenheiro incompleto e verdadeiro artista dos espectáculos com "teleponto", passa por aparecer na RTP, a partir de Abril, como comentador político, disputando o protagonismo político com António Seguro, o homem do "aparelho". No país, a notícia provocou estardalhaço; ao passo que alguns assinam petições a negar-lhe o regresso aos écrans, outros há que rejubilam e clamam por ele, desejosos que seja restaurado um hábito de seis anos de pantomina. Por um lado, como comentador, vai servir de manobra de diversão, palhaço de serviço, para desviar as atenções da questão central do país - a vampiresca e criminosa iniquidade do governo PSD/CDS-PP, herdeiro e continuador dos desacatos socratinos -, e por outro, vai dar razão a quem garante que os meliantes voltam sempre ao local do crime. A ser assim, cá te espero!

quarta-feira, março 20, 2013

Conversa de Café

- É extraordinário! A Islândia mandou embora o FMI ao fim de três anos de bancarrota, não recapitalizou a banca, criminalizou os governantes que deram origem à crise, manteve a coesão social, antecipou o pagamento da dívida, neste momento está a crescer 3% ao ano e o desemprego está a recuar a olhos vistos. Claro que ter petróleo e uma moeda nacional ajudaram muito, são coisas que nós em Portugal não temos, mas não teremos também outros recursos?

- Claro que temos, mas o governo está a acabar com eles...

terça-feira, março 19, 2013

Blitzkrieg de Novo Tipo

SEM Wehrmacht, sem Luftwaffe, sem divisões Panzer, sem pelotões Waffen SS, sem Anschluss, sem disparar um tiro, mas sem misericórdia, Angela Merkel concretiza, setenta anos depois e com outros meios, o sonho hegemónico e concentracionário do fuhrer Adolf Hitler. Se o III Reich queria conquistar o mundo com progroms e ocupações pela força das armas, agora Berlim é mais subtil, atingindo os mesmos objectivos com cimeiras recheadas de sorrisos, beijinhos e abraços. As novas armas de destruição maciça chamam-se Comissão Europeia, Euro Grupo, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, e as primeira vítimas são os países periféricos, Grécia, Chipre, Portugal, Espanha e Irlanda.

segunda-feira, março 18, 2013

Carta a Francisco

NÃO BASTA que a igreja queira ser pobre, e apenas para os pobres; deve ser uma igreja que lute pela causa dos pobres, e contra as causas da pobreza, libertando-os dessa condição.

domingo, março 17, 2013

Episódios da Oposição Construtiva

ESTOU perfeitamente atónito com as declarações que António José Seguro anda a fazer no "road show", em que anda a mostrar-se ao país.

Diz Seguro que este falhanço do governo e da troika, foi o que finalmente despoletou a ruptura com o PS, só que não se vislumbram quaisquer consequências disso, nem sequer uma moção de censura. Como é fácil de ver, Pedro Passos Coelho e a troika, tremeram de medo e ficaram extraordináriamente preocupados com as consequências dessa ruptura. Mas Seguro, diz mais: que o primeiro-ministro Coelho tem que, olhos nos olhos, pedir desculpa aos portugueses, pelos malefícios que a sua obstinação austeritária e confiscatória, está a provocar ao país, e que o Governo tem que mudar de rumo e de política. É como se tivesse dito: olhe, oh senhor Coelho, siga os meus conselhos e deixe-se ficar, não precisa de se ir embora, não se demita, basta pedir desculpa e mudar de rumo. Como é fácil de ver, estas palavras deixaram Pedro Passos Coelho indeciso, isto é, na dúvida se há-de continuar na sua senda de destruição criativa, contra tudo e contra todos, custe o que custar e doa a quem doer, ou se deve marcar uma conferência imprensa e pedir perdão pelas suas malfeitorias.

Depois da tão propalada oposição responsável e abstenção violenta, António José Seguro, fingindo que é da oposição, continua a inventar. Não é para rir, mas o episódio agora chama-se oposição construtiva e séria...

sexta-feira, março 15, 2013

Revisor Precisa-se!

«Para quem ainda não teve o seu prédio reavaliado, as Finanças irão cobrar um IMI provisório que, caso o valor seja inferior ao definitivo, a diferença terá de ser cobrida em novembro. (...)»

in DIÁRIO DE NOTÍCIAS Economia, em 14 de Março de 2013

Meu comentário: Nos jornais, toda a gente sabe a falta que fazem os revisores, no entanto, e à falta destes, os correctores ortográficos também dão muito jeito, e têm um razoável desempenho.

quarta-feira, março 13, 2013

Boas Notícias

«(…) Não será a vizinhança mais recomendável aos olhos da Igreja, pelo menos, mas certo é que o Vaticano investiu uma avultada quantia de dinheiro num conjunto de apartamentos situados num histórico palácio em Roma, mas porta com porta com a sede daquela que é considerada a maior sauna gay da Europa.
A notícia vem hoje as páginas de vários jornais em todo o mundo, coincidindo com o início do conclave, o que é mais uma dor de cabeça para os mais altos representantes da Igreja.
Segundo o "The Independent", mais de 20 milhões de euros foi quanto o Vaticano pagou para instalar no edifício a Congregação para a Evangelização dos Povos. Vários padres residem nos apartamentos - que serão 18 -, entre os quais o cardeal Ivan Dias, de 76 anos, um dos participantes na eleição do novo Papa e o único que até agora se manifestou preocupado com a repercussão da notícia. (...)»


Este excerto da notícia do EXPRESSO não me causa admiração nem me apoquenta. Embora se diga dos humildes, a Igreja Católica sempre se rodeou de fausto e gente de grandes cabedais, sendo conhecida a grande vocação que sempre teve para os negócios, sejam eles financeiros ou imobiliários, bem como a propensão para o usufruto das coisas boas da vida. Partilhar a vizinhança com pecadores, seja em palácios ou tugúrios, também lhe está na massa do sangue, pois regenerar a Humanidade, faz parte da sua missão. Por outro lado, ter vizinhos gay, é bom sinal. Quer dizer que a Igreja está em franco progresso e, passo a passo, lá vai acabando com os preconceitos...

domingo, março 10, 2013

Um Prefácio-Confessionário Que Lava Mais Branco

HÁ CASOS em que dar uma entrevista encomendada, postar umas reflexões no Facebook ou escrever um prefácio, tem a mesma função do detergente ou da limpeza a seco, sobretudo quando o protagonista é alguém que pretende lavar-se, justificar-se ou distanciar-se dos problemas em que esteve ou está envolvido. É este o caso de Aníbal Cavaco Silva, Sua Ineficiência o Presidente da República Portuguesa, alguém que em vez de se empenhar em ser parte da solução, continua a insistir ser um elemento perturbador, senão mesmo a questão central do problema político português.

Diga o que disser, escreva o que escrever (seja com ajuda ou não de um “escritor-fantasma”), seja como extensa oração de sapiência, manual de instruções para presidentes em contexto de crise (como ele classificou o prefácio ao seu “roteiro”), ou passagem pelo confessionário para se limpar dos pecados, tal atitude é sempre pouco dignificante, mais a mais, sendo ele um Presidente da República ainda em exercício, que não teve pudor de ser juiz em causa própria. Não reflectiu sobre o seu comportamento, ignorando acontecimentos marcantes. Preferiu simular ser paciente e psicólogo, num cómodo exercício de desdobramento de personalidade. Em resumo: faz questão de passar incólume e assumir-se como virgem impoluta, antes que alguém o venha acusar de ser o “comandante-chefe” das operações que, derrota após derrota, conduzirá o país da insignificância à destruição.

Por mim, bem pode limpar as mãos à parede, como político, e não só. Será sempre um dos actores que trará para a boca-de-cena o velho projecto de Francisco Sá Carneiro, que desejava a tripla coligação, consubstanciada numa maioria, um governo e um presidente, todos da mesma família política, para chegar onde acabámos por chegar. O professor que não lia jornais, que nunca tinha dúvidas e que nunca se enganava, pode ficar descansado: o veredicto final, quer queira, quer não, pertencerá sempre ao Povo e à História.

A receita de como lavar mais branco, da autoria de Aníbal Cavaco Silva, está publicada no CARTÓRIO DO ESCREVINHADOR

sábado, março 09, 2013

Dois Grandes Fanáticos Da Pobreza (FDP)

António Borges, o economista que Passos Coelhos cooptou para o seu governo, como assessor para as privatizações, com um salário estratosférico, defende que ninguém quer um país pobre, mas que o ideal seria que os salários (dos outros) descessem. Finge não se lembrar que Portugal já é um país pobre, e que os salários dos portugueses (excepto o seu) já são dos mais baixos da Europa.

Mesmo de forma resumida, convém saber-se quem é este grande e retinto Fanático Da Pobreza (FDP). António Borges é economista, foi vice-presidente e director-geral do banco Goldman Sachs entre 2000 e 2008, período em que o banco ajudou a Grécia a encobrir os reais números do défice, através de "swaps" cambiais com taxas de câmbio fictícias, o que na prática permitiu a Atenas aumentar a sua dívida sem reportar esses valores a Bruxelas, chegando assim à situação em que actualmente se encontra. Após sair do banco integrou a associação que delineia a regulação dos "hedge funds". Em Outubro de 2010, foi nomeado director do FMI para a Europa. Do seu currículo de administrador de empresas consta ainda a passagem pela Administração do Citibank, BNP Paribas, Petrogal, Sonae, Jerónimo Martins, Cimpor e Vista Alegre. Em 2011 foi encarregado pelo primeiro-ministro Passos Coelho para liderar uma equipa que deve acompanhar, junto da Troika, os processos de privatizações, as renegociações das parcerias público-privadas, a reestruturação do sector empresarial do Estado e a recapitalização da banca.

Quer isto dizer que o Borges anda a desempenhar, em equipa com Passos Coelho, outro grande Fanático Da Pobreza (FDP), a pantomina do polícia-bom/polícia-mau, em que o Coelho é o bonzinho, "parecendo" defender que não se devem descer os salários, ao passo que ele, o Borges mauzão, determinado e inflexível, é adepto de reduzir ainda mais, o que já é de si reduzido. Enquanto ficamos a digerir a falsa polémica, eles trocam de papéis e zás, sob o falso argumento da refundação do Estado, a par do desbaste nas funções sociais, consuma-se mais um corte nos salários e nas pensões.

sexta-feira, março 08, 2013

O Presidente Teve Um Sobressalto


O PRESIDENTE da República, Prof. Aníbal Cavaco Silva, anunciou no Facebook que vai aproveitar o prefácio de um livro com as suas intervenções, para explicar ao povo português como um verdadeiro presidente deve actuar, num contexto de grave crise económica e financeira, como aquela que agora atravessamos. Porém, e certamente por deformação profissional (é economista), esqueceu-se de acrescentar àquelas preocupações, a inevitável crise social que é resultado, e sempre acompanha as outras duas.

Entretanto, na véspera, num encontro informal com jornalistas, fez questão de palestrar sobre aquilo que ele considera a sua extensa e invulgar experiência política, abordando um assunto que já andava a cair no esquecimento: relembrou-se e relembrou-nos que tem uma experiência assaz única no panorama político português, pois foi primeiro-ministro durante 10 anos, período em que começou a espatifar o país com as suas próprias mãos (ajudado por alguns compinchas da pior espécie), acrescidos de 7 anos como Presidente da República, período em que quando não tem ajudado, tem ficado a ver os outros completarem o serviço que ele começou. No fim do encontro, ninguém teve a ideia (ou coragem) de lhe perguntar se pensa resignar.