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Já há quem lhe chame o novo hino nacional.
Outros dizem que renasceu a canção de intervenção,
Porque o “que faz falta é avisar a malta”.
Alguns garantem que dá protagonismo ao “engenheiro”,
Outros que é um grito de revolta.
Para mim, nem precisa de música,
Basta a letra para sabermos
Qual o estado da nação.
SEM EIRA NEM BEIRA
Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar / Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir / Encontrar
Mais força para lutar…
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer
É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar / A enganar
o povo que acreditou
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar…
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão
Letra e música da banda “Xutos e Pontapés”
quinta-feira, abril 16, 2009
Porquê Só Agora?
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É CASO para deixar a pergunta: Porquê só agora? Vem isto a propósito do artigo que o site do jornal PÚBLICO de 15 de Abril de 2009 publicou, baseado na notícia veiculada pela agência LUSA, a qual dava conta que, na sequência de um estudo por ele elaborado, o “Banco de Portugal identificou em 2006 dois milhões de pobres em Portugal”. Isto significa que foi preciso esperar 3 anos para que se chegasse a tão dramática conclusão, num país que tem uma população de 10 milhões de habitantes, e dos quais apenas 5 milhões são activos, exercendo uma actividade profissional remunerada. Além disso, não me parece que o Banco de Portugal esteja vocacionado para levar a cabo tais estudos, embora a preocupação com os índices da pobreza seja de louvar, mas as suas atribuições dizem mais respeito à emissão de moeda, supervisão das instituições de crédito e sociedades financeiras, área que, aliás, nos últimos anos, foi significativamente esquecida, senão mesmo negligenciada, além da estabilidade do sistema financeiro e a gestão das disponibilidades externas do país. Seria ao I.N.E. (Instituto Nacional de Estatística) que caberia essa função, articulada, como é óbvio, com outras entidades, a qual deveria ter carácter de rotina, funcionando como instrumento destinado a detectar os sinais e a prevenir as crises de carácter social, e não ser encarada como um estudo isolado, quase curiosidade, que quando chega às conclusões finais, apenas vem confirmar aquilo que já toda a gente suspeita: a crise está instalada e ganhou raízes, como é o presente caso.
Mas vamos saber o que se passa. O tal estudo e a notícia do PÚBLICO rezam o seguinte:
“Portugal tinha em 2006 dois milhões de pobres, conclui um estudo feito por Nuno Alves, do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, dos quais 300 mil eram crianças.A conclusão faz parte de um artigo publicado no boletim económico de Primavera do Banco de Portugal que mostra que 56 por cento desses pobres tem entre os 15 e os 64 anos. Esta análise considera um indivíduo pobre se, num determinado período, o seu nível de rendimento (despesa) for inferior a 60 por cento do rendimento (despesa) mediano em Portugal. Em valores, isto corresponde a dizer que a linha de pobreza calculada com base no rendimento ascendia a 382 euros mensais em 2005, a preços desse ano. O mesmo estudo conclui que as classes particularmente vulneráveis à situação de pobreza são as famílias em que pelo menos um adulto está desempregado, idosos com baixos níveis de educação, famílias compostas só com um adulto solteiro que não trabalha e que tem filhos e famílias numerosas em que pelo menos um adulto não trabalha. Os dados revelam que 25 a 30 por cento da população pobre em 2005/2006 exercia regularmente uma profissão e que 40 por cento dos indivíduos com mais de 14 anos sem percurso escolar era pobre. Por isso, conclui Nuno Alves, os dados provam que "existem elevados níveis de retorno da educação na mercado de trabalho em Portugal", sobretudo nas pessoas que tiverem uma educação universitária. Para o futuro, o especialista prevê que o aumento da taxa de desemprego seja o principal factor a pesar no aumento da pobreza em Portugal.”
É CASO para deixar a pergunta: Porquê só agora? Vem isto a propósito do artigo que o site do jornal PÚBLICO de 15 de Abril de 2009 publicou, baseado na notícia veiculada pela agência LUSA, a qual dava conta que, na sequência de um estudo por ele elaborado, o “Banco de Portugal identificou em 2006 dois milhões de pobres em Portugal”. Isto significa que foi preciso esperar 3 anos para que se chegasse a tão dramática conclusão, num país que tem uma população de 10 milhões de habitantes, e dos quais apenas 5 milhões são activos, exercendo uma actividade profissional remunerada. Além disso, não me parece que o Banco de Portugal esteja vocacionado para levar a cabo tais estudos, embora a preocupação com os índices da pobreza seja de louvar, mas as suas atribuições dizem mais respeito à emissão de moeda, supervisão das instituições de crédito e sociedades financeiras, área que, aliás, nos últimos anos, foi significativamente esquecida, senão mesmo negligenciada, além da estabilidade do sistema financeiro e a gestão das disponibilidades externas do país. Seria ao I.N.E. (Instituto Nacional de Estatística) que caberia essa função, articulada, como é óbvio, com outras entidades, a qual deveria ter carácter de rotina, funcionando como instrumento destinado a detectar os sinais e a prevenir as crises de carácter social, e não ser encarada como um estudo isolado, quase curiosidade, que quando chega às conclusões finais, apenas vem confirmar aquilo que já toda a gente suspeita: a crise está instalada e ganhou raízes, como é o presente caso.
Mas vamos saber o que se passa. O tal estudo e a notícia do PÚBLICO rezam o seguinte:
“Portugal tinha em 2006 dois milhões de pobres, conclui um estudo feito por Nuno Alves, do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, dos quais 300 mil eram crianças.A conclusão faz parte de um artigo publicado no boletim económico de Primavera do Banco de Portugal que mostra que 56 por cento desses pobres tem entre os 15 e os 64 anos. Esta análise considera um indivíduo pobre se, num determinado período, o seu nível de rendimento (despesa) for inferior a 60 por cento do rendimento (despesa) mediano em Portugal. Em valores, isto corresponde a dizer que a linha de pobreza calculada com base no rendimento ascendia a 382 euros mensais em 2005, a preços desse ano. O mesmo estudo conclui que as classes particularmente vulneráveis à situação de pobreza são as famílias em que pelo menos um adulto está desempregado, idosos com baixos níveis de educação, famílias compostas só com um adulto solteiro que não trabalha e que tem filhos e famílias numerosas em que pelo menos um adulto não trabalha. Os dados revelam que 25 a 30 por cento da população pobre em 2005/2006 exercia regularmente uma profissão e que 40 por cento dos indivíduos com mais de 14 anos sem percurso escolar era pobre. Por isso, conclui Nuno Alves, os dados provam que "existem elevados níveis de retorno da educação na mercado de trabalho em Portugal", sobretudo nas pessoas que tiverem uma educação universitária. Para o futuro, o especialista prevê que o aumento da taxa de desemprego seja o principal factor a pesar no aumento da pobreza em Portugal.”
quarta-feira, abril 15, 2009
O ARGUS está entre nós!
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Segunda-feira, 6 de Abril de 2009, o sonho tornou-se realidade: o velho lugre bacalhoeiro ARGUS regressou a Portugal! Foi a sua primeira entrada em 70 anos no Porto de Aveiro, na cidade de Ílhavo, apoiado pelos rebocadores, depois da uma corajosa viagem transatlântica, a ostentar ainda a sua graciosidade e robustez, e sempre imponente nos seus quatro mastros. A maioria da comunicação social de referência, assumiu uma olímpica indiferença e deixou passar o assunto em claro. No meio de tanta coisa indesejável que acontece no país, esta é uma boa notícia que registo com satisfação, e uma acção de resgate que merece ser elogiada, pois aquele lugre é um património que encerra em si uma história irrepetível, logo de valor incalculável. Até meados do século passado, pelos porões do ARGUS viajaram muitos milhares de toneladas de bacalhaus, para alimentar os portugueses, mantimento arrancado aos bancos da Terra Nova e da Gronelândia, no tempo em que aquela pesca ainda se fazia com frágeis dóris e linhas de anzóis, por uma geração de pescadores que enfrentavam seis longos meses de trabalho sobre-humano, nos mares gelados do círculo polar ártico, longe da família e do torrão natal. Portanto, para além do respeito que nos merecem essas equipagens, autênticos heróis do mar, também este ARGUS que agora se acolhe junto de nós, é um ancião que todos devemos honrar e acarinhar.
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.Fotos de João Vieira . Francisco Paião . Juliana Teixeira do site da PASCOAL ( The New Quest of the Schooner Argus ) em http://polynesia2.blogspot.com/
terça-feira, abril 14, 2009
Pergunta Inocente!
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Digam-me quem são as principais “famílias” económicas que vivem à sombra do poder político e dir-vos-ei quem manda no país!
Digam-me quem são as principais “famílias” económicas que vivem à sombra do poder político e dir-vos-ei quem manda no país!
segunda-feira, abril 13, 2009
A Ilusão do Betão (*)
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“Dez a doze mil veículos é o tráfego necessário para que se justifique a construção de uma auto-estrada, de acordo com os parâmetros internacionais e com normas do Plano Rodoviário 2000. Ora de acordo com contas feitas pelo Expresso (4.4.09), nove das actuais auto-estradas não têm razão de existir porque ficam abaixo daquele limite de tráfego: três no Norte (A11, A7 e A24), duas no Centro (A14 e A17) e quatro no Sul (A10, A15; A13 e A6).
…
Mas quando o Eurostat revela que Portugal é dos países da Europa com mais auto-estradas por habitante e densidade geográfica; e que a região de Lisboa e Vale do Tejo é a “campeã” da União Europeia neste item, convém parar para reflectir.
…
Um estudo de há dois anos, encomendado pela FLAD e liderado pelo economista Marvão Pereira, demonstrava que, na fase actual, os investimentos em infra-estruturas mais rentáveis deveriam ser feitos nos portos, porque são os que apresentam uma contribuição mais positiva para o PIB e para o emprego. Mas, pelos vistos, o Governo gere-se por outros estudos, apesar de ser evidente que novos investimentos em auto-estradas (mesmo que sejam “apenas” mais 600 kms) não aumentam a produtividade do país nem a sua competitividade. E todos os investimentos deveriam, neste momento, ser canalizados para aumentar a competitividade do país. Sem isso, vamos passar dificuldades muito sérias durante largos anos.”
Extracto do artigo de Nicolau Santos, intitulado “Podem parar de construir auto-estradas?”, publicado no semanário EXPRESSO de 10 de Abril de 2009.
(*) O título do post é da minha responsabilidade.
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Mas quando o Eurostat revela que Portugal é dos países da Europa com mais auto-estradas por habitante e densidade geográfica; e que a região de Lisboa e Vale do Tejo é a “campeã” da União Europeia neste item, convém parar para reflectir.
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Um estudo de há dois anos, encomendado pela FLAD e liderado pelo economista Marvão Pereira, demonstrava que, na fase actual, os investimentos em infra-estruturas mais rentáveis deveriam ser feitos nos portos, porque são os que apresentam uma contribuição mais positiva para o PIB e para o emprego. Mas, pelos vistos, o Governo gere-se por outros estudos, apesar de ser evidente que novos investimentos em auto-estradas (mesmo que sejam “apenas” mais 600 kms) não aumentam a produtividade do país nem a sua competitividade. E todos os investimentos deveriam, neste momento, ser canalizados para aumentar a competitividade do país. Sem isso, vamos passar dificuldades muito sérias durante largos anos.”
Extracto do artigo de Nicolau Santos, intitulado “Podem parar de construir auto-estradas?”, publicado no semanário EXPRESSO de 10 de Abril de 2009.
(*) O título do post é da minha responsabilidade.
domingo, abril 12, 2009
RESERVADO O DIREITO DE ADMISSÃO
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ALGUMAS MÃES e esposas de Bragança, cansadas da monotonia transmontana, meteram-se num autocarro e vieram de excursão até Faro, com o seu manual de boas maneiras em riste. Sempre atentas aos maus costumes, foram visitar as novas instalações da Loja do Cidadão, uma coisa que é um espanto tecnológico, mas quanto a fatiotas e perfumes, não gostaram do que viram e do que cheiraram, e correram a dar uns conselhos àquelas pessoas do costume, solícitas, que são todas ouvidos, e que gostam de fazer fretes e de impressionar os superiores. Vai daí, e os futuros funcionários (masculinos e femininos) que irão dar andamento às nossas necessidades burocráticas, foram advertidos pela dona Pulquéria (vogal da Agência de Modernização Administrativa) que NÃO será permitido atenderem o público ostentando gangas, mini-saias, decotes avantajados, sapatilhas, saltos altos e outras coisas que possam ferir ou maltratar o decoro dos cidadãos. O povo, e muito bem, quer qualidade nos serviços e não exibicionismos gratuitos de vestuários arrojados, a insinuarem detalhes anatómicos, pois é sabido que os calores meridionais são maus conselheiros em matéria de recato e bons serviços. Tudo isto porque a Loja do Cidadão é um local de trabalho muito digno, não é uma leitaria de bairro, e se queremos bandalheira temos outras portas onde ir bater. Só falta dizer que quem não cumprir a directiva leva com um processo disciplinar a condizer (se calhar já está regulamentado, mas ainda não sabemos), e enquanto não houver decisão, fica o resto do tempo de castigo, de pé e virado para a montra da Loja, para troça dos transeuntes. Sobre o cidadão que resolva aceder ao serviço, a cheirar a óleo de amendoim, envergando apenas fato de banho e chinela romana, ainda não há sugestões nem regulamento, mas no futuro logo se vê.Volto a insistir que isto não é inocente. Só falta voltarmos a ver à entrada de alguns locais públicos, aquela tabuleta que, no tempo do outro senhor, rezava o seguinte: RESERVADO O DIREITO DE ADMISSÃO.
quinta-feira, abril 09, 2009
Palavras de Ontem e Realidades de Hoje
“…
Em termos gerais e de princípio, se um partido no poder pensa vencer a oposição tornando-se ele próprio um partido de oposição a ideias básicas do seu programa anterior e a toda a sua acção anterior, condenando todo o seu próprio passado e tornando-se um novo partido que incorpora objectivos essenciais da oposição, pode suceder que a oposição não necessite de ganhar a batalha contra esse partido porque pode ganhá-la dentro dele.
…”
Estas palavras, pronunciadas num outro contexto, pelo Dr. Álvaro Cunhal em 1989 (*), mas perfeitamente aplicáveis à deriva que o PS está a experimentar, levando à prática as políticas que o PSD e o CDS nunca se atreveram a concretizar numa única legislatura, são clarividentes e demonstram bem os custos que acarreta ( para os cidadãos e para a credibilidade política desses partidos), efectuar viragens políticas de quase 180 graus. A última acha lançada para esta fogueira, foi a opção, verdadeiramente escandalosa, de José Sócrates, de apoiar a recondução de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, argumentando apenas da excelência de aquela ser uma candidatura portuguesa, esquecendo que aquela figura é a de um típico neoliberal (linha responsável pela actual crise internacional), altamente comprometido com as políticas e estratégias de G.W.Bush. Enfim, mais palavras para quê? Chegam e sobram as palavras de ontem para as realidades de hoje.
(*) Entrevista do Dr. Álvaro Cunhal, concedida ao jornal “AVANTE!” de 13-Jul-1989. depois de uma viagem à ex-Checoslováquia, Hungria, Polónia e ex-RDA.
Em termos gerais e de princípio, se um partido no poder pensa vencer a oposição tornando-se ele próprio um partido de oposição a ideias básicas do seu programa anterior e a toda a sua acção anterior, condenando todo o seu próprio passado e tornando-se um novo partido que incorpora objectivos essenciais da oposição, pode suceder que a oposição não necessite de ganhar a batalha contra esse partido porque pode ganhá-la dentro dele.
…”
Estas palavras, pronunciadas num outro contexto, pelo Dr. Álvaro Cunhal em 1989 (*), mas perfeitamente aplicáveis à deriva que o PS está a experimentar, levando à prática as políticas que o PSD e o CDS nunca se atreveram a concretizar numa única legislatura, são clarividentes e demonstram bem os custos que acarreta ( para os cidadãos e para a credibilidade política desses partidos), efectuar viragens políticas de quase 180 graus. A última acha lançada para esta fogueira, foi a opção, verdadeiramente escandalosa, de José Sócrates, de apoiar a recondução de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, argumentando apenas da excelência de aquela ser uma candidatura portuguesa, esquecendo que aquela figura é a de um típico neoliberal (linha responsável pela actual crise internacional), altamente comprometido com as políticas e estratégias de G.W.Bush. Enfim, mais palavras para quê? Chegam e sobram as palavras de ontem para as realidades de hoje.
(*) Entrevista do Dr. Álvaro Cunhal, concedida ao jornal “AVANTE!” de 13-Jul-1989. depois de uma viagem à ex-Checoslováquia, Hungria, Polónia e ex-RDA.
terça-feira, abril 07, 2009
A Intimidação como Arma (*)
“…
O Freeport tornou-se uma arma semântica de destruição maciça, cujas interpretações passaram a ser independentes do que é ou não é real. E isto é o preço de não sabermos o que é e o que não é real. O que toda a gente (incluindo o primeiro-ministro) tinha o direito a esperar é que a justiça seguisse o seu caminho. Mas em vez disso só se fala de casos laterais. Primeiro, eram as fugas para a imprensa. Agora, este episódio das pressões. Tudo funciona num círculo vicioso sem nunca chegar ao centro. Ao mesmo tempo, entrou em marcha, a partir do congresso do Partido Socialista, um jogo de intimidação dos media, identificando primeiro os "inimigos" (este jornal e a TVI) e passando depois à fase de processar jornalistas - incluindo um colunista cujo único "delito" é o de ter opinião. Nada disto são erros, mas sim uma estratégia de fuga para a frente em que o Governo vai ficando cada vez mais isolado. Um erro emenda-se, a incapacidade em conviver com a crítica, não. Tem sido assim desde o início deste caso. Estamos a pouco e pouco a descer ao nível de um Silvio Berlusconi, que decidiu ameaçar com represálias a imprensa italiana depois de esta ter divulgado as gaffes do Cavaliere nas cimeiras do G20 e da NATO. E a intimidação não é aceitável.
…”
Extracto do artigo de Miguel Gaspar, com o título “Cantigas Imortais e Patrióticas” e publicado no jornal PÚBLICO de 2009 Abril 7
(*) O título do post é da minha responsabilidade
O Freeport tornou-se uma arma semântica de destruição maciça, cujas interpretações passaram a ser independentes do que é ou não é real. E isto é o preço de não sabermos o que é e o que não é real. O que toda a gente (incluindo o primeiro-ministro) tinha o direito a esperar é que a justiça seguisse o seu caminho. Mas em vez disso só se fala de casos laterais. Primeiro, eram as fugas para a imprensa. Agora, este episódio das pressões. Tudo funciona num círculo vicioso sem nunca chegar ao centro. Ao mesmo tempo, entrou em marcha, a partir do congresso do Partido Socialista, um jogo de intimidação dos media, identificando primeiro os "inimigos" (este jornal e a TVI) e passando depois à fase de processar jornalistas - incluindo um colunista cujo único "delito" é o de ter opinião. Nada disto são erros, mas sim uma estratégia de fuga para a frente em que o Governo vai ficando cada vez mais isolado. Um erro emenda-se, a incapacidade em conviver com a crítica, não. Tem sido assim desde o início deste caso. Estamos a pouco e pouco a descer ao nível de um Silvio Berlusconi, que decidiu ameaçar com represálias a imprensa italiana depois de esta ter divulgado as gaffes do Cavaliere nas cimeiras do G20 e da NATO. E a intimidação não é aceitável.
…”
Extracto do artigo de Miguel Gaspar, com o título “Cantigas Imortais e Patrióticas” e publicado no jornal PÚBLICO de 2009 Abril 7
(*) O título do post é da minha responsabilidade
sábado, abril 04, 2009
13 Veredictos
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O SENHOR Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, já passou por cinco fases distintas. Antes de ganhar as eleições em 2005 andava OBCECADO com o poder. Depois, em 2006 e já primeiro-ministro, convenceu-se que era um ANIMAL FEROZ. Logo a seguir, em 2007, teve que enfrentar, CORAJOSAMENTE, as dúvidas que havia e persistem sobre o seu curriculum académico. Em 2008 congeminou uma pequena represália e andou OBSTINADO com a avaliação dos professores. Finalmente, em 2009, parece andar ALUCINADO com os “poderes ocultos” e as “campanhas negras”, decorrentes do caso Freeport, afinal, uma coisa que até vem mesmo a propósito, para que ele possa explorar o papel de vítima, tão apropriado para a conquista de simpatias e de votos.
Dentro dessas cinco fases fui encontrar 13 padrões de governação, que merecem uma avaliação a condizer.
.
1 - Tal como o algodão não mente, as imagens que a comunicação têm passado para o público, são bem clarividentes: José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa poderá ser um agressivo e atrevido caixeiro-viajante, mentiroso quanto baste, para ser capaz de vender como autêntica uma cópia mal enjorcada da Gioconda, porém, politicamente é uma rotunda fraude.
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2 - Prova disso é a sua grande apetência pelo poder, não como forma de pôr em prática ideias políticas, mas sim como instrumento para disseminar uma rede nacional de fidelidades, mesmo que inaptas para as funções, com uma abrangência que vai do aparelho administrativo até à área da comunicação social (onde passou a existir menos "informação" e muito mais "comunicação"), e montar uma corte de indefectíveis delfins e comissários políticos, que sirvam, não para governar, mas fundamentalmente para assegurar a manutenção do poder, seja a que preço for.
.
3 - José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, com a sua actuação marcadamente autoritária, neoliberal, anti-popular e com efectivo desprezo pelas matrizes e causas socialistas, ao mesmo tempo que ia apelidando as suas incursões políticas de “socialismo moderno e popular ”, envergando a fatiota de “esquerda moderada”, e comprazendo-se em reduzir à expressão mais simples, senão mesmo eliminando-as, algumas das mais importantes funções sociais, que ao Estado compete garantir, conseguia concretizar as políticas que a direita nunca se tinha atrevido a levar a cabo, e com isso conseguiu fazer mais pelo descrédito e perda de prestígio do modelo socialista, do que todas as nebulosas campanhas dos ideólogos da direita. Um exercício legislativo que serve para exemplificar este tipo de política está personificado nas recentes alterações ao código do trabalho, seja no articulado, ou nos vazios legislativos entretanto detectados que, sem terem satisfeito a totalidade das reivindicações das associações patronais, acabaram por introduzir no universo laboral a precariedade e a insegurança laboral, como realidades de facto, inevitáveis e irremediáveis.
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4 - O seu próprio percurso académico, mal explicado, recheado de facilidades e de zonas cinzentas, é bem demonstrativo do baixo nível de rigor com que encara os assuntos relacionados com a educação em geral e os agentes educativos em particular, entendendo-os mais como uns meros burocratas, preenchedores de formulários e geradores de estatísticas, com pouco tempo para ensinar, mas com a obrigação de desempenharem funções de babysiter. Como disse o insuspeito professor Medina Carreira, “a educação em Portugal é um crime de lesa-juventude”, com os alunos a insultarem e a baterem nos professores, a passarem de ano sem precisarem de ter aproveitamento, ou mesmo sem terem aparecido nas aulas. Ou como também o disse o prof. Santana Castilho, e muito bem, uma coisa é a escola real, onde há alunos, professores e funcionários, outra é a escola virtual e cor-de-rosa do Ministério.
O SENHOR Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, já passou por cinco fases distintas. Antes de ganhar as eleições em 2005 andava OBCECADO com o poder. Depois, em 2006 e já primeiro-ministro, convenceu-se que era um ANIMAL FEROZ. Logo a seguir, em 2007, teve que enfrentar, CORAJOSAMENTE, as dúvidas que havia e persistem sobre o seu curriculum académico. Em 2008 congeminou uma pequena represália e andou OBSTINADO com a avaliação dos professores. Finalmente, em 2009, parece andar ALUCINADO com os “poderes ocultos” e as “campanhas negras”, decorrentes do caso Freeport, afinal, uma coisa que até vem mesmo a propósito, para que ele possa explorar o papel de vítima, tão apropriado para a conquista de simpatias e de votos.
Dentro dessas cinco fases fui encontrar 13 padrões de governação, que merecem uma avaliação a condizer.
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1 - Tal como o algodão não mente, as imagens que a comunicação têm passado para o público, são bem clarividentes: José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa poderá ser um agressivo e atrevido caixeiro-viajante, mentiroso quanto baste, para ser capaz de vender como autêntica uma cópia mal enjorcada da Gioconda, porém, politicamente é uma rotunda fraude.
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2 - Prova disso é a sua grande apetência pelo poder, não como forma de pôr em prática ideias políticas, mas sim como instrumento para disseminar uma rede nacional de fidelidades, mesmo que inaptas para as funções, com uma abrangência que vai do aparelho administrativo até à área da comunicação social (onde passou a existir menos "informação" e muito mais "comunicação"), e montar uma corte de indefectíveis delfins e comissários políticos, que sirvam, não para governar, mas fundamentalmente para assegurar a manutenção do poder, seja a que preço for.
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3 - José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, com a sua actuação marcadamente autoritária, neoliberal, anti-popular e com efectivo desprezo pelas matrizes e causas socialistas, ao mesmo tempo que ia apelidando as suas incursões políticas de “socialismo moderno e popular ”, envergando a fatiota de “esquerda moderada”, e comprazendo-se em reduzir à expressão mais simples, senão mesmo eliminando-as, algumas das mais importantes funções sociais, que ao Estado compete garantir, conseguia concretizar as políticas que a direita nunca se tinha atrevido a levar a cabo, e com isso conseguiu fazer mais pelo descrédito e perda de prestígio do modelo socialista, do que todas as nebulosas campanhas dos ideólogos da direita. Um exercício legislativo que serve para exemplificar este tipo de política está personificado nas recentes alterações ao código do trabalho, seja no articulado, ou nos vazios legislativos entretanto detectados que, sem terem satisfeito a totalidade das reivindicações das associações patronais, acabaram por introduzir no universo laboral a precariedade e a insegurança laboral, como realidades de facto, inevitáveis e irremediáveis.
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4 - O seu próprio percurso académico, mal explicado, recheado de facilidades e de zonas cinzentas, é bem demonstrativo do baixo nível de rigor com que encara os assuntos relacionados com a educação em geral e os agentes educativos em particular, entendendo-os mais como uns meros burocratas, preenchedores de formulários e geradores de estatísticas, com pouco tempo para ensinar, mas com a obrigação de desempenharem funções de babysiter. Como disse o insuspeito professor Medina Carreira, “a educação em Portugal é um crime de lesa-juventude”, com os alunos a insultarem e a baterem nos professores, a passarem de ano sem precisarem de ter aproveitamento, ou mesmo sem terem aparecido nas aulas. Ou como também o disse o prof. Santana Castilho, e muito bem, uma coisa é a escola real, onde há alunos, professores e funcionários, outra é a escola virtual e cor-de-rosa do Ministério.
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5 - Mais do que dividir para reinar, a sua grande táctica consistiu em escolher com precisão maquiavélica alguns sectores sócio-profissionais, tais como os funcionários públicos e os professores, levá-los ao pelourinho e apontá-los como inimigos públicos perante o país, acusando-os de serem privilegiados e preguiçosos, e sobre os quais pudesse fazer desabar a indignação dos outros sectores da população, no fundo, um ardil, ética, social e politicamente reprovável.
5 - Mais do que dividir para reinar, a sua grande táctica consistiu em escolher com precisão maquiavélica alguns sectores sócio-profissionais, tais como os funcionários públicos e os professores, levá-los ao pelourinho e apontá-los como inimigos públicos perante o país, acusando-os de serem privilegiados e preguiçosos, e sobre os quais pudesse fazer desabar a indignação dos outros sectores da população, no fundo, um ardil, ética, social e politicamente reprovável.
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6 - Peritos em delírios e dissimulações, José Sócrates e seus compinchas, andaram a impingir aos portugueses a ideia peregrina de que Portugal, após ter conseguido o emagrecimento e o controle do défice orçamental, estava a viver uma recuperação económica a pleno gás, que o desemprego tendia a reduzir-se, que o país vivia quase desafogadamente, com o paraíso terrestre ali, ao alcance da mão, situação essa que a malfadada crise internacional veio subitamente neutralizar. Na verdade, recusando-se a admitir que a crise internacional só veio agravar ainda mais, o depauperado estado em que nos encontrávamos, para eles, lá muito no íntimo, esta crise apareceu em boa hora, foi quase um maná caído do céu, pois passou a funcionar como álibi e justificação, mascarando assim as péssimas opções e resultados que a governação tem vindo a acumular desde 2005. Coitadinhos! Tanto que eles se esforçaram, e logo veio aquela maré que deitou tudo a perder…
6 - Peritos em delírios e dissimulações, José Sócrates e seus compinchas, andaram a impingir aos portugueses a ideia peregrina de que Portugal, após ter conseguido o emagrecimento e o controle do défice orçamental, estava a viver uma recuperação económica a pleno gás, que o desemprego tendia a reduzir-se, que o país vivia quase desafogadamente, com o paraíso terrestre ali, ao alcance da mão, situação essa que a malfadada crise internacional veio subitamente neutralizar. Na verdade, recusando-se a admitir que a crise internacional só veio agravar ainda mais, o depauperado estado em que nos encontrávamos, para eles, lá muito no íntimo, esta crise apareceu em boa hora, foi quase um maná caído do céu, pois passou a funcionar como álibi e justificação, mascarando assim as péssimas opções e resultados que a governação tem vindo a acumular desde 2005. Coitadinhos! Tanto que eles se esforçaram, e logo veio aquela maré que deitou tudo a perder…
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7 - A sua actuação política, em tempo de crise, limitou-se a ir buscar fundos ao recém-equilibrado orçamento, feito à custa do empobrecimento generalizado do país e dos portugueses, e com esses fundos correu a fazer injecções ao desbarato e sem critérios de rigor, não para atenuar os efeitos devastadores sobre a nossa frágil economia e o seu tecido empresarial, mas sim para salvar nichos do sector financeiro, que quando não eram covis de malfeitores de colarinho branco, logo autênticos casos de polícia, eram mais empresas gestoras de fortunas, que bancos propriamente ditos. Na generalidade dos casos, perante a vaga de falências e a progressão do desemprego, adoptou uma actuação errática e casuística, característica de quem não tem uma ideia precisa do que se está a passar e como o enfrentar, logo não tem projecto ou algo que se pareça com isso. Antes disso, semana sim, semana não, com o contributo assíduo dos ministros da economia e das finanças, secundados pelo sempre prestável e distraído governador do Banco de Portugal, assistia-se a uma vertigem de declarações, uma autêntica mistificação, em que ora ficava adiada, pela enésima vez, a retoma económica, ora já se vislumbrava a tal luz ao fundo do túnel, com direito a brindes e fanfarra, enquanto o país se ia ultra-individando, ao ritmo de 48 milhões de euros por dia, isto é, 2 milhões de euros à hora.
7 - A sua actuação política, em tempo de crise, limitou-se a ir buscar fundos ao recém-equilibrado orçamento, feito à custa do empobrecimento generalizado do país e dos portugueses, e com esses fundos correu a fazer injecções ao desbarato e sem critérios de rigor, não para atenuar os efeitos devastadores sobre a nossa frágil economia e o seu tecido empresarial, mas sim para salvar nichos do sector financeiro, que quando não eram covis de malfeitores de colarinho branco, logo autênticos casos de polícia, eram mais empresas gestoras de fortunas, que bancos propriamente ditos. Na generalidade dos casos, perante a vaga de falências e a progressão do desemprego, adoptou uma actuação errática e casuística, característica de quem não tem uma ideia precisa do que se está a passar e como o enfrentar, logo não tem projecto ou algo que se pareça com isso. Antes disso, semana sim, semana não, com o contributo assíduo dos ministros da economia e das finanças, secundados pelo sempre prestável e distraído governador do Banco de Portugal, assistia-se a uma vertigem de declarações, uma autêntica mistificação, em que ora ficava adiada, pela enésima vez, a retoma económica, ora já se vislumbrava a tal luz ao fundo do túnel, com direito a brindes e fanfarra, enquanto o país se ia ultra-individando, ao ritmo de 48 milhões de euros por dia, isto é, 2 milhões de euros à hora.
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8 - Ainda assim e apesar de tudo, os anúncios do investimento público concentram-se no TGV, no novo aeroporto de Alcochete, e fundamentalmente, em mais estradas e outras obras públicas, tudo iniciativas com escasso impacto na superação da crise, e quase nulo benefício para a população em geral. Parecem fixações, mas não são. À falta de competência, conhecimento das causas e visão prospectiva para encontrar os remédios, a solução mais simples é pôr as betoneiras a rodar.
8 - Ainda assim e apesar de tudo, os anúncios do investimento público concentram-se no TGV, no novo aeroporto de Alcochete, e fundamentalmente, em mais estradas e outras obras públicas, tudo iniciativas com escasso impacto na superação da crise, e quase nulo benefício para a população em geral. Parecem fixações, mas não são. À falta de competência, conhecimento das causas e visão prospectiva para encontrar os remédios, a solução mais simples é pôr as betoneiras a rodar.
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9 - Fez propaganda, deu espectáculo e foi impingindo gato por lebre, quando o que era necessário era que governasse com eficácia e rigor, com uma atenção especial para os sectores da população que requeriam maior amparo e justiça social.
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10 - Afinal e curiosamente, os únicos benefícios que os portugueses aproveitaram, acabaram por resultar da vocação trapaceira do governo, quando este se apropriou de algumas ideias e projectos legislativos das oposições, tanto à direita como à esquerda, que o P.S. havia reprovado na Assembleia da República, aquando da sua apresentação inicial, considerando-os como inoportunos ou pouco fundamentados, para depois, à socapa, lhes fazerem algumas alterações de pormenor, apresentando-os e aprovando-os como ideias genuinamente suas. Nada de muito grave, já que quem saiu beneficiado foram os portugueses, mas convém lembrar que os cucos rabilongos têm um procedimento semelhante, ao espalhar os seus ovos pelos ninhos das outras espécies, para que elas os choquem e alimentem em vez deles.
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11 – O regime democrático baseia-se em três poderes (legislativo, executivo e judicial) que, embora separados, coexistem, cada um com a sua função específica. Em Portugal, a separação de poderes está-se a diluir perigosamente, com intromissões, umas abusivas, outras consentidas, sendo que o principal problema tem a ver com outros poderes exteriores ao regime, como o poder económico e a comunicação social, que após envergonhado namoro, passaram a viver em declarada mancebia. Um político no conselho de administração de uma empresa, mesmo que privada, é a garantia de que os negócios com o Estado, mesmo que digam respeito a obras não prioritárias ou desnecessárias, estarão facilitados e os contratos assegurados, ao mesmo tempo que o dinheiro irá fruindo para o bolso das clientelas. Deste modo, a promiscuidade e cumplicidades entre o poder político e o poder económico (para não falar no poder judicial) entrou definitivamente nos hábitos e nas rotinas da governação dita socialista, com os políticos a alternarem a sua presença entre os ministérios e as empresas, com estas a serem beneficiárias do estatuto de fornecedores privilegiados, já que a transparência dos concursos públicos, foi substituída pelos sombrios ajustes directos, esses sim, dizem eles, mais adequados a decisões rápidas, próprias de uma gestão racional e funcional dos recursos, o que quer dizer em linguagem acessível, que estamos perante um modelo perfeitamente ajustado aos interesses dos amigos, e à consolidação da rede de favores.
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12 - Já não falo da tentação autoritária que sobrenada o governo de Sócrates, tão expedito na criação de mecanismos restritivos e controleiros, excessos legislativos e incumprimentos, que concorrem para atrofiar a democracia participativa, senão mesmo a própria democracia representativa. Toda a gente concorda que governar com uma maioria absoluta não é confundível ou sinónimo de poder absoluto, porém, a prática do P.S. não cabe neste princípio. O estratagema que levou à recusa de referendar o Tratado de Lisboa da União Europeia, quando havia a promessa de o levar a cabo, é bem um exemplo daquela prática pouco séria. Embora intimamente relacionadas com democracia, porque são o seu fundamento, vou falar apenas das liberdades.
“Nunca como hoje se sentiu este ambiente de condicionamento de liberdade, do ponto de vista dos valores processuais, da liberdade de opinião e de expressão, vivemos aqui e agora num tempo de verdadeira claustrofobia constitucional, de verdadeira claustrofobia democrática". Estas foram palavras pronunciadas pelo deputado do P.S.D. Paulo Rangel, em plena Assembleia da República, há quase um ano, no dia 25 de Abril de 2008. Não pormenorizou, mas englobadas nestas palavras estava uma longa lista de atitudes persecutórias, violações das liberdades, direitos e garantias, levadas a cabo pelo governo de Sócrates e seus favoritos, desde políticos, governadores civis, directores gerais, directores regionais de educação, comandantes de certas autoridades policiais, por cuja actuação o Governo é inteiramente responsável, a lançarem-se sobre militantes partidários, sindicalistas, activistas e população em geral, que se possam envolver em protestos, manifestações ou simples distribuição de folhetos. A democracia não se limita à possibilidade de os cidadãos votarem, de quatro em quatro anos, como ovelhinhas bem comportadas. É muito mais do que isso! Como também já o afirmou o deputado comunista António Filipe, “a democracia não suporta estas atitudes prepotentes. O exercício do direito de manifestação tem uma protecção constitucional directa que não pode ser limitada por governantes agastados com o protesto popular contra as suas políticas ou por governadores civis que convivem mal com as liberdades democráticas e que pensam que o exercício do direito de manifestação depende da sua autorização”.
O medo das pessoas se envolverem ou apenas de darem opinião, voltou a instalar-se, tanto na viela como na praça pública, e isso não acontece por acaso. A intolerância, a pressão, a ameaça, a figura do informador e do denunciante, acarinhada pelas próprias altas instâncias, voltou a ter estatuto e a passear-se insolente pelo país, e as forças policiais, no seu conjunto, passaram a ter uma figura de topo, chamada coordenador, uma espécie de arqui-intendente, que apenas responde perante o primeiro-ministro. Onde é que eu já vi isto? Quinhentos anos de Inquisição e meio século de ditadura, deixam marcas e reflexos nos comportamentos, e José Sócrates devia sabê-lo. Se não sabia, fica dado o recado.
9 - Fez propaganda, deu espectáculo e foi impingindo gato por lebre, quando o que era necessário era que governasse com eficácia e rigor, com uma atenção especial para os sectores da população que requeriam maior amparo e justiça social.
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10 - Afinal e curiosamente, os únicos benefícios que os portugueses aproveitaram, acabaram por resultar da vocação trapaceira do governo, quando este se apropriou de algumas ideias e projectos legislativos das oposições, tanto à direita como à esquerda, que o P.S. havia reprovado na Assembleia da República, aquando da sua apresentação inicial, considerando-os como inoportunos ou pouco fundamentados, para depois, à socapa, lhes fazerem algumas alterações de pormenor, apresentando-os e aprovando-os como ideias genuinamente suas. Nada de muito grave, já que quem saiu beneficiado foram os portugueses, mas convém lembrar que os cucos rabilongos têm um procedimento semelhante, ao espalhar os seus ovos pelos ninhos das outras espécies, para que elas os choquem e alimentem em vez deles.
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11 – O regime democrático baseia-se em três poderes (legislativo, executivo e judicial) que, embora separados, coexistem, cada um com a sua função específica. Em Portugal, a separação de poderes está-se a diluir perigosamente, com intromissões, umas abusivas, outras consentidas, sendo que o principal problema tem a ver com outros poderes exteriores ao regime, como o poder económico e a comunicação social, que após envergonhado namoro, passaram a viver em declarada mancebia. Um político no conselho de administração de uma empresa, mesmo que privada, é a garantia de que os negócios com o Estado, mesmo que digam respeito a obras não prioritárias ou desnecessárias, estarão facilitados e os contratos assegurados, ao mesmo tempo que o dinheiro irá fruindo para o bolso das clientelas. Deste modo, a promiscuidade e cumplicidades entre o poder político e o poder económico (para não falar no poder judicial) entrou definitivamente nos hábitos e nas rotinas da governação dita socialista, com os políticos a alternarem a sua presença entre os ministérios e as empresas, com estas a serem beneficiárias do estatuto de fornecedores privilegiados, já que a transparência dos concursos públicos, foi substituída pelos sombrios ajustes directos, esses sim, dizem eles, mais adequados a decisões rápidas, próprias de uma gestão racional e funcional dos recursos, o que quer dizer em linguagem acessível, que estamos perante um modelo perfeitamente ajustado aos interesses dos amigos, e à consolidação da rede de favores.
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12 - Já não falo da tentação autoritária que sobrenada o governo de Sócrates, tão expedito na criação de mecanismos restritivos e controleiros, excessos legislativos e incumprimentos, que concorrem para atrofiar a democracia participativa, senão mesmo a própria democracia representativa. Toda a gente concorda que governar com uma maioria absoluta não é confundível ou sinónimo de poder absoluto, porém, a prática do P.S. não cabe neste princípio. O estratagema que levou à recusa de referendar o Tratado de Lisboa da União Europeia, quando havia a promessa de o levar a cabo, é bem um exemplo daquela prática pouco séria. Embora intimamente relacionadas com democracia, porque são o seu fundamento, vou falar apenas das liberdades.
“Nunca como hoje se sentiu este ambiente de condicionamento de liberdade, do ponto de vista dos valores processuais, da liberdade de opinião e de expressão, vivemos aqui e agora num tempo de verdadeira claustrofobia constitucional, de verdadeira claustrofobia democrática". Estas foram palavras pronunciadas pelo deputado do P.S.D. Paulo Rangel, em plena Assembleia da República, há quase um ano, no dia 25 de Abril de 2008. Não pormenorizou, mas englobadas nestas palavras estava uma longa lista de atitudes persecutórias, violações das liberdades, direitos e garantias, levadas a cabo pelo governo de Sócrates e seus favoritos, desde políticos, governadores civis, directores gerais, directores regionais de educação, comandantes de certas autoridades policiais, por cuja actuação o Governo é inteiramente responsável, a lançarem-se sobre militantes partidários, sindicalistas, activistas e população em geral, que se possam envolver em protestos, manifestações ou simples distribuição de folhetos. A democracia não se limita à possibilidade de os cidadãos votarem, de quatro em quatro anos, como ovelhinhas bem comportadas. É muito mais do que isso! Como também já o afirmou o deputado comunista António Filipe, “a democracia não suporta estas atitudes prepotentes. O exercício do direito de manifestação tem uma protecção constitucional directa que não pode ser limitada por governantes agastados com o protesto popular contra as suas políticas ou por governadores civis que convivem mal com as liberdades democráticas e que pensam que o exercício do direito de manifestação depende da sua autorização”.
O medo das pessoas se envolverem ou apenas de darem opinião, voltou a instalar-se, tanto na viela como na praça pública, e isso não acontece por acaso. A intolerância, a pressão, a ameaça, a figura do informador e do denunciante, acarinhada pelas próprias altas instâncias, voltou a ter estatuto e a passear-se insolente pelo país, e as forças policiais, no seu conjunto, passaram a ter uma figura de topo, chamada coordenador, uma espécie de arqui-intendente, que apenas responde perante o primeiro-ministro. Onde é que eu já vi isto? Quinhentos anos de Inquisição e meio século de ditadura, deixam marcas e reflexos nos comportamentos, e José Sócrates devia sabê-lo. Se não sabia, fica dado o recado.
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13 - Para finalizar direi que José Sócrates, os seus acólitos partidários e o seu governo, neste ano de eleições, mobilizados como estão para a campanha eleitoral, e porque o dia só tem 24 horas, não irão perder tempo a governar nem a desgovernar, e ainda bem! O que gastarão a mais em propaganda, recheada de inaugurações, promessas, computadores, amêndoas, bonés, beijinhos, abraços, toalhas de praia e outras vitualhas, pouparão em malfeitorias, de que os nativos já estão sobejamente fornecidos, para além do que é razoável. No entanto, convém estar atento às recentíssimas inquietações que o P.S. e o governo revelam, a propósito da situação social que se vive no país - e que se prevê seja passível de se agravar com o aprofundamento da crise -, o distanciamento que apregoam em relação às políticas neoliberais e o apelo à regulação dos mercados, pois não passam de bandeiras que se voltam a ser desfraldadas em véspera de eleições, quando a verdade é que a prática política de quatro anos de governação, foi direccionada exactamente no sentido contrário daquilo que agora se rejeita. Mais uma vez faço minhas as palavras francas e perspicazes do professor Medina Carreira quando diz que “é preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, sendo que a maior parte delas são ilegítimas, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal.”
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Se José Sócrates andou a semear ventos, o mais provável é que tenha que colher algumas tempestades. Portugal não precisa de políticos obcecados com ferocidades, audácias, teimosias disfarçadas de coragem, birras ou alucinações, precisa sim de quem o governe com competência, eficácia, olhos postos nas dificuldades do presente e preocupação com o futuro, a fim de dar aos portugueses a dignidade que eles merecem e condições para que as futuras gerações não nos desmereçam.
13 - Para finalizar direi que José Sócrates, os seus acólitos partidários e o seu governo, neste ano de eleições, mobilizados como estão para a campanha eleitoral, e porque o dia só tem 24 horas, não irão perder tempo a governar nem a desgovernar, e ainda bem! O que gastarão a mais em propaganda, recheada de inaugurações, promessas, computadores, amêndoas, bonés, beijinhos, abraços, toalhas de praia e outras vitualhas, pouparão em malfeitorias, de que os nativos já estão sobejamente fornecidos, para além do que é razoável. No entanto, convém estar atento às recentíssimas inquietações que o P.S. e o governo revelam, a propósito da situação social que se vive no país - e que se prevê seja passível de se agravar com o aprofundamento da crise -, o distanciamento que apregoam em relação às políticas neoliberais e o apelo à regulação dos mercados, pois não passam de bandeiras que se voltam a ser desfraldadas em véspera de eleições, quando a verdade é que a prática política de quatro anos de governação, foi direccionada exactamente no sentido contrário daquilo que agora se rejeita. Mais uma vez faço minhas as palavras francas e perspicazes do professor Medina Carreira quando diz que “é preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, sendo que a maior parte delas são ilegítimas, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal.”
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Se José Sócrates andou a semear ventos, o mais provável é que tenha que colher algumas tempestades. Portugal não precisa de políticos obcecados com ferocidades, audácias, teimosias disfarçadas de coragem, birras ou alucinações, precisa sim de quem o governe com competência, eficácia, olhos postos nas dificuldades do presente e preocupação com o futuro, a fim de dar aos portugueses a dignidade que eles merecem e condições para que as futuras gerações não nos desmereçam.
sexta-feira, abril 03, 2009
Uma Odisseia Inesquecível
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ESTÁ AGORA a fazer 41 anos que se estreou entre nós o filme de Stanley Kubrick, “2001 Odisseia no Espaço” ( 2001: A Space Odyssey). Em 1968, quando o vi pela primeira vez, fiquei siderado. Era compreensível. Com a minha débil cultura cinematográfica, ainda desconhecia que o seu realizador era um cineasta perfeccionista e genial, já com créditos firmados. Depois, aconteceu aquilo que não era habitual: saí do cinema a meditar profundamente no que tinha visto, enquanto nas semanas seguintes, as conversas que tinha com os meus amigos e colegas, desembocavam, invariavelmente, no tema do filme e nas várias interpretações e significados que íamos tecendo e desvendando, abstraindo-nos da estética e das muitas inovações técnicas introduzidas por Kubrick na concepção daquela obra.
Recordo-me que as discussões se espraiaram por muitas sessões, pela noite dentro, e que a minha escolha final (sujeita a uma contínua revisão) foi no sentido de considerar aquela obra cinematográfica como uma ponte estendida sobre a história da humanidade, a iniciar-se com uma vibrante alvorada da espécie humana, seguida de uma confrontação áspera e cruel com uma inteligência artificial, fria e calculista, a bordo de uma nave transformada em destroço tecnológico, para findar num mergulho vertiginoso e caleidoscópico num universo em expansão, empurrado pelo sopro do big-bang, e a desembocar na reduzida dimensão de uma suite perdida na extremidade de uma qualquer galáxia. Resumindo: o filme não é, nem uma linha com princípio, meio e fim, nem um círculo fechado, mas uma espiral centrífuga rumo ao futuro e ao infinito, com uma breve passagem pelo estádio do “conhece-te a ti mesmo”, tudo isso ligado por um artefacto alienígena, que paira imponente e enigmático, como um grande hífen, entre as várias partes da obra, a sugerir solidez e imortalidade. Resumindo: para mim, “2001 Odisseia no Espaço” nunca foi um filme sobre a conquista do cosmos, mas sim um ensaio fílmico sobre a odisseia da espécie humana. Enfim, talvez Kubrick, para além do grande e soberbo filme que realizou, nos quisesse introduzir nos meandros de uma nova cosmogonia, fina e meticulosamente esboçada.
2001: Odisseia no Espaço
2001: A Space Odyssey
(1968)
Director:Stanley Kubrick
Writers:Stanley Kubrick (screenplay) & Arthur C. Clarke (screenplay)
Release Date:6 April 1968 (USA)
Genre:Adventure Mystery Sci-Fi
Awards:Won Oscar. Another 10 wins & 6 nominations
Cast (Cast overview, first billed only)
Keir Dullea ... Dr. Dave Bowman
Gary Lockwood ... Dr. Frank Poole
William Sylvester ... Dr. Heywood R. Floyd
Daniel Richter ... Moon-Watcher
Leonard Rossiter ... Dr. Andrei Smyslov
Margaret Tyzack ... Elena
Robert Beatty ... Dr. Ralph Halvorsen
Sean Sullivan ... Dr. Bill Michaels
Douglas Rain ... HAL 9000 (voice)
Frank Miller ... Mission controller (voice)
Bill Weston ... Astronaut
Ed Bishop ... Aries-1B Lunar shuttle captain (as Edward Bishop)
Glenn Beck ... Astronaut
Alan Gifford ... Poole's father
Ann Gillis ... Poole's mother
Runtime:141 min 160 min (premiere cut)
Country:UK USA
Language:English Russian
Color:Color (Technicolor)
Aspect Ratio:2.35 : 1 more
Sound Mix:4-Track Stereo (35 mm magnetic prints) 70 mm 6-Track (70 mm prints) DTS 70 mm (2001 re-release)
( Fonte - Internet Movie Database em http://www.imdb.com/ )
Recordo-me que as discussões se espraiaram por muitas sessões, pela noite dentro, e que a minha escolha final (sujeita a uma contínua revisão) foi no sentido de considerar aquela obra cinematográfica como uma ponte estendida sobre a história da humanidade, a iniciar-se com uma vibrante alvorada da espécie humana, seguida de uma confrontação áspera e cruel com uma inteligência artificial, fria e calculista, a bordo de uma nave transformada em destroço tecnológico, para findar num mergulho vertiginoso e caleidoscópico num universo em expansão, empurrado pelo sopro do big-bang, e a desembocar na reduzida dimensão de uma suite perdida na extremidade de uma qualquer galáxia. Resumindo: o filme não é, nem uma linha com princípio, meio e fim, nem um círculo fechado, mas uma espiral centrífuga rumo ao futuro e ao infinito, com uma breve passagem pelo estádio do “conhece-te a ti mesmo”, tudo isso ligado por um artefacto alienígena, que paira imponente e enigmático, como um grande hífen, entre as várias partes da obra, a sugerir solidez e imortalidade. Resumindo: para mim, “2001 Odisseia no Espaço” nunca foi um filme sobre a conquista do cosmos, mas sim um ensaio fílmico sobre a odisseia da espécie humana. Enfim, talvez Kubrick, para além do grande e soberbo filme que realizou, nos quisesse introduzir nos meandros de uma nova cosmogonia, fina e meticulosamente esboçada.
2001: Odisseia no Espaço
2001: A Space Odyssey
(1968)
Director:Stanley Kubrick
Writers:Stanley Kubrick (screenplay) & Arthur C. Clarke (screenplay)
Release Date:6 April 1968 (USA)
Genre:Adventure Mystery Sci-Fi
Awards:Won Oscar. Another 10 wins & 6 nominations
Cast (Cast overview, first billed only)
Keir Dullea ... Dr. Dave Bowman
Gary Lockwood ... Dr. Frank Poole
William Sylvester ... Dr. Heywood R. Floyd
Daniel Richter ... Moon-Watcher
Leonard Rossiter ... Dr. Andrei Smyslov
Margaret Tyzack ... Elena
Robert Beatty ... Dr. Ralph Halvorsen
Sean Sullivan ... Dr. Bill Michaels
Douglas Rain ... HAL 9000 (voice)
Frank Miller ... Mission controller (voice)
Bill Weston ... Astronaut
Ed Bishop ... Aries-1B Lunar shuttle captain (as Edward Bishop)
Glenn Beck ... Astronaut
Alan Gifford ... Poole's father
Ann Gillis ... Poole's mother
Runtime:141 min 160 min (premiere cut)
Country:UK USA
Language:English Russian
Color:Color (Technicolor)
Aspect Ratio:2.35 : 1 more
Sound Mix:4-Track Stereo (35 mm magnetic prints) 70 mm 6-Track (70 mm prints) DTS 70 mm (2001 re-release)
( Fonte - Internet Movie Database em http://www.imdb.com/ )
quinta-feira, abril 02, 2009
Tão Amigos que Nós Somos!
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"O Governo socialista fez aprovar, em 2006, alterações à lei que permite aos grupos financeiros a isenção total dos rendimentos das suas filiais, refere um relatório de auditoria da Inspecção-Geral de Finanças (IGF). O Ministério das Finanças não quis comentar ao PÚBLICO esta análise.
Em causa está a opção escolhida na adaptação para a lei portuguesa da directiva comunitária para evitar a dupla tributação de rendimentos (90/435/CEE). Ao contrário de noutros países - como é citado pela IGF o caso espanhol - a IGF considera que "o legislador português optou pela solução que, sendo a mais simples do ponto de vista administrativo, propicia o desenvolvimento de mecanismos de planeamento fiscal" abusivo e é "a mais penalizadora para os interesses do Estado". O relatório sobre o impacto da tributação em IRC no sector bancário foi entregue em Outubro de 2008 e propôs a mudança da lei, dentro da margem que a directiva permite, o que até agora não foi feito pelo Governo...."
Extracto da notícia do jornalista João Ramos de Almeida, publicada no jornal PÚBLICO de 2 de Abril de 2009
"O Governo socialista fez aprovar, em 2006, alterações à lei que permite aos grupos financeiros a isenção total dos rendimentos das suas filiais, refere um relatório de auditoria da Inspecção-Geral de Finanças (IGF). O Ministério das Finanças não quis comentar ao PÚBLICO esta análise.
Em causa está a opção escolhida na adaptação para a lei portuguesa da directiva comunitária para evitar a dupla tributação de rendimentos (90/435/CEE). Ao contrário de noutros países - como é citado pela IGF o caso espanhol - a IGF considera que "o legislador português optou pela solução que, sendo a mais simples do ponto de vista administrativo, propicia o desenvolvimento de mecanismos de planeamento fiscal" abusivo e é "a mais penalizadora para os interesses do Estado". O relatório sobre o impacto da tributação em IRC no sector bancário foi entregue em Outubro de 2008 e propôs a mudança da lei, dentro da margem que a directiva permite, o que até agora não foi feito pelo Governo...."
Extracto da notícia do jornalista João Ramos de Almeida, publicada no jornal PÚBLICO de 2 de Abril de 2009
terça-feira, março 31, 2009
Impulso às Exportações
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O EURODEPUTADO Poul Nyrup Rasmussen, presidente do Partido Socialista Europeu, e avesso à recondução de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, em entrevista ao jornal LE MONDE, afirmou que "se tivermos uma maioria, ou uma coligação maioritária no Parlamento [Europeu], deveremos apresentar o nosso próprio candidato à presidência da comissão".
Eu, pessoalmente, sou adepto dessa solução, já que seria uma excelente oportunidade para darmos um impulso às exportações portuguesas, candidatando ao lugar o nosso primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, acompanhado de uma substancial remessa de computadores “Magalhães”, alimentados por aerogeradores ou painéis fotovoltaicos.
O EURODEPUTADO Poul Nyrup Rasmussen, presidente do Partido Socialista Europeu, e avesso à recondução de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, em entrevista ao jornal LE MONDE, afirmou que "se tivermos uma maioria, ou uma coligação maioritária no Parlamento [Europeu], deveremos apresentar o nosso próprio candidato à presidência da comissão".
Eu, pessoalmente, sou adepto dessa solução, já que seria uma excelente oportunidade para darmos um impulso às exportações portuguesas, candidatando ao lugar o nosso primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, acompanhado de uma substancial remessa de computadores “Magalhães”, alimentados por aerogeradores ou painéis fotovoltaicos.
domingo, março 29, 2009
Recortes do Fim-de-Semana
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"O arquivamento do processo Freeport, no todo ou em parte, está a ser discutido pela hierarquia do Ministério Público, e os magistrados que lideram a investigação têm sido pressionados para fechar o caso. A palavra final vai pertencer a Cândida Almeida, coordenadora do DCIAP, e a Pinto Monteiro, procurador-geral da República.
..."
Extracto da notícia publicada no jornal CORREIO DA MANHÃ de 29 de Março de 2009
“O novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), João Palma, disse, ontem, em declarações ao PÚBLICO, que "as pressões sobre os magistrados estão a atingir níveis incomportáveis" e admitiu a hipótese de as denunciar. Palma, eleito ontem por quase 50 por cento dos votos, assegurou que "as pressões existem" e que há "conhecimento delas", salientando que "umas são públicas e evidentes e outras, o sindicato reserva-se a oportunidade para as denunciar se for caso disso”.
…
No que respeita às relações com o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, que têm sido marcadas por alguma tensão, João Palma manifestou o desejo de um "melhor relacionamento" com "respeito mútuo" e "trabalho conjunto" nas várias áreas de intervenção do Ministério Público, tendo em vista a sua "credibilização".
…"
Extracto da notícia da jornalista Paula Torres de Carvalho, publicada no jornal PÚBLICO de 29 de Março de 2009
“…
Aparentemente, Sócrates acredita poder sair da crise recorrendo às panaceias do costume e aos suspeitos do costume, os seus habituais companheiros nas viagens de Estado – entre os quais se incluem alguns dos maiores malfeitores da nossa economia. Se eles abrem a boca queixando-se da crise e reclamando apoios públicos – seja o sr. Amorim na cortiça ou a Mota-Engil nas obras públicas – o Governo apressa-se a despejar-lhes em cima TGV, aeroportos e auto-estradas, pontes e terminais de contentores, milhões e milhões a perder de vista, garantias de crédito, seguros de exportação e até o pagamento dos salários aos seus trabalhadores. Quem está próximo do poder, aproveita, como de costume; quem está longe, que se amanhe; e o grosso das pequenas empresas que aproveite as auto-estradas, as pontes e os viadutos para se pôr ao fresco.
…
PS - O mesmo Governo que distribui dinheiro às mãos cheias por toda a gente, prepara-se para tomar uma pequena-imensa medida que diz muito sobre o seu conceito de judtiça social e as suas preocupações com a economia real: o aumento, mais um, das taxas de justiça, que hoje já são incomportáveis para a generalidade das pessoas e das pequenas empresas. Não contente com isso, determinou que agora, se alguém quiser intentar uma acção cível ou for constituído réu numa, tem de pagar logo o grosso das custas à cabeça, como se tivesse perdido a acção. O objectivo parece ser o de limpar uns milhares de processos pendentes nos tribunais, a benefício de estatísticas de boa governação. A mensagem é que o Governo prefere ficar bem nas estatísticas do que assegurar a todos o direito à Justiça – que é umas das razões fundamentais da existência do próprio Estado.”
Extracto do artigo de Miguel Sousa Tavares, intitulado SAIR DA CRISE PARA FICAR NA MESMA?, publicado no semanário EXPRESSO de 28 de Março de 2009
“…
Por pouco se mata em Portugal, ou mesmo por nada, como se viu no caso de Oeiras. Mas isso que importa se, em matéria de crime violento e perante os piores números da década, o ministro da Administração Interna exibe a maior auto satisfação pela sua obra e insiste em desdramatizar? O argumento de que o crescimento de 2008 «apenas» correspondeu à descida que se verificara em 2007, esse então é assombroso. Significa que, se se anularem todos os ganhos civilizacionais conquistados até hoje, podemos regressar à barbárie sem que o ministro encontre razões para se inquietar.”
Extracto do artigo de Fernando Madrinha, intitulado O PREÇO DE UMA VIDA, publicado no semanário EXPRESSO de 28 de Março de 2009
“…
O medo impressiona. Entre o relato da violência que marca o quotidiano da escola de Marvila, docentes e funcionários que falaram comigo repetiram sempre a mesma frase: “Não ponha o meu nome”. Outros nem com essa garantia aceitaram falar. Noutra escola , em Sintra, foram os docentes a organizar-se em patrulhas para controlar os sucessivos episódios de violência – 52, só este ano. São apenas casos residuais, mas totalmente inaceitáveis. Uma escola não pode viver assim. A culpa não é só de quem não coloca nos estabelecimentos os meios necessários para garantir a segurança. É também da ausência de políticas de urbanismo e integração social, que transforma alguns bairros, e as escolas que neles se integram, em verdadeiros guetos de violência.”
Comentário de Joana Pereira Bastos, publicado no semanário EXPRESSO de 28 de Março de 2009
"O arquivamento do processo Freeport, no todo ou em parte, está a ser discutido pela hierarquia do Ministério Público, e os magistrados que lideram a investigação têm sido pressionados para fechar o caso. A palavra final vai pertencer a Cândida Almeida, coordenadora do DCIAP, e a Pinto Monteiro, procurador-geral da República.
..."
Extracto da notícia publicada no jornal CORREIO DA MANHÃ de 29 de Março de 2009
“O novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), João Palma, disse, ontem, em declarações ao PÚBLICO, que "as pressões sobre os magistrados estão a atingir níveis incomportáveis" e admitiu a hipótese de as denunciar. Palma, eleito ontem por quase 50 por cento dos votos, assegurou que "as pressões existem" e que há "conhecimento delas", salientando que "umas são públicas e evidentes e outras, o sindicato reserva-se a oportunidade para as denunciar se for caso disso”.
…
No que respeita às relações com o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, que têm sido marcadas por alguma tensão, João Palma manifestou o desejo de um "melhor relacionamento" com "respeito mútuo" e "trabalho conjunto" nas várias áreas de intervenção do Ministério Público, tendo em vista a sua "credibilização".
…"
Extracto da notícia da jornalista Paula Torres de Carvalho, publicada no jornal PÚBLICO de 29 de Março de 2009
“…
Aparentemente, Sócrates acredita poder sair da crise recorrendo às panaceias do costume e aos suspeitos do costume, os seus habituais companheiros nas viagens de Estado – entre os quais se incluem alguns dos maiores malfeitores da nossa economia. Se eles abrem a boca queixando-se da crise e reclamando apoios públicos – seja o sr. Amorim na cortiça ou a Mota-Engil nas obras públicas – o Governo apressa-se a despejar-lhes em cima TGV, aeroportos e auto-estradas, pontes e terminais de contentores, milhões e milhões a perder de vista, garantias de crédito, seguros de exportação e até o pagamento dos salários aos seus trabalhadores. Quem está próximo do poder, aproveita, como de costume; quem está longe, que se amanhe; e o grosso das pequenas empresas que aproveite as auto-estradas, as pontes e os viadutos para se pôr ao fresco.
…
PS - O mesmo Governo que distribui dinheiro às mãos cheias por toda a gente, prepara-se para tomar uma pequena-imensa medida que diz muito sobre o seu conceito de judtiça social e as suas preocupações com a economia real: o aumento, mais um, das taxas de justiça, que hoje já são incomportáveis para a generalidade das pessoas e das pequenas empresas. Não contente com isso, determinou que agora, se alguém quiser intentar uma acção cível ou for constituído réu numa, tem de pagar logo o grosso das custas à cabeça, como se tivesse perdido a acção. O objectivo parece ser o de limpar uns milhares de processos pendentes nos tribunais, a benefício de estatísticas de boa governação. A mensagem é que o Governo prefere ficar bem nas estatísticas do que assegurar a todos o direito à Justiça – que é umas das razões fundamentais da existência do próprio Estado.”
Extracto do artigo de Miguel Sousa Tavares, intitulado SAIR DA CRISE PARA FICAR NA MESMA?, publicado no semanário EXPRESSO de 28 de Março de 2009
“…
Por pouco se mata em Portugal, ou mesmo por nada, como se viu no caso de Oeiras. Mas isso que importa se, em matéria de crime violento e perante os piores números da década, o ministro da Administração Interna exibe a maior auto satisfação pela sua obra e insiste em desdramatizar? O argumento de que o crescimento de 2008 «apenas» correspondeu à descida que se verificara em 2007, esse então é assombroso. Significa que, se se anularem todos os ganhos civilizacionais conquistados até hoje, podemos regressar à barbárie sem que o ministro encontre razões para se inquietar.”
Extracto do artigo de Fernando Madrinha, intitulado O PREÇO DE UMA VIDA, publicado no semanário EXPRESSO de 28 de Março de 2009
“…
O medo impressiona. Entre o relato da violência que marca o quotidiano da escola de Marvila, docentes e funcionários que falaram comigo repetiram sempre a mesma frase: “Não ponha o meu nome”. Outros nem com essa garantia aceitaram falar. Noutra escola , em Sintra, foram os docentes a organizar-se em patrulhas para controlar os sucessivos episódios de violência – 52, só este ano. São apenas casos residuais, mas totalmente inaceitáveis. Uma escola não pode viver assim. A culpa não é só de quem não coloca nos estabelecimentos os meios necessários para garantir a segurança. É também da ausência de políticas de urbanismo e integração social, que transforma alguns bairros, e as escolas que neles se integram, em verdadeiros guetos de violência.”
Comentário de Joana Pereira Bastos, publicado no semanário EXPRESSO de 28 de Março de 2009
sábado, março 28, 2009
Lá Vem Mais Um Peditório!
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OU MUITO me engano ou os portugueses, provavelmente e apesar da crise, lá terão que ser chamados a contribuir para os gastos e despesas com a acção judicial intentada pelo primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, contra quem produziu aquelas injúrias e falsidades, que ele afirma mancharem o seu bom nome e pessoa, e que andam associadas ao caso de corrupção do Freeport de Alcochete.
OU MUITO me engano ou os portugueses, provavelmente e apesar da crise, lá terão que ser chamados a contribuir para os gastos e despesas com a acção judicial intentada pelo primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, contra quem produziu aquelas injúrias e falsidades, que ele afirma mancharem o seu bom nome e pessoa, e que andam associadas ao caso de corrupção do Freeport de Alcochete.
quinta-feira, março 26, 2009
Negligência ou Ignorância?
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Falta de atenção ou negligência, para não dizer que se trata de um caso de ignorância, é o que se pode concluir quando vemos publicada no jornal PÚBLICO de 26 de Março de 2009 uma notícia de diz que "o antigo Presidente Fidel Castro, participara já no assalto de 1953 ao Quartel Moncada, em Santiago do Chile". Para repor o rigor geográfico e a verdade dos factos, não é necessário ir muito mais longe, pois basta uma consulta à Wikipédia para ficar a saber que "a 26 de Julho de 1953, o jovem advogado Fidel Castro juntamente com outros 165 homens planearam o assalto ao quartel general de Moncada em Santiago de Cuba [e não de Santiago do Chile] e ao quartel de Cespedes."
NOTA: Reclamação enviada nesta data ao Provedor dos Leitores do PÚBLICO.
Falta de atenção ou negligência, para não dizer que se trata de um caso de ignorância, é o que se pode concluir quando vemos publicada no jornal PÚBLICO de 26 de Março de 2009 uma notícia de diz que "o antigo Presidente Fidel Castro, participara já no assalto de 1953 ao Quartel Moncada, em Santiago do Chile". Para repor o rigor geográfico e a verdade dos factos, não é necessário ir muito mais longe, pois basta uma consulta à Wikipédia para ficar a saber que "a 26 de Julho de 1953, o jovem advogado Fidel Castro juntamente com outros 165 homens planearam o assalto ao quartel general de Moncada em Santiago de Cuba [e não de Santiago do Chile] e ao quartel de Cespedes."
NOTA: Reclamação enviada nesta data ao Provedor dos Leitores do PÚBLICO.
terça-feira, março 24, 2009
Vender Gato por Lebre
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Ao mesmo tempo que no mês de Fevereiro se registaram 12.061 novos casos de despedimento, fazendo alastrar o espectro do desemprego, essa sim uma realidade indesmentível, o infatigável primeiro-ministro, acompanhado do inefável ministro Manuel Pinho, em mais uma acção de agitação e propaganda, andou pela Póvoa de Varzim, segundo dizem alguns especialistas na matéria, a vender gato por lebre.
A coisa tem a ver com o apoio político que o primeiro-ministro e o ministro da economia concederam à empresa Energie, onde são produzidos "painéis solares termodinâmicos", a qual está a aproveitar o incentivo ao sector solar térmico, com acesso a apoios majorados, para dar a conhecer e vender o seu produto. No entanto, alguns especialistas da área das energias renováveis, vêm acusando o governo de publicidade enganosa, dado que o sistema desenvolvido por aquela empresa, não pode ser classificado dentro da energia solar, pelo simples facto de consumir 10 vezes mais energia eléctrica do que um colector solar térmico convencional. Assim, em vez de promover a redução da factura energética, é bem mais um tipo de equipamento que, apesar de reconhecidamente eficaz, estimula o consumo de energia eléctrica, agravando aquela factura, o que contradiz as intenções sobejamente difundidas pelo governo, de adesão às energias renováveis.
"Aproveitem este programa do governo", diz ele, com aquele ar entre o arrebatado e o alucinado, com que nos tenta convencer das vantagens e benefícios daquele produto, tal como o fez com o "Magalhães", o suposto computador português, que nem a língua respeita. Tal como diz a associação ambientalista Geota, "a pretexto de vender energia solar, [a empresa Energie] vende mais electricidade". Quanto a Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, seguindo a linha a que nos tem habituado, quando não mente, cerra os dentes e enfrenta a crise, esforçando-se por vender gato por lebre.
Ao mesmo tempo que no mês de Fevereiro se registaram 12.061 novos casos de despedimento, fazendo alastrar o espectro do desemprego, essa sim uma realidade indesmentível, o infatigável primeiro-ministro, acompanhado do inefável ministro Manuel Pinho, em mais uma acção de agitação e propaganda, andou pela Póvoa de Varzim, segundo dizem alguns especialistas na matéria, a vender gato por lebre.
A coisa tem a ver com o apoio político que o primeiro-ministro e o ministro da economia concederam à empresa Energie, onde são produzidos "painéis solares termodinâmicos", a qual está a aproveitar o incentivo ao sector solar térmico, com acesso a apoios majorados, para dar a conhecer e vender o seu produto. No entanto, alguns especialistas da área das energias renováveis, vêm acusando o governo de publicidade enganosa, dado que o sistema desenvolvido por aquela empresa, não pode ser classificado dentro da energia solar, pelo simples facto de consumir 10 vezes mais energia eléctrica do que um colector solar térmico convencional. Assim, em vez de promover a redução da factura energética, é bem mais um tipo de equipamento que, apesar de reconhecidamente eficaz, estimula o consumo de energia eléctrica, agravando aquela factura, o que contradiz as intenções sobejamente difundidas pelo governo, de adesão às energias renováveis.
"Aproveitem este programa do governo", diz ele, com aquele ar entre o arrebatado e o alucinado, com que nos tenta convencer das vantagens e benefícios daquele produto, tal como o fez com o "Magalhães", o suposto computador português, que nem a língua respeita. Tal como diz a associação ambientalista Geota, "a pretexto de vender energia solar, [a empresa Energie] vende mais electricidade". Quanto a Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, seguindo a linha a que nos tem habituado, quando não mente, cerra os dentes e enfrenta a crise, esforçando-se por vender gato por lebre.
segunda-feira, março 23, 2009
“Ele não quer ouvir o barulho da rua”
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“Duzentas mil pessoas a protestar na rua parece não ter incomodado, por aí além, o eng. José Sócrates. Ele o disse, com enfadonha soberba. Mário Soares, velho sábio, advertiu o Governo de que o impressionante número de descontentes, a juntar àqueles que se presume, é de molde a suscitar apreensões. Se não muda de rumo, acentuou Soares, percebe-se, latente, grande agitação social, de resultados imprevisíveis. Sócrates está-se marimbando.
Queira-se ou não, o pulsar da rua é um indício muito mais tremendo do que o ruído que provoca. E quando Sócrates, com aquele infeliz argumento procedente do antigamente da vida, regouga que por detrás da mole humana estão o PCP e o Bloco de Esquerda, aí, então, o desatino atinge a aleivosia. Sócrates faz-nos de tolos.
É evidente que nem o PCP, nem o Bloco de Esquerda dispõem de tanto estrénuo militante, e que a poderosa manifestação agregou muita gente de todos os partidos. Repito: de todos os partidos. E sei do que falo.
A maioria de que este Governo dispõe, para dispor, a seu bel-prazer, dos nossos destinos colectivos, torna a arrogância uma crispação totalitária. Repito: totalitária. Aquela gente não ouve ninguém, sobretudo não ouve a voz da razão e do bom-senso. Basta escutar o ministro Santos Silva ou o apenas concebível Vitalino Canas para nos apercebermos da extensão de um comportamento indesculpável.
A rua sempre foi um sinal de alerta e uma demonstração de cívica coragem. Estou à vontade: participei, no tempo do fascismo, em quase todos protestos de rua. Não falhei um 5 de Outubro, um Primeiro de Maio ou qualquer outra data a que nos mandavam estar presente. Sabíamos muito bem o que nos estava reservado. Mas sabíamos, também, que estar era, já em si, o bastante. Estou cheio de histórias de que fui modesto protagonista ou espectador irado. Confesso, hoje, que, ao relembrar certos episódios me surpreendo pelo desassombro e pela ingenuidade.
O Rossio era o local da concentração. O boca-a-boca funcionava, assim como a imprensa clandestina. Sempre critiquei a escolha do sítio. A polícia política e a outra fechava as saídas e era um vê se te avias a pancadaria que levávamos. Levávamos e dávamos: a partir de certa altura alguns de nós, contrariando as recomendações, levaram consigo tubos de borracha, e defendíamos conforme podíamos. Podíamos pouco, ante o aluvião de agentes à paisana e a brutalidade da repressão. Salientava-se, neste caso o capitão Maltez, cuja selvajaria era conhecida.
Num desses anos, estava com o Fernando Lopes-Graça e outros amigos, à entrada da Rua do Carmo. A multidão gritava: "Abaixo o fascismo!" ou "Morte à PIDE!", e o desagrado durou poucos minutos. Eis que surge o capitão Maltez de má memória e, de cassetête em punho agride quem à sua frente aparecesse. O homem parecia cego de ódio e de raiva. Agrediu Lopes-Graça uma vez; da segunda, coloquei-me à frente dele, tentei cobri-lo com o meu corpo (eu era um homem muito mais corpulento do que sou hoje, e mesmo agora…) e levei com as bastonadas destinadas ao meu velho amigo. Depois, sempre tapando o Graça, e quase o transportando, corri pela rua do Carmo, sempre com o Maltez a dar-me. As escadas estavam fechadas, o Graça tinha levado com uma bastonada na cabeça e partido os óculos, corria-lhe um fio de sangue pelo rosto, até que consegui que alguém me abrisse uma porta.
Quero dizer com isto que vale sempre a pena estar onde é preciso estar. E que a rua, por muito que os detentores do poder digam o contrário, causa amolgadelas e dá resultado, mais tarde ou mais cedo. A rua não é, somente, uma demonstração de indignação sindical, política e cívica - é, sobretudo, um argumento moral, contra a inexistência de moral dos governantes.
Os duzentos mil que desceram à rua sabiam muitíssimo bem o que os unia, o que os une. É a recusa da rendição ante o desaforo de uma política que sova os mais desfavorecidos e enche de prebendas e de favores os mais favorecidos. Não há nenhuma explicação (pelo menos daquelas que nos foram dadas e foram dadas atabalhoadamente) para os milhões de milhões distribuídos pela banca, num prémio sem remissa àqueles que cometeram fraudes, que prevaricaram, que roubaram, que enriqueceram às nossas custas.
Olhamos para o panorama geral e parece que uma onda de corrupção, de iniquidades, de falta de palavra, de carência de ética, de valores e de padrões invadiu a esfera do capitalismo. "O capitalismo contém, em si mesmo, os embriões de tudo o que é mau e de tudo o que é bom" disse Keynes. O pior é que, até agora, só o mau se tem revelado. E de que maneira!
Torna-se cada vez mais evidente que o Executivo Sócrates não possui nem força, nem capacidade e, acaso, nem competência para, ao menos amenizar a crise em que nos mergulharam. Os duzentos mil protestatários significaram uma pesada advertência. E, como no tempo do fascismo, o peso das multidões acaba por querer dizer alguma coisa. Infelizmente, parece que José Sócrates está cada vez mais afastado da realidade.”
Artigo de Armando Baptista-Bastos, publicado no Jornal de Negócios de 2009-3-22
“Duzentas mil pessoas a protestar na rua parece não ter incomodado, por aí além, o eng. José Sócrates. Ele o disse, com enfadonha soberba. Mário Soares, velho sábio, advertiu o Governo de que o impressionante número de descontentes, a juntar àqueles que se presume, é de molde a suscitar apreensões. Se não muda de rumo, acentuou Soares, percebe-se, latente, grande agitação social, de resultados imprevisíveis. Sócrates está-se marimbando.
Queira-se ou não, o pulsar da rua é um indício muito mais tremendo do que o ruído que provoca. E quando Sócrates, com aquele infeliz argumento procedente do antigamente da vida, regouga que por detrás da mole humana estão o PCP e o Bloco de Esquerda, aí, então, o desatino atinge a aleivosia. Sócrates faz-nos de tolos.
É evidente que nem o PCP, nem o Bloco de Esquerda dispõem de tanto estrénuo militante, e que a poderosa manifestação agregou muita gente de todos os partidos. Repito: de todos os partidos. E sei do que falo.
A maioria de que este Governo dispõe, para dispor, a seu bel-prazer, dos nossos destinos colectivos, torna a arrogância uma crispação totalitária. Repito: totalitária. Aquela gente não ouve ninguém, sobretudo não ouve a voz da razão e do bom-senso. Basta escutar o ministro Santos Silva ou o apenas concebível Vitalino Canas para nos apercebermos da extensão de um comportamento indesculpável.
A rua sempre foi um sinal de alerta e uma demonstração de cívica coragem. Estou à vontade: participei, no tempo do fascismo, em quase todos protestos de rua. Não falhei um 5 de Outubro, um Primeiro de Maio ou qualquer outra data a que nos mandavam estar presente. Sabíamos muito bem o que nos estava reservado. Mas sabíamos, também, que estar era, já em si, o bastante. Estou cheio de histórias de que fui modesto protagonista ou espectador irado. Confesso, hoje, que, ao relembrar certos episódios me surpreendo pelo desassombro e pela ingenuidade.
O Rossio era o local da concentração. O boca-a-boca funcionava, assim como a imprensa clandestina. Sempre critiquei a escolha do sítio. A polícia política e a outra fechava as saídas e era um vê se te avias a pancadaria que levávamos. Levávamos e dávamos: a partir de certa altura alguns de nós, contrariando as recomendações, levaram consigo tubos de borracha, e defendíamos conforme podíamos. Podíamos pouco, ante o aluvião de agentes à paisana e a brutalidade da repressão. Salientava-se, neste caso o capitão Maltez, cuja selvajaria era conhecida.
Num desses anos, estava com o Fernando Lopes-Graça e outros amigos, à entrada da Rua do Carmo. A multidão gritava: "Abaixo o fascismo!" ou "Morte à PIDE!", e o desagrado durou poucos minutos. Eis que surge o capitão Maltez de má memória e, de cassetête em punho agride quem à sua frente aparecesse. O homem parecia cego de ódio e de raiva. Agrediu Lopes-Graça uma vez; da segunda, coloquei-me à frente dele, tentei cobri-lo com o meu corpo (eu era um homem muito mais corpulento do que sou hoje, e mesmo agora…) e levei com as bastonadas destinadas ao meu velho amigo. Depois, sempre tapando o Graça, e quase o transportando, corri pela rua do Carmo, sempre com o Maltez a dar-me. As escadas estavam fechadas, o Graça tinha levado com uma bastonada na cabeça e partido os óculos, corria-lhe um fio de sangue pelo rosto, até que consegui que alguém me abrisse uma porta.
Quero dizer com isto que vale sempre a pena estar onde é preciso estar. E que a rua, por muito que os detentores do poder digam o contrário, causa amolgadelas e dá resultado, mais tarde ou mais cedo. A rua não é, somente, uma demonstração de indignação sindical, política e cívica - é, sobretudo, um argumento moral, contra a inexistência de moral dos governantes.
Os duzentos mil que desceram à rua sabiam muitíssimo bem o que os unia, o que os une. É a recusa da rendição ante o desaforo de uma política que sova os mais desfavorecidos e enche de prebendas e de favores os mais favorecidos. Não há nenhuma explicação (pelo menos daquelas que nos foram dadas e foram dadas atabalhoadamente) para os milhões de milhões distribuídos pela banca, num prémio sem remissa àqueles que cometeram fraudes, que prevaricaram, que roubaram, que enriqueceram às nossas custas.
Olhamos para o panorama geral e parece que uma onda de corrupção, de iniquidades, de falta de palavra, de carência de ética, de valores e de padrões invadiu a esfera do capitalismo. "O capitalismo contém, em si mesmo, os embriões de tudo o que é mau e de tudo o que é bom" disse Keynes. O pior é que, até agora, só o mau se tem revelado. E de que maneira!
Torna-se cada vez mais evidente que o Executivo Sócrates não possui nem força, nem capacidade e, acaso, nem competência para, ao menos amenizar a crise em que nos mergulharam. Os duzentos mil protestatários significaram uma pesada advertência. E, como no tempo do fascismo, o peso das multidões acaba por querer dizer alguma coisa. Infelizmente, parece que José Sócrates está cada vez mais afastado da realidade.”
Artigo de Armando Baptista-Bastos, publicado no Jornal de Negócios de 2009-3-22
sábado, março 21, 2009
Maquiavel e a Manipulação
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O primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, entre outras coisas que detesta - e porque não gosta de ser contrariado - não aprecia as manifestações de protesto, um direito democrático e constitucional que os trabalhadores usam para contestar as práticas governativas, não só dele, mas de todos os que o antecederam, e naturalmente dos que virão a seguir. A insolente criatura ainda não teve o arrojo de qualificar os seus opositores de “elementos subversivos que querem pôr em causa a segurança do Estado”, como o fazia Salazar, mas já vai dizendo que lamenta que os "manifestantes e dirigentes tivessem enveredado pelo insulto", não se sabe bem de quem, nem com que ofensas. Na sequência disso, e para fazer subiu a tensão social, a submissa RTP (a tal que é paga com o dinheiro dos contribuintes e utiliza esses fundos para fazer escandalosa propaganda do governo), colocou no ar um abjecto spot publicitário, encomendado pela também pública RDP, que de forma ínvia, e usando mais uma vez a venenosa artimanha de colocar portugueses contra portugueses (uma imagem de marca deste governo), acusa as manifestações de protesto de serem dirigidas "contra quem quer chegar a horas", sabe-se lá a que lugar e para quê. Quem dá a voz neste dislate é uma jornalista que de desconhecida passou a ser sobejamente conhecida, ao assumir-se como a autora da “biografia autorizada” do suposto “menino de ouro do PS”, isto é, nada mais, nada menos, do que o vaidoso José Carvalho Pinto de Sousa, também conhecido por “Sócrates2009”.
Na verdade, a dona Eduarda Maio, a senhora Fernanda Câncio e a Margarida Moreira da DREN, o senhor Azeredo Lopes da ERC, os directores de muita comunicação social, alguns jornalistas-propagandistas, os ministros Augusto Santos Silva e Santos Pereira, o José Lello e o Vitalino Canas, e mais uns quantos voluntariosos ministróides e secretários de estado, tudo pessoas que apenas sabem conjugar o verbo genuflectir, são figuras menores que se movem no grande tabuleiro socretino dos jogos florais, com que vão manipulando e distraindo os cidadãos, arredando-os do que é verdadeiramente essencial. Assestar baterias sobre estas figuras é deixar na sombra quem as lá prantou, pois os tontos, os incapazes, os sabujos, os lambe-botas e outras criaturas rastejantes, que vão do funcionárizito delator até ao ministro incompetente mas submisso, servem exactamente para isso: ao serem empurrados para a boca de cena e atrairem a nossas atenções, indignação e repulsa, estão a ser a válvula de retenção e o escudo protector dos mandarins e tiranetes, que ficam a manobrar desafogadamente nos bastidores, embrulhando e vendendo promessas políticas como quem negoceia carros em décima mão, acabadinhos de sair da linha de montagem.
Isto é Nicolau Maquiavel, adaptado aos tempos actuais e a um povo contaminado com doses cavalares de inquisição, polícia política e informadores ao desbarato, que vê no “chico-espertismo” e no ensejo para criar mais uma anedota jocosa, a grande oportunidade para contornar esta enxurrada de humilhações aos direitos e aos alicerces da democracia, que nos tempos presentes pode vir a ter um sabor amargo.
Na verdade, a dona Eduarda Maio, a senhora Fernanda Câncio e a Margarida Moreira da DREN, o senhor Azeredo Lopes da ERC, os directores de muita comunicação social, alguns jornalistas-propagandistas, os ministros Augusto Santos Silva e Santos Pereira, o José Lello e o Vitalino Canas, e mais uns quantos voluntariosos ministróides e secretários de estado, tudo pessoas que apenas sabem conjugar o verbo genuflectir, são figuras menores que se movem no grande tabuleiro socretino dos jogos florais, com que vão manipulando e distraindo os cidadãos, arredando-os do que é verdadeiramente essencial. Assestar baterias sobre estas figuras é deixar na sombra quem as lá prantou, pois os tontos, os incapazes, os sabujos, os lambe-botas e outras criaturas rastejantes, que vão do funcionárizito delator até ao ministro incompetente mas submisso, servem exactamente para isso: ao serem empurrados para a boca de cena e atrairem a nossas atenções, indignação e repulsa, estão a ser a válvula de retenção e o escudo protector dos mandarins e tiranetes, que ficam a manobrar desafogadamente nos bastidores, embrulhando e vendendo promessas políticas como quem negoceia carros em décima mão, acabadinhos de sair da linha de montagem.
Isto é Nicolau Maquiavel, adaptado aos tempos actuais e a um povo contaminado com doses cavalares de inquisição, polícia política e informadores ao desbarato, que vê no “chico-espertismo” e no ensejo para criar mais uma anedota jocosa, a grande oportunidade para contornar esta enxurrada de humilhações aos direitos e aos alicerces da democracia, que nos tempos presentes pode vir a ter um sabor amargo.
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ADENDA – Posteriormente, os jornais noticiaram que o referido spot publicitário acabou por ser retirado do ar, após serem conhecidas as opiniões indignadas de Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, que o classificou como “um ataque expresso ao sindicalismo” e uma "atitude de subserviência" da rádio pública ao Governo, bem como do provedor dos telespectadores da RTP e dos ouvintes da RDP, os quais entenderam que o spot "veicula uma mensagem de tom antidemocrático, violadora de um direito constitucional", ao mesmo tempo que "olham com a maior reserva" o facto de a peça ser desempenhada por uma jornalista profissional, pertencente aos quadros da RDP. Entretanto, o facto de o anúncio ter sido retirado das emissões, tal não invalida o que atrás escrevi, logo mantenho.
quinta-feira, março 19, 2009
SIM é possível uma vida melhor!
sábado, março 14, 2009
Memórias
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É uma colecção de 46 postais escritos e enviados por mim a meu pai, entre 4 de Junho de 1959 e 8 de Outubro de 1962, enquanto ele esteve detido pelo antigo regime salazarista, primeiro na cadeia do Aljube e depois no reduto norte do Forte de Caxias. Do período em que esteve incomunicável, a ser torturado e interrogado, não há correio. Depois disso foi condenado em tribunal plenário na Boa Hora, pelo tenebroso juiz Caldeira (o tal que se confessava e comungava todos os dias, de tal monta eram os seus pecados), e sujeito às inevitáveis “medidas de segurança”, as quais concediam à polícia política (PIDE) um poder absoluto e discricionário sobre a liberdade dos cidadãos, considerados opositores do regime, logo perigosos elementos subversivos. Não resisti a publicar o primeiro e o último postal desta série, na qual se podem vislumbrar os carimbos apostos pelo infatigável censor de serviço à correspondência recebida pelos detidos.
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. .Como se pode verificar, na época, até os bilhetes-postais dos C.T.T. eram usados com veículo de propaganda do regime.
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quinta-feira, março 12, 2009
A Frase
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Não é dirigente de um partido em que costume votar, não elaborou muito o seu discurso como se impunha, apontando as grandes dificuldades com que o país e os portugueses se debatem, mas até que enfim que MFL (Manuela Ferreira Leite) deu um ar da sua graça, quando afirmou que “…estes 4 anos de governo socialista têm sido um LONGO INTERVALO DE PUBLICIDADE!”
Não é dirigente de um partido em que costume votar, não elaborou muito o seu discurso como se impunha, apontando as grandes dificuldades com que o país e os portugueses se debatem, mas até que enfim que MFL (Manuela Ferreira Leite) deu um ar da sua graça, quando afirmou que “…estes 4 anos de governo socialista têm sido um LONGO INTERVALO DE PUBLICIDADE!”
Em Nome de Quem?
O título é meu, mas passo a transcrever o post de Luís Grave Rodrigues, intitulado “Uma questão de opção ética”, publicado no blog Diário Ateísta, em 9 Março, 2009. O assunto é de estarrecer, se atendermos que vivemos no século XXI e a Humanidade viveu durante 500 anos sob o terror autoritário e sanguinário da Inquisição e dos seus autos de fé, autênticos sacrifícios humanos expostos na praça pública. O que seria o mundo de hoje se o domínio da Igreja, mancomunada com os ricos e poderosos, continuasse a pôr e dispor dos governados como se de marionetas de tratassem? Certamente que a Igreja, invocando sempre que o fazia em nome de Deus, iria muito mais longe do que ser uma gestora cautelosa mas implacável do seu império empresarial, uma colaboradora discreta de regimes totalitários, manter-se uma recatada adversária do evolucionismo, fazer vista grossa da actividade dos padres genocidas e pedófilos, ou a dar sem efeito a excomunhão de um clérigo que, apesar de todas as evidências históricas, fala do Holocausto como se tal se tratasse de um embuste…
Mas vamos aos factos:
“A menina tem 9 anos de idade.Vive perto de Recife, no Brasil.Descobriu-se agora que o padrasto, de 23 anos, há cerca de 3 anos que a violava regularmente.
O padrasto está agora em prisão preventiva.Também violava uma irmã da menina, de 14 anos de idade, deficiente física e mental.Antes de ser preso quase foi linchado pelos vizinhos, enfurecidos com esta tenebrosa revelação.
Acontece que a menina de 9 anos estava grávida.
De gémeos.
O médicos foram peremptórios; ou a menina abortava ou morria.
E com ela, como é óbvio, morreriam também os bébés de que estava grávida.Aos 9 anos de idade o seu corpo franzino e subnutrido não tinha estrutura física para suportar uma gravidez.Ainda por cima de gémeos.
Foi feito o aborto.
Seria até demasiado estúpido não o fazer.Na sua inocência roubada desde os 6 anos, a menina nunca soube nem se apercebeu que estava grávida.Disseram-lhe que tinha sido operada a outra coisa qualquer.
Primeiro através das autoridades brasileiras e depois pelo próprio Vaticano, a posição da Igreja Católica sobre este assunto não se fez esperar: não sem antes ter sido tentado impedir o aborto junto das autoridades judiciárias brasileiras, de imediato a mãe da menina e os médicos que realizaram o aborto foram excomungados.
Aliás, “latae sententiae”, que é como quem diz automaticamente e pela prática do próprio acto.
Gianfranco Grieco, o presidente do Conselho Pontifício para a Família, afirmou que a «Igreja não pode “trair” sua postura tradicional de defesa da vida até seu fim natural, mesmo que trate de um drama humano como a violência sobre uma menina».
Como é óbvio, o que está aqui menos em causa é a excomunhão.Tal como o exorcismo, o baptismo ou as unções várias, todas essas crendices tão primitivas como pacóvias fazem parte do profundo ridículo que constitui a imbecilidade dos rituais católicos.
O que está aqui em causa é a posição ética de quem pensa que tem autoridade para impor aos outros os seus princípios e os seus dogmas religiosos.
O que está aqui em causa é a posição ética de quem defende que a VIDA de uma criança de 9 anos, uma menina franzina e subnutrida, cuja infância lhe foi roubada por um facínora qualquer, deve ainda ser sacrificada em nome de um dogma imbecil.
Mas o que está aqui também em causa é a posição ética de quem se conforma e até se identifica plenamente com tudo isto e, no final, tem a coragem e o autêntico desplante de continuar a intitular-se… católico!”
Meu comentário final:
Atropelando os categóricos pareceres médicos e as mais legítimas convicções éticas e religiosas, eis como a Igreja defende um trôpego e aberrante conceito de humanismo, que não lembraria ao Diabo.
segunda-feira, março 09, 2009
“Sensação de que nada acontecerá”
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“Está instalado no país um dorido sentimento de resignação de que nada vai acontecer nem no Freeport nem no BPN. Haverá cordeiros sacrificiais, mas que (para usar terminologia de offshore) estarão longe de ser os UBOs das fraudes.
Estão longe de ser os Ultimate Benificiary Owners porque o sistema em Portugal nunca chega, nem parece querer chegar, aos verdadeiros beneficiários do que quer que tenha acontecido a muitos milhões, entre bandos de flamingos desalojados para sempre do estuário do Tejo, sobreiros seculares cujo abate é autorizado a peso de Euro e dinheiros partidários que têm circulado por blocos centrais de interesses desde o 25 de Abril. Mas como se fala em milhões de Euros sonegados e é cada vez maior a horda ululante de desempregados, precisa-se de bodes expiatórios para dar a imagem virtual de que, em Portugal, com bens públicos não se brinca.
No Freeport, Charles Smith cumpre com o perfil para ser o primeiro imolado. Ver Mr. Smith a entrar e a sair do Tribunal de Setúbal entre câmaras de TV sugere que a justiça funciona. Depois, como é estrangeiro e é britânico, e como desde o Ultimato à Maddie em Portugal não gostamos dos Ingleses, Charles Smith é o suspeito perfeito para ser o corruptor num processo em que não há, e provavelmente nunca vai haver, corrompidos.
Se os houvesse também pouco interessava. Em Portugal a corrupção detectada e não provada venera-se porque é sinal de esperteza. A bem investigada cai fora de prazo e deita-se fora. A apanhada em flagrante custa cinco mil Euros.
No Banco Português de Negócios o bode que expia é Oliveira e Costa. A prisão preventiva dá a ilusão de que a justiça funciona mas o ameaçador mutismo do testa de ferro da bizarra construção de contabilidade prevaricadora grita acusações ao mais alto nível imaginável. A sua serena declaração de auto-incriminação (que é tudo o que realmente se sabe sobre Oliveira e Costa) é a mais ameaçadora postura na história portuguesa do crime sem castigo. Enquanto Oliveira e Costa se mantiver calado está seguro na zona dos privilegiados da prisão dos ricos. Quando falar (e ele acabará por falar), provavelmente, cai o regime. É materialmente impossível ser ele o único responsável pela infinita complexidade das urdiduras financeiras nos Second Lives do BPN e da SLN. Logo, ao assumir toda a culpa, Oliveira e Costa mente e encobre. Pelos montantes envolvidos ele não pode ter sido o único beneficiário dos dinheiros que saltaram continentes, vindos sabe-se lá de onde para a maior operação de Dry Clean na história de Portugal, e foram parar…sabe-se lá onde. O certo é que se traduziram em compras de poder e de influência que conseguem transtornar o normal funcionamento das instituições.
O problema não é da justiça.
Este Carnaval tivemos dois exemplos da celeridade vertiginosa com que o Ministério Público e a Polícia conseguem actuar quando querem. Num par de horas confiscaram, censuraram, ameaçaram, intimaram e intimidaram por causa de imagens de mulheres nuas apensas a um objecto de propaganda governamental e a um livro. Já no Freeport e no BPN, entre investigações, rogatórias e reguladores apáticos, os anos foram passando no dengoso bailado de impunidades rumo ao limbo de todas as prescrições. Hoje ficamos com aquela terrível sensação tão bem descrita por Torga, de que, apesar de estarmos todos a ver tudo nas angústias paradas da vida que não temos, nada vai acontecer.”
Artigo de opinião do jornalista Mário Crespo, publicado no JORNAL DE NOTÍCIAS em 2 de Março de 2009
“Está instalado no país um dorido sentimento de resignação de que nada vai acontecer nem no Freeport nem no BPN. Haverá cordeiros sacrificiais, mas que (para usar terminologia de offshore) estarão longe de ser os UBOs das fraudes.
Estão longe de ser os Ultimate Benificiary Owners porque o sistema em Portugal nunca chega, nem parece querer chegar, aos verdadeiros beneficiários do que quer que tenha acontecido a muitos milhões, entre bandos de flamingos desalojados para sempre do estuário do Tejo, sobreiros seculares cujo abate é autorizado a peso de Euro e dinheiros partidários que têm circulado por blocos centrais de interesses desde o 25 de Abril. Mas como se fala em milhões de Euros sonegados e é cada vez maior a horda ululante de desempregados, precisa-se de bodes expiatórios para dar a imagem virtual de que, em Portugal, com bens públicos não se brinca.
No Freeport, Charles Smith cumpre com o perfil para ser o primeiro imolado. Ver Mr. Smith a entrar e a sair do Tribunal de Setúbal entre câmaras de TV sugere que a justiça funciona. Depois, como é estrangeiro e é britânico, e como desde o Ultimato à Maddie em Portugal não gostamos dos Ingleses, Charles Smith é o suspeito perfeito para ser o corruptor num processo em que não há, e provavelmente nunca vai haver, corrompidos.
Se os houvesse também pouco interessava. Em Portugal a corrupção detectada e não provada venera-se porque é sinal de esperteza. A bem investigada cai fora de prazo e deita-se fora. A apanhada em flagrante custa cinco mil Euros.
No Banco Português de Negócios o bode que expia é Oliveira e Costa. A prisão preventiva dá a ilusão de que a justiça funciona mas o ameaçador mutismo do testa de ferro da bizarra construção de contabilidade prevaricadora grita acusações ao mais alto nível imaginável. A sua serena declaração de auto-incriminação (que é tudo o que realmente se sabe sobre Oliveira e Costa) é a mais ameaçadora postura na história portuguesa do crime sem castigo. Enquanto Oliveira e Costa se mantiver calado está seguro na zona dos privilegiados da prisão dos ricos. Quando falar (e ele acabará por falar), provavelmente, cai o regime. É materialmente impossível ser ele o único responsável pela infinita complexidade das urdiduras financeiras nos Second Lives do BPN e da SLN. Logo, ao assumir toda a culpa, Oliveira e Costa mente e encobre. Pelos montantes envolvidos ele não pode ter sido o único beneficiário dos dinheiros que saltaram continentes, vindos sabe-se lá de onde para a maior operação de Dry Clean na história de Portugal, e foram parar…sabe-se lá onde. O certo é que se traduziram em compras de poder e de influência que conseguem transtornar o normal funcionamento das instituições.
O problema não é da justiça.
Este Carnaval tivemos dois exemplos da celeridade vertiginosa com que o Ministério Público e a Polícia conseguem actuar quando querem. Num par de horas confiscaram, censuraram, ameaçaram, intimaram e intimidaram por causa de imagens de mulheres nuas apensas a um objecto de propaganda governamental e a um livro. Já no Freeport e no BPN, entre investigações, rogatórias e reguladores apáticos, os anos foram passando no dengoso bailado de impunidades rumo ao limbo de todas as prescrições. Hoje ficamos com aquela terrível sensação tão bem descrita por Torga, de que, apesar de estarmos todos a ver tudo nas angústias paradas da vida que não temos, nada vai acontecer.”
Artigo de opinião do jornalista Mário Crespo, publicado no JORNAL DE NOTÍCIAS em 2 de Março de 2009
domingo, março 08, 2009
Projecto à Portuguesa
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O Ministério da (des)Educação já mandou erradicar do computador “Magalhães” o “software assassino” do bom português. Está visto que quem vai continuar a pagar as favas é o tal emigrante português que traduziu o “software”, e que de habilitações apenas possui a quarta classe, e não o presumível coordenador de um presumível “projecto Magalhães”, que teria por função, entre outras, auditar a eficácia e conformidade dos conteúdos de um produto que iria ser distribuído, a um tão vasto quanto sensível universo de utilizadores.
Eis a incompetência e a negligência de braço dado, num projecto à portuguesa, com certeza.
- Elementar, meu caro Sócrates! Teria dito o sr. Holmes com um sorriso de comiseração…
Eis a incompetência e a negligência de braço dado, num projecto à portuguesa, com certeza.
- Elementar, meu caro Sócrates! Teria dito o sr. Holmes com um sorriso de comiseração…
Silêncios Atroadores
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Depois daquelas semanas em que o “gueto” da faixa de Gaza esteve debaixo de fogo contínuo, de repente o conflito quase desapareceu dos meios de comunicação social, para ser substituído pelas andanças do processo eleitoral israelita e a picaresca formação do novo governo, que afinal não vai respeitar quem foi mais votado nas urnas.
Para levar a cabo mais aquele “blitzkrieg” (guerra relâmpago), sob o pretexto da segurança mas com o objectivo de matança de palestinianos, foi aproveitada a janela de oportunidade decorrente da transferência de poderes entre Bush e Obama. Depois disso, quando passou a haver nova autoridade presidencial nos E.U.A. e se abeirou de Israel mais uma batalha, desta vez eleitoral com ida às urnas, toda a gente regressou aos quartéis para sacudir o pó, engomar as fardas e olear as armas, ao passo que os jornalistas passaram a dar atenção a outros cabeçalhos. E continuamos assim, até que o Estado judaico decida nova investida, perante a cínica e hipócrita condescendência do resto do mundo. O texto que se segue diz o que toca a Portugal sobre o assunto.
“As prestações públicas dos órgãos de soberania de Portugal perante a tragédia de Gaza foram lamentáveis, em sintonia plena com o tom dominante da tristíssima cobertura da comunicação social.
O massacre de mais de 1.300 pessoas num pequeno território onde se amontoam um milhão e meio de seres humanos desprovidos de qualquer capacidade defensiva (esta verdade foi escamoteada sem qualquer pudor) foi tratado publicamente segundo os rigorosos e “objectivos” parâmetros da “simetria”, como se frente-a-frente, numa guerra convencional, estivessem dois inimigos com idêntica capacidade de destruição. Simetria, pois, entre o ocupante e o ocupado; entre um dos mais poderosos exército do mundo e uma população desarmada; simetria entre o poder de fogo dos F-16 e a capacidade assassina das novas munições de metal denso e fósforo branco e, do outro lado, foguetes pouco mais que artesanais; simetria entre uma nação apoiada incondicionalmente pelo país mais poderoso do mundo e a quem a “comunidade internacional” tudo perdoa e, do outro lado, um povo pouco menos que isolado e que há 60 anos luta pela criação do seu Estado independente enquanto se debate com acções sucessivas de genocídio.
As posições governamentais portuguesas estiveram a cargo do desastrado ministro dos Negócios Estrangeiros.
…
A culpa deste desastre diplomático não é verdadeiramente do ministro, mas de quem o encarregou de assumir as posições oficiais do Estado português perante a chacina de Gaza. Muito mais graves e inquietantes, porque permitem um vasto espectro de considerações e até de especulações, são os silêncios do primeiro-ministro e do presidente da República. Num país onde, por tudo e por nada, se recorre à invocação de uma suposta vocação universalista, ao enaltecimento dos pioneirismos abolicionistas em relação à escravatura e à pena de morte e até ao suposto papel principal de Portugal na génese da globalização, o silêncio dos principais dirigentes nacionais perante uma acção de genocídio é atroador. Será que Cavaco Silva e José Sócrates, conhecedores, por certo, da longa limpeza étnica de que os palestinianos são vítimas, conseguem não encontrar qualquer sinal dramático no facto de ser necessário abater mais de 400 crianças e 100 mulheres para enfraquecer o “Hamas”?
Neste silêncio com tonalidades de bloco central não há qualquer divergência política entre Belém e S.Bento.”
Excertos do artigo do jornalista José Goulão, publicado no LE MONDE DIPLOMATIQUE de Fevereiro de 2009, com o título “Da simetria assimétrica aos silêncios atroadores”.
Para levar a cabo mais aquele “blitzkrieg” (guerra relâmpago), sob o pretexto da segurança mas com o objectivo de matança de palestinianos, foi aproveitada a janela de oportunidade decorrente da transferência de poderes entre Bush e Obama. Depois disso, quando passou a haver nova autoridade presidencial nos E.U.A. e se abeirou de Israel mais uma batalha, desta vez eleitoral com ida às urnas, toda a gente regressou aos quartéis para sacudir o pó, engomar as fardas e olear as armas, ao passo que os jornalistas passaram a dar atenção a outros cabeçalhos. E continuamos assim, até que o Estado judaico decida nova investida, perante a cínica e hipócrita condescendência do resto do mundo. O texto que se segue diz o que toca a Portugal sobre o assunto.
“As prestações públicas dos órgãos de soberania de Portugal perante a tragédia de Gaza foram lamentáveis, em sintonia plena com o tom dominante da tristíssima cobertura da comunicação social.
O massacre de mais de 1.300 pessoas num pequeno território onde se amontoam um milhão e meio de seres humanos desprovidos de qualquer capacidade defensiva (esta verdade foi escamoteada sem qualquer pudor) foi tratado publicamente segundo os rigorosos e “objectivos” parâmetros da “simetria”, como se frente-a-frente, numa guerra convencional, estivessem dois inimigos com idêntica capacidade de destruição. Simetria, pois, entre o ocupante e o ocupado; entre um dos mais poderosos exército do mundo e uma população desarmada; simetria entre o poder de fogo dos F-16 e a capacidade assassina das novas munições de metal denso e fósforo branco e, do outro lado, foguetes pouco mais que artesanais; simetria entre uma nação apoiada incondicionalmente pelo país mais poderoso do mundo e a quem a “comunidade internacional” tudo perdoa e, do outro lado, um povo pouco menos que isolado e que há 60 anos luta pela criação do seu Estado independente enquanto se debate com acções sucessivas de genocídio.
As posições governamentais portuguesas estiveram a cargo do desastrado ministro dos Negócios Estrangeiros.
…
A culpa deste desastre diplomático não é verdadeiramente do ministro, mas de quem o encarregou de assumir as posições oficiais do Estado português perante a chacina de Gaza. Muito mais graves e inquietantes, porque permitem um vasto espectro de considerações e até de especulações, são os silêncios do primeiro-ministro e do presidente da República. Num país onde, por tudo e por nada, se recorre à invocação de uma suposta vocação universalista, ao enaltecimento dos pioneirismos abolicionistas em relação à escravatura e à pena de morte e até ao suposto papel principal de Portugal na génese da globalização, o silêncio dos principais dirigentes nacionais perante uma acção de genocídio é atroador. Será que Cavaco Silva e José Sócrates, conhecedores, por certo, da longa limpeza étnica de que os palestinianos são vítimas, conseguem não encontrar qualquer sinal dramático no facto de ser necessário abater mais de 400 crianças e 100 mulheres para enfraquecer o “Hamas”?
Neste silêncio com tonalidades de bloco central não há qualquer divergência política entre Belém e S.Bento.”
Excertos do artigo do jornalista José Goulão, publicado no LE MONDE DIPLOMATIQUE de Fevereiro de 2009, com o título “Da simetria assimétrica aos silêncios atroadores”.
sábado, março 07, 2009
A Tragédia do “Maria da Glória”
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As campanhas da pesca do bacalhau nos bancos da Gronelândia também têm os seus mártires, não em consequência da faina propriamente dita, mas sim de outros factores, com sejam a guerra. A tragédia do lugre “Maria da Glória” é um deles, e está descrito aqui, com exemplar eloquência, neste post do blog A VOZ DA ABITA, ao qual aconselho uma visita. Interessado como sou por tudo o que se relaciona com a faina-maior, não resisti a fazer este link.
Choque Ortográfico
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O “Magalhães” é um computador portátil, montado em Portugal sob licença de uma multinacional, mas que o primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, insiste em dizer que é português de gema. O equipamento anda a ser distribuído nas escolas, como ferramenta auxiliar do processo educativo e com o objectivo de fomentar a assimilação das novas tecnologias, pelas mais jovens camadas estudantis, mas entretanto, no “software” com que vem equipado, foram encontrados dezenas de erros ortográficos e atropelos às regras de sintaxe, situação pouco conciliável com os fins a que se destina. Confrontada com a situação, a preclara ministra da (des)educação diz que não pode nem lhe compete controlar tudo. Desfecho: o “Magalhães” é tão português que nem a língua respeita!
O “Magalhães” é um computador portátil, montado em Portugal sob licença de uma multinacional, mas que o primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, insiste em dizer que é português de gema. O equipamento anda a ser distribuído nas escolas, como ferramenta auxiliar do processo educativo e com o objectivo de fomentar a assimilação das novas tecnologias, pelas mais jovens camadas estudantis, mas entretanto, no “software” com que vem equipado, foram encontrados dezenas de erros ortográficos e atropelos às regras de sintaxe, situação pouco conciliável com os fins a que se destina. Confrontada com a situação, a preclara ministra da (des)educação diz que não pode nem lhe compete controlar tudo. Desfecho: o “Magalhães” é tão português que nem a língua respeita!
Um Fedor a Oportunismo Político
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Uns dias depois de o PS ter pedido o adiamento das votações dos projectos da oposição que defendem a suspensão total ou parcial das taxas moderadoras aplicadas nos serviços de saúde, dizem-me as notícias que esse mesmo PS fez ou vai fazer “recomendações” ao Governo para que essas taxas moderadoras sejam abolidas, depois de efectuada uma "avaliação global" daquela medida, porém, que a abolição, a ser consumada, o seja apenas no ano de 2010, isto é, depois das eleições de 2009. Qualquer português que esteja minimamente atento ao que se vai passando por este burgo, não tem dificuldade em perceber que este PS, em versão “Sócrates2009”, depois de ter imposto à população, no ano de 2007, a aplicação dessas injustificáveis taxas moderadoras, quer agora transformá-las, por obra e graça de uma suposta mea-culpa, numa oportuna bandeira de propaganda, a desfraldar na próxima campanha eleitoral para as legislativas.
É oportuno recordar que as taxas moderadoras sobre os internamentos e cirurgias foram introduzidas no serviço Nacional de Saúde em Abril de 2007, pela mão do PS e de Correia de Campos, um dos ministros da saúde de mais triste memória. Era objectivo desta taxa funcionar como um instrumento pedagógico que actua como “moderador, racionalizador e regulador do acesso às prestações de saúde”, isto como se os portugueses recorressem aos hospitais, aos internamentos ou às cirurgias, não por força de indicação e diagnósticos médicos, mas sim por mero desporto ou masoquismo.
Depois de terem transformado os cuidados de saúde de tendencialmente gratuitos numa mercadoria, querem transformá-los agora num instrumento de baixa propaganda política.
Se for este o objectivo da iniciativa do PS e do seu “Sócrates2009”, empenhados na perseguição alucinada de uma nova maioria absoluta em que vale tudo, o mínimo que posso dizer é que é muito grande o descaramento e a falta de vergonha, quando se usa a saúde dos portugueses para fins tão pouco dignos.
Uns dias depois de o PS ter pedido o adiamento das votações dos projectos da oposição que defendem a suspensão total ou parcial das taxas moderadoras aplicadas nos serviços de saúde, dizem-me as notícias que esse mesmo PS fez ou vai fazer “recomendações” ao Governo para que essas taxas moderadoras sejam abolidas, depois de efectuada uma "avaliação global" daquela medida, porém, que a abolição, a ser consumada, o seja apenas no ano de 2010, isto é, depois das eleições de 2009. Qualquer português que esteja minimamente atento ao que se vai passando por este burgo, não tem dificuldade em perceber que este PS, em versão “Sócrates2009”, depois de ter imposto à população, no ano de 2007, a aplicação dessas injustificáveis taxas moderadoras, quer agora transformá-las, por obra e graça de uma suposta mea-culpa, numa oportuna bandeira de propaganda, a desfraldar na próxima campanha eleitoral para as legislativas.
É oportuno recordar que as taxas moderadoras sobre os internamentos e cirurgias foram introduzidas no serviço Nacional de Saúde em Abril de 2007, pela mão do PS e de Correia de Campos, um dos ministros da saúde de mais triste memória. Era objectivo desta taxa funcionar como um instrumento pedagógico que actua como “moderador, racionalizador e regulador do acesso às prestações de saúde”, isto como se os portugueses recorressem aos hospitais, aos internamentos ou às cirurgias, não por força de indicação e diagnósticos médicos, mas sim por mero desporto ou masoquismo.
Depois de terem transformado os cuidados de saúde de tendencialmente gratuitos numa mercadoria, querem transformá-los agora num instrumento de baixa propaganda política.
Se for este o objectivo da iniciativa do PS e do seu “Sócrates2009”, empenhados na perseguição alucinada de uma nova maioria absoluta em que vale tudo, o mínimo que posso dizer é que é muito grande o descaramento e a falta de vergonha, quando se usa a saúde dos portugueses para fins tão pouco dignos.
quinta-feira, março 05, 2009
Amnésias
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AMNÉSIA – Perda de memória. O vocábulo não se aplica ao esquecimento ou à deterioração gradual da memória devido ao envelhecimento, mas sim à perda de memória súbita e completa acerca de determinado espaço de tempo ou de determinados acontecimentos.
(do DICIONÁRIO DA MEDICINA de Peter Wingate – D.Quixote)
«Definitivamente, o país está repleto de estranhos casos de esquecimentos selectivos. Ontem, sobre os 62 milhões de euros com que a Caixa Geral de Depósitos premiou o empresário Manuel Fino, Sócrates remeteu as explicações para o ministro das finanças que, por sua vez, encaminhou para a Caixa Geral de Depósitos. À saída do plenário, o PM afirmou que só tomou conhecimento do assunto há um dia. Mas a notícia foi divulgada pelo Jornal de Negócios há mais de uma semana. Até o deputado Vera Jardim já endereçou, há cinco dias, um requerimento ao governo pedindo explicações sobre o assunto.»
(Post de 26 de Fevereiro 2009 de Joana Amaral Dias no blog Bicho Carpinteiro, intitulado "Amnésia viral")
«O presidente da Biometrics Imagineering e da NewTechnologie, as duas empresas tecnológicas com sede em Porto Rico que foram compradas pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), escreveu directamente a Dias Loureiro, em 2002, a solicitar-lhe que procedesse à transferência de 33 milhões de euros que havia sido acordada com a SLN.
O envio deste dinheiro seria dividido em seis parcelas e destinava-se a capitalizar as empresas para que estas desenvolvessem uma máquina ATM (uma espécie de máquina multibanco), tal como previsto aquando da aquisição das duas empresas.
A carta enviada a Manuel Dias Loureiro, a que o PÚBLICO teve acesso, tem data de 25 de Abril de 2002 e é assinada pelo presidente, Hector Hoyos (accionista das tecnológicas), e pelo director financeiro, Oscar Rivera, da Biometrics Imagineering e da NewTechnologie. Na missiva pedem ao ex-ministro social-democrata, que era na altura gestor executivo da SLN, que liquide o próximo pagamento de 5,250 milhões de euros, conforme combinado num acordo de investimento celebrado entre as partes. Os signatários da missiva indicam duas contas bancárias, uma no Citibank Account e outra no ABA, para onde o dinheiro deve ser transferido até 30 de Maio daquele ano.
Esta verba diz respeito a um acordo de investimento realizado depois de concretizada a compra da tecnológica pela SLN, e em que a holding se obriga a investir, de seis em seis meses, um total de 33 milhões de euros, no desenvolvimento do equipamento da empresa.
O PÚBLICO contactou Dias Loureiro para lhe solicitar que esclarecesse o teor da carta, tendo em conta que sempre afirmou apenas ter sido intermediário no início da operação de aquisição das duas empresas, não tendo conhecimento detalhado da operação. "Segundo me lembro, nunca foi paga nenhuma verba à Biometrics." "Disseram-me, porque não me lembro de maneira nenhuma, que há essa carta, que dizem que me foi dirigida, a pedir o pagamento da tranche", esclarece Dias Loureiro, adiantando que "o que fiz seguramente foi passá-la para o dr. Oliveira e Costa porque nunca fiz na SLN nenhum pagamento".
O conselheiro de Estado do Presidente Cavaco Silva observou "que o dr. Jorge Vieira Jordão [ex-técnico da SLN que se opôs à compra das duas empresas] disse que essa verba não chegava para rentabilizar o equipamento. Na sequência, fui a Porto Rico ver o que se podia fazer para salvar o negócio, mas o dr. Jordão era de opinião contrária e o dr. Oliveira e Costa decidiu cancelar o negócio".
Dias Loureiro recorda que "os accionistas da Biometrics alegaram que havia um acordo e queriam ir para tribunal e aquilo que consegui, mais o dr. Jordão, foi impedir isso, mas a SLN perdia o que tinha investido, mas não pagava mais nada".»
(Extracto do artigo da jornalista Cristina Ferreira do jornal PÚBLICO, publicado em 18 de Fevereiro de 2009)
AMNÉSIA – Perda de memória. O vocábulo não se aplica ao esquecimento ou à deterioração gradual da memória devido ao envelhecimento, mas sim à perda de memória súbita e completa acerca de determinado espaço de tempo ou de determinados acontecimentos.
(do DICIONÁRIO DA MEDICINA de Peter Wingate – D.Quixote)
«Definitivamente, o país está repleto de estranhos casos de esquecimentos selectivos. Ontem, sobre os 62 milhões de euros com que a Caixa Geral de Depósitos premiou o empresário Manuel Fino, Sócrates remeteu as explicações para o ministro das finanças que, por sua vez, encaminhou para a Caixa Geral de Depósitos. À saída do plenário, o PM afirmou que só tomou conhecimento do assunto há um dia. Mas a notícia foi divulgada pelo Jornal de Negócios há mais de uma semana. Até o deputado Vera Jardim já endereçou, há cinco dias, um requerimento ao governo pedindo explicações sobre o assunto.»
(Post de 26 de Fevereiro 2009 de Joana Amaral Dias no blog Bicho Carpinteiro, intitulado "Amnésia viral")
«O presidente da Biometrics Imagineering e da NewTechnologie, as duas empresas tecnológicas com sede em Porto Rico que foram compradas pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), escreveu directamente a Dias Loureiro, em 2002, a solicitar-lhe que procedesse à transferência de 33 milhões de euros que havia sido acordada com a SLN.
O envio deste dinheiro seria dividido em seis parcelas e destinava-se a capitalizar as empresas para que estas desenvolvessem uma máquina ATM (uma espécie de máquina multibanco), tal como previsto aquando da aquisição das duas empresas.
A carta enviada a Manuel Dias Loureiro, a que o PÚBLICO teve acesso, tem data de 25 de Abril de 2002 e é assinada pelo presidente, Hector Hoyos (accionista das tecnológicas), e pelo director financeiro, Oscar Rivera, da Biometrics Imagineering e da NewTechnologie. Na missiva pedem ao ex-ministro social-democrata, que era na altura gestor executivo da SLN, que liquide o próximo pagamento de 5,250 milhões de euros, conforme combinado num acordo de investimento celebrado entre as partes. Os signatários da missiva indicam duas contas bancárias, uma no Citibank Account e outra no ABA, para onde o dinheiro deve ser transferido até 30 de Maio daquele ano.
Esta verba diz respeito a um acordo de investimento realizado depois de concretizada a compra da tecnológica pela SLN, e em que a holding se obriga a investir, de seis em seis meses, um total de 33 milhões de euros, no desenvolvimento do equipamento da empresa.
O PÚBLICO contactou Dias Loureiro para lhe solicitar que esclarecesse o teor da carta, tendo em conta que sempre afirmou apenas ter sido intermediário no início da operação de aquisição das duas empresas, não tendo conhecimento detalhado da operação. "Segundo me lembro, nunca foi paga nenhuma verba à Biometrics." "Disseram-me, porque não me lembro de maneira nenhuma, que há essa carta, que dizem que me foi dirigida, a pedir o pagamento da tranche", esclarece Dias Loureiro, adiantando que "o que fiz seguramente foi passá-la para o dr. Oliveira e Costa porque nunca fiz na SLN nenhum pagamento".
O conselheiro de Estado do Presidente Cavaco Silva observou "que o dr. Jorge Vieira Jordão [ex-técnico da SLN que se opôs à compra das duas empresas] disse que essa verba não chegava para rentabilizar o equipamento. Na sequência, fui a Porto Rico ver o que se podia fazer para salvar o negócio, mas o dr. Jordão era de opinião contrária e o dr. Oliveira e Costa decidiu cancelar o negócio".
Dias Loureiro recorda que "os accionistas da Biometrics alegaram que havia um acordo e queriam ir para tribunal e aquilo que consegui, mais o dr. Jordão, foi impedir isso, mas a SLN perdia o que tinha investido, mas não pagava mais nada".»
(Extracto do artigo da jornalista Cristina Ferreira do jornal PÚBLICO, publicado em 18 de Fevereiro de 2009)
domingo, março 01, 2009
PS = Partido Sócrates
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Durante séculos, andaram os alquimistas e tentar transmutar os metais inferiores em metais nobres, como o ouro, para que o objectivo apenas fosse alcançado no século XXI, em Portugal, pelos alquimistas do “marketing” político, que operaram o milagre de transformar um partido socialista no partido do “menino de ouro”.
Durante séculos, andaram os alquimistas e tentar transmutar os metais inferiores em metais nobres, como o ouro, para que o objectivo apenas fosse alcançado no século XXI, em Portugal, pelos alquimistas do “marketing” político, que operaram o milagre de transformar um partido socialista no partido do “menino de ouro”.
A Apoteose do Cidadão Titular
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(Peça de teatro em 1 Acto)
Sobe o pano. Quatro amigos estão sentados à mesa do café em amena cavaqueira, quando um deles interrompe o falatório e pergunta o seguinte:
- Quando é que vamos falar sobre o congresso do PS?
Trocando olhares de incredulidade entre si, respondem os outros em coro:
- Qual congresso do PS?
Apagam-se as luzes do palco deixando os quatro amigos na escuridão e cai o pano ao som da banda sonora do GLADIADOR.
Sobe o pano. Quatro amigos estão sentados à mesa do café em amena cavaqueira, quando um deles interrompe o falatório e pergunta o seguinte:
- Quando é que vamos falar sobre o congresso do PS?
Trocando olhares de incredulidade entre si, respondem os outros em coro:
- Qual congresso do PS?
Apagam-se as luzes do palco deixando os quatro amigos na escuridão e cai o pano ao som da banda sonora do GLADIADOR.
sábado, fevereiro 28, 2009
Grande Júbilo
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O lugre bacalhoeiro ARGUS vai regressar novamente a Portugal depois de uma existência atribulada. Construído na Holanda em 1939, esteve integrado na frota portuguesa da pesca do bacalhau que operava nos bancos pesqueiros da Terra Nova até 1970, tendo sido vendido em 1974, recebido posteriores alterações e melhoramentos, foi rebaptizado com o nome POLYNESIA II, continuando a navegar até agora, ao serviço de cruzeiros turísticos em Aruba. É um lugre de quatro mastros, irmão gémeo do CREOULA, actualmente utilizado em treino de mar pela Marinha Portuguesa.
O ARGUS volta a Portugal graças à sua aquisição pela empresa de Ílhavo, Pascoal & Filhos SA, a mesma que salvou do desmantelamento e do esquecimento outro lugre lendário, também gémeo do ARGUS, de nome SANTA MARIA MANUELA, o qual sofreu as primeiras obras de restauro nos estaleiros de Aveiro, e que está agora a receber os últimos trabalhos de recuperação e aparelhamento nos estaleiros de Vigo, esperando-se que fique operacional ainda neste ano de 2009.
O ARGUS, era um dos mais belos e imponentes lugres da Frota Branca (Portuguese White Fleet ), nome por que era conhecida a frota portuguesa de bacalhoeiros durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Para assinalar os objectivos pacíficos da frota e a neutralidade portuguesa no conflito, os cascos de todos os lugres foram pintados de branco, com a inscrição do nome PORTUGAL em grandes caracteres, a fim de advertir as armadas beligerantes (sobretudo submarinos) da nossa presença e estatuto neutral. No entanto, o ARGUS acabou por tornar-se uma lenda viva quando em 1950 foi o protagonista da memorável reportagem escrita e filmada por Alan Villiers, comandante da Marinha Australiana, a quem o governo português da época encomendou aquela obra, considerada por muitos como uma promoção do regime de Salazar. A obra escrita, de nome A CAMPANHA DO ARGUS, primitivamente editada em inglês sob o nome THE QUEST OF THE SCHOONER ARGUS, rapidamente se tornou um “best seller” internacional, divulgando a autêntica epopeia marítima que eram as campanhas anuais de pesca de bacalhau, que se estendiam entre seis a oito meses de trabalho intensivo e arrojado nos bancos pesqueiros da Terra Nova, levadas a cabo por aqueles marinheiros / pescadores / operários portugueses, numa altura em que os grandes veleiros já pertenciam ao passado, persistindo apenas como objectos do imaginário romântico.
Agora, o ARGUS já não vai ser só memória. O sonho vai a caminho de se tornar realidade. Agora, voltar a ver o ARGUS restaurado, a navegar imponente, com todo o pano desfraldado e sob pavilhão português, é uma imagem que, julgando-se perdida para sempre, fará brotar muita lágrima furtiva no rosto de quem nutre pela navegação à vela uma paixão do tamanho de todos os oceanos, e até a mim que nunca fui marinheiro.
.O ARGUS nos mares da Terra Nova durante a campanha bacalhoeira de 1940
O ARGUS (rebaptizado POLYNESIA II) nos mares das Caraíbas
NOTA: Aproveito para referir outros artigos que escrevi sobre o mesmo tema da pesca do bacalhau:
Outros blogs de consulta obrigatória:
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
Estou Apreensivo!
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A propósito da apreensão do livro PORNOCRACIA, na feira do livro de Braga, e depois de ler o post da jornalista Fernanda Câncio ( em http://jugular.blogs.sapo.pt/746430.html ), fiquei convencido que a senhora deve ser muito novinha, pois parece ignorar (ou faz de conta que ignora) que as censuras, venham elas de onde vierem, devagar ou apressadas, acabam por ser a porta de entrada e o grande sustentáculo das tiranias e das ditaduras, e não apenas mais um “fait-divers” produzido pela grosseira ignorância e estupidez policiais.
A maioria das vezes as censuras começam de mansinho, tirando partido do denunciante amador ou do censor ignorante, seres abjectos que se vão insinuando cheios de zelo no tecido social, a espiarem relacionamentos e inclinações, e que passam depois a usufruir do estatuto de funcionários naquelas organizações criadas por decreto, com gabinetes e secretárias, onde vão gastando tesouras e lápis azuis, a amputarem e eliminarem tudo o que é “inconveniente”, “indecoroso” ou “subversivo”.
Algumas vezes as censuras aviltam-se e engendram episódios burlescos - como é o caso do dicionário LAROUSSE que não passou no exame censório, porque aquele nome cheirava a coisa soviética, ou o ensaio QUE FAZER? do Vladimir Ilitch Ulianov que passou, porque ninguém sabia que aquele era o verdadeiro nome de Lenine - mas no fim acabam naquilo que sabemos, pelo menos os que têm idade para isso, ou não a tendo, sabem discernir o que subsiste para lá do caricatural, ou então vão recolher a farta informação histórica que existe sobre o assunto. Um facto é certo: não há censuras inocentes, nem os seus efeitos são desprezíveis. Falar das vidas artísticas atribuladas de Gustav Courbet ou de Robert Mapplethorpe não me deixa apreensivo; já o mesmo não posso dizer dos “pequenos” casos que andam a germinar por aí, como a excomunhão que há uns anos atrás um tal Lara lançou sobre “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” de José Saramago, a denúncia à DREN das opiniões do professor Charrua, os percalços do computador “Magalhães” no carnaval de Torres Vedras, ou a tal capa do livro que ofendeu os espíritos puritanos das mães de Braga.
A propósito da apreensão do livro PORNOCRACIA, na feira do livro de Braga, e depois de ler o post da jornalista Fernanda Câncio ( em http://jugular.blogs.sapo.pt/746430.html ), fiquei convencido que a senhora deve ser muito novinha, pois parece ignorar (ou faz de conta que ignora) que as censuras, venham elas de onde vierem, devagar ou apressadas, acabam por ser a porta de entrada e o grande sustentáculo das tiranias e das ditaduras, e não apenas mais um “fait-divers” produzido pela grosseira ignorância e estupidez policiais.
A maioria das vezes as censuras começam de mansinho, tirando partido do denunciante amador ou do censor ignorante, seres abjectos que se vão insinuando cheios de zelo no tecido social, a espiarem relacionamentos e inclinações, e que passam depois a usufruir do estatuto de funcionários naquelas organizações criadas por decreto, com gabinetes e secretárias, onde vão gastando tesouras e lápis azuis, a amputarem e eliminarem tudo o que é “inconveniente”, “indecoroso” ou “subversivo”.
Algumas vezes as censuras aviltam-se e engendram episódios burlescos - como é o caso do dicionário LAROUSSE que não passou no exame censório, porque aquele nome cheirava a coisa soviética, ou o ensaio QUE FAZER? do Vladimir Ilitch Ulianov que passou, porque ninguém sabia que aquele era o verdadeiro nome de Lenine - mas no fim acabam naquilo que sabemos, pelo menos os que têm idade para isso, ou não a tendo, sabem discernir o que subsiste para lá do caricatural, ou então vão recolher a farta informação histórica que existe sobre o assunto. Um facto é certo: não há censuras inocentes, nem os seus efeitos são desprezíveis. Falar das vidas artísticas atribuladas de Gustav Courbet ou de Robert Mapplethorpe não me deixa apreensivo; já o mesmo não posso dizer dos “pequenos” casos que andam a germinar por aí, como a excomunhão que há uns anos atrás um tal Lara lançou sobre “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” de José Saramago, a denúncia à DREN das opiniões do professor Charrua, os percalços do computador “Magalhães” no carnaval de Torres Vedras, ou a tal capa do livro que ofendeu os espíritos puritanos das mães de Braga.
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
terça-feira, fevereiro 24, 2009
O Simplex a Todo o Vapor
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A EXISTÊNCIA em Portugal de quase 72 mil empresas sem trabalhadores (sem contar com as mediadoras de seguros e as empresas financeiras que foram excluídas do apuramento) é um mistério que convinha deslindar, pois nem o Governo consegue dar uma resposta satisfatória. Será que esta situação confirma aquilo que alguém me confidenciou um dia abranger perto de 50 por cento do tecido económico português, sendo vulgarmente conhecida por economia paralela? O que é um facto é que são empresas que nascem e morrem, um pouco por todo o lado, como efémeras plantas sazonais e que de forma incontrolável fogem ao controlo e aos impostos. O fenómeno já é velho, mas o que é que o Governo conta fazer com estes embustes? Ou será que estas aberrações se destinam a dar uma falsa ideia de crescimento económico e arredondar as estatísticas da União Europeia?
Vejamos o que diz a comunicação social sobre o assunto:
"José Sócrates fez um balanço positivo da entrada em funcionamento da IES [Informação Empresarial Simplificada], cinco meses depois de ter sido adoptada
Não foi possível obter explicações oficiais para a existência de quase 72 mil empresas sem trabalhadores. O PÚBLICO contactou inicialmente o Ministério das Finanças, que, de forma célere, remeteu para o Ministério da Economia.
Mais de uma semana depois, o gabinete de comunicação de Manuel Pinho sugeriu um contacto com o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. E no mesmo dia esclareceu que o Ministério da Justiça seria o mais adequado para responder.
O gabinete de comunicação do ministério de Alberto Costa indicou que a confirmação dos dados fornecidos pela Confederação da Indústria Portuguesa teria de ser feita pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), tal como as explicações. Por sua vez, o INE lamentou não poder fornecer os dados a tempo para esta edição, ao mesmo tempo que afirmou não poder explicar porque é que há 71.822 empresas sem trabalhadores.
Foi o próprio José Sócrates quem apresentou os primeiros resultados do projecto "Informação Empresarial Simplificada" a 3 de Outubro de 2007, cinco meses depois da entrada em funcionamento.
Nessa altura, já tinham sido entregues 397.319 declarações, e o número de empresas que apresentaram as contas anuais ao Estado subiu de 80 mil para mais de 230 mil."
Notícia da secção de Economia do jornal PÚBLICO de 23 de Fevereiro de 2009
A EXISTÊNCIA em Portugal de quase 72 mil empresas sem trabalhadores (sem contar com as mediadoras de seguros e as empresas financeiras que foram excluídas do apuramento) é um mistério que convinha deslindar, pois nem o Governo consegue dar uma resposta satisfatória. Será que esta situação confirma aquilo que alguém me confidenciou um dia abranger perto de 50 por cento do tecido económico português, sendo vulgarmente conhecida por economia paralela? O que é um facto é que são empresas que nascem e morrem, um pouco por todo o lado, como efémeras plantas sazonais e que de forma incontrolável fogem ao controlo e aos impostos. O fenómeno já é velho, mas o que é que o Governo conta fazer com estes embustes? Ou será que estas aberrações se destinam a dar uma falsa ideia de crescimento económico e arredondar as estatísticas da União Europeia?
Vejamos o que diz a comunicação social sobre o assunto:
"José Sócrates fez um balanço positivo da entrada em funcionamento da IES [Informação Empresarial Simplificada], cinco meses depois de ter sido adoptada
Não foi possível obter explicações oficiais para a existência de quase 72 mil empresas sem trabalhadores. O PÚBLICO contactou inicialmente o Ministério das Finanças, que, de forma célere, remeteu para o Ministério da Economia.
Mais de uma semana depois, o gabinete de comunicação de Manuel Pinho sugeriu um contacto com o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. E no mesmo dia esclareceu que o Ministério da Justiça seria o mais adequado para responder.
O gabinete de comunicação do ministério de Alberto Costa indicou que a confirmação dos dados fornecidos pela Confederação da Indústria Portuguesa teria de ser feita pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), tal como as explicações. Por sua vez, o INE lamentou não poder fornecer os dados a tempo para esta edição, ao mesmo tempo que afirmou não poder explicar porque é que há 71.822 empresas sem trabalhadores.
Foi o próprio José Sócrates quem apresentou os primeiros resultados do projecto "Informação Empresarial Simplificada" a 3 de Outubro de 2007, cinco meses depois da entrada em funcionamento.
Nessa altura, já tinham sido entregues 397.319 declarações, e o número de empresas que apresentaram as contas anuais ao Estado subiu de 80 mil para mais de 230 mil."
Notícia da secção de Economia do jornal PÚBLICO de 23 de Fevereiro de 2009
O Estado são “eles”
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“…
A figura do provedor [de Justiça], prevista na Constituição – a lei fundamental do nosso país – é, por definição, o defensor dos cidadãos perante os abusos do Estado. A sua função é obrigar o Estado a rodear-se dos cuidados necessários para não atropelar a autonomia e os direitos próprios dos indivíduos.
Num estado democrático, a figura do provedor deveria ser encarada como fundamental. Mas não o é no nosso. Mais de sete meses depois de ter expirado o mandato do provedor actual, Henrique Nascimento Rodrigues, PS e PSD não encontram o nome de um substituto. E não encontram, porque a guerra ou birra partidária se sobrepõe à própria concepção do que deve ser o Estado de Direito. Nesse sentido, os cidadãos são tratados como súbditos de um regime de partidos que não consegue gerar um consenso aparentemente tão simples como nomear uma figura íntegra e séria que esteja envolvida na defesa dos direitos individuais contra abusos do Estado, do Governo, das regiões, das autarquias.
…
Os dois partidos procedem com toda a calma do mundo, como se o interesse do Estado fosse coincidente com os seus interesses. Como se, ao fim e ao cabo, o Estado fossem “eles”.
…”
Extracto do Editorial do semanário EXPRESSO de 21 Fevereiro 2009-02-21
“…
A figura do provedor [de Justiça], prevista na Constituição – a lei fundamental do nosso país – é, por definição, o defensor dos cidadãos perante os abusos do Estado. A sua função é obrigar o Estado a rodear-se dos cuidados necessários para não atropelar a autonomia e os direitos próprios dos indivíduos.
Num estado democrático, a figura do provedor deveria ser encarada como fundamental. Mas não o é no nosso. Mais de sete meses depois de ter expirado o mandato do provedor actual, Henrique Nascimento Rodrigues, PS e PSD não encontram o nome de um substituto. E não encontram, porque a guerra ou birra partidária se sobrepõe à própria concepção do que deve ser o Estado de Direito. Nesse sentido, os cidadãos são tratados como súbditos de um regime de partidos que não consegue gerar um consenso aparentemente tão simples como nomear uma figura íntegra e séria que esteja envolvida na defesa dos direitos individuais contra abusos do Estado, do Governo, das regiões, das autarquias.
…
Os dois partidos procedem com toda a calma do mundo, como se o interesse do Estado fosse coincidente com os seus interesses. Como se, ao fim e ao cabo, o Estado fossem “eles”.
…”
Extracto do Editorial do semanário EXPRESSO de 21 Fevereiro 2009-02-21
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
Fui Visitar as Novas Fronteiras
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ONTEM estive a visitar o fórum Novas Fronteiras do Partido Socialista, e tal como já tinham referenciado vários meios de comunicação social, a votação que pede para dizer qual o balanço que os visitantes fazem dos 3 anos de governo socialista, apresentava, à hora da minha consulta, resultados curiosos: 48,79% dos votantes a considerarem que estamos perante um BOM desempenho, 48,74% a considerarem-no MAU, e apenas 2,47% a acharem-no RAZOÁVEL. Como se pode verificar, o meio-termo é insignificante e o grosso do escrutínio apresenta nas posições extremas valores quase empatados, coisa que deveria deixar o PS a reflectir, ou talvez não. Pela parte que me toca também lá deixei a minha opinião, e obviamente que foi direitinha para a caixa do MAU desempenho. Como entretanto, também pediam para enviarmos SUGESTÕES, deixei lá o seguinte comentário: Para já este governo é um governo PS e não um governo socialista, depois governou pessimamente, e quanto a sugestões, entendo que já é um pouco tarde para deixar conselhos, a fim de ser reparado o que de mal foi feito ao país, de forma tão alucinada quanto imprudente.
ONTEM estive a visitar o fórum Novas Fronteiras do Partido Socialista, e tal como já tinham referenciado vários meios de comunicação social, a votação que pede para dizer qual o balanço que os visitantes fazem dos 3 anos de governo socialista, apresentava, à hora da minha consulta, resultados curiosos: 48,79% dos votantes a considerarem que estamos perante um BOM desempenho, 48,74% a considerarem-no MAU, e apenas 2,47% a acharem-no RAZOÁVEL. Como se pode verificar, o meio-termo é insignificante e o grosso do escrutínio apresenta nas posições extremas valores quase empatados, coisa que deveria deixar o PS a reflectir, ou talvez não. Pela parte que me toca também lá deixei a minha opinião, e obviamente que foi direitinha para a caixa do MAU desempenho. Como entretanto, também pediam para enviarmos SUGESTÕES, deixei lá o seguinte comentário: Para já este governo é um governo PS e não um governo socialista, depois governou pessimamente, e quanto a sugestões, entendo que já é um pouco tarde para deixar conselhos, a fim de ser reparado o que de mal foi feito ao país, de forma tão alucinada quanto imprudente.
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ADENDA: A habituação ao uso do computador e a banalização da NET geram faltas imperdoáveis. A verdade é que esqueci-me de referir que a visita às Novas Fronteiras foi levada a cabo através do seu site, o qual tem o endereço http://www.novasfronteiras.pt/ , e não a ida a qualquer domicílio tradicional. As minhas desculpas pela imprecisão.
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