terça-feira, julho 23, 2013

O Triângulo PGM


SEMELHANTE ao celebérrimo e muito citado Triângulo das Bermudas, também temos o nossoTriângulo PGM, este porém, não é uma área geográfica onde desaparecem coisas, tais como barcos e aviões, mas um vórtice semelhante a um buraco negro, insaciável devorador de factos e acontecimentos indesejáveis, manipulado por um (P)residente, um (G)overno e uma (M)aioria. A última vítima foi uma crise política. Começou no dia 11 quando o Presidente disse que o Governo estava em «perda de credibilidade e de confiança gerada pelos acontecimentos da semana passada», para 10 dias depois, todos aqueles epítetos se transformarem em «coesão e solidez» do mesmíssimo Governo, que foi reconduzido como se nada se tivesse passado. O Governo não estava à altura, agora já está. Não era de confiança, agora já é. Parecia que estava a desmanchar-se, agora já não. Afinal a crise não passou disso mesmo, de uma espécie de aberração espácio-temporal que o tal buraco cósmico se encarregou de suprimir, a pedido de várias famílias. Por obra e graça de um anibalesco sortilégio, a crise nunca existiu, e provavelmente, nunca será citada nos livros como um facto histórico, mas sim como uma encenação, melhor, uma grande trafulhice.

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