O ANGELICAL Ângelo Correia, em entrevista ao jornal "i", considera que a nossa Constituição foi feita para um país que gozasse de enormes graus de liberdade e independência, que desapareceram com o tempo, acrescentando que é uma ilusão acreditar que a Constituição continua a ser o garante dos portugueses, pois não está em sintonia com a realidade que se vive. Como se percebe, fingiu ignorar que "a realidade que se vive", não se alterou por obra e graça das arbitrariedades dos deuses do Olimpo ou das piruetas falaciosas do Zodíaco, sendo toda ela consequência das políticas, opções e soluções que têm sido adoptadas por quem tem governado este burgo. Para o antigo deputado do PSD, uma solução seria a Assembleia da República aprovar por dois terços o Estado de emergência por razões económico-financeiras, através de um suspeito objecto legislativo, que apelidou de lei para-constitucional. E pronto, ficava o assunto arrumado! Embora as Constituições existam exactamente para estruturar a sociedade e compatibilizá-la com todos os poderes, sobretudo o político, articulando, garantindo e assegurando direitos e deveres, na óptica do senhor Correia, basta pôr-se a Constituição a favor do vento, e que para grandes males, hajam sempre grandes remédios.
domingo, novembro 10, 2013
sábado, novembro 09, 2013
Livros Que Andei a Ler
Título - Sertório e Euménio - Vidas Paralelas
Autor - Plutarco (historiador grego - ca. 46 DC - ca. 120 DC)
Género - Biografias
Revisão, introdução e notas de Rui Valente
Editora - Sementes de Mudança
Edição - 2008
NOTA – Apesar de Quinto Sertório (em latim Quintus Sertorius) estar separado de nós por perto de 2.100 anos, é uma figura que tem um lugar muito expressivo na proto-história portuguesa. Foi procônsul romano na Península Ibérica, onde assumiu o governo tanto da Hispânia Ulterior como da Citerior, mas após a vitória do ditador Lúcio Cornélio Sila em Itália, seu inimigo e adversário político, foi banido de Roma. Tendo procurado refúgio em África, foi posteriormente convidado para liderar as aguerridas e indomáveis tribos de lusitanos, as quais se mantinham desprovidas de comando, após o assassinato de Viriato. Numa época em que traição e lealdade eram conceitos difusos, mais relacionados com afinidades e alianças, tanto familiares como políticas e militares, do que com expressões de nacionalidade ou patriotismo, Sertório, para se defender das perseguições que Roma lhe movia, e porque eram escassas as alternativas, optou por combatê-la. Que outras saídas restavam a um homem acossado? Como sábio administrador, promoveu a romanização, levando os povos ibéricos a adoptarem os usos e costumes da civilização romana, ao passo que, como grande estratega e astuto guerreiro que era, organizou e disciplinou militarmente as tribos lusitanas, tendo derrotado os sucessivos exércitos romanos, nas muitas campanhas enviadas contra si. Diz Plutarco que ele teria escrito a Pompeio, um dos generais de Sila, manifestando o seu de desejo de depor as armas e ser readmitido como um cidadão que regressa a casa, pois que preferia viver em Roma como um cidadão insignificante, do que viver exilado do seu país e ser governante supremo do resto do mundo. A sua pretensão foi ignorada. Tal como Viriato, fruto de traições e dissidências, acabou assassinado num banquete pelos seus companheiros de armas. O seu desaparecimento significou o rápido colapso da resistência dos povos ibéricos, perante o poderio militar de Roma.
Autor - Plutarco (historiador grego - ca. 46 DC - ca. 120 DC)
Género - Biografias
Revisão, introdução e notas de Rui Valente
Editora - Sementes de Mudança
Edição - 2008
NOTA – Apesar de Quinto Sertório (em latim Quintus Sertorius) estar separado de nós por perto de 2.100 anos, é uma figura que tem um lugar muito expressivo na proto-história portuguesa. Foi procônsul romano na Península Ibérica, onde assumiu o governo tanto da Hispânia Ulterior como da Citerior, mas após a vitória do ditador Lúcio Cornélio Sila em Itália, seu inimigo e adversário político, foi banido de Roma. Tendo procurado refúgio em África, foi posteriormente convidado para liderar as aguerridas e indomáveis tribos de lusitanos, as quais se mantinham desprovidas de comando, após o assassinato de Viriato. Numa época em que traição e lealdade eram conceitos difusos, mais relacionados com afinidades e alianças, tanto familiares como políticas e militares, do que com expressões de nacionalidade ou patriotismo, Sertório, para se defender das perseguições que Roma lhe movia, e porque eram escassas as alternativas, optou por combatê-la. Que outras saídas restavam a um homem acossado? Como sábio administrador, promoveu a romanização, levando os povos ibéricos a adoptarem os usos e costumes da civilização romana, ao passo que, como grande estratega e astuto guerreiro que era, organizou e disciplinou militarmente as tribos lusitanas, tendo derrotado os sucessivos exércitos romanos, nas muitas campanhas enviadas contra si. Diz Plutarco que ele teria escrito a Pompeio, um dos generais de Sila, manifestando o seu de desejo de depor as armas e ser readmitido como um cidadão que regressa a casa, pois que preferia viver em Roma como um cidadão insignificante, do que viver exilado do seu país e ser governante supremo do resto do mundo. A sua pretensão foi ignorada. Tal como Viriato, fruto de traições e dissidências, acabou assassinado num banquete pelos seus companheiros de armas. O seu desaparecimento significou o rápido colapso da resistência dos povos ibéricos, perante o poderio militar de Roma.
sexta-feira, novembro 08, 2013
Novas Oportunidades II
Os Centros de Emprego, levando muito a sério as inovações introduzidas ao Código do Trabalho, à volta da mobilidade e rotatividade, tanto de funções como de local de trabalho, está a oferecer aos desempregados as seguintes alternativas:
- Economistas são convidados para efectuarem estágios de jardinagem ou massagista;
- Cantoneiros e gasolineiros são convidados para assistentes de cursos de engenharia e literatura contemporânea;
- A desempregados bancários são oferecidas oportunidades como grumetes da marinha mercante;
- A bagageiros e estivadores foram oferecidos cursos de formação em meteorologia;
- Tractoristas são convidados a frequentarem estágios para auxiliares de enfermagem;
- Professores de trabalhos manuais recebem propostas para se candidatarem a serventes de pedreiro;
- Empregados de mesa foram convidados para efectuarem estágios na Casa da Moeda;
- etc, etc, etc...
quinta-feira, novembro 07, 2013
Governo em Ressaca Permanente
DEPOIS de o Governo ter aumentado o horário de trabalho dos funcionários da administração pública para 40 horas semanais (isto é, mais tempo de trabalho pelo mesmo salário), sabe-se agora pela boca de Pedro Lomba, o papagaio invertebrado que ocupa a sinecura de secretário de Estado Adjunto do ministro do Desenvolvimento Regional, que estes mesmos funcionários vão passar a ter a possibilidade de verem reduzido o seu horário de trabalho para a modalidade de tempo parcial, acompanhado da respectiva redução salarial, medida esta que, diz o acólito, é mais amiga da família e da tranquilidade, e vai no sentido de se instituírem e adoptarem boas práticas políticas de apoio à família. E pasme-se: os aderentes a esta modalidade serão contemplados com a isenção do corte aplicado aos salários de 600 euros.
Preocupado com os índices de felicidade dos trabalhadores portugueses, e apostado em transferir o paraíso para este protectorado lusitano, o Governo - essa aberração em estado de ressaca permanente -, e pela voz dos seus cabotinos de serviço, vai-nos passando a excelsa mensagem de mais esta refinada filhaputice, contemplada no OE para 2014: meio tempo de trabalho e meio salário corresponde à felicidade relativa; sem trabalho e sem salário é o expoente máximo da felicidade absoluta. E tudo isto, como se pode ver, a bem do apoio à maternidade e à paternidade, bem como das famílias com necessidades especiais, serviços básicos, educação, formação, habitação, urbanismo e transportes. Um mimo!
terça-feira, novembro 05, 2013
Há Quem Não Aguente Estar Uma Hora Sem Beber
O ministro da (des)Educação Nuno Crato defendeu ontem em Ovar que, para ser dispensada mais austeridade no Orçamento do Estado para 2014 e ainda pagar a dívida total do Estado, todos os portugueses teriam que trabalhar mais de um ano sem comer (com a óbvia economia em papel higiénico), sem utilizar transportes, sem gastar absolutamente nada.
Tirando o facto de se começar a duvidar que alguns ministros estejam totalmente sóbrios sempre que abrem a boca, esta solução do ministro Crato, mais do que uma solução radical para sanear o país, assume a configuração de um perfeito genocídio. No espaço de um ano Portugal deixaria de ter dívidas, deixaria de produzir, importar e exportar, em resumo, ter actividades económicas, deixaria de precisar de Governo, de orçamentos e de ministérios, pela simples razão que deixaria de ter população. Apenas sobrariam as agências funerárias e um tal Nuno Crato, este para receber o prémio Nobel da Cretinice Humana.
sábado, novembro 02, 2013
quinta-feira, outubro 31, 2013
A Terceira Via
OS ÁRABES protestam contra os políticos atirando-lhes com sapatos.
Os povos abastados protestam contra os políticos esborrachando-lhes bolos nas ventas.
Os povos pobres deveriam protestar contra os políticos despejando-lhes baldes de trampa pela cabeça abaixo.
A terceira via seria a mais adequada para o irrevogável e sonso Paulo Portas. Depois podia ir tomar um duche, a seguir pegar na reforma do Estado, temperá-la muito bem temperada, embrulhá-la muito bem embrulhada, e finalmente enfiá-la naquele sítio que eu cá sei.
terça-feira, outubro 29, 2013
Tomem Nota: Fim do Sonho Mau, vá lá, do Pesadelo
ALGUÉM ME EXPLICA porque razão as jornadas parlamentares do PSD e CDS-PP - com os seus deputados a mandarem recadinhos e a fazerem sugestões aos mauzões do Governo, como se fossem uma espécie de "oposição construtiva" -, têm autênticas maratonas em directo pelas televisões, com o fim de "anunciarem" e "explicarem" aos portugueses o milagre da luz que começa a tremeluzir, da economia que está a encher o peito e a ganhar alento, da recessão técnica que se vai extinguir, do pesadelo que está a ser excomungado, da terra prometida que aí vem, tudo com a ajuda da "dona esperança". E sempre com a ideia no ar de que, ou o Orçamento passa ou caminhamos para o desastre. O problema é que são só eles, os ilusionistas e visionários do Governo, mais os seus "mensageiros" e "partenaires", mais a ostensiva conivência das televisões, tudo sem contraditório, que vêem a proximidade da terra do leite e do mel, e nos entram pela casa dentro a pintar uma "narrativa" de contornos fantásticos, uma espécie de nova versão de "Saló ou os 120 dias de Sodoma" com cenas finais da "Gata Borralheira".
segunda-feira, outubro 28, 2013
Há Cada Narrativa!
ALGUÉM acredita que um português, que tem dificuldade em se exprimir (oralmente ou por escrito) em francês, escreva um livro em francês, e depois faça a sua tradução para português?
Vocações e Coligações
SEM ter dado desconto ao facto de Sócrates ser um aldrabão compulsivo, Eduardo Catroga reagiu muito mal à confissão daquele, de que ainda primeiro-ministro do governo PS pré-troika, teria convidado Passos Coelho para seu vice-primeiro-ministro, cargo que aquele teria recusado, e convite que o visado desmente. Diz o "avô pentelhos" que tal coisa era inviável, pois Sócrates não tem vocação para coligações. Ora aquela iniciativa, com ou sem vocação, a ter acontecido, não teria nada de extraordinário, considerando as afinidades de pensamento e proximidade de pontos de vista que Sócrates e Passos tinham (e têm) sobre muitas matérias do foro político, tanto dentro como fora do hemiciclo da Assembleia da República, e lá dentro, quantas vezes expressos em significativas e concordantes votações. E não me admirava nada que amanhã, por dá cá qualquer coisa, se viesse a saber que Passos Coelho já tinha avançado com idêntica iniciativa, relativamente a António José Seguro, pois o PS, também em muitas e significativas votações, e descontados os efeitos das suas "violentas abstenções", tem dado a sua concordância ao caminho trilhado pelo actual (des)governo. Fica por explicar o que é isso de ter vocação para coligações, mas fosse há dois anos atrás, ou fosse agora, tal coligação a ter acontecido, dava para esclarecer muita coisa, sobretudo que as diferenças na forma não conseguem esconder a semelhança dos conteúdos.
domingo, outubro 27, 2013
É Fácil, é Barato e dá Milhões
Pergunta do Governo - A Constituição e o Tribunal Constitucional não são suficientemente maleáveis, ao ponto de nos deixarem fazer aquilo que nós queremos. Qual é a solução?
Resposta do caga-sermões Toni dos Barretes - É simples! Como por uma questão de respeito pela democracia, não é aconselhável acabar com ela, altera-se a Constituição, criando um único artigo que suspende os seus efeitos, sempre que o Governo o entender.
Resposta do caga-sermões Toni dos Barretes - É simples! Como por uma questão de respeito pela democracia, não é aconselhável acabar com ela, altera-se a Constituição, criando um único artigo que suspende os seus efeitos, sempre que o Governo o entender.
sábado, outubro 26, 2013
A Malvada Meteorologia
ESTES ministros e este Governo persistem na senda de nos tratarem a todos como atrasados mentais. Em Junho passado, ainda Vítor Gaspar era o ministro das Finanças, foi a vez daquele considerar que as condições meteorológicas tinham influenciado adversamente a actividade da construção, sendo a causa da queda do investimento no primeiro trimestre do ano. Agora coube a vez ao ministro Miguel Macedo vir explicar os fogos de Verão com a severidade meteorológica, como se não fosse já universalmente reconhecido que haverá fogos, escaldões e insolações se os Verões forem severos, assim como haverá inundações, aluimentos e colheitas estragadas se o mesmo se passar com os Invernos. Enquanto a meteorologia continuar a ser o grande bode expiatório das desgraças que assolam o país, será difícil eles reconhecerem que havendo o perigo de incêndios, se a prevenção for negligenciada, em benefício dos grandes negócios à volta da contratação dos meios aéreos, se as estruturas de comando forem mudadas na véspera das batalhas e os meios de combate se mantiverem reduzidos, é garantido que os estragos serão cada vez maiores. E já agora, convém relembrar, arrastando vidas pelo meio.
ADENDA – Só espero que caso o défice das contas exceda aquilo que o Governo andou a prometer ao país, a culpa não seja assacada a mais algum fenómeno metereológico, por exemplo, aquele tornado que passou de raspão junto à Ericeira.
ADENDA – Só espero que caso o défice das contas exceda aquilo que o Governo andou a prometer ao país, a culpa não seja assacada a mais algum fenómeno metereológico, por exemplo, aquele tornado que passou de raspão junto à Ericeira.
sexta-feira, outubro 25, 2013
Revisão da Matéria
DE TEMPOS a tempos torna-se necessário rever a matéria e fazer um ponto de situação. A desinformação e espírito situacionista que campeia pelos media e a "lavagem ao cérebro" da propaganda governamental a isso obrigam.
Herdeiro das políticas de esbanjamento de Sócrates e seus antecessores, o actual Governo faz-se passar por um gestor da crise daí decorrente, quando na verdade é ele o gerador-amplificador dessa mesma crise, usando-a como pretexto para reformatar a sociedade através dos "ajustamentos estruturais" e da tal "reforma do Estado" - esse grande mistério ou divertimento do irrevogável embusteiro Paulo Portas, que de há nove meses a esta parte ainda não viu a luz do dia, tendo andado a marinar entre viagens e conselhos de ministros -, cujo objectivo é "reconstruir" o país sob novos moldes, isto é, uma sociedade empobrecida, com um grande exército de desempregados, precariedade, baixos salários, socialmente desprotegida, onde a caridade e o assistencialismo substituem o Estado-Social e o sistema contributivo. Diz Passos Coelho, exibindo uma expressão condoída, a emoldurar um discurso marcado pela hipocrisia, que a sua grande preocupação é que a implementação das "inevitáveis" medidas de austeridade e os chamados "programas de ajustamento estrutural", tomem em consideração os mais fracos e desprotegidos, e que promovam a equidade e justiça social, e que todos cerrem fileiras contra aquela "arma de destruição governativa", que é esse empecilho do Tribunal Constitucional. Na verdade, desempregados, pensionistas e reformados são os alvos a bombardear nesta "zona de exclusão social", à semelhança do que os americanos e britânicos fizeram nas "zonas de exclusão aérea" do Iraque, contra aldeões e pastores, antes da invasão de 2003, e a que eufemisticamente chamavam "danos colaterais".
No reverso da medalha, vem aí mais um regime de perdões para as dívidas - que no seu conjunto são superiores a 5 mil milhões de euros -, e que se vai traduzir num regime “excepcional e temporário" de regularização de dívidas fiscais e à Segurança Social, sem que às empresas e pessoas singulares lhes sejam cobrados juros e custos administrativos, beneficiando ainda de um "desconto" de 10% nas coimas, uma espécie de jackpot para incumpridores, já que a ditadura fiscal, com as suas penhoras e expropriações, está reservada para os "outros". Por outro lado, quando se pergunta porque razão não são aplicadas taxas de solidariedade às grandes empresas e grupos económicos com lucros estratosféricos, a resposta é invariavelmente a mesma: isso é manifestamente inconstitucional! Saravá!
Herdeiro das políticas de esbanjamento de Sócrates e seus antecessores, o actual Governo faz-se passar por um gestor da crise daí decorrente, quando na verdade é ele o gerador-amplificador dessa mesma crise, usando-a como pretexto para reformatar a sociedade através dos "ajustamentos estruturais" e da tal "reforma do Estado" - esse grande mistério ou divertimento do irrevogável embusteiro Paulo Portas, que de há nove meses a esta parte ainda não viu a luz do dia, tendo andado a marinar entre viagens e conselhos de ministros -, cujo objectivo é "reconstruir" o país sob novos moldes, isto é, uma sociedade empobrecida, com um grande exército de desempregados, precariedade, baixos salários, socialmente desprotegida, onde a caridade e o assistencialismo substituem o Estado-Social e o sistema contributivo. Diz Passos Coelho, exibindo uma expressão condoída, a emoldurar um discurso marcado pela hipocrisia, que a sua grande preocupação é que a implementação das "inevitáveis" medidas de austeridade e os chamados "programas de ajustamento estrutural", tomem em consideração os mais fracos e desprotegidos, e que promovam a equidade e justiça social, e que todos cerrem fileiras contra aquela "arma de destruição governativa", que é esse empecilho do Tribunal Constitucional. Na verdade, desempregados, pensionistas e reformados são os alvos a bombardear nesta "zona de exclusão social", à semelhança do que os americanos e britânicos fizeram nas "zonas de exclusão aérea" do Iraque, contra aldeões e pastores, antes da invasão de 2003, e a que eufemisticamente chamavam "danos colaterais".
No reverso da medalha, vem aí mais um regime de perdões para as dívidas - que no seu conjunto são superiores a 5 mil milhões de euros -, e que se vai traduzir num regime “excepcional e temporário" de regularização de dívidas fiscais e à Segurança Social, sem que às empresas e pessoas singulares lhes sejam cobrados juros e custos administrativos, beneficiando ainda de um "desconto" de 10% nas coimas, uma espécie de jackpot para incumpridores, já que a ditadura fiscal, com as suas penhoras e expropriações, está reservada para os "outros". Por outro lado, quando se pergunta porque razão não são aplicadas taxas de solidariedade às grandes empresas e grupos económicos com lucros estratosféricos, a resposta é invariavelmente a mesma: isso é manifestamente inconstitucional! Saravá!
domingo, outubro 20, 2013
Sócrates ao Espelho
NÃO SUSPIRAVA pela entrevista que José Sócrates deu ao Expresso, mas subsistia alguma curiosidade. Dois anos passados, talvez algo tivesse mudado no cavalheiro, mas não. Este Sócrates é uma réplica de si mesmo. Para mim, apenas foi (des)interessante, enquanto combustível, ao longo de seis persistentes anos, para as minhas croniquetas de escárneo e maldizer. Depois de ter andado a viver uma boa vida parisiense e ter publicado um livro, repescado de uma sua tese, a conclusão que tiro é que continua igual a si próprio. Um estagiário pedante e palavroso. Basta atentar em meia dúzia de declarações para se perceber que continua a ser muito mentiroso e um bom comediante, um gajo que gosta muito de si próprio, muito corajoso e determinado, um empedernido egocêntrico que se considera uma pessoa de acção, pouco fadada para a reflexão, e com pedras no sapato. Volta a insistir que nunca teve nenhum problema com a sua vida académica, e percebe-se porquê; porque nunca teve vida académica. Confessa que leu um livro dez vezes, e de duas, uma; ou gostou muito do que leu e quis decorá-lo, ou então não percebeu patavina e insistiu até ficar a perceber ainda menos. Acredita que em política não há tempo para sopesar as graves decisões, pois o que conta é a bravura e não deixar-se ir abaixo. Continua convencido que é mais de esquerda que alguns que se dizem de esquerda, porém, diz ser o chefe democrático que os filhos-da-mãe da direita sempre quiseram ter, mas parece-se mais com o genuíno filho-da-mãe direitista, que o PS deixou infiltrar no seu seio, e que a direita tramou no momento oportuno. Em resumo, aquilo que diz pensar, não coincide com o que fez, razão porque não consegue libertar-se da fama de deslumbrado e arrivista pantomineiro. Pensa que governou um país, mas apenas geriu as suas relações, pactos e ambições, pelo que até nem conta voltar a ser escrutinado, e lá saberá porquê. Como terapia, fica-se por comentar semanalmente as tropelias do actual governo fora-da-lei, e viva o velho. Embora queira passar a imagem de que foi ingénuo, dizendo que foi traído e tramado, não consegue rever-se como o apressado almocreve que entregou o país moribundo, ao seu obstinado carrasco e coveiro, Passos Coelho, um convicto revolucionário direitista neo-liberal. Sócrates, afinal, ainda pensa que é uma estrela, mas não passa de opaco e sombrio lixo espacial, um salpico, uma nota de rodapé.
sexta-feira, outubro 18, 2013
Cada Bandeira, Cada Barraca
NA SUA visita ao México, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho discursou ao lado do Presidente Enrique Peña Nieto, ladeado por uma bandeira nacional adulterada. A Presidência mexicana remeteu a responsabilidade para a embaixada portuguesa, que foi quem teria fornecido aquele "trapinho", tudo levando a crer que tivesse sido comprado, à última da hora, na "loja dos 300" mais próxima.
quarta-feira, outubro 16, 2013
O Medo do Macedo
O ILUMINADO ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, bem pode besuntar a fronha de preto e limpar as mãos à parede, com a sua decisão de proibir a marcha de protesto da CGTP na ponte 25 de Abril. Mascarando a polémica decisão política com supostos motivos de segurança (que na sua opinião já não se poriam na também-ponte Vasco da Gama), o caga-sugestões chegou ao ponto de dizer que "não é por acaso que nunca foi realizada uma manifestação em cima da ponte", ficando por esclarecer o que são as corridas pedrestes que lá têm ocorrido, senão manifestações de carácter desportivo. A ser assim, a imagem supra não é de nenhuma manifestação desportiva, mas sim um teste de resistência de materiais, levado a cabo sem nós sabermos. Mas o medo do Macedo talvez se torne pesadelo. Pelo sim, pelo não, sempre que tenho que ir à retrete, continuo a fazê-lo com dedicatória.
terça-feira, outubro 15, 2013
A Quadrilha Esteve em Conclave
DOMINGO, 13 de Outubro de 2013. A quadrilha do governo esteve reunida em "conclave" extraordinário, desde as 10 horas da manhã, até às tantas da noite, para trocar "desenhos" sobre o Orçamento de Estado para 2014, melhor dizendo, sobre os novos assaltos que irá fazer à fazenda dos portugueses. Pelo meio-dia, junto às instalações do Conselho de Ministros o cheiro a suor era já insuportável, de tal modo que os malfeitores optaram por fazer um "almoço de trabalho" (sandwichs, croquetes, empadas e sumos), e depois, ao longo da tarde, foram deixando "transpirar" que já havia "fumo branco" quanto ao desejado acordo. Mais um mistério que fica por explicar. Acordo? Qual acordo, e com quem?
Pelas 21 horas o "irrevogável" farsante Portas fez uma pausa, para vir até cá fora para informar os jornalistas e "tranquilizar" o povo, dizendo que apenas as pensões de sobrevivência acima dos 2.000 euros serão sujeitas a redução, o que corresponde, na opinião do "irrevogável", a uma solução “muitíssimo moderada”, bem longe daquilo que gente sem escrúpulos tinha andado a propalar. Com isto respirei fundo mas não fiquei descansadíssimo. E mais: dos 800.000 pensionistas "sobreviventes" apenas 25.000 irão ser afectados por mais esta expropriação, pois são os tais que vivem à grande e à francesa, com champagne, caviar e tudo. Assim sendo, fica por explicar onde o Governo irá buscar o restante, para perfazer os 100 milhões que contava arrecadar, ou será que essa verba foi mais uma falsa pista adiantada por este pouco escrupuloso Governo, para ver qual era a reacção? Ou será que o restante fica para o ano que vem? E mais ainda: disse o “irrevogável” que a razão de ser deste esbulho é que o Estado é deficitário em 1.200 milhões de euros, entre o que paga e o que recebe no regime contributivo, como se fossemos nós os culpados pelo facto do Estado não ser honesto nas contas, e um péssimo administrador das contribuições que entregamos à sua guarda. Cá ficamos à espera das cenas dos próximos capítulos. Entretanto, acautelemo-nos com os carteiristas que continuam a andar por aí…
Pelas 21 horas o "irrevogável" farsante Portas fez uma pausa, para vir até cá fora para informar os jornalistas e "tranquilizar" o povo, dizendo que apenas as pensões de sobrevivência acima dos 2.000 euros serão sujeitas a redução, o que corresponde, na opinião do "irrevogável", a uma solução “muitíssimo moderada”, bem longe daquilo que gente sem escrúpulos tinha andado a propalar. Com isto respirei fundo mas não fiquei descansadíssimo. E mais: dos 800.000 pensionistas "sobreviventes" apenas 25.000 irão ser afectados por mais esta expropriação, pois são os tais que vivem à grande e à francesa, com champagne, caviar e tudo. Assim sendo, fica por explicar onde o Governo irá buscar o restante, para perfazer os 100 milhões que contava arrecadar, ou será que essa verba foi mais uma falsa pista adiantada por este pouco escrupuloso Governo, para ver qual era a reacção? Ou será que o restante fica para o ano que vem? E mais ainda: disse o “irrevogável” que a razão de ser deste esbulho é que o Estado é deficitário em 1.200 milhões de euros, entre o que paga e o que recebe no regime contributivo, como se fossemos nós os culpados pelo facto do Estado não ser honesto nas contas, e um péssimo administrador das contribuições que entregamos à sua guarda. Cá ficamos à espera das cenas dos próximos capítulos. Entretanto, acautelemo-nos com os carteiristas que continuam a andar por aí…
segunda-feira, outubro 14, 2013
Small Is Beautiful
«Pensei, durante muitos anos, que os contos eram apenas um modo de ir ganhando prática enquanto não arranjava tempo para escrever um romance (...) Depois descobri que os contos eram tudo o que eu conseguia fazer, de modo que encarei esse facto.»
Declarações de Alice Munro, prémio Nobel da Literatura 2013
Declarações de Alice Munro, prémio Nobel da Literatura 2013
domingo, outubro 13, 2013
Os Chantagistas
INTERCALANDO com as pressões que o governo do Coelho e a sua corte de seguidores e comentadores, vão exercendo sobre o Tribunal Constitucional, foi a vez da sempre exuberante directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, e do "preclaro" presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, virem meter a sua colherada, ou melhor dizendo, exercerem a sua dose de chantagem. A primeira veio lembrar-nos que Portugal tem uma "dificuldade particular" para cumprir o programa da troika, consubstanciada nos pontos de vista que o Tribunal Constitucional tem adoptado sobre a inconstitucionalidade de algumas medidas do Governo, ao passo que o segundo, numa intervenção no Fórum Empresarial do Algarve, também achou que era oportuno advertir-nos que os "mercados" estão atentos ao desenrolar da situação, e que todos os orgãos de soberania, incluindo os tribunais (leia-se Tribunal Constitucional), devem convergir para que sejam cumpridas as metas definidas pelo programa do Governo, pois sempre que as taxas de juro sobem, são menos uns milhões que reverterão em benefício dos "coitados" dos portugueses.
Pois bem, o que ambos querem dizer é que temos que capitular, sem tugir nem mugir. A mensagem não tem duas leituras. Ou nos deixamos fritar alegremente, ou se saltarmos para fora da frigideira, o resultado será sermos assados no lume. Estas pressões, chantagens e interferências, que vindas de dentro e de fora do país, pretendem condicionar o Tribunal Constitucional, sugerindo uma leitura "descomprometida" e a pedido das normas constitucionais, é coisa que deveria ser objecto de um "ponto de ordem à mesa" e de um veemente repúdio, de quem tem por dever salvaguardar a soberania nacional, isto é, a Presidência da República. Mas nada, não incomodem Sua Excelência! A pouca soberania que nos resta limita-se a uma pernoita nas Ilhas Selvagens.
Pois bem, o que ambos querem dizer é que temos que capitular, sem tugir nem mugir. A mensagem não tem duas leituras. Ou nos deixamos fritar alegremente, ou se saltarmos para fora da frigideira, o resultado será sermos assados no lume. Estas pressões, chantagens e interferências, que vindas de dentro e de fora do país, pretendem condicionar o Tribunal Constitucional, sugerindo uma leitura "descomprometida" e a pedido das normas constitucionais, é coisa que deveria ser objecto de um "ponto de ordem à mesa" e de um veemente repúdio, de quem tem por dever salvaguardar a soberania nacional, isto é, a Presidência da República. Mas nada, não incomodem Sua Excelência! A pouca soberania que nos resta limita-se a uma pernoita nas Ilhas Selvagens.
sexta-feira, outubro 11, 2013
Um Quadrúpede em Directo
"Se eu falhar a minha missão é o país que falha", conclusão do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, em 9 de Setembro de 2013, durante o programa "O País Pergunta", da RTP1, perante uma audiência de vinte escolhidos, para fazerem perguntas ao convidado.
Como a missão dele tem sido a de empobrecer os portugueses, dividindo-os entre bons, maus e vilões, pondo uns contra os outros, destruir o tecido económico, promover a precariedade e o desemprego, accionar o desmentelamento do estado social e privatizar o património, governando contra os interesses da maioria dos portugueses e contra a Constituição, em benefício dos grandes interesses e dos detentores do grande capital, pois então que falhe, para que o país sobreviva.
Como a missão dele tem sido a de empobrecer os portugueses, dividindo-os entre bons, maus e vilões, pondo uns contra os outros, destruir o tecido económico, promover a precariedade e o desemprego, accionar o desmentelamento do estado social e privatizar o património, governando contra os interesses da maioria dos portugueses e contra a Constituição, em benefício dos grandes interesses e dos detentores do grande capital, pois então que falhe, para que o país sobreviva.
quinta-feira, outubro 10, 2013
Pantominice Nacional
TEMOS como ministro dos negócios estrangeiros um inoxidável cavalheiro chamado Machete, que todos os dias se desdobra em novas declarações sobre os mesmos assuntos, e cujas versões, curiosamente, nunca coincidem entre si. A incombustível ministra Luís Albuquerque também tem o mesmo hábito, sobretudo quando se fala de "swaps". Já o irrevogável e inafundável vice-primeiro-ministro Portas diz que não sabe o que se passa com os cortes das pensões de sobrevivência. Os restantes ministros, com algumas variações, afinam pela mesma bitola, ao passo que o Coelho fala em "choque de expectativas" e dá cobertura a todos. Quanto a Cavaco Silva, exibindo o seu anibalesco sado-masoquismo, defende que é urgente conciliar as medidas de austeridade com crescimento económico e combate ao desemprego, mas deixa por explicar como se pode concertar o tão desejado crescimento com a destruição do tecido empresarial, o qual por sua vez arrasta o inevitável desemprego.Há um nome para tudo isto: chama-se pantominice nacional.
Fenómenos do Entroncamento e Governantes Sem Abrigo
EM 8 de Julho de 2013, por despacho do ainda Ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, e do Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, foi designado para presidente da Fundação Museu Nacional Ferroviário do Entroncamento, um tal senhor doutor que por obra e graça de sabe-se lá o quê, apenas possui o antigo 3º. Ciclo Liceal. Porém, isto não passa de uma curiosidade menor, uma quase anedota. Mais preocupante é sabermos que alguns novos Secretários de Estado do governo do Coelho, passaram a ter direito a 750 euros mensais de subsídio de alojamento (porque coitados não têm abrigo em Lisboa), e para o qual certamente irão contribuir os prometidos cortes nas pensões de sobrevivência, cumprindo-se assim o tal justo preceito de tirar a quem tem, para dar a quem não tem.
quarta-feira, outubro 09, 2013
A Arte da Confusão
O HÁBITO já vem do tempo dos governos de Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, até que passou a ter agora a sua expressão máxima, no governo do Passos Coelho. Mentir, baralhar, desconversar, desinformar, não confirmar nem desmentir, era para ser assim mas já não é, o futuro só a Zeus pertence, etecetera e tal, são expressões que passaram a povoar o nosso quotidiano, e que têm por objectivo deixar-nos confundidos. Ora isto não acontece por acaso. Dizer hoje uma coisa e amanhã o seu contrário, armar a confusão, instalar o caos, é uma estratégia ancestral. Ouvir repetidamente uma coisa e logo depois o seu desmentido, é a forma mais segura de provocar o nosso progressivo alheamento e desinteresse sobre essa matéria, até que somos apanhados desprevenidos, e é desferido o golpe fatal. Já Sun-Tzu, o general chinês que há dois mil anos escreveu um tratado sobre a arte da guerra, aconselhava que antes de darmos batalha ao inimigo, devemos lançar a maior confusão possível entre as suas hostes, pois um exército confundido é um exército antecipadamente derrotado. Só que, neste caso, há uma grande diferença: o inimigo a abater é o próprio povo de que os políticos se dizem governantes.
segunda-feira, outubro 07, 2013
A Solução Final
«"O Governo compromete-se, para o OE2014, com uma poupança de 100 milhões de euros na despesa com pensões de sobrevivência." De sobrevivência. O governo vai cortar pensões de sobrevivência. Irá fazer contas a cada pensionista e definir, talvez, qual o mínimo de calorias diárias para não morrer de fome, depois multiplica por 30 e paga. O dia extra mês-sim-mês-não ficará por sua conta e risco. Os felizes pensionistas rejubilarão em cada ano não-bissexto. É isto as "poupanças", o "ajustamento", a anunciada "saída da crise". Não sei como Pedro Mota Soares consegue dormir em paz, mas se algum dia um velho o apanhar na rua e lhe escarrar na cara, aplaudirei de pé.
Não ficava mais barato e não seria mais misericordioso contratar uns pelotões de fuzilamento e acabar com os velhos de uma vez, sem dor, logo ali? Seria tão bom para a "poupança", para a sustentabilidade da Segurança Social, para as contas públicas, para o combate ao desperdício, para o défice, para todos. Talvez não. Quem pagaria a bala?»
Post de Paulo Pinto no blog JUGULAR, com o título "the walking dead" e publicado em 6 de Outubro de 2013. O título deste post é de minha autoria.
Meu comentário: Na Alemanha, entre 1939 e 1941, o regime nazi de Adolf Hitler resolveu o problema dos inválidos, dos doentes mentais, dos recém-nascidos problemáticos, dos doentes incuráveis e dos indesejáveis, com a instituição da eutanásia (com e sem consentimento), através do programa “Action T4”, tendo sido executadas ao abrigo desta medida cerca de 100.000 pessoas em menos de dois anos. Em versão "democrática" passos-coelhista, sem alardes nem violências, com encargos mínimos, embora mais lento, o resultado vai dar ao mesmo. Campos de concentração, injecções letais e câmaras de gás, são coisas do passado. Convém não esquecer que em matéria de extermínio, os processos mais lentos e desconcentrados, para não levantar suspeitas, são sempre os mais eficazes.
domingo, outubro 06, 2013
A Prática do Fossado (*)
SEGUINDO o conselho do presidente Cavaco (o insustentável sado-masoquista) de que todos os cidadãos devem ser tratados no respeito pelos princípios da igualdade e da dignidade humana inscritos na Lei Fundamental, o bandoleiro Coelho prepara-se para efectuar mais um fossado contra os portugueses. Desta feita, prepara-se, a partir de Janeiro de 2014, para atacar as pensões de sobrevivência dos viúvos e órfãos, como compensação da não aplicação da chamada TSU dos pensionistas e dos chumbos do Tribunal Constitucional. O objectivo é reduzir as pensões entre 60 a 70 por cento do seu valor, poupando assim 100 milhões de euros, encontrando-se as vítimas entre os 700 mil beneficiários de pensões de sobrevivência no regime geral da Segurança Social, e 132 mil na Caixa Geral de Aposentações (CGA).
(*) Incursão guerreira praticada durante a idade média, sendo que um dos seus objectivos, para além das escaramuças, era o saque das populações inimigas, mas sem conquista de território ou povoações.
sábado, outubro 05, 2013
A República das Incorrecções Factuais
O IMPERTURBÁVEL ministro dos negócios estrangeiros Rui Machete (o incorrector factual), aproveitou uma entrevista a uma rádio angolana, para apresentar desculpas ao governo daquele país, pelo facto de o Ministério Público português ter levado a cabo investigações a empresários angolanos. Se bem que numa primeira abordagem, a atitude possa parecer anedótica, ela é mais grave que isso. É grave porque o Machete se foi acocorar e apresentar desculpas a um governo estrangeiro, no local menos indicado para o efeito, e exibindo o mais requintado lambebotismo, sem que lhe tenha sido passada qualquer procuração, para falar em nome do Ministério Público português. E mais grave ainda, pelo facto do Machete se ter intrometido numa área - a da justiça - que não é da sua competência, incorrendo num atropelo à separação de poderes. Recorrendo à pitoresca semântica que o ministro tem por hábito usar, é natural que o incidente venha a ser classificado como um insignificante deslize factual, pois se até o bronco do Coelho deu cobertura ao incauto, afirmando que esta situação não criou qualquer problema diplomático entre Portugal e Angola, e que ninguém pode ficar diminuído politicamente por ter usado uma expressão menos feliz. Pois não, a esta hora Angola deve estar a gozar perdidamente, e o Machete à procura no dicionário da expressão mais adequada para classificar o seu estatelanço.
quinta-feira, outubro 03, 2013
Registo Para Memória Futura (92)
«Não haverá segundo resgate para ninguém.»
Declaração do ministro da Economia, António Pires de Lima, na Alfândega do Porto, em 30 de Setembro de 2013. Ainda há quem acredite que nesta coisas de dinheiro e agiotagem, a fé é que nos move.
«Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública não é sustentável (…) só há uma palavra para definir esta atitude: masoquismo.»
Declaração do presidente Aníbal Cavaco Silva, numa conferência de imprensa, no decurso da sua visita à Suécia, em 2 de Outubro de 2013. Isto é o que dá quando pretensos economistas começam a dar sentenças sobre preversões e tendências do foro sexual.
ADENDA – Não fossem alguns jornalistas atentos terem referido o facto, lá eu teria deixado passar mais esta anibalesca cavacada. De facto, há dez (10) meses atrás, durante a sua mensagem de Ano Novo, Sua Exorbitância disse, sem se rir, olhos nos olhos com os portugueses, que a situação social do país não podia ser iludida e que a dívida era insustentável. Que eu saiba, nada de muito significativo mudou, logo se pouco ou nada mudou, porque é que Sua Exorbitância mudou tanto? Isto é o pior que nos podia acontecer. Além de desmemoriado e mal aconselhado, o sádico, veste-se de cabedal, puxa do chicote e diz que os outros é que são masoquistas…
Declaração do ministro da Economia, António Pires de Lima, na Alfândega do Porto, em 30 de Setembro de 2013. Ainda há quem acredite que nesta coisas de dinheiro e agiotagem, a fé é que nos move.
«Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública não é sustentável (…) só há uma palavra para definir esta atitude: masoquismo.»
Declaração do presidente Aníbal Cavaco Silva, numa conferência de imprensa, no decurso da sua visita à Suécia, em 2 de Outubro de 2013. Isto é o que dá quando pretensos economistas começam a dar sentenças sobre preversões e tendências do foro sexual.
ADENDA – Não fossem alguns jornalistas atentos terem referido o facto, lá eu teria deixado passar mais esta anibalesca cavacada. De facto, há dez (10) meses atrás, durante a sua mensagem de Ano Novo, Sua Exorbitância disse, sem se rir, olhos nos olhos com os portugueses, que a situação social do país não podia ser iludida e que a dívida era insustentável. Que eu saiba, nada de muito significativo mudou, logo se pouco ou nada mudou, porque é que Sua Exorbitância mudou tanto? Isto é o pior que nos podia acontecer. Além de desmemoriado e mal aconselhado, o sádico, veste-se de cabedal, puxa do chicote e diz que os outros é que são masoquistas…
quarta-feira, outubro 02, 2013
As Premonições de Natália Correia
«A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista.
…
Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão.
…
As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir.»
Citações retiradas do livro "O Botequim da Liberdade", de Fernando Dacosta. Natália Correia foi uma poetisa portuguesa nascida em Fajã de Baixo, São Miguel, Açores, em 13 de Setembro de 1923 e falecida em Lisboa, em 16 de Março de 1993
terça-feira, outubro 01, 2013
Tomem Nota
"Portugal já saiu da recessão e apresenta o maior crescimento de toda a União Europeia."
Surpeendente anúncio de Aníbal Cavaco Silva, em entrevista publicada no diário sueco Dagens Nhyeter, em 30 de Setembro de 2013, em véspera de se deslocar em visita oficial àquele país.
Se por um lado há quem esteja surpreendido com o facto da recessão ter sido tão rápida e eficientemente debelada, logo deve ter sido usado um poderoso germicida, por outro, há também quem diga que o coitado do senhor, sempre que vai de viagem, e preocupado em “vender” uma boa imagem de Portugal, entra em delírio.
Surpeendente anúncio de Aníbal Cavaco Silva, em entrevista publicada no diário sueco Dagens Nhyeter, em 30 de Setembro de 2013, em véspera de se deslocar em visita oficial àquele país.
Se por um lado há quem esteja surpreendido com o facto da recessão ter sido tão rápida e eficientemente debelada, logo deve ter sido usado um poderoso germicida, por outro, há também quem diga que o coitado do senhor, sempre que vai de viagem, e preocupado em “vender” uma boa imagem de Portugal, entra em delírio.
segunda-feira, setembro 30, 2013
Nem Mais!
O COELHO reconhece que o resultado das eleições autárquicas foi claramente negativo para o PSD, mas contrapõe que quanto à governação não se afastará um milímetro do caminho trilhado. Assim sendo, os portugueses só podem contar com a sádica vingança que aí vem, recheada de mais sacrifícios para o futuro e a continuação do empobrecimento generalizado. Vamos ter que continuar a "grandolá-lo"...
Nota: a imagem é de um título do jornal "i" de 30 de Setembro de 2013
domingo, setembro 29, 2013
Os Dardos Foram Lançados!
NO DECURSO do domingo eleitoral, o Coelho disse que iria fazer uma leitura nacional das autárquicas. Pois que faça, mas certamente que se irá ancorar às recomendações do inquilino de Belém, que ainda o domingo ia a meio e já andava a pôr paninhos quentes nos resultados que se adivinhavam, dizendo que o futuro do Governo não depende das eleições autárquicas. Ambos continuam a insistir em fazer de nós atrasados mentais, pondo-se a tresler os sinais que o eleitorado lhes envia, com uma ousadia que roça a mais tenebrosa e insolente provocação. Mas não conseguem falsear a realidade. Os dardos foram lançados, e à conta das autárquicas, os execráveis governantes do PSD/CDS-PP já foram derrotados. Falta capitularem!
sábado, setembro 28, 2013
Mais Um Que Está a Precisar de Levar Com o Amplificador
O ministro Nuno Crato (o deseducador) afirmou ontem, em Bruxelas, que é natural que em vésperas de eleições, os problemas relacionados com o arranque do ano lectivo sejam "amplificados", e questionado sobre se espera que na próxima segunda-feira a situação esteja mais calma, o ministro disse ter "a certeza que sim". Quando lhe foi perguntado quantos alunos continuavam sem aulas, duas semanas depois do início do ano lectivo, respondeu que não tinha "números nesse sentido", expressão que na boca do Crato, que também sabe fazer-se de apatetado ou desentendido, tanto podia estar a referir-se a números residuais, como a exibir uma ministerial ignorância. Como ele disse estas coisas à margem de uma reunião em que participou, ao lado de ministros da Competitividade, Mercado Interno, Indústria, Investigação e Espaço da União Europeia, penso que estar naquela reunião, também só podia ser por engano.
sexta-feira, setembro 27, 2013
As Patranhas do Coelho
DEPOIS de ter andado a brandir a ameaça de um segundo resgate, o primeiro-ministro Coelho (o despovoador) garantiu que este (des)governo está a livrar Portugal do grande susto em que caímos, que os dados do terceiro trimestre são positivos e que isso significa que a nossa economia “está a dar a volta”. Acontece que na boca deste Coelho, a nossa economia é uma grande galdéria e contorcionista; depois de ter ido dar uma volta, já são muitas as vezes que “está de volta”, e outras tantas que “está a dar a volta”, só que no caminho de regresso encontra sempre quem não lhe quer bem, e lá tem que ir dar mais uma voltinha.
Ah, é verdade, já me esquecia do tal grande susto em que o Coelho diz que caímos. Não sei a qual se está a referir (já são muitos), muito embora esteja inclinado a considerar uma de duas hipóteses: ou da “irrevogável demissão” do Paulo Portas (o submarinista) que conseguiu torpedear a confiança dos mercados, ou então das folhas de Excel com que o Vítor Gaspar (o excelente mágico) infectou os computadores do ministério das Finanças.
Ah, é verdade, já me esquecia do tal grande susto em que o Coelho diz que caímos. Não sei a qual se está a referir (já são muitos), muito embora esteja inclinado a considerar uma de duas hipóteses: ou da “irrevogável demissão” do Paulo Portas (o submarinista) que conseguiu torpedear a confiança dos mercados, ou então das folhas de Excel com que o Vítor Gaspar (o excelente mágico) infectou os computadores do ministério das Finanças.
quinta-feira, setembro 26, 2013
Justiça e Actos Desproporcionados
NESTE momento, cá por este protectorado (como lhe chama o "irrevogavelmente demissionário" Paulo Portas) tudo serve para desviar as atenções do que é essencial. No presente caso, até os ímpetos de um "espontâneo" que desceu ao relvado, perseguido por polícias e protegido por um treinador de futebol - hediondo crime que até pode levar o tal treinador à prisão -, é pretexto para abafar tudo o resto que por cá se passa. Se a justiça for tão peculiar e exigente que se concretize a ameaça, é caso para perguntar quais as sanções que deviam ser aplicadas ao bando de criminosos, de colarinho branco e "rolex" no pulso, gente venal e corrupta que não respeita as leis, nem a Constituição, nem os tribunais, que mente contínua e obscenamente na praça pública, que persegue os fracos e quem trabalha, que saqueia empregos, salários, reformas, pensões e prestações sociais à luz do dia, e até beneficia de protecção para o fazer e não ser molestado. Há razões de sobra para que não nos deixemos embriagar com bagatelas e ninharias - que dá muito jeito serem amplificadas -, e não esqueçamos que estamos a ser ludibriados, injustiçados e vítimas de verdadeiras agressões que nos são dirigidas, e que nos deviam deixar encolerizados.
terça-feira, setembro 24, 2013
Estúpido e Amnésico
PARECE mentira, mas é verdade. A mesma pessoa que disse há tempos atrás que "temos que passar a viver com menos, temos que empobrecer", é a mesma que diz agora que "é uma estupidez dizer que temos que empobrecer". Qual o nome do estúpido amnésico? Pedro Passos Coelho.
domingo, setembro 22, 2013
Entre as 6 e as 7
A PODRIDÃO governamental deixou de ser conjuntural para se tornar rotineira. Só teremos novidades quando os portugueses acordarem e perceberem que andam a ser tratados como se fossem atrasados mentais.
quinta-feira, setembro 12, 2013
Anedota da Semana
«O secretário-geral da UGT [Carlos Silva] disse hoje na Marinha Grande que 'este' Governo, após as últimas mudanças no executivo, demonstra "maior abertura de espírito" no domínio económico e "mais sensibilidade" face aos sacrifícios dos portugueses.»
Sub-título do DIÁRIO DE NOTÍCIAS - Economia, em 12 de Setembro de 2012
Sub-título do DIÁRIO DE NOTÍCIAS - Economia, em 12 de Setembro de 2012
quarta-feira, setembro 04, 2013
Chamam-lhe Isenção!
A PROPÓSITO da RTP ir iniciar no próximo dia 10, com o primeiro-ministro Passos Coelho, uma série de entrevistas com os líderes partidários, com caracter não regular, e que irá para o ar conforme a ocasião:
Diz Paulo Ferreira, director de informação da RTP: «Não são as lideranças partidárias que decidem o calendário das entrevistas da RTP».
Respondo eu: Mas é a RTP que decide em que momento deve interferir, com as suas preferências, de forma escandalosamente abusiva e manipuladora, na campanha eleitoral para as Autárquicas, e não só.
Diz Paulo Ferreira, director de informação da RTP: «Não são as lideranças partidárias que decidem o calendário das entrevistas da RTP».
Respondo eu: Mas é a RTP que decide em que momento deve interferir, com as suas preferências, de forma escandalosamente abusiva e manipuladora, na campanha eleitoral para as Autárquicas, e não só.
segunda-feira, setembro 02, 2013
Registo Para Memória Futura (91)
«A Constituição diz que é devida protecção no emprego. Já alguém se lembrou de perguntar aos mais de 900 mil desempregados no país do que lhe valeu a Constituição até hoje? E, no entanto, era suposto que tivessem confiança que as suas empresas e empregos continuassem. Mas não foi assim, porque as empresas não conseguiram sobreviver à usura do Estado, à fraca competitividade externa.»
Meu comentário: Palavras do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, na sessão de encerramento da Universidade de Verão do PSD. Em linha com as continuadas pressões e ataques ao Tribunal Constitucional, chegou a vez de pôr em causa a própria Constituição da República e fazer recair sobre ela a responsabilidade das malfeitorias concertadas pelo executivo. Com muito cinismo e perversidade, Passos Coelho contesta a utilidade e eficácia da Constituição, na defesa dos direitos nela consignados, esquecendo-se de referir que a legislação que o seu (des)governo tem produzido, já por cinco (5) vezes foi considerada inconstitucional.
Meu comentário: Palavras do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, na sessão de encerramento da Universidade de Verão do PSD. Em linha com as continuadas pressões e ataques ao Tribunal Constitucional, chegou a vez de pôr em causa a própria Constituição da República e fazer recair sobre ela a responsabilidade das malfeitorias concertadas pelo executivo. Com muito cinismo e perversidade, Passos Coelho contesta a utilidade e eficácia da Constituição, na defesa dos direitos nela consignados, esquecendo-se de referir que a legislação que o seu (des)governo tem produzido, já por cinco (5) vezes foi considerada inconstitucional.
sábado, agosto 31, 2013
Pedro e Leonor
MESTRE Pedro Santana Lopes, enquanto vai andando por aí, sempre loquaz e directo, também vai dando umas aulas. Desta feita, coube-lhe a missão de advertir os seus alunos da Universidade de Estio do PSD, de que o Estado Social – uma espécie de insaciável e insustentável Lobo Mau -, tem os dias contados, já foi chão que deu uvas, estando em vias de deixar de garantir a aplicação das nossas contribuições nas prestações sociais. Assim, aconselhou os seus discípulos, caso não tenham emigrado e ainda tenham trabalho, a entregar o dinheiro aos bancos e a começarem a fazer PPRs (Planos de Poupança-Reforma), para garantir na velhice o respectivo pé-de-meia. Como é óbvio, há uma solução complementar daquela, que passa por investir nos jogos da Santa Casa.
Leonor Beleza, no intervalo dos seus afazeres, também veio dar a sua aula. Porque não quer ficar para trás e deixar os seus pergaminhos por mãos alheias, fez questão de relembrar aos seus jovens discípulos de que estes tempos são perigosos e não estão para brincadeiras, e pegando na ideia e nos conselhos que Passos Coelhos já havia formulado, voltou a sugerir que os jovens devem ir para fora do país, para estudar, trabalhar, talvez passear, se tiverem bolsa para tal, mas atenção, isso não quer dizer que emigrem, vejam lá, ninguém vos está a mandar embora, isto é, depois de encontrarem lá fora, aquilo que não encontraram cá dentro, não se desenraizem nem cortem os laços com o país. Sejam afoitos, e quando os tempos perigosos tiverem passado, desempreguem-se, abandonem as vossas carreiras de recurso, insistam em recomeçar tudo de novo, façam as malas e voltem depressa, pois o país ama-vos, agradece muito o vosso exílio temporário, pois é garantido que precisa muito de vós.
Estes dois deixaram-me cheio de urticária. Com catedráticos destes, e o seu típico e contumaz descaramento, que devia pagar um imposto especialmente agravado, nem estas universidades, nem o país, chegarão muito longe.
Leonor Beleza, no intervalo dos seus afazeres, também veio dar a sua aula. Porque não quer ficar para trás e deixar os seus pergaminhos por mãos alheias, fez questão de relembrar aos seus jovens discípulos de que estes tempos são perigosos e não estão para brincadeiras, e pegando na ideia e nos conselhos que Passos Coelhos já havia formulado, voltou a sugerir que os jovens devem ir para fora do país, para estudar, trabalhar, talvez passear, se tiverem bolsa para tal, mas atenção, isso não quer dizer que emigrem, vejam lá, ninguém vos está a mandar embora, isto é, depois de encontrarem lá fora, aquilo que não encontraram cá dentro, não se desenraizem nem cortem os laços com o país. Sejam afoitos, e quando os tempos perigosos tiverem passado, desempreguem-se, abandonem as vossas carreiras de recurso, insistam em recomeçar tudo de novo, façam as malas e voltem depressa, pois o país ama-vos, agradece muito o vosso exílio temporário, pois é garantido que precisa muito de vós.
Estes dois deixaram-me cheio de urticária. Com catedráticos destes, e o seu típico e contumaz descaramento, que devia pagar um imposto especialmente agravado, nem estas universidades, nem o país, chegarão muito longe.
sexta-feira, agosto 30, 2013
O Governo Já Está a Afiar as Facas
BRONZEADO, cheio de iodo e com as forças renovadas, o Governo prepara-se para reeditar a acusação de que o Tribunal Constitucional é uma "força de bloqueio" à sua "boa" governação, ao mesmo tempo que já está a afiar as facas para consumar a vingança, preparando-se para levar a cabo mais reduções nas reformas e pensões dos funcionários públicos, a pretexto da convergência dos sistemas da Caixa Geral de Aposentações e Caixa Nacional de Pensões. Em agenda tem também a receita de mais cortes salariais, onde a vítima é o salário mínimo nacional, afectando o meio milhão de trabalhadores que recebem os opíparos 485 euros mensais, particularmente, os jovens entre os 18 e os 24 anos, sendo esta uma das exigências com a chancela do Fundo Monetário Internacional. A troika irá exigir ainda a eliminação das cláusulas de protecção dos postos de trabalho nas empresas privadas e a revisão das condições de despedimento por justa causa, medidas que trás na calha para a oitava e nona avaliações ao programa de ajustamento. Como se pode ver, estas são mais umas quantas guinadas, destinadas a garantir a coelhal "viragem" no estado de crise, e caso apareça por aí o banqueiro Fernando Ulrich, com aquele discurso de anjinho exterminador, é quase certo que irá acrescentar mais qualquer coisa, como por exemplo: - Eu não disse que iam aguentar? E vão aguentar ainda mais, ai vão, vão!
quinta-feira, agosto 29, 2013
No Alvo!
«Sabe, os políticos não morrem no campo de batalha, por isso dizem essas coisas»
Resposta de David Kay, antigo inspector da ONU, que em 2003 liderou as investigações à polémica (e falsa) pista de armas de destruição massiva iraquiana, quando lhe perguntaram o que pensava dos políticos que apoiam uma imediata retaliação militar contra a Síria, mesmo sem qualquer resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Resposta de David Kay, antigo inspector da ONU, que em 2003 liderou as investigações à polémica (e falsa) pista de armas de destruição massiva iraquiana, quando lhe perguntaram o que pensava dos políticos que apoiam uma imediata retaliação militar contra a Síria, mesmo sem qualquer resolução do Conselho de Segurança da ONU.
quarta-feira, agosto 28, 2013
Registo Para Memória Futura (90)
«O Facebook recebeu pedidos de informação de 74 governos, incluindo o português, sobre 38 mil utilizadores no primeiro semestre.
(...) Portugal foi um dos países que pediu dados. Segundo o relatório divulgado hoje pelo Facebook, de Portugal chegaram 177 pedidos de informação - mais do que de países como a Turquia -, sobre 213 utilizadores/contas. A rede social respondeu afirmativamente a menos de metade desses pedidos - 42%.
(...) O relatório do Facebook não revela o teor destes pedidos, nomeadamente se derivam de questões criminais ou se têm origem na actividade das secretas.
(...) "Dispomos de processos rigorosos para dar resposta a todos os pedidos de dados por parte dos governos" e "contestamos muitos destes pedidos, rejeitando-os quando encontramos irregularidades jurídicas e reduzindo o âmbito de pedidos excessivamente latos ou vagos", refere o Facebook. (...)»
Fonte: DIÁRIO ECONÓMICO on-line de 27 de Agosto de 2013
Meu comentário: Grão a grão enche a galinha o papo, passo a passo vai-se apertando o cerco. Depois de tempos interessantes, estamos a viver tempos perigosos, e tudo isto porque (dizem eles) estão apenas "preocupados" com a nossa "segurança e bem-estar". Oh, oh, não me façam rir que estou com cieiro, e ainda por cima no pino do Verão...
(...) Portugal foi um dos países que pediu dados. Segundo o relatório divulgado hoje pelo Facebook, de Portugal chegaram 177 pedidos de informação - mais do que de países como a Turquia -, sobre 213 utilizadores/contas. A rede social respondeu afirmativamente a menos de metade desses pedidos - 42%.
(...) O relatório do Facebook não revela o teor destes pedidos, nomeadamente se derivam de questões criminais ou se têm origem na actividade das secretas.
(...) "Dispomos de processos rigorosos para dar resposta a todos os pedidos de dados por parte dos governos" e "contestamos muitos destes pedidos, rejeitando-os quando encontramos irregularidades jurídicas e reduzindo o âmbito de pedidos excessivamente latos ou vagos", refere o Facebook. (...)»
Fonte: DIÁRIO ECONÓMICO on-line de 27 de Agosto de 2013
Meu comentário: Grão a grão enche a galinha o papo, passo a passo vai-se apertando o cerco. Depois de tempos interessantes, estamos a viver tempos perigosos, e tudo isto porque (dizem eles) estão apenas "preocupados" com a nossa "segurança e bem-estar". Oh, oh, não me façam rir que estou com cieiro, e ainda por cima no pino do Verão...
domingo, agosto 25, 2013
Atenção às Vozes!
TODOS esperamos que os senhores juízes do Tribunal Constitucional se apercebam que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho está a tentar provocar uma confrontação, e para que terrenos os quer empurrar. Numa manobra evasiva, própria de políticos de baixo perfil e nada recomendáveis, Passos Coelho quer transferir a guerra que desencadeou contra os portugueses para dentro do Palácio Ratton.
Autarcas Meia-Cura
Francisco Moita Flores, apoiante do PSD e ex-autarca de Santarém, candidata-se agora pelo PSD à Câmara de Oeiras, porém, faz questão de assegurar que não tem nada a ver com o Governo, que este o tem roubado, que a sua reforma já levou três cortes, que não responde por aquilo que diz o Passos Coelho, e que o combate que vai travar é moral e não político.
Assim, é muito estranho que, com mais de dois anos de Governo de Passos Coelho, só agora se oiça Moita Flores a demarcar-se das malfeitorias do Coelho. Em tempos de descontentamento generalizado, assumir-se como um descontente de última hora, não é sinónimo de sucesso garantido, pois não se deve negligenciar a inteligência das pessoas. Por isso, Moita Flores, sublime aspirante à Câmara de Oeiras, sempre com o continuado apoio do PSD, não precisa de produzir mais ficção, pois já o percebemos: para ele todos os meios são bons, mesmo os menos dignos, quando a qualquer preço quer obter vantagens para atingir um fim. Quem mesmo de forma simulada, e em benefício próprio, despreza a lealdade que deve a quem lhe dá apoio, dificilmente dá garantias de que vai ser leal para com os outros que se propõe servir, mais a mais quando diz que o combate que vai travar é moral e não político.
Assim, é muito estranho que, com mais de dois anos de Governo de Passos Coelho, só agora se oiça Moita Flores a demarcar-se das malfeitorias do Coelho. Em tempos de descontentamento generalizado, assumir-se como um descontente de última hora, não é sinónimo de sucesso garantido, pois não se deve negligenciar a inteligência das pessoas. Por isso, Moita Flores, sublime aspirante à Câmara de Oeiras, sempre com o continuado apoio do PSD, não precisa de produzir mais ficção, pois já o percebemos: para ele todos os meios são bons, mesmo os menos dignos, quando a qualquer preço quer obter vantagens para atingir um fim. Quem mesmo de forma simulada, e em benefício próprio, despreza a lealdade que deve a quem lhe dá apoio, dificilmente dá garantias de que vai ser leal para com os outros que se propõe servir, mais a mais quando diz que o combate que vai travar é moral e não político.
sábado, agosto 24, 2013
Registo Para Memória Futura (89)
«A Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos da América (NSA) pagou milhões de dólares a grandes empresas da internet, como a Google, a Microsoft, Facebook e Yahoo, para compensar os custos associados aos pedidos de vigilância informática.
Segundo o jornal "THE GUARDIAN", que cita novos documentos fornecidos pelo ex-analista da CIA Edward Snowden, isto prova pela primeira vez a vinculação entre estas empresas de internet e os programas de espionagem norte-americanos.»
Excerto da nota da agência LUSA de 23 de agosto de 2013
Meu comentário: Quais serão os problemas de consciência que têm, e qual o medo que os aflige, para nos policiarem tão persistentemente, ao abrigo da Lei de Vigilância e Inteligência Estrangeira, que permite interceptar milhões de e-mails e comunicações, em violação da privacidade de pessoas, sem qualquer relação com o terrorismo?
Segundo o jornal "THE GUARDIAN", que cita novos documentos fornecidos pelo ex-analista da CIA Edward Snowden, isto prova pela primeira vez a vinculação entre estas empresas de internet e os programas de espionagem norte-americanos.»
Excerto da nota da agência LUSA de 23 de agosto de 2013
Meu comentário: Quais serão os problemas de consciência que têm, e qual o medo que os aflige, para nos policiarem tão persistentemente, ao abrigo da Lei de Vigilância e Inteligência Estrangeira, que permite interceptar milhões de e-mails e comunicações, em violação da privacidade de pessoas, sem qualquer relação com o terrorismo?
sexta-feira, agosto 23, 2013
A Meretriz Digital Terrestre
«O discurso de Passos Coelho no Pontal foi mais um episódio de propaganda política, só possível porque as televisões perderam a vergonha. A pretexto de informação em directo, fizeram a transmissão na íntegra de um discurso de comício. Nada que espante, porque hoje a televisão desempenha um papel central na construção de uma narrativa hegemónica da crise, um discurso simples sobre as suas origens, os seus responsáveis e as transformações do Estado que nos farão sair dela. Para executarem o seu projecto político, os partidos que nos governam precisam, no mínimo, de uma generalizada resignação dos cidadãos. A forma mais eficaz de a produzir consiste em criar uma larga maioria de fazedores de opinião (jornalistas, economistas, politólogos, deputados, políticos senadores) que sustente nas televisões a mesma narrativa da crise, a narrativa neoliberal. (...)»
Primeiro parágrafo do post de Jorge Bateira, publicado no blog LADRÕES DE BICICLETAS em 22 de Agosto de 2013, e com o título "A narrativa neoliberal não foi de férias". O título deste post é de minha autoria.
Primeiro parágrafo do post de Jorge Bateira, publicado no blog LADRÕES DE BICICLETAS em 22 de Agosto de 2013, e com o título "A narrativa neoliberal não foi de férias". O título deste post é de minha autoria.
Andam Vermes Por Aí...
TUDO indica que a Inspecção-Geral de Finanças (IGF) está infestada de uma espécie desconhecida de vermes-glutões, especializados em devorar documentos relacionados com a avaliação e o controlo dos "swaps" tóxicos, contratados pelas empresas do sector público. Segundo opinião de um perito em desratizações e desinfestações, é provável que os parasitas sejam de uma estirpe semelhante àquela que no Ministério da Defesa organizou um banquete com os documentos relacionados com a aquisição e as contrapartidas dos submarinos.
quinta-feira, agosto 22, 2013
Percebe-se a Intenção!
A PRÓXIMA avaliação do memorando da troika, bem como a definição dos cortes na despesa pública, que irão afectar as reformas e pensões, prestações sociais e outras coisas mais, bem como as novas linhas de austeridade do Orçamento de Estado para 2014, só serão conhecidas depois das eleições autárquicas, pois não há nada como tomar medidas e antecipar o controle de danos. Para aquecer o ambiente e fazer estragos, já bastam as baboseiras de alguns candidatos a autarcas, as altas temperaturas deste mês de Agosto e os incêndios que continuam a esturricar o país.
segunda-feira, agosto 19, 2013
BPN - A Orgia Continua
UM ACCIONISTA da Sociedade Lusa de Negócios (dona do BPN), já depois de ter recebido 20 milhões de euros de indemnização em 2011, exige agora mais 22 milhões de euros do Estado (isto é, de todos nós), alegando que o contrato que tinha lhe dava direito a vender as acções que detinha daquela sociedade, antes da nacionalização do BPN, tendo o Estado assumido a responsabilidade pelos litígios do BPN, com data anterior à reprivatização. No caso da sua pretensão ser bem sucedida, e somadas as duas verbas, o tal accionista recebe do Estado mais do que aquilo que os angolanos do BIC pagaram pela compra do BPN (40 milhões de euros), depois de limpinho de créditos incobráveis e de activos tóxicos...
Mas como o BPN já tem um lugar cativo no nosso imaginário, o povo permanece calmo e sereno. Mais 22 milhões, ou menos 22 milhões, tanto faz, pois 22 milhões de euros a dividir (em teoria) por 10 milhões de portugueses, dá 2 euros e 20 cêntimos a cada um, uma ninharia, uma bagatela, uma minúscula renda, mais um óbolo para este interminável peditório nacional, nada que se compare com tudo o que já pagámos, e com tudo o que vamos continuar a pagar. Nas contas do Estado, tal como na natureza, nada se cria e nada se perde, tudo se transforma, e os milhões que a fogueira do BPN continua a consumir, são sempre compensáveis por uns quantos medicamentos a menos no Serviço Nacional de Saúde. Ou mais uns quantos cortes nos subsídios de desemprego, nas pensões ou nas reformas. Ou mais uns quantos agravamentos do IVA, do IRS ou do IMI. Ou mais um aumento das propinas. Ou menos uns milhares de professores a darem aulas nas escolas públicas. Ou mais umas quantas privatizações. Basta escolher!
domingo, agosto 18, 2013
Estamos no "Bom" Caminho?
«Mais de 12 mil casais tinham, no final de Junho deste ano, ambos os cônjuges desempregados, o que representa um aumento de 45% face ao mesmo mês do ano passado, segundo o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). De acordo com os números do IEFP, o número de casais em que ambos os cônjuges estavam no desemprego atingiu os 12.065 no final de Junho de 2013, mais 3.749 casais do que no período homólogo (+45,1%).»
Excerto da notícia do DIÁRIO ECONÓMICO de 16 de Agosto 2013
Meu comentário: Estes números são usados e abusados para tentar provar que "estamos num momento de viragem", na senda do "bom" caminho da recuperação económica, tal como o Governo nos quer impingir, fazendo comparações com as percentagens do mês anterior, e ignorando as do mesmo período do ano anterior (homólogas), as quais retratam uma situação bem diferente.
Excerto da notícia do DIÁRIO ECONÓMICO de 16 de Agosto 2013
Meu comentário: Estes números são usados e abusados para tentar provar que "estamos num momento de viragem", na senda do "bom" caminho da recuperação económica, tal como o Governo nos quer impingir, fazendo comparações com as percentagens do mês anterior, e ignorando as do mesmo período do ano anterior (homólogas), as quais retratam uma situação bem diferente.
sexta-feira, agosto 16, 2013
A Enésima “Viragem”
"Estamos num momento de viragem", disse António Pires de Lima, recém-empossado ministro da Economia, referindo-se à divulgação pelo Instituto Nacional de Estatística de que o PIB teve um crescimento de 1,1% no segundo trimestre de 2013. Ora o que acontece é que a mensagem não é nova, e o Governo já anunciou tantas vezes estas "viragens", nas suas habituais acrobacias discursivas, que se tal fosse autêntico, de duas uma, ou andávamos perdidos às voltas, ou então estávamos condenados a voltar ao ponto de partida.
quinta-feira, agosto 15, 2013
Sobre a Desnecessidade da Lei
«(...) Se a lei diz: “No caso de renúncia ao mandato, os titulares dos órgãos referidos nos números anteriores não podem candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quadriénio imediatamente subsequente à renúncia”, como pode um juiz ter o desplante de corrigir o legislador, fazendo-o dizer uma coisa que ele não disse nem quis dizer?
É por esta e por outras que as instituições perdem prestígio e a democracia se degrada aos olhos do povo que não compreende como pode o órgão que tem por missão assegurar a defesa da legalidade democrática ser o primeiro a violá-la flagrantemente no desempenho da sua função.»
Excerto do post de J.M. Correia Pinto, publicado no blog POLITEIA em 15 de Agosto de 2013, e com o título "A LETRA DA LEI E CARTA DE PAULO PORTAS - Os Tribunais e a Lei". O título deste post é de minha autoria.
Meu comentário: A Justiça faz questão de acompanhar o estado geral do país. Uma lástima!
É por esta e por outras que as instituições perdem prestígio e a democracia se degrada aos olhos do povo que não compreende como pode o órgão que tem por missão assegurar a defesa da legalidade democrática ser o primeiro a violá-la flagrantemente no desempenho da sua função.»
Excerto do post de J.M. Correia Pinto, publicado no blog POLITEIA em 15 de Agosto de 2013, e com o título "A LETRA DA LEI E CARTA DE PAULO PORTAS - Os Tribunais e a Lei". O título deste post é de minha autoria.
Meu comentário: A Justiça faz questão de acompanhar o estado geral do país. Uma lástima!
quarta-feira, agosto 14, 2013
Sai Um Comité de Sábios Para a Mesa do Canto
O Governo, através do seu "speaker" Maduro (afinal os “briefings” já não estão suspensos) anunciou hoje a criação de um Comité de Sábios para ajudar o Executivo a definir as prioridades e os programas a financiar pelo quadro comunitário 2014-2020, coisa que terá que ficar acertada até ao fim de 2013. Não é brincadeira de meninos; são seis (6) anos de programas (é mais que um plano quinquenal), é coisa de se lhe tirar o chapéu, não uma, mas repetidas vezes. E eu, grande ignorante, que julgava que só se convocavam comités de sábios para solucionar problemas como a conjectura de Hodge ou o bosão de Higgs, fiquei atónito!
Um governo que para produzir legislação, recorre à "ajuda" dos conhecidos gabinetes de advogados, e para ter ideias para meia dúzia de anos, precisa do concurso de um comité de sábios, não é um governo, é um bando de madraços e ignorantes, uma perfeita anomalia. Por isso, sempre que oiço falar de parcerias, prioridades, competitividade, sustentabilidade, sinergias, estratégia, agilização, eficiência, recuperação, bem como da lendária luz ao fundo do túnel, e outros chavões da gíria socrato-passista, apetece-me logo puxar da carabina, meter uma bala na câmara e recitar com voz canora, uma das fábulas de Esopo, de La Fontaine ou do nosso Bocage.
Um governo que para produzir legislação, recorre à "ajuda" dos conhecidos gabinetes de advogados, e para ter ideias para meia dúzia de anos, precisa do concurso de um comité de sábios, não é um governo, é um bando de madraços e ignorantes, uma perfeita anomalia. Por isso, sempre que oiço falar de parcerias, prioridades, competitividade, sustentabilidade, sinergias, estratégia, agilização, eficiência, recuperação, bem como da lendária luz ao fundo do túnel, e outros chavões da gíria socrato-passista, apetece-me logo puxar da carabina, meter uma bala na câmara e recitar com voz canora, uma das fábulas de Esopo, de La Fontaine ou do nosso Bocage.
Uma Pergunta de Algibeira
COMO é que os chamados "briefings" (conferências de imprensa), podem ser melhorados, ter mais "transparência" e serem menos "fonte de ruído" - como é intenção do Governo -, se ele próprio, sujeito a ser escrutinado, cada vez é mais frequentado por gente de grosso calibre que se quer passar por respeitável, cada vez mente mais descaradamente, cada vez comete mais ilegalidades, cada vez é mais contestado, cada vez se entende menos no seu seio, sendo cada vez mais um factor de instabilidade, e governando cada vez mais para os grandes interesses da “troika”, da alta finança e do capital, do seu círculo de amigos e afilhados, interesses que nada têm a ver com Portugal e com os portugueses?
Cá por mim, tenho a solução: vão de férias e não voltem!
segunda-feira, agosto 12, 2013
Manobras de Diversão
«Nunca engolir os engodos que lhe são oferecidos» in "A Arte da Guerra", obra com aproximadamente 2.000 anos, da autoria de Sun Tzu, supostamente um general chinês.
EM ESPANHA, a crise política resultante dos casos de corrupção envolvendo o PP (Partido Popular) e o primeiro-ministro Mariano Rajoy, obrigou a que o Governo procurasse um alvo suficientemente grande, destinado a mobilizar a opinião pública, desviando as suas atenções do tal caso de corrupção. A escolha recaiu sobre Gibraltar, com um conflito despoletado pelos direitos de pesca dos espanhóis e os "direitos de soberania" daquele território britânico, encravado em território espanhol.
Em Portugal, como o Governo está assoberbado por uma quase permanente crise política nas suas entranhas, onde os ministros e afins andam presos por arames, como temos menos recursos que Espanha, e não querendo despertar Olivença (um pretexto que não se compara com Gibraltar), foram arranjados vários alvos domésticos, tais como os "swaps" e as PPPs, arranjinhos negociados pelo ex-governo Sócrates e alimentados por Passos Coelho, e que servem às mil maravilhas para um assanhado duelo de ping-pong entre o governo e o PS, cujo objectivo é desviar as atenções do caos governativo. Mas como era preciso arranjar um espectáculo complementar para emoldurar a quezília, inventou-se aquela coisa dos "briefings" diários, que depois passaram a bissemanais, onde dois "entretainers" de meia tijela apalhaçavam as sessões com os jornalistas, e tanto apalhaçaram e repetiram a frase "não vou responder à sua pergunta", que as exibições acabaram por ser suspensas, por causa das férias dos palhaços (diz o Governo...), para virem depois a ser retomadas, em novos moldes, e talvez com outros protagonistas (promete o Governo...). Aquilo que era para ser uma nova forma de comunicação do Governo, tentando imitar o inultrapassável "marketing" politico socratino, acabou por se transformar numa paródia nacional, com alguns tiques ao jeito do salazarento SNI (Secretariado Nacional da Informação), um queijinho amanteigado para os comentadores do burgo.
Entretanto, o Governo começou a enviar aos funcionários públicos cartas a sugerir e a convidá-los à rescisão do contrato, já com as contas feitas e tudo. Questionado o Ministério das Finanças, não deu qualquer esclarecimento sobre o assunto, alegando que o secretário de Estado da Administração Pública, nem mais, se encontra em gozo de férias. Para quem ainda tem dúvidas, volto a garantir que eles sabem perfeitamente o que querem, onde chegar, quando e como fazê-las. E ainda há quem lhes chame incompetentes! Para eles não há "Querido Mês de Agosto". É quando as pessoas baixam a guarda, afogueadas com o calor e com os seus problemas, e distraídas com as manobras de diversão, que eles desferem o golpe. Daí o ter-me lembrado do intemporal Sun Tzu, e dos engodos que nunca devemos engolir. Quanto ao CDS-PP, companheiro de jornada desta tertúlia governativa, e das indigestas decisões a que o "popularíssimo" partido do contribuinte se viu constrangido, e do qual se aguarda a "irrevogável" coragem e responsabilidade de acabar com o despautério, não há novas nem sinais, ou como diria o senhor regedor, que seja tudo a bem da nação!
EM ESPANHA, a crise política resultante dos casos de corrupção envolvendo o PP (Partido Popular) e o primeiro-ministro Mariano Rajoy, obrigou a que o Governo procurasse um alvo suficientemente grande, destinado a mobilizar a opinião pública, desviando as suas atenções do tal caso de corrupção. A escolha recaiu sobre Gibraltar, com um conflito despoletado pelos direitos de pesca dos espanhóis e os "direitos de soberania" daquele território britânico, encravado em território espanhol.
Em Portugal, como o Governo está assoberbado por uma quase permanente crise política nas suas entranhas, onde os ministros e afins andam presos por arames, como temos menos recursos que Espanha, e não querendo despertar Olivença (um pretexto que não se compara com Gibraltar), foram arranjados vários alvos domésticos, tais como os "swaps" e as PPPs, arranjinhos negociados pelo ex-governo Sócrates e alimentados por Passos Coelho, e que servem às mil maravilhas para um assanhado duelo de ping-pong entre o governo e o PS, cujo objectivo é desviar as atenções do caos governativo. Mas como era preciso arranjar um espectáculo complementar para emoldurar a quezília, inventou-se aquela coisa dos "briefings" diários, que depois passaram a bissemanais, onde dois "entretainers" de meia tijela apalhaçavam as sessões com os jornalistas, e tanto apalhaçaram e repetiram a frase "não vou responder à sua pergunta", que as exibições acabaram por ser suspensas, por causa das férias dos palhaços (diz o Governo...), para virem depois a ser retomadas, em novos moldes, e talvez com outros protagonistas (promete o Governo...). Aquilo que era para ser uma nova forma de comunicação do Governo, tentando imitar o inultrapassável "marketing" politico socratino, acabou por se transformar numa paródia nacional, com alguns tiques ao jeito do salazarento SNI (Secretariado Nacional da Informação), um queijinho amanteigado para os comentadores do burgo.
Entretanto, o Governo começou a enviar aos funcionários públicos cartas a sugerir e a convidá-los à rescisão do contrato, já com as contas feitas e tudo. Questionado o Ministério das Finanças, não deu qualquer esclarecimento sobre o assunto, alegando que o secretário de Estado da Administração Pública, nem mais, se encontra em gozo de férias. Para quem ainda tem dúvidas, volto a garantir que eles sabem perfeitamente o que querem, onde chegar, quando e como fazê-las. E ainda há quem lhes chame incompetentes! Para eles não há "Querido Mês de Agosto". É quando as pessoas baixam a guarda, afogueadas com o calor e com os seus problemas, e distraídas com as manobras de diversão, que eles desferem o golpe. Daí o ter-me lembrado do intemporal Sun Tzu, e dos engodos que nunca devemos engolir. Quanto ao CDS-PP, companheiro de jornada desta tertúlia governativa, e das indigestas decisões a que o "popularíssimo" partido do contribuinte se viu constrangido, e do qual se aguarda a "irrevogável" coragem e responsabilidade de acabar com o despautério, não há novas nem sinais, ou como diria o senhor regedor, que seja tudo a bem da nação!
domingo, agosto 11, 2013
Democracia em Dó Menor
COM os votos favoráveis do PS (do inoxidável Mesquita Machado), com a abstenção dos vereadores eleitos pela coligação Juntos por Braga (PSD, CDS-PP e PPM), e com os votos contra do PCP e do BE, por iniciativa de alguns bracarenses piedosos e agradecidos, e num espaço que é do domínio público, foi erigida em Braça (de madrugada e em segredo) uma estátua ao cónego Melo (de seu nome completo Eduardo Melo Peixoto), inspirador e organizador da rede bombista, do ELP e do MDLP (movimentos de extrema-direita) que em 1974/75 plantaram assassinatos, agressões e puseram a ferro e fogo a região norte do país, e que depois se tornou um activo promotor de interesses imobiliários especulativos. A haver inferno, estará lá de certeza a torrar. Ficamos por aqui ou querem que diga mais coisas?
NOTA - Na foto o cónego Melo abraça o pistoleiro Ramiro Moreira
sábado, agosto 10, 2013
Marcas Que Perduram
Urbano Tavares Rodrigues já não está entre nós. Encerrou-se o seu ciclo de vida, porém, deixou as suas obras e memórias ao nosso cuidado. Conheci-o há muito anos, e de entre os muitos professores que tive, foi o único que até hoje me marcou, de forma permanente e inapagável. Para sustentar o que digo, recuperei um escrito meu de Novembro de 2002, e que diz o seguinte:
Éramos um bando de garotos, projectos de gente, ainda a cheirar a escola primária, com pastas novas, meio vazias de livros, atulhadas de sonhos e devaneios, a entrar naquele mundo tão inquietante e nebuloso. Foi aí por volta do ano 1956 ou 1957, naquela recém-criada secção de Alvalade do Liceu Camões, à sombra da igreja de S. João de Brito, entre muitas horas de fastidiosas e intermináveis aulas que apareceu o Professor Urbano Tavares Rodrigues, jovem e risonho (foto que junto será dessa época), a tratar-nos como gente, para um mundo em que as surpresas e adversidades eram mais que as facilidades. Ele entrava na aula e falava de Português, partilhando tudo o que sabia, empenhado em não fazer distinção entre os melhores e os menos bons. Dizia que a gramática se aprende de forma intuitiva, desde que nos saibamos expressar verbalmente e não tenhamos medo de escrever. Privilegiava as entrevistas, colóquios e composições, à procura do verbo de comunicação, do dom da palavra, da verve da língua. Eram aulas mistério, coisa próxima de aventuras, quase exercícios lúdicos. Todos os dias havia coisas novas para desvendar, umas saídas das páginas dos mestres da língua, outras saídas de nós próprios, quantas vezes sem jeito, mas também sem preconceito. Mesmo para os menos aptos, mais distraídos ou insensíveis, aqueles 50 minutos consumiam-se num ápice, num rodopio, tal era o diálogo, a comunicação, o falar de coisas que tinham sempre algo a ver com a língua, as nossas toscas experiências e fantasias, roçando aqui e ali pelo intragável latim e a cultura geral. Era Português a tornar-se paixão, a insinuar-se nas nossas veias, oxigenando a sensibilidade, senão mesmo alguma promissora criatividade. Ele provavelmente não se lembra deste episódio, mas um belo dia entrou na aula com o olhar cintilante e a exibir um livro, ao mesmo tempo que dava a notícia, sem falsa modéstia, e mais ou menos com estas palavras:
- Hoje estou muito feliz! Foi publicado este meu livro!
Era a NOITE ROXA. Ficámos perplexos e boquiabertos. Ninguém imaginava que o nosso professor fosse um escritor em carne e osso, porque no nosso imaginário os escritores seriam sempre personagens distantes e quase intocáveis. Um ou dois dias depois, alguém tomou a iniciativa de levar a cabo uma pequena cerimónia no pátio do recreio, onde o Prof. Urbano foi “agraciado” por aquele bando de miúdos, como se fosse um Petrarca lusitano, com uma singela coroa artesanal, feita com alguns raminhos surripiados aos arbustos da vedação da escola, e uma prédica alinhavada pelo mais talentoso da turma. E ele ficou entre surpreendido e sensibilizado com a aquela ingénua iniciativa.
Conforme chegou, o nosso professor-escritor partiu. Se bem me lembro, acho que só durou um ano. Corriam tempos em que tudo era arriscado, tudo era vigiado e controlado, e até o direito de ensinar era retirado, para castigar, fazer vergar e banir todos os rebeldes, lutadores e insubmissos da pátria e da língua. Disse bem a VISÃO quando afirmou que “gerações de nós foram tocadas, melhoradas por ele”. Hoje, quase cinquenta anos depois, aquele inesquecível ano de aulas de Português ainda continua a resistir, multiplicando em mim as suas indeléveis marcas. Enquanto Urbano Tavares Rodrigues continuou a dar mais do que recebeu, a lavrar campos de liberdade e a semear de prosa as letras portuguesas, eu, na minha tosca presunção, fiquei definitivamente apaixonado por esta língua, e a não resistir ir escrevendo umas coisinhas, aqui e ali, entre os longínquos toques de sineta e o rumor das correrias pelos corredores, para a próxima aula!
Passaram onze anos, desde que escrevi aquelas linhas, e quando ontem de manhã soube que o mestre Urbano tinha partido, embora não seja nada que me diga respeito, fiquei a imaginar que diálogo iria ele travar com O Barqueiro, durante esta sua última viagem. Voltei a recordar o seu trato, em tudo diferente, desde a matéria que em 50 minutos não era despachada por obrigação, ou a tolerância com que aqueles “pequenos maçadores” eram acolhidos, com deferência e entusiasmo, como pessoas em potência. E quando o tema da aula era árido e a impaciência corria o risco de se instalar, ele tinha sempre um jogo de parêntesis onde introduzia um novo tema, despertando-nos para outras visões do mundo e da vida. Foi por essas e por outras, que quando ontem de manhã soube que tinha partido, senti assomar uma furtiva lágrima votiva, à mistura com a emoção de não se ter quebrado o feitiço, nem rompido o umbilical fervor. Escrevinhador tento ser, e de Urbano continuo devedor. E esta é das poucas situações em que ficar devedor, ao invés de ser uma atitude indigna e desprezível, é sinónimo de gratidão.
sexta-feira, agosto 09, 2013
Pois Claro!
CONFORME já foi noticiado, as subvenções vitalícias dos antigos políticos escapam aos novos cortes nas reformas e pensões porque não cabem, naturalmente, no Estatuto da Aposentação, regime jurídico próprio que regula a matéria das pensões dos funcionários públicos, sendo o Orçamento de Estado a sede própria para gerir este tipo de medidas. Pois claro, e eles até nem são masoquistas! Além disso, não é reforma nem pensão, é “apenas” uma subvenção, um subsídio, um abono, uma compensação, uma mordomia, etecetera e tal.
quinta-feira, agosto 08, 2013
A Nuvem Tóxica
QUEM anda a dizer que eles são incompetentes e não sabem o que fazem, está redondamente enganado. Em plena "silly season", mesmo a coxear com um secretário de estado demissionário por indecente e má figura, e mais dois ministros carregados de mazelas, não estão com meias medidas e lançam mais uma nuvem tóxica sobre a população de pensionistas e reformados. Cortes nas pensões de reforma, invalidez e sobrevivência, actuais e futuras, pagas pela Caixa Geral de Aposentações, já a partir de 1 de Janeiro de 2014, sendo de 10% a média dos cortes sobre o valor ilíquido da pensão. Se entrar em vigor, a medida afectará 36% dos actuais 462 mil aposentados da Caixa Geral de Aposentações.
E a propósito destas medidas, continua a fazer-me muita confusão porque é o Adolf Hitler recorreu aos campos de concentração com fornos crematórios, às câmaras e ao gás Zyklon-B, para eliminar os "indesejáveis" do III Reich. Se tivesse antecipado os modelos de estrangulamento económico-social adoptados pelo XIX Governo da República Portuguesa, com calma, paciência, sem pressa, sem grandes investimentos e sem estardalhaço, teria chegado exactamente aos mesmos resultados.
quarta-feira, agosto 07, 2013
O TRICICLO
EMBORA a informação ainda seja escassa, sabe-se que está em curso uma nova remodelação (há quem lhe chame reencarnação) do Governo, contudo face às muitas recusas com que Passos Coelho se tem confrontado, depois das férias na Manta Rota, só lhe restava a solução da Manta de Retalhos. Fala-se que a escolha vai para Vale e Azevedo como ministro dos Negócios Estrangeiros, Oliveira e Costa para ministro das Finanças, Isaltino de Morais para ministro das Obras Públicas e José Castelo Branco para ministro da Educação Sexual. Azevedo, Costa e Morais, despacharão todas as quintas-feiras, à hora das visitas, nas respectivas instalações prisionais, participando nos Conselhos de Ministros através de teleconferência. Ricardo Salgado, acumulando com a presidência do BES, mantém-se como "ministro com pasta", ao passo que o relacionamento com a comunicação social foi entregue, por ajuste directo, ao escritório de advogados de José Miguel Júdice. Já Dias Loureiro, consta que vai assessorar António Borges nas privatizações que faltam fazer. Maria Luís Albuquerque transita para o gabinete de estudos do Fundo Monetário Internacional, com a missão de conceber antídotos para "swaps" tóxicos. Quanto aos secretários de Estado que faltarem, serão votados a nível nacional e em horário nobre, por uma espécie de conclave de "celebridades", concebido pelo departamento de programas da RTP, e baseado num guião do economista Pedro Arroja. A troika só regressará lá para Janeiro de 2014, juntando numa única missão, a oitava, nona e décima avaliações. Paulo Portas, em conversa informal com os jornalistas, durante uma visita à Feira do Relógio, baptizou esta remodelação de "triciclo", e garantiu que é uma solução patriótica, coesa e "irrevogável", perfeitamente adequada aos tempos excepcionais que vivemos, que tem todo o apoio do casal de Belém, logo tem todas as condições para não voltar a tropeçar, até às legislativas de 2015.
terça-feira, agosto 06, 2013
Agostembro Já Cá Canta, Setembrosto Vem a Caminho
NESTE querido mês de Agosto, Joaquim Pais Jorge, Miguel Poiares Maduro e Pedro Lomba, um mentiroso e dois pantomineiros de serviço, foram deixados para trás, para entretém do povo. Um é um vendilhão de "swaps", que não sei quantas vezes os tentou impingir ao Sócrates, e outras tantas o renegou. É um mentiroso de grosso calibre, sem um pingo de vergonha por toda a superfície do corpo, que insiste em ser secretário de Estado; os outros são secretário de Estado e seu adjunto, que fazem palhaçadas e cabriolas, para dar tempo a que o outro possa voltar a mentir e a desmentir-se, e o Governo a “averiguar as inconsistências problemáticas”.
Nas últimas semanas, a rápida sucessão de dramas, comédias e tragicomédias, tem sido vertiginosa: Miguel Relvas, Franquelim Alves, Vítor Gaspar, Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque, Rui Machete e Joaquim Pais Jorge, são uma verdadeira troupe de relapsos mentirosos, em acirrada concorrência, a ver qual deles mais consegue mentir, para escapar com o rabo à seringa. Podemos agradecer a Aníbal Cavaco Silva, o grande empresário das variedades políticas deste protectorado - e honra lhe seja feita -, o degradante espectáculo a que estamos a assistir, com ministros e secretários de Estado no grelhador, e ele lá pela Coelha, paredes-meias com o Coelho na Manta Rota. Com a escolha que fez, reconduzindo o Governo "recauchutado", bem pode limpar às mãos à parede.
Animem-se! Agostembro já cá canta, Setembrosto chega num instantinho, e entretanto, para compensar, o Governo já confirmou o corte nas pensões dos funcionários públicos (a TSU mascarada), e lançou na NET um simulador que permite a estes calcularem o valor das compensações a receber, caso rescindam o contrato por mútuo acordo. Tudo isto me faz lembrar um filme policial da década de 90, onde a frase-chave que encerrava as chamadas telefónicas do serial killer para o investigador, fornecendo-lhe pistas, rezava assim: O tempo está a esgotar-se! Tique-taque, tique-taque, tique-taque...
Nas últimas semanas, a rápida sucessão de dramas, comédias e tragicomédias, tem sido vertiginosa: Miguel Relvas, Franquelim Alves, Vítor Gaspar, Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque, Rui Machete e Joaquim Pais Jorge, são uma verdadeira troupe de relapsos mentirosos, em acirrada concorrência, a ver qual deles mais consegue mentir, para escapar com o rabo à seringa. Podemos agradecer a Aníbal Cavaco Silva, o grande empresário das variedades políticas deste protectorado - e honra lhe seja feita -, o degradante espectáculo a que estamos a assistir, com ministros e secretários de Estado no grelhador, e ele lá pela Coelha, paredes-meias com o Coelho na Manta Rota. Com a escolha que fez, reconduzindo o Governo "recauchutado", bem pode limpar às mãos à parede.
Animem-se! Agostembro já cá canta, Setembrosto chega num instantinho, e entretanto, para compensar, o Governo já confirmou o corte nas pensões dos funcionários públicos (a TSU mascarada), e lançou na NET um simulador que permite a estes calcularem o valor das compensações a receber, caso rescindam o contrato por mútuo acordo. Tudo isto me faz lembrar um filme policial da década de 90, onde a frase-chave que encerrava as chamadas telefónicas do serial killer para o investigador, fornecendo-lhe pistas, rezava assim: O tempo está a esgotar-se! Tique-taque, tique-taque, tique-taque...
segunda-feira, agosto 05, 2013
Sem Papas na Língua
O PROVEDOR dos leitores do DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Óscar Mascarenhas, escreveu um artigo arrasador sobre o comportamento do ministro Miguel Poiares Maduro e do secretário Pedro Lomba, nos chamados "briefings", ou encontros com a comunicação social, ou conferências de imprensa, ou lá o que aquilo seja. Curiosamente, há meia dúzia de dias atrás, abordei este mesmo assunto AQUI. Entretanto, uns acham que Óscar fez bem, outros sugerem que como provedor dos leitores não pode manifestar opiniões políticas, outros que ultrapassou as suas funções, outros que desacredita a função de provedor, outros que se excedeu, outros que foi muito duro, outros etecetera e tal. Interessante é que todos bateram na mesma tecla, dizendo que Óscar Mascarenhas, ao querer fazer pedagogia, inverteu os alvos, trocando os jornalistas pelos políticos, o que me parece não ter sido o caso. Quem se der ao trabalho de ler o artigo em causa, verá que quando Óscar Mascarenhas diz que
«... manda o nosso Código Deontológico [do DIÁRIO DE NOTÍCIAS], no seu ponto 3, que "o jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos." Venham os Poiares Pedros ou os Lombas Maduros que vierem, jornalista do DN que se acobarde perante este fascismo com pés de lã, pode ter a certeza, à fé de quem sou, que fica com o nome num pelourinho de cobardolas que prometo expor aos leitores. Porque é dos direitos dos leitores que estamos a falar. Enquanto estiver nesta casa e nela tiver voz, o fascismo não entra de esguelha.»,
não está a fazer mais do que a "defender a liberdade de imprensa", a "defender a deontologia profissional", condenando a tentativa "de intromissão dos membros do governo" e lançando um "apelo para que os jornalistas do DN não entrassem nesse jogo". Na verdade, o que está em causa não é a política em si, mas sim o posicionamento e comportamento dos políticos perante a comunicação social e a sua função. Se lá pelo meio há o recurso a uma linguagem mais colorida, longe dos habituais "tons pastel" do politicamente correcto, não é nada que se compare às expressões abjectas e ofensivas que ultimamente temos ouvido, como por exemplo, quando o Passos Coelho mandou os desempregados emigrarem ou irem para outro lado, seja esse lado qual for. Neste caso, muitos dos que deveriam ter falado, ficaram calados, ao passo que agora, com Óscar Mascarenhas, decidiram alegremente, meter a sua garfada. Na verdade, salvo raras excepções, está-se a perder o salutar hábito de "chamar os bois pelos nomes", pôr os pontos nos "is" e os traços nos "tês". Será com medo do tal fascismo, ou seja lá o que for, que se anda a insinuar de esguelha?
«... manda o nosso Código Deontológico [do DIÁRIO DE NOTÍCIAS], no seu ponto 3, que "o jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos." Venham os Poiares Pedros ou os Lombas Maduros que vierem, jornalista do DN que se acobarde perante este fascismo com pés de lã, pode ter a certeza, à fé de quem sou, que fica com o nome num pelourinho de cobardolas que prometo expor aos leitores. Porque é dos direitos dos leitores que estamos a falar. Enquanto estiver nesta casa e nela tiver voz, o fascismo não entra de esguelha.»,
não está a fazer mais do que a "defender a liberdade de imprensa", a "defender a deontologia profissional", condenando a tentativa "de intromissão dos membros do governo" e lançando um "apelo para que os jornalistas do DN não entrassem nesse jogo". Na verdade, o que está em causa não é a política em si, mas sim o posicionamento e comportamento dos políticos perante a comunicação social e a sua função. Se lá pelo meio há o recurso a uma linguagem mais colorida, longe dos habituais "tons pastel" do politicamente correcto, não é nada que se compare às expressões abjectas e ofensivas que ultimamente temos ouvido, como por exemplo, quando o Passos Coelho mandou os desempregados emigrarem ou irem para outro lado, seja esse lado qual for. Neste caso, muitos dos que deveriam ter falado, ficaram calados, ao passo que agora, com Óscar Mascarenhas, decidiram alegremente, meter a sua garfada. Na verdade, salvo raras excepções, está-se a perder o salutar hábito de "chamar os bois pelos nomes", pôr os pontos nos "is" e os traços nos "tês". Será com medo do tal fascismo, ou seja lá o que for, que se anda a insinuar de esguelha?
sábado, agosto 03, 2013
Arrasador!
HOJE não escrevo nada, a tentar desmantelar o Governo. Deixo essa tarefa entregue a Óscar Mascarenhas, provedor do leitor do jornal DIÁRIO DE NOTÍCIAS, e ao seu artigo publicado em 3 de Agosto de 2013, e que pode ser lido AQUI.
sexta-feira, agosto 02, 2013
Mais Outro Que Não Sabia de Nada...
«Um dia depois de ter saído a notícia sobre a tentativa de venda de produtos financeiros para tentar maquilhar as contas públicas portuguesas ao Governo de José Sócrates em 2005, eis que o secretário de Estado do Tesouro veio a público apresentar a sua defesa. "Não participei nem na elaboração nem na preparação desses derivados financeiros", afirmou hoje Joaquim Pais Jorge durante o briefing do Governo. "Era responsável pela relação com os clientes. Não tive qualquer responsabilidade na elaboração e preparação destas propostas".
Segundo a revista VISÃO, após a tomada de posse do governo socialista, em 2005, o Citigroup ofereceu uma solução para Portugal maquilhar as suas contas públicas, tal como o Goldman Sachs fez na Grécia. O banco norte-americano era então liderado por Paulo Gray, director-executivo do Citi no País, e pelo secretário de Estado Joaquim Pais Jorge director do Citybank Coverage Portugal.»
Excerto de um artigo do DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 2 de Agosto de 2013
Meu comentário: Não fizeram nada, não sabiam de nada, nunca tomaram uma decisão nem deram directivas para tal. Só falta dizer que desconhecem o que é um "swap" ou um depósito a prazo! Vendo bem as coisas, estavam lá, mas nada faziam. É extraordinário! Afinal, porque será que recebiam os tais faraónicos vencimentos e mordomias? Não me digam que era apenas para declarar (sempre que fosse necessário) que nada decidiram, que nada fizeram e que nada sabiam, todos uns anjinhos papudos. Resumindo: estagiando pela banca para chegar ao poder, há gente pequena com grandes empregos!
Segundo a revista VISÃO, após a tomada de posse do governo socialista, em 2005, o Citigroup ofereceu uma solução para Portugal maquilhar as suas contas públicas, tal como o Goldman Sachs fez na Grécia. O banco norte-americano era então liderado por Paulo Gray, director-executivo do Citi no País, e pelo secretário de Estado Joaquim Pais Jorge director do Citybank Coverage Portugal.»
Excerto de um artigo do DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 2 de Agosto de 2013
Meu comentário: Não fizeram nada, não sabiam de nada, nunca tomaram uma decisão nem deram directivas para tal. Só falta dizer que desconhecem o que é um "swap" ou um depósito a prazo! Vendo bem as coisas, estavam lá, mas nada faziam. É extraordinário! Afinal, porque será que recebiam os tais faraónicos vencimentos e mordomias? Não me digam que era apenas para declarar (sempre que fosse necessário) que nada decidiram, que nada fizeram e que nada sabiam, todos uns anjinhos papudos. Resumindo: estagiando pela banca para chegar ao poder, há gente pequena com grandes empregos!
quinta-feira, agosto 01, 2013
Recheio e Papel de Embrulho
COM o Governo "recauchutado" e a considerar-se revalidado com o cavacal embrulho da moção de confiança, foi oficialmente inaugurado um "novo ciclo" (ou circo), onde a ideia persistente continua a ser "deitar a escada" ao PS (partido Seguro), para que aquele contribua para a tal nova "união nacional" e avalize o pacote de 4,7 mil milhões de euros de prometidas atrocidades.Veremos se o PS consegue resistir.
Entretanto, o frenético Passos Coelho, vai dando uns lamirés sobre o recheio e os temperos do tal "novo ciclo", falando sobre as reformas que vão ser feitas “de forma muito concentrada”, para satisfazerem a tal reforma do Estado, que é mais uma porta de entrada para os apetites do costume. E começa logo com o aumento de horário de trabalho na função pública (por agora), de 35 para 40 horas semanais, onde o mesmo trabalho poderá ser feito por menos trabalhadores, logo os que estão a mais, serão dispensáveis, e terão de "ir fazer alguma coisa para outro lado”, ao passo que os que mantêm o emprego vêem reduzida a sua retribuição, dado que num mês passam a trabalhar mais vinte e tal horas pelo mesmo salário. Assim se premeia o esforço e os sacrifícios que os portugueses têm feito. Depois de mandar os portugueses emigrarem, agora, usando a sua habitual conversa de carroceiro engravatado, começou a mandá-los para outro lado, quando podia ser ele a ir, o mais ligeiro possível, para aquele sítio que todos nós sabemos.
Entretanto, o frenético Passos Coelho, vai dando uns lamirés sobre o recheio e os temperos do tal "novo ciclo", falando sobre as reformas que vão ser feitas “de forma muito concentrada”, para satisfazerem a tal reforma do Estado, que é mais uma porta de entrada para os apetites do costume. E começa logo com o aumento de horário de trabalho na função pública (por agora), de 35 para 40 horas semanais, onde o mesmo trabalho poderá ser feito por menos trabalhadores, logo os que estão a mais, serão dispensáveis, e terão de "ir fazer alguma coisa para outro lado”, ao passo que os que mantêm o emprego vêem reduzida a sua retribuição, dado que num mês passam a trabalhar mais vinte e tal horas pelo mesmo salário. Assim se premeia o esforço e os sacrifícios que os portugueses têm feito. Depois de mandar os portugueses emigrarem, agora, usando a sua habitual conversa de carroceiro engravatado, começou a mandá-los para outro lado, quando podia ser ele a ir, o mais ligeiro possível, para aquele sítio que todos nós sabemos.
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