quinta-feira, dezembro 02, 2010

E Agora Senhor Ministro?

Tendo como base informação veiculada pela agência LUSA, o DIÁRIO DE NOTÍCIAS on-line diz o seguinte:

«Um telegrama da embaixada dos Estados Unidos em Lisboa, revelado hoje pelo 'site' Wikileaks, admite que o Governo norte-americano pediu a Portugal que voos da CIA com suspeitos de terrorismo passassem por território nacional.

Esse pedido viu-se "complicado" pela pressão da oposição e do Parlamento Europeu sobre o Governo português, lê-se no telegrama, que recorda a ameaça do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, se demitir se as suspeitas relacionadas com a passagem de voos ilegais da CIA por Portugal viessem a ser provadas.

"Apesar da investigação do Governo ter refutado estas alegações, a saga continua devido à pressão continuada da oposição e do Parlamento Europeu. Esta pressão complica o pedido dos Estados Unidos para repatriar detidos de Guantanamo através de Portugal", lê-se no telegrama.

O telegrama, o primeiro revelado pelo Wikileaks de um lote de 722 com origem na embaixada em Lisboa - que por sua vez faz parte dos 250 mil telegramas diplomáticos norte-americanos que o site começou esta semana a revelar - é datado de 20 de Outubro de 2006 e classificado como "secreto".»

Recorde-se que o JORNAL DIGITAL, entre outros, em Junho de 2009, fazendo uma síntese do conturbado caso dos voos ilegais da CIA, dizia que a eventual passagem por países europeus, incluindo Portugal, de voos da CIA com prisioneiros para Guantánamo foi alvo de inquérito no Parlamento Europeu, com a organização de direitos humanos britânica REPRIEVE a garantir que largas dezenas de voos com prisioneiros (teriam sido mais de 700) passaram por território português entre 2002 e 2006.
Até sou capaz de admitir que o ministro dos Negócios Estrangeiros estava numa posição incómoda, e que lhe competia proteger “matéria sensível” e evitar “embaraços” a Portugal e ao aliado americano (recebido com ternura, na “cimeira da guerra” das Lages), mas a verdade é que o ministro disse, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito, que se demitia, caso as suspeitas de envolvimento português se provassem. E agora, senhor ministro Amado, em que é que ficamos? Vai-se demitir, vai desmentir ou vai esperar pela divulgação dos restantes 721 telegramas?

quarta-feira, dezembro 01, 2010

WikiLeaks

SE HOUVESSE um prémio para laurear quem anda a contribuir para descontaminar o mundo em que vivemos de práticas perversas, o galardão iria direitinho para o site WikiLeaks. Finalmente há quem denuncie, com a exibição de provas documentais autênticas, as iniquidades, mentiras e imposturas que têm andado a ser praticadas, bem como quem as encomendou, provando que os “meninos bons” não são assim tão diferentes dos “meninos maus”, e que, regra geral, não são flores que se cheirem. Não é por acaso que há tantos governos e poderes a quererem silenciá-lo. Ao desmascarar e divulgar as conspirações e golpes baixos que proliferam nas relações internacionais, e não só, quem detém os poderes fica mais exposto, deixou de se poder refugiar atrás de máscaras, e quem tem por hábito prevaricar, pensará duas vezes antes de voltar a transgredir. WikiLeaks tenta assim impor a transparência nos actos dos governos e de quem detém outros poderes. Quanto ao mundo, é susceptível de se vir a tornar um local mais limpo, respirável e habitável.
Longa vida a WikiLeaks!

terça-feira, novembro 30, 2010

Algumas Heranças estão pela Hora da Morte

PORQUE hoje é véspera do 1º. Dezembro, dia da Restauração da Independência de 1640, depois de sessenta anos de domínio castelhano, e porque falta apurar o que é que ganhámos com o restabelecimento da nossa soberania, apetece-me descontrair com um caso absurdo, que não tem graça nenhuma, exactamente por ser verídico, mas que pode querer anunciar alguma coisa nova que virá por aí, a que tem sido dada pouca atenção.

"Celestino Almeida, de 79 anos, residente em S. Mamede de Infesta, Matosinhos, nem queria acreditar na carta que recebeu recentemente do tribunal. Vai receber pouco mais de 52,09 euros de herança, mas para isso tem de pagar 98,99 euros de custas judiciais."

Notícia do JORNAL DE NOTÍCIAS, de 6 Novembro 2010

segunda-feira, novembro 29, 2010

O Raposo é Tóxico

O Henrique Raposo, é um trintão a quem já dediquei um post, e que tem por hábito escrever uma crónica no semanário Expresso. Quando tem falta de assunto, como foi agora o caso, até se permite embrulhar a sua mãezinha com o PREC (processo revolucionário em curso) de 1975, os seus acontecimentos e aqueles que lhe sobreviveram, tudo gente do piorio, diz ele, que de lá para cá, se foram acoitando na CGTP, para trazer mais infortúnio ao país. Na sua “douta” opinião de “historiador” e mestre em “ciência política”, são esses demónios os grandes responsáveis pela crise e pelos dramas que agora vivemos. Coitado do raposo! Eu que até tenho algumas preocupações ambientais, há já algum tempo que costumo recortar e guardar todas as croniquetas do raposo, não por obrigação ou deleite, mais ou menos masoquista, mas para que o jornal, depois de cumprir a sua obrigação, e ir direito para o “papelão”, não vá contaminar os restantes produtos a reciclar.

domingo, novembro 28, 2010

O País-Peditório

PORTUGAL transformou-se num grande PEDITÓRIO. As elementares obrigações sociais do Estado, para o qual todos nós contribuímos, através dos nossos impostos, mas que não têm o destino que deviam ter, são agora levadas a cabo pelas instituições de solidariedade social, com filas de famílias falidas, à espera de algum mantimento, excepção feita para aquelas cuja vergonha ainda supera o estado de necessidade. Sócrates sabe bem o que fez e o que mais se propõe acrescentar. Sabe bem que o pior ainda está para vir, mas agradece sorridente e enternecido, continuando a confundir a calamidade que instalou, e a caridade que emergiu, com o seu deturpado conceito de estado social. São os cidadãos que estão a cumprir, aquilo que ao Estado demissionário diz respeito. Para já, ausentou-se ou vai ausentar-se, em mais uma agradável digressão pelas Américas, a treinar o seu inglês técnico, ou talvez a apalavrar alguma futura colocação, para quando lhe for passada a competente guia de marcha.

sábado, novembro 27, 2010

A Saúde Mental dos Portugueses

Porque se trata de um assunto actual, pouco abordado e sobre o qual é oportuno reflectir, passo a transcrever, o artigo do psiquiatra Pedro Afonso, publicado no jornal PÚBLICO, em 2010-JUNHO-21, e com o mesmo título deste post.

«Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso,
Médico psiquiatra»

sexta-feira, novembro 26, 2010

Registo para Memória Futura (24)

“Temos que evitar que os salários evoluam de forma mais rápida que a produtividade” e “tirar pleno partido dos dispositivos legais que permitem maior flexibilidade no mercado de trabalho”.

Declarações do ministro das finanças, Teixeira dos Santos, em 19 de Novembro de 2010, durante a cerimónia de assinatura de dois contratos de financiamento com o Banco Europeu de Investimento (BEI).

quinta-feira, novembro 25, 2010

Miopia Jornalística

UM jornalista de nome Bruno Faria Lopes (jornal i), presente no programa Opinião Pública da SICnotícias, no dia da Greve Geral de 24 de Novembro, questionado sobre o significado que via naquele acontecimento, apenas conseguiu discernir que a greve geral serviu de “prova de vida” das duas centrais sindicais (CGTP e UGT). Ignorou, ou passou ao lado das verdadeiras motivações daquela, a qual constituiu uma justíssima reacção dos trabalhadores portugueses, que não se aquietaram nem amedrontaram, perante a grande ofensiva do governo, acolitado pelo grande capital, contra os seus direitos, os seus parcos meios de subsistência e a sua dignidade, num país onde os presidentes da TAP e da PT (só para dar dois exemplos), têm vencimentos perfeitamente pornográficos, e a própria Banca se gaba de acumular lucros estratosféricos.

terça-feira, novembro 23, 2010

Versão “contágio”

DEPOIS do esgotamento da versão “crise internacional”, a desculpa para a situação que o país atravessa já tem nova versão, que é, mais coisa, menos coisa, a seguinte: o problema da Irlanda, é diferente do problema português, mas Portugal está a ser injustamente “contagiado” pelos problemas daquela. A Irlanda, aliás, a banca irlandesa, é que precisa de ajuda, ao passo que os bancos portugueses respiram saúde por todos os poros (pudera, depois das ajudas e apoios que receberam do governo!), logo, Portugal não precisa do auxílio de ninguém, isto é, está “orgulhosamente só” (como no tempo da ditadura salazarenta), com o governo do “animal feroz”, de peito feito, a enfrentar corajosamente as dificuldades e os ataques dos mercados, pelo menos, enquanto tiver trabalhadores para dispensar, salários e reformas para reduzir, e mais umas carteiras para assaltar.

Descaramento

O engenheiro incompleto, também conhecido por José Sócrates, ele que conseguiu espatifar o país e pôr uma grande massa de portugueses na lista de espera do Banco Alimentar, e dá tolerância de ponto pelas razões mais triviais, encheu-se de audácia e disse que se for necessário dá ordem para ser accionada a requisição civil dos serviços que não garantam os serviços mínimos, no dia da greve geral, pois é necessário salvaguardar o interesse nacional. É preciso descaramento!

Nunca o Contratem!

NUNCA contratem o inestimável ministro António Mendonça como empreiteiro das obras lá de casa. Sem saber como nem porquê, em vez de rebocos e pinturas, ainda acabam por levar com uma auto-estrada, um aeroporto ou uma linha de TGV…

segunda-feira, novembro 22, 2010

Higiene e Saúde Pública

CONSIDERANDO a natureza e objectivos da cimeira da OTAN/NATO, bem como a presença de algumas personagens pouco recomendáveis que acolhemos, com a nossa tradicional hospitalidade (nas Lages, em 2003 desempenhámos o mesmo papel), estou em vias de admitir que foi ajuizado que os acessos, o trânsito e a circulação nas ruas de Lisboa tivessem ficado condicionados. É simples: devia evitar-se, e evitou-se, que a população convivesse com o lixo que andou por aí a ser despejado.
A partir de hoje, segunda-feira, a zona do Parque das Nações (e não só), por razões de higiene e saúde pública, devia ser objecto de uma cuidadosa operação de desinfecção.

domingo, novembro 21, 2010

Apontamento Malicioso

OBAMA disse que o cão-de-água português (Bo) é excepcional, que os nossos geradores eólicos são um espanto, que o “inglês técnico” do engenheiro incompleto é melhor que o seu “espanholês”, que sabe onde o país fica e as dificuldades por que passa, mas as suas referências ficaram-se por aí. É certo que só cá esteve pouco mais de 36 horas, e a agenda de tão sobrecarregada, quase nem dava para trocar de peúgas. Não ficaria tão satisfeito se tivesse que aturar, durante seis anos seguidos, ministros como Manuel Pinho, Milú Rodrigues, Mário Lino, Teixeira dos Santos, todos os Silvas e Pereiras que integram a trupe, e um primeiro-ministro do calibre de Sócrates Pinto de Sousa, ele sim uma ameaça, não digo que à segurança internacional, mas à debilitada credibilidade da política, com todo o obscuro e polémico historial que anda associado às suas actividades governativas, e não só.

sábado, novembro 20, 2010

Dupont & Dupont

A AUSTERIDADE e a poupança (de energias e de inspiração) nas hostes do governo, levou a que o ministro António Mendonça tivesse repetido à tarde, o mesmo discurso que o seu secretário de estado, Paulo Campos, havia pronunciado de manhã, no 20º. Congresso das Comunicações. A desculpa dada pelo Ministério para o insólito facto, é que existe perfeita sintonia e concordância de pontos de vista, entre o ministro e o seu secretário de estado, isto é, uma espécie de suite para piano a quatro mãos.

sexta-feira, novembro 19, 2010

Um Problema de Sobrevivência

A OTAN/NATO está a atravessar uma crise, parece que de identidade e de valores. Na cimeira de Lisboa a OTAN/NATO vai modificar o seu “conceito estratégico” porque tem cada vez mais dificuldade em arranjar inimigos, e quando os há, estão pela hora da morte.

Da Constituição da República Portuguesa

LEMBRETE ao cuidado do Presidente da República, dos membros do Governo, dos Juízes, dos Governadores Civis, dos jornalistas e também do público em geral.

...
Artigo 45º (Direito de reunião e de manifestação)

1. Os cidadãos têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, SEM NECESSIDADE DE QUALQUER AUTORIZAÇÃO.

2. A todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação.
...

quinta-feira, novembro 18, 2010

Filhos e Enteados

EMBORA seja uma medida que pode estar ferida de inconstitucionalidade, fica agora a saber-se que a redução entre 3,5% e 5% dos ordenados da Função Pública não é uma medida temporária, mas sim para sempre, foi o que garantiu ontem o ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, durante a sessão parlamentar sobre o Orçamento de Estado para 2011. Entretanto, a Banca vai continuar a beneficiar de taxas reduzidas de IRC, e as mudanças na tributação propostas no mesmo orçamento, continuam a deixar de fora os milionários portugueses, os quais, através da especulação bolsista (e não só!), continuam a acumular largos milhões livres de impostos.

terça-feira, novembro 16, 2010

Sabem que Mais?

Sabem qual é a minha opinião? Neste momento é a seguinte: suspeito que José Sócrates já é passado, deixou de mandar, ainda vai envergar mais umas fatiotas, mas vai passar à História (apenas com uma referência em nota de rodapé), mais os ajudantes de coveiro que o exaltavam e incensavam, e o futuro do país está a decidir-se noutras plataformas. O desfecho virá depois da cimeira da OTAN, e de preferência antes da Greve Geral, para que a tensão morra na praia (dizem eles!), e de exaustão (pensam eles!).

segunda-feira, novembro 15, 2010

O Regabofe Continua Imparável

"(...) Desde que foram anunciadas as medidas de austeridade, o Governo já fez 270 nomeações para cargos no Governo e na administração directa e indirecta do Estado. O anúncio do PEC III - que apela à contenção da despesa pública - foi há cerca de mês e meio, o que dá uma média de 180 nomeações/mês, um valor muito superior aos primeiros anos de José Sócrates à frente do País, período em que foram nomeados mensalmente cerca de 100 funcionários. (...) A causa deste elevado "bolo" de nomeações, publicadas em Diário da República desde que foram anunciadas as medidas de austeridade, são contratações para os mais variados organismos públicos tutelados pelos 15 ministérios. Desde inspecções e direcções-gerais, passando por institutos públicos, não há um único ministério que nestes últimos tempos não tenha feito pelo menos uma nomeação. (...) Das 270 nomeações, 19 delas foram mesmo para gabinetes do Governo. (...)"

Excertos da notícia publicada pelo DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 14 de Novembro 2010. O título do post é de minha autoria.

Meu comentário: A contenção de despesas, a austeridade e os sacrifícios são apenas para os “outros”, ao passo que o tráfego dos “boys” continua a fluir com a regularidade do costume.

domingo, novembro 14, 2010

Antes pelo Contrário

Vital Moreira, em mais uma das suas lucubrações blogísticas, em que insiste ver a realidade de pernas para o ar, garante que "... uma coligação de governo entre o PS e o PSD é tão improvável e tão problemática hoje como era antes da crise [porque] a deriva neoliberal do PSD de Passos Coelho dificulta enormemente qualquer entendimento sobre o modo como resolver as dificuldades orçamentais e económicas do País". Ora, o que se passa é exactamente o inverso, isto é, de há seis (6) anos para cá, a tal deriva neoliberal, foi do PS e não do PSD, e tão longe e tão profunda foi essa descaracterização, que se encarregou de facilitar a aproximação e respectivos entendimentos entre estas duas forças políticas (embora o PS e Vital digam que não), concertação essa que acabou por se reflectir nos muitos pacotes legislativos até agora aprovados, de matriz claramente neoliberal, logo altamente lesivos das classes trabalhadoras e do tecido económico do país.

sábado, novembro 13, 2010

A RESISTÊNCIA tem um NOME

A RESISTÊNCIA tem um NOME: Aung San Suu Kyi.

A dissidente birmanesa Aung San Suu Kyi, foi libertada hoje, luta há mais de 20 anos pela democracia no seu país, dirigido por uma junta militar desde 1962. Destacam-se as datas mais importantes do seu tormento:

8 de Agosto 1988 - Aung San Suu Kyi participa na revolta popular na Birmânia que exige o fim do regime militar e que é esmagada com um saldo de milhares de mortos.

20 de Julho 1989 - Aung San Suu Kyi é condenada a prisão domiciliária.

27 de Maio 1990 - A Liga Nacional para a Democracia de Aung San Suu Kyi vence as eleições legislativas conquistando mais de 80 por cento dos lugares. Os militares recusam aceitar os resultados.

14 de Outubro 1991- É atribuído à opositora o prémio Nobel da Paz.

10 de Julho 1995 - A dissidente é libertada.

22 de Setembro 2000 - Aung San Suu Kyi é colocada novamente em prisão domiciliária.

6 de Maio 2002 - É levantada a proibição de deixar a residência.

30 de Maio 2003 - Numa visita ao norte, a opositora é detida após um ataque à sua caravana. Quatro mortos segundo a junta militar, 70 a 80 de acordo com a dissidência.

27 de Setembro 2003 - Terceiro período de prisão domiciliária de Aung San Suu Kyi, que nunca mais foi libertada até agora.

11 de Agosto 2009 - A opositora é condenada a três anos de prisão e trabalhos forçados após a intrusão de um norte-americano na sua residência. A pena é comutada em 18 meses de prisão domiciliária.

6 de Maio 2010 - A Liga Nacional para a Democracia é dissolvida por se ter recusado a afastar Aung San Suu Kyi, como determinavam as novas leis eleitorais.

8 de Novembro 2010 – Têm lugar eleições gerais nas quais a dissidente se recusa a votar por considerar que o escrutínio servia para legitimar os militares no poder.

13 de Novembro 2010 - Termina a pena de prisão domiciliária da opositora.

Fonte: jornal DIÁRIO DE NOTÍCIAS e Wikipédia

quarta-feira, novembro 10, 2010

A Dupla, Tripla e Quádrupla Condição

ESTOU a ficar com uma dúvida persistente. Ou é defeito meu, ou são então as televisões, as rádios e os jornais, que andam a acompanhar os nossos políticos, mais exactamente os candidatos à Presidência da República, que não sabem separar as águas. Por exemplo, Cavaco Silva, quando fala para os portugueses, nunca percebo em que condição fala, se como simples cidadão (tal como eu), se como economista, se como Presidente da República em exercício, ou se como candidato a esse mesmo lugar, numa eleição que ocorrerá nos primeiros dias de 2011. Com Manuel Alegre passa-se o mesmo. Quando fala não sei se é como cidadão (tal como eu), como adepto da caça e da pesca desportiva, como deputado à Assembleia da República, eleito pelo PS (partido Sócrates), ou se como candidato à tal Presidência da República, apoiado por dois partidos algo desafinados. Já Fernando Nobre, mesmo que tenham deixado de o associar à AMI, tem a tarefa facilitada, e nunca será perdedor. Mesmo que não ganhe as eleições para a Presidência da República, a AMI continua a ganhar notoriedade, e todo o Mundo vai ganhar com isso. Já com Francisco Lopes, a dúvida encurta-se, já que sendo um candidato à Presidência que colhe poucas atenções da comunicação social, não é habitual que os comunistas andem a exibir-se e a palavrear coisas diferentes, tanto na sua condição de cidadãos como de candidatos a cargos políticos, pois é sabido que primam pela coerência, isto é, seja lá em casa ou na tribuna da Assembleia da República, ambas as posturas coincidem, apesar de continuar a dizer-se por aí que esta coerência apenas serve para aproveitar o tempo de antena e fazer passar as mensagens políticas.
De qualquer modo continuo com esta dúvida persistente. Cavaco não veio ao funeral de Saramago porque estava no desempenho de uma função de natureza familiar, e não podia envergar, mesmo que temporariamente, a farpela de Presidente, mas agora, hora sim, hora não, fala por tudo e por nada, e nunca sei em que qualidade, se de avozinho, se de apaixonado pelo bolo-rei, se de presidente, ou de candidato a presidente. Já Manuel Alegre, quando diz coisas, na sua voz tonitruante, nunca se sabe se vai debitar um poema, se fala como deputado do PS, candidato do PS ou do Bloco de Esquerda. Habitualmente, a dúvida só se desfaz no dia seguinte, depois de assentar ideias com os seus conselheiros, e convocar os jornalistas para fazer a respectiva clarificação.

terça-feira, novembro 09, 2010

Primeiro Acidente Aéreo

FAZ HOJE 52 anos que ocorreu o primeiro acidente aéreo da aviação comercial portuguesa. Aconteceu com um hidroavião bimotor Martin-Mariner (um modelo civil, semelhante ao da versão militar da figura), baptizado "Porto Santo", da companhia ARTOP (Aero-Topográfica, mais tarde Aero-Transportadora), o qual fazia a ligação Lisboa-Funchal. O aparelho desapareceu em pleno Oceano Atlântico, e com ele a tripulação e os seus 36 passageiros, nunca tendo sido encontrados corpos ou destroços.
A companhia ARTOP lançou-se na exploração da rota entre Lisboa e o Funchal, utilizando dois hidroaviões bimotores Martin-Mariner, baptizados “Madeira” e “Porto Santo”, tendo efectuado o primeiro voo a 1 de Outubro de 1958. O acidente ocorreu pouco mais de um mês depois, e numa altura em que já se antevia a inauguração do aeroporto de Porto Santo para o ano de 1960.
Na época eu morava no bairro de Alvalade, e ainda me recordo do pequeno escritório que a companhia detinha no Largo Frei Heitor Pinto, exibindo na montra uma miniatura do referido modelo de hidroavião, com a qual eu me deliciava.

domingo, novembro 07, 2010

Made in RPC

QUANDO os regimes (sejam eles quais forem) se conluiam com o capitalismo puro e duro, o resultado não pode ser saudável, e a China sabe o que faz. Penetra na Europa através do seu elo mais frágil, um Portugal com uma actividade económica diminuta, cheio de brechas e de carências, já colonizado por muitos, e à espera de ser colonizado por outros. Também é um promissor mercado de 10 milhões de consumidores. Um dia destes, sem dar por isso, estaremos a mastigar “corn flakes” made in República Popular da China e a falar mandarim. Se tivesse que atribuir uma nota à astúcia geo-política dos dirigentes chineses, dava-lhes 19 valores.

sábado, novembro 06, 2010

Os Fogos não são só Prejuízos…

COMEÇANDO nas sucatas, passando pelos construtores civis e pelos políticos, e chegando até aos banqueiros, comprova-se que todos andam a meter os pedúnculos no grande caldeirão dos impostos dos contribuintes (já lá vai o tempo que eram apenas tachos), com jogos de favores, furto descarado e muita corrupção. Agora, calhou a vez à Protecção Civil, na pessoa da sua autoridade máxima, um tal comandante Gil Martins, o qual sobrecarregava, tanto de valores como de pessoal presente / ausente, a folha dos serviços prestados com os turnos de serviço no centro operacional, no momento dos fogos estivais, para locupletar-se depois com a diferença, na altura de fazer os pagamentos às corporações de bombeiros. Tais valores, conhecidos por “fundo de maneio do comandante”, andarão pelos 100.000 euros, os quais foram entretanto gastos em LCD, almoços, jantares, noites em hotéis, telemóveis, computadores, consolas de jogos, etc. Com um processo disciplinar e sob investigação, limitou-se a dizer que “quando chegar a acusação, se chegar, logo me defenderei”.
Esta expressão “se chegar” logo me fez lembrar as palavras do ex-procurador geral da República, Souto Moura, quando disse em Maio deste ano, numa conferência ocorrida no Porto, e referindo-se a Portugal, que "a maior parte da corrupção não é conhecida, a que é conhecida não é acusada ou julgada, e a que é julgada não é condenada." Quanto aos fogos de Verão, pelos vistos, não são só desgraças e prejuízos…

sexta-feira, novembro 05, 2010

Uma Coisa Parecida com XANAX

OS JUROS da dívida pública portuguesa a 10 anos, situam-se, neste momento, em 6,79%, a percentagem mais alta desde a adesão ao Euro.
Das duas uma: ou há um problema de comunicação, e a notícia da aprovação do Orçamento ainda não chegou aos ouvidos dos “mercados”, ou então os “mercados” não acreditam neste Orçamento, e para nos “acalmarem” (calmos e determinados sempre eles estiveram) vão exigir desta vez, a aplicação, em dose reforçada, de uma nova poção, de nome PEC-XANAX, , saída directamente da drogaria de S.Bento, e cujo objectivo é pôr os portugueses em estado cataléptico, para não incomodarem. É uma coisa parecida com o “magalhães”, mas muito mais económica; deixa os pais contentes e ensonados, os putos entretidos, e vai render muitos milhões…

domingo, outubro 31, 2010

HABITUEM-SE! e AGUENTEM-SE!

NA SEQUÊNCIA da conquista da maioria absoluta do PS em 2005, penso que ainda se lembram quando António Vitorino exclamou, entre sibilante e triunfante, HABITUEM-SE!? Aí está! Seis anos depois, mesmo sem maioria absoluta, a chafurdar na incompetência, de braço dado com os banqueiros e enquadrado por um exército de feirantes, meliantes e mixordeiros, nos próximos anos, e que serão muitos, o PS, depois deste acordo com o PSD, irá brindar-nos com mais cortes em tudo, menos naquilo que já foi cortado rente. Só falta saber quem irá dizer agora, num tom hipocritamente queixoso, AGUENTEM-SE!

quinta-feira, outubro 28, 2010

Impura CONVERSA DA TRETA

Com o devido respeito pelo trabalho do saudoso António Feio e do José Pedro Gomes. Clique na imagem para aumentar.

Com Amigos Destes...

(...) Ana Paula Vitorino, antiga secretária de Estado dos Transportes, revelou que o ex-ministro das Obras Públicas, Mário Lino, a tentou sensibilizar para os problemas que existiam entre o empresário Manuel Godinho [sucateiro do caso "Face Oculta"] - o único arguido em prisão preventiva - e a REFER. De acordo com informações recolhidas pelo DN, Ana Paula Vitorino terá contado ao MP que Mário Lino tentou convencê-la a intervir, dizendo- lhe que Manuel Godinho era amigo do PS.(...)

Excerto da notícia do DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 27 de Outubro de 2010. O título do post é de minha autoria.

quarta-feira, outubro 27, 2010

Nem Tango, Nem Polka

ROMPERAM-SE as "negociações" entre o Governo e o PSD, para obterem uma plataforma de entendimento para a aprovação do Orçamento de Estado de 2011. O Governo fixou-se na cegueira da ditadura do défice e nos sinais de confiança para os mercados, enquanto que o PSD não deixou cair as suas reivindicações, diz ele que para atenuar a carga fiscal e o insuportável custo de vida dos portugueses. Ambos clamam por birras e intransigências, à mistura com umas quantas mentiras. Sócrates e Coelho querem esconder (mas não conseguem) que os seus interesses são exclusivamente eleitoralistas, de não perderem a face, e na sequência disso, postaram-se indiferentes às consequências que se adivinham, até que o país caia exausto e desacreditado. Afinal, Sócrates e Coelho não chegaram a dançar o tão desejado tango. Ainda ensaiaram uma polka, mas entretanto acabaram por mandar embora os instrumentistas, que não conseguiram acertar com as músicas.
Sempre disse, e mantenho, que o problema não está em ter ou não ter orçamento. Mesmo que este escabroso e inconfiável instrumento seja aprovado, teremos por cá o FMI, lá para o próximo ano, ao passo que sem ele, o FMI já estará a marcar as passagens para nos vir visitar nos próximos dias. Entretanto, para dramatizar, o nosso excelso e paradigmático presidente Cavaco, depois de ter deixado fecharem-se todas as portas para intervir, resolveu convocar, para a próxima sexta-feira, e com mais de dois anos de atraso, o respeitável Conselho de Estado, vá-se lá saber para quê.

Cavaco não Aquece, nem Arrefece

Cavaco anunciou-se candidato presidencial. O dever chama-o, diz ele. Já se esperava.
Lembrou que no actual mandato, foi mal compreendido e ignorados os seus conselhos, previsões e apelos.
Não recordou que era suposto estarmos melhor, no pelotão da frente da UE, e afinal estamos onde se sabe.
Afirmou estar muito bem informado. Provavelmente, continua convencido que nunca se engana. Só que andou mal acompanhado, fez trinta por uma linha e agora assobia para o lado.
Prometeu que vai exercer uma "magistratura activa", mas esqueceu-se de referir que a actual sempre foi muito passiva.
Diz que a sua função não é governar mas sim dar um empurrão, com a sua influência, a tudo o que favoreça os interesses do país e os anseios dos portugueses.
Não referiu que os portugueses estão, já há algum tempo, a digerir os péssimos resultados desses empurrões e dessa influência.
Lembrou-nos que é o comandante-chefe das forças armadas, mas esqueceu-se de dizer que as nossas tropas andam lá por fora, não a defender a nossa soberania, mais sim a fazer o frete aos amigos do costume.
Garante que vai fazer uma campanha económica, sem outdoors e a turbulência do costume.
Espero que sim, e que não use os “roteiros”, os meios e recursos da Presidência para levar a água ao seu moinho.
De resto, pouco mais há a acrescentar.
Continua a ser um vazio de ideias, melhor, um deserto sem oásis.
Cavaco Silva continua a não aquecer, nem arrefecer. Gela.
A campanha eleitoral para as presidenciais não me está a entusiasmar rigorosamente nada. Se calhar foi também esse o motivo porque o polvo Paul resolveu deixar o mundo dos octópodes vivos, exactamente no dia em que Cavaco disse que ia a votos. Se se lembrassem de lhe pedir prognósticos sobre a disputa eleitoral que se avizinha, o trabalho de adivinhação iria ser, certamente, uma grande maçada, ele não estava para aí virado, e os dons divinatórios não duram sempre. Dava-se bem com as cores das bandeiras, e quanto às fisionomias dos candidatos a Belém, era uma incógnita, nunca se sabe. Sair a tempo e em glória, é sempre uma boa medida. Se as previsões saíssem erradas, ainda acabava num prato à "lagareiro".

terça-feira, outubro 26, 2010

O Polvo PAUL Morreu…

… mas dizem que não foi de morte natural!

Alguém me Explica…

… porque motivo é que o litro do gasóleo para os IATES e BARCOS DE RECREIO é vendido ao preço de 0,80€, conforme o determina o Artº 29º do Cap. II da Portaria 117-A de 8 de Fevereiro de 2008, sendo portanto sujeito a isenções e taxas reduzidas do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (admito eu), ao passo que o comum dos contribuintes, que não possui aqueles meios de diversão, tem que o pagar o mesmo litro de gasóleo a 1,42€ (ou conforme a cotação)?

segunda-feira, outubro 25, 2010

Cavacais Incoerências

NA SUA entrevista ao semanário EXPRESSO de 23 de Outubro de 2010, o Presidente da República Cavaco Silva, teria afirmado a dado passo:
- Considero-me uma das pessoas mais bem informadas sobre a situação do país. Para fazer o que estou a fazer, é fundamental estar bem informado.
E declarou ainda:
- Lembra-se quando eu disse que tínhamos chegado a uma situação insustentável? Só quem anda totalmente distraído é que não sabe que essa palavra consta dos relatórios do Banco de Portugal, das instâncias internacionais.
Entretanto, noutra altura e contra a corrente, acabou por revelar:
- Confesso que não esperava que estivéssemos hoje na situação em que estamos.
Ah sim? Então em que é que ficamos, senhor Presidente?
Assim, atendendo à presente situação em que o país se encontra, seja em termos políticos, seja em termos económicos ou financeiros, coloca-se uma dúvida pertinente: aquilo de que o presidente se queixa, afinal, tem a ver com um problema de falta de informação, de falta de compreensão ou de falta de decisão?

O Presidencial Cavaquismo

A PROPÓSITO da situação calamitosa em que o país se encontra, e dos efeitos nefastos que teria uma crise política, desencadeada pela não aprovação do Orçamento de Estado para 2011, diz o Presidente da República que pediu aos partidos da oposição para serem responsáveis. No entanto, esqueceu-se de pedir ao governo para deixar de ser irresponsável.
O Presidente não é apenas o representante da República, um moderador e purificador das relações políticas; é também um vigilante e escrutinador atento dos compromissos assumidos por quem está a governar, bem como da sua concretização, não lhe faltando instrumentos para levar a cabo a respectiva e competente pressão.
Compreende-se! Se o seu mandato, até agora, tem sido norteado pelo distanciamento dos problemas e a invocação da moderação, como pedra de toque do seu pachorrento desempenho, não era agora, em vésperas de anunciar a sua recandidatura, que iria envolver-se com as exigências e os rigores que o país reclama, mas que o governo, obstinado e incompetente, faz por ignorar.

domingo, outubro 24, 2010

Portugal é Um Fenómeno

TEM sentido e começa a ganhar algum crédito a tese que sustenta que a presença em Portugal de elevado número de mafiosos, é diferente daquela que associa essas presenças com o facto de sermos uma espécie de paraíso da impunidade, ou de estarmos abertos à importação e acolhimento de malfeitores. Na verdade, parece que tal se deve a que os ditos sujeitos, dado o elevado nível que o nosso país atingiu em matéria de criminalidade do foro mafioso, vêm até cá para frequentarem mestrados e pós-graduações, nas mais variadas especialidades em actividades ilícitas, com especial destaque para os cursos ministrados nos "polos" do Algarve e do Oeste. Ficaria assim provado que Portugal é altamente competitivo nestas áreas, passou das marcas e é quase um fenómeno, tendo já superado a própria Sicília. Lá começa-se na recolha de lixo até se chegar às áreas do poder; cá começa-se no aparelho de estado e vai-se descendo paulatinamente até às lixeiras, sucatas e afins.

sexta-feira, outubro 22, 2010

Pedro Passos PERDIDOS

Pedro Passos Coelho não é deputado, logo apenas pode seguir as evoluções do seu PSD, na Assembleia da República, a partir das galerias destinadas ao público ou na ARtv, e o mais longe onde pode chegar é aos Passos Perdidos, logo daí o título do meu post. E agora, a caminho do fim do mês de Outubro, e avaliando as linhas e entrelinhas que vão sendo traçadas, apenas me fica uma quase certeza: Sócrates e o “seu” PS, não estão interessados em continuar a governar. Sabem que o que virá aí não é coisa boa, e haja ou não Orçamento de Estado, o FMI acabará por entrar por aí, logo, torna-se necessário deixar impressa e bem vincada uma imagem de vítimas (por falta de consensos e negociadores à altura, dirão eles), em contraposição com a outra imagem, que é a de terem sido eles os autores e continuadores do descalabro. Quanto a Passos Coelho penso que não está interessado em fazer haraquiri político, envolvendo-se com o Sócrates e o “seu” PS, acabando por ser arrastado no aluvião do que aí virá, e as ondas de choque que o FMI certamente provocará.

Entretanto, tecnicamente e face aos últimos desenvolvimentos, estamos perante uma espécie de governo de coligação do PS/PSD, com dois ministros das finanças - Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga - a acertarem agulhas e a garatujarem adendas para mascararem os malefícios do orçamento, pois já foi ultrapassada a fase do ping-pong de piropos, alternada com a troca de ameaças, coisa que apenas serviu para dramatizar, entreter e enganar os cidadãos. Estou curioso com o desfecho desta novela, pois não devemos esquecer que Passos Coelho sempre disse que nunca deixaria passar um Orçamento de Estado que contivesse um aumento brutal da carga fiscal sobre os portugueses, nem Sócrates aceitaria governar sem orçamento, ou com um que não exibisse a sua marca distintiva.

quinta-feira, outubro 21, 2010

Este País não é para Novos nem Velhos

«Sabia que mais de metade das receitas projectadas com a subida do IVA vão "direitinhas" para os cofres de uma empresa privada? Sabia que as transferências dos dinheiros do Estado para esta empresa equivalem a mais de metade das poupanças arrecadadas com o corte de salários dos funcionários públicos?
Pois é, é verdade. Pelo menos, é isso o que nos informa o Relatório do Orçamento de Estado para 2011. Como todos sabemos, o projecto de Orçamento de Estado do governo dá azo ao maior aumento da carga fiscal das últimas décadas. Sobe-se o IVA, o IRS, as contribuições sociais, bem como toda uma série de taxas que farão diminuir o rendimento disponível das famílias e aumentar os custos das empresas e dos consumidores. Cortaram-se ainda salários, prestações sociais, despesas com a Saúde e os gastos com a Educação. Tudo em prol do "interesse nacional". Porém, sabia que o mesmo governo que está a querer aumentar o IVA vai igualmente transferir 587,2 milhões de euros para a ASCENDI, com a desculpa de levar a cabo a "reposição da estabilidade financeira" da empresa? E que esse "reforço" equivale a um aumento de 289,6% das verbas pagas à ASCENDI em relação a 2010? (p.212 do Relatório do OE 2011)
(...)
Quem é a ASCENDI? É uma das empresas / grupos económicos que tem ajudado o governo na sua cruzada de "modernização" do país através da construção de mais de 850 quilómetros de auto-estradas em diversos pontos do país. E quem são os principais accionistas da ASCENDI? Depende da concessão em causa, mas são maioritariamente a Mota-Engil (entre 35% e 45% do total), a ES Concessões (detida pela Mota-Engil) e a OPway, entre outros. (...)»

Excertos do post do Professor Álvaro Santos Pereira, publicado no blog DESMITOS, com o título “Subir o IVA ou ajudar a Ascendi?”, em 18 de Outubro de 2010. O título do post é de minha autoria.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Registo para Memória Futura (23)

José Sócrates, há pouco mais de um ano afirmou: "Está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que eu" (agência Lusa, 2009 Julho 22).

terça-feira, outubro 19, 2010

Trabalhar Sem Rede

«(...) A exaltante operação de salvamento a que o mundo assistiu [dos 33 mineiros chilenos, soterrados a 600 metros de profundidade, durante 69 dias, após a derrocada da mina, no deserto de Atacama] autoriza então uma pergunta: se a ciência, a cooperação, a solidariedade foram capazes de evitar a tragédia depois do desastre, qual a razão porque não conseguem evitar o desastre antes da tragédia?»

Excerto do artigo de Ruben de Carvalho, intitulado “O depois e o antes”, publicado no semanário EXPRESSO de 16 de Outubro de 2010. O título do post é de minha autoria.

Anda Cá, Não Fujas!

Anda cá, não fujas! Tu aprovas o meu orçamento e eu aprovo a tua revisão constitucional, queres assim?

segunda-feira, outubro 18, 2010

A Dramática Preocupação

«A minha preocupação é que fiquemos numa situação muito difícil, se Portugal não tiver um orçamento para o próximo ano», afirmou Pedro Passos Coelho ao matutino alemão FRANKFURTER ALLGEMEINE.
É caso para fazer uma pergunta: Porque será que os políticos portugueses dizem certas coisas no estrangeiro (ou para os jornalistas estrangeiros), que não se arriscam a dizer cá dentro?

Registo para Memória Futura (22)

EM DECLARAÇÕES ao jornal DIÁRIO ECONÓMICO, o primeiro-ministro José Sócrates garantiu que este Orçamento de Estado para 2011 “é absolutamente necessário”, pois que "protege o País da crise internacional, protege a economia, protege o emprego e protege o modelo social em que queremos viver".

sexta-feira, outubro 15, 2010

Confirma-se!

EM VÉSPERAS de apresentação do Orçamento de Estado para 2011, os quatro banqueiros mais influentes do país, reuniram-se, primeiro com José Sócrates, depois com o PSD, e finalmente com Teixeiróquio dos Bancos, onde puseram as suas condições e deram as suas ordens. É mais do que provável que tenham dado alguns murros na mesa, afirmando que não suportam as intromissões nos seus negócios tóxicos, nem os "escandalosos" agravamentos de impostos sobre a sua actividade.
Como eu já desconfiava, os verdadeiros ministros das finanças do país são os senhores Faria de Oliveira (CGD), Carlos Santos Ferreira (BCP), Ricardo Salgado (BES) e Fernando Ulrich (BPI). Quanto a José Sócrates e Fernando Teixeira dos Santos, não passam de simples secretários de estado às suas ordens. Quanto à oposição PSD e CDS/PP, fazem o que lhes mandam, devem manter o bico calado e não estão autorizados a excederem-se, pondo o pé em ramo verde, SENÃO!...

quinta-feira, outubro 14, 2010

Outros Delitos, SIM! Delito de Opinião, NÃO!

SOBRE a “questão” Prémio Nobel da Paz de 2010, garatujei um comentário no post do Bruno Simão da ESSÊNCIA DA PÓLVORA, mas não fiquei satisfeito. Post é post e comentário é uma coisa muito parecida com o velho jogo de “toca e foge”, isto é, deixamos a dica e vamos embora que se faz tarde. Portanto, tinha que alinhavar mais algumas ideias, não porque houvesse uma qualquer obrigação, mas porque tenho um dever de consciência, que não me deixa dormir quando o sujeito não concorda com o predicado.

Liu Xiaobo terá sido um dos principais redactores da Carta 08, documento reivindicativo, subscrito por muitos outros cidadãos chineses, onde se pedia o estabelecimento da liberdade de imprensa e de opinião, bem como os direitos civis e políticos, que são comuns na nossa civilização dita ocidental. Entre outras coisas, essa Carta 08 reclamava o seguinte:

“(…) Este ano é o 100.º aniversário da Constituição Chinesa, o 60.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o 30.º aniversário do Muro da Democracia e o 10.º ano desde que a China assinou a Convenção Internacional dos Direitos Civis e Políticos. Depois de experimentar um prolongado período de desastres dos direitos humanos e uma tortuosa luta e resistência, os cidadãos chineses estão cada vez mais e com maior clareza reconhecendo que a liberdade, igualdade e direitos humanos são valores universais comuns compartilhados por toda a humanidade, e que a democracia, a república e o constitucionalismo constituem a estrutura basilar da governança moderna. Uma "modernização" ausente destes valores universais e deste arcabouço político é um processo desastroso que priva os homens de seus direitos, corrói a natureza humana e destrói a sua dignidade. Para onde a China se encaminhará no século XXI? Continuará uma "modernização" sob este tipo de autoritarismo? Ou reconhecerá os valores universais, assimilados em comum nas nações civilizadas e construirá um sistema político democrático? Esta é uma decisão fundamental que não pode ser evitada. (…)” .

Seja porque não gostaram dos seus modos, ou da sua militância, as autoridades chinesas fisgaram-no. Nestas coisas de dissidência, normalmente, é para que sirva de exemplo, como aconteceu com meu pai e outros cinquenta sindicalistas, nos anos cinquenta do século passado, no auge do consulado salazarista. Aqui ou em qualquer outra parte do mundo, também eu subscreveria este documento, porque se não aceitava que tal coisa persistisse no século XX, muito menos o admitiria no século XXI. Os quatro anos que o meu pai passou nos “curros” do Aljube e nas celas de Caxias, são motivo mais do que suficiente para não subscrever qualquer aberração, baptizada de “militância anti-social” ou “delito se opinião”.

O regime chinês não gostou. Liu Xiaobo (de quem nunca ouvi falar, tal como o Bruno Simão, pois, eles são muitos milhões!) foi preso em Dezembro de 2009 e condenado a 11 anos de prisão, sob a acusação de ter atentado contra tudo e mais alguma coisa, menos contra o direito e a liberdade de opinião, que na China, é um conceito proibido. Já a companheira, outra “perigosa cúmplice”, está com residência fixa, sem poder movimentar-se, apenas por ser mulher do dito “criminoso”. Com base neste currículo, não sei se exageradamente, por excesso ou por defeito, o senhor Liu Xiaobo foi galardoado pela Academia com o Prémio Nobel da Paz de 2010. Obama também o foi, e na altura, embora não havendo obras, mas apenas projectos e intenções, também teve que suportar o fardo. Quero lá saber que a China seja uma emergente potência económica, senão mesmo um potentado. Quero lá saber que os E.U.A. estejam subservientes do potencial económico e financeiro que a China tem vindo a acumular de há 30 anos para cá, e que ela seja parceiro de confiança (quase obrigatório) ou não, do complexo sistema que está a gerar-se. Para quem ainda não percebeu, a China irá substituir-se aos E.U.A. e a mais a umas quantas potências (económicas e não só), e o resto são cantigas. Quando chegar a altura, irão perfilar-se as alianças que desenharão os próximos vinte ou trinta anos da história do mundo, com ou sem colapso, vindas dos mais imprevistos quadrantes. Por isso, o que subsiste é que quem luta pelas liberdades e pelas suas ideias, tenham ou não os nomes de Rigoberta Menchu, Nelson Mandela, Martin Luther King Jr., Desmond Tutu ,
Aung San Suu Kyi ou Liu Xiaobo, pessoas que abdicaram de tudo, coisas a que muitos de nós, mesmo os mais desprendidos das mais insignificantes vaidades e comodidades, nunca renunciaria, serão a luz que marcará o caminho. Não me interessa se o campo de batalha é na China, na Guatemala, em Portugal, na Birmânia ou na África da Sul. As liberdades e os direitos humanos têm a ver com as pessoas, as suas ideias e as suas opções, desde a pessoa singular até à colectiva, extravasando as nacionalidades, as ideologias e os regimes. E contra isto levantarei a minha voz, e a minha escrita, enquanto a voz não me doer, nem a tinta se esgotar.

Em abono disto, faço minhas as palavras de um comunista português já falecido, que certo dia, no refluxo da Revolução de 25 de Abril, dizia, para quem o queria ouvir: “a liberdade é um bem inestimável, é para todos, excepto para quem atenta contra a liberdade”. Foi frase que nunca esqueci e que me marcou. Por isso, o comunicado do PCP sobre esta atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2010, faz-me lembrar alguém que quer dar opinião sobre um vinho da sua lavra que, vá-se lá saber porquê, seja por obstinação, incúria ou distracção, não o deixou respirar na altura de ser servido, e o dito azedou.

Acrescento uma lista de ditadores que corporizaram (ou ainda corporizam) regimes totalitários, autoritários, ditaduras militares, estados policiais e outras aberrações mascaradas de monarquias e democracias populares, onde por sistema não existe liberdade de expressão. Há alguns que faltam, como a ditadura dos coronéis na Grécia. Não pactuei (nem pactuo) com nenhum deles. A alguns dei-lhes o benefício da dúvida, porque assumi que os seus objectivos finais eram justos, embora usassem (e abusassem) dos ensinamentos de Maquiavel, quando aquele dava conselhos ao “Príncipe”, dizendo-lhe que os fins justificavam os meios. Em vão! Hoje, muito anos depois, prevalece a sentença de um dos meus professores de religião e moral, um padre sem cabeção, escorraçado pela Igreja portuguesa, conivente com o regime, que na aula, entre dentes nos sussurrava: “Meninos, não se iludam: Deus criou o Homem, mas bem pode limpar as mãos à parede!”

Argentina
Juan Domingo Perón 1946-1955
Juan Manuel Rosas 1829-1852
Rafael Videla 1976-1981
Leopoldo Galtieri 1981-1982

Bolívia
René Barrientos 1964-1969

Brasil
Getúlio Vargas 1930-1945
Humberto de Alencar Castelo Branco 1964-1967
Costa e Silva 1967-1969
Emílio Garrastazu Médici 1969-1974
Ernesto Geisel 1974-1979

Chile
Augusto Pinochet 1973-1990

Cuba
Fulgêncio Batista 1933-1944/1952-1959
Fidel Castro 1959-1976/1976-2008
Raúl Castro (2008-atualidade)

República Dominicana
Rafael Trujillo 1930-1961

El Salvador
Maximiliano Martínez 1931-1944

Guatemala
José Efraín Ríos Montt 1982-1983

Haiti
François Duvalier ("Papa Doc") 1957-1971
Jean-Claude Duvalier ("Baby Doc") 1971-1986

Honduras
Oswaldo López Arellano 1963-1975

México
Porfirio Díaz 1876-1910
Antonio López de Santa Anna 1824-1854

Nicarágua
Anastasio Somoza García 1936-1956
Luis Somoza 1956-1967
Anastasio Somoza Debayle 1967-1979

Paraguai
Alfredo Stroessner 1954-1989
Carlos Antonio López 1840-1862
Francisco Solano López 1862-1870

Venezuela
José Antonio Páez 1830-1848
Hugo Chávez 1998 - a atual

África
Gamal Abdel Nasser (Egito) 1954-1970
Anwar Sadat (Egito) 1970-1981
Hosni Mubarak (Egito) 1981-atualidade
Idi Amin Dada (Uganda) 1971-1979
Jean-Bedel Bokassa (República Centro-Africana) 1966-1979
Omar Bongo (Gabão) 1967-atualidade
Mobutu Sese Seko (Zaire, atual Rep. Dem. Congo) 1965-1997
Omar al-Bashir (Sudão) 1989-atualidade
Muammar al-Gaddafi (Líbia) 1969-atualidade
Robert Mugabe (Zimbabué) 1980-atualidade
José Eduardo dos Santos (Angola) 1979-atualidade

Ásia
Pervez Musharraf (Paquistão) 1999-2008
Mulah Omar (Afeganistão) 1995-2001
Saparmurat Niyazov (Turcomenistão) 1990-atualidade
Kim Il-Sung (Coréia do Norte) 1948-1994
Kim Jong Il (Coréia do Norte) 1994-atualidade
Chiang Kai-Shek (China) 1925-1949 (Taiwan) 1949-1975
Mao Tsé-Tung (China) 1949-1960/1966-1976
Deng Xiaoping (China) 1977-1990
Jiang Zemin (China) 1993-2003
Hu Jintao (China) 2003-atualidade
Roza Otunbayeva (Quirguistão) 2010 -atualidade
Ngo Dinh Diem (Vietnam do Sul) 1955-1963
Duong Van Minh (Vietnam do Sul) 1963,1964-1975
Nguyen Van Thieu (Vietnam do Sul) 1965-1975
U Ne Win (Birmânia) 1962-1988
Reza Pahlevi (Irã) 1941-1979
Ali Khamenei (Irã) 1989-atualidade
Aiatolá Khomeini (Irã) 1979-1989
Saddam Hussein (Iraque) 1979-2003
Hafez al-Assad (Síria) 1971-2000
Lon Nol (Camboja) 1970-1975
Pol Pot (Camboja) 1975-1979
Horloogiin Choibalsan (Mongólia) 1921-1952

Europa
Aleksandr Lukashenko (Bielorrússia) 1994-atualidade
Napoleão Bonaparte (França) 1799-1815
Adolf Hitler (Alemanha) 1933-1945
Benito Mussolini (Itália) 1922-1945
Francisco Franco (Espanha) 1939-1975
António de Oliveira Salazar (Portugal) 1932-1968
Todor Zhivkov (Bulgária) 1954-1989
Marcello Caetano (Portugal) 1968-1974
Nicolae Ceausescu (Romênia) 1965-1989
Slobodan Miloševic (Sérvia) 1989-2000
János Kádár (Hungria) 1956-1988
Miklós Horthy (Hungria) 1920-1944
Enver Hoxha (Albânia) 1945-1985
Josef Stalin (União Soviética) 1924-1953
Nikita Khrushchov (União Soviética) 1954-1964
Leonid Brejnev (União Soviética) 1964-1982
Wladyslaw Gomulka (Polônia) 1951-1970
Edward Gierek (Polônia) 1970-1971

Fonte: Wikipédia

terça-feira, outubro 12, 2010

Decidam-se lá!

QUER-ME parecer que não nos andam a contar toda a verdade. Por um lado temos aqueles que quase nos garantem que Sócrates se vai demitir em 29 de Outubro, na sequência da rejeição do Orçamento de Estado, pelo Parlamento, com os votos do PSD. Por outro, temos quem afiance que estamos a assistir a jogos e pressões, com negociatas e entendimentos de permeio, mais ou menos confidenciais, exibidos como genuíno patriotismo, e que irão adiar as eleições por mais uns meses, para depois das presidenciais, enquanto o fogo do inferno vai consumindo pessoas, teres e haveres.

Entretanto, exactamente a 24 de Novembro, irá ocorrer uma Greve Geral, suportada pela CGTP e a UGT, emoldurada com as contestações às portagens das SCUTs, e mais umas quantas reivindicações. Quanto ao PS, em ambiente de fim de festa, vai-se movimentando nos bastidores e nas suas distritais, vai arrumando a casa e varrendo as incoerências para debaixo do tapete, contando espingardas e descendo os escaleres, para abandonar o barco antes que ele se afunde a pique, e leve no seu turbilhão, uns quantos refractários que se perderam à procura de parceiro para dançar o tango.

Um novo e péssimo orçamento para 2011, ou um novo-velho orçamento, baseado em duodécimos, não me parece fazer grande diferença, atendendo ao estado em que Sócrates está a deixar o país, e não me venham com o “papão” das agências de rating e a possibilidade de deixar de haver quem nos dê crédito, porque isso, com ou sem orçamento, de uma forma ou de outra, é uma alcateia que trazemos coladas às canelas, e de que já não nos conseguimos livrar. Persiste apenas a dúvida de saber se Sócrates joga no tabuleiro das eleições lá para meados do ano que vem, ou se espera que se reúnam as condições para ele se voltar a vitimizar, auto-imolando-se, com a desculpa da ausência de orçamento próprio, ficando limitado à sua condição de governo de gestão, desprovido de poder para produzir mais malefícios.

Feitas as contas, não sei o que é pior, se continuar a manter-se este permanente e quotidiano escândalo nacional, em que o próprio governo, depois de dizer que está fora de questão aumentar os impostos, acaba a esbulhar o povo português dos seus já reduzidos meios de subsistência, ou se devem reunir-se as condições para açaimar e manietar um (des)governo onde ninguém se demite ou é demitido, onde nem sequer se equaciona a hipótese de remodelação, mas onde ainda se brinca ao “rapa-tira-põe-deixa”, a propósito das acumulações de pensões e vencimentos da classe dirigente, ou se faz vista grossa aos gastos sumptuários com consultorias e aniversários de organismos do Estado. Todos se desentendem, porém, é evidente, o problema já não é a desafinação do colectivo governativo, mas sim o chefe da orquestra, propriamente dito, que vai continuando a girar, impondo o ritmo, entre o estarmos hoje em crise, grave e profunda, amanhã já se ver a luz ao fundo do túnel, para depois de amanhã deixar de se vislumbrar a tal luz e o próprio túnel. Ou então decidir-se hoje a fazer o TGV, amanhã já não ser oportuno, e depois de amanhã logo se vê. Fica uma pergunta no ar: dizem isto automaticamente, porque têm que dizer qualquer coisa, ou é tudo premeditado, para armar confusão?

Na verdade, quem nos está a governar e a governar-se, são os escritórios de advogados, contratados por ajuste directo e pagos a peso de ouro, as empresas de organização de eventos e as agências de comunicação, e pelo meio, apenas se vê Sócrates a rodopiar. Não desarma a barraca, e todos os dias, continua a atordoar-nos com os seus números de circo, prometendo, simulando, adiando, gesticulando, mentindo, gastando, esvoaçando como o cuco, e pondo os seus ovos em ninho alheio, esquecendo ou ignorando que já ninguém o leva a sério, e todos lhe chamam trafulha e mentiroso. Com tudo isto não se controlam os danos feitos ao país. Sócrates vai acabar mal, mas nós, graças a ele e à sua pandilha, assados, fritos ou cozidos, vamos ficar pior, por muito e longo tempo. Vá lá, meus senhores, decidam-se! Os tomatinhos-miniatura não são só uma inovação gastronómica; na política são um facto… Já agora, à falta de chumbo do orçamento, entalem o Sócrates e dêem-lhe com outra moção de censura!

segunda-feira, outubro 11, 2010

As “Cunhas” do Orçamento

NA NOITE de 8 de Outubro de 2010, Durão Barroso, em tempos conhecido por “camarada Veiga”, mais recentemente por “cherne”, e agora presidente em exercício da Comissão Europeia, meteu uma “cunha” para que haja um "acordo" entre as forças políticas, para aprovação do requentadíssimo orçamento de Estado para 2011.
Entretanto, chegou-me aos ouvidos que, antes disso, alguém teria sugerido que fosse pedida a mediação da antiga deputada do Partido Radical italiano, Elena Anna Staller, também conhecida por Cicciolina, porém, a coisa não se concretizou, pois ela teria posto como condição que PS e PSD estivessem dispostos a levar a cabo uma sessão de “swing” com ela, nas instalações do Freeport.

sábado, outubro 09, 2010

Registo para Memória Futura (21)

“Sócrates é um dos melhores líderes na Europa”.

Declaração de Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, em entrevista ao semanário EXPRESSO, em 9 de Outubro de 2010. A declaração também podia ser classificada como a Anedota do Ano.