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A minha pituitária não me engana e começa a sentir-se ofendida com o mau cheiro que paira por todo o país, e que longe de se dissipar, alastra, cada vez mais denso e insuportável. Tem toda a razão o Fernando Penim Redondo quando diz no seu blog (DOTeCOMe_blog), a propósito de o procurador-geral da República ter decidido a abertura de um processo disciplinar ao presidente do Eurojust, Lopes da Mota, sobre as alegadas pressões feitas aos dois procuradores responsáveis pela investigação do "caso Freeport", no sentido do seu arquivamento, o seguinte:
“Então andaram um mês a investigar para saberem se podiam começar a investigar? Agora recomeçam a investigação daquilo que já foi investigado? É estranho pois não se trata de um caso complexo. Limita-se a duas conversas entre o "acusado" e as "vítimas".Mais um caso paradigmático das infindáveis volutas em que se esgota a justiça em Portugal.”
Eu ainda digo mais: diz o ditado que enquanto o pau vai e vem folgam as costas, o que significa que entre inquéritos e processos disciplinares vai-se ganhando tempo, vão-se armando confusões e fazendo mais pressões, vão-se processando as eleições, e acima de tudo, vai-se perdendo o fio à meada do cerne da questão, o tal acontecimento que já vai sendo apelidado como um “suposto caso Freeport”. No entanto, uma verdade ressalta aos olhos de toda a gente e não é escamoteável: deixou praticamente de se investigar o caso Freeport, para se concentrarem todas as atenções e energias, na averiguação das “pressões” efectuadas sobre os magistrados.Não sei se a mando do PS ou do governo, e ainda a propósito deste assunto, tivemos que ouvir o impagável, intraduzível, insustentável e supletivo Vitalino Canas replicar que os partidos estão “ilegítima e oportunisticamente” a retirar ilações políticas, ao concluírem que teria havido pressões, “quando não há provas disso”, exactamente ao contrário do PS que, diz ele, “não se intromete na lógica de independência” da justiça. Ora, não devendo os partidos dar opinião e tirarem as suas conclusões, quanto à forma retorcida como o caso está a ser encaminhado, a quem caberia tal função? A mim? Ao meu barbeiro? Ao senhor Porfírio do quiosque das linhas? Em última análise, espero bem que sim, sobretudo no dia em que dissermos de nossa justiça, através dos votos que fizermos entrar nas urnas.
“Então andaram um mês a investigar para saberem se podiam começar a investigar? Agora recomeçam a investigação daquilo que já foi investigado? É estranho pois não se trata de um caso complexo. Limita-se a duas conversas entre o "acusado" e as "vítimas".Mais um caso paradigmático das infindáveis volutas em que se esgota a justiça em Portugal.”
Eu ainda digo mais: diz o ditado que enquanto o pau vai e vem folgam as costas, o que significa que entre inquéritos e processos disciplinares vai-se ganhando tempo, vão-se armando confusões e fazendo mais pressões, vão-se processando as eleições, e acima de tudo, vai-se perdendo o fio à meada do cerne da questão, o tal acontecimento que já vai sendo apelidado como um “suposto caso Freeport”. No entanto, uma verdade ressalta aos olhos de toda a gente e não é escamoteável: deixou praticamente de se investigar o caso Freeport, para se concentrarem todas as atenções e energias, na averiguação das “pressões” efectuadas sobre os magistrados.Não sei se a mando do PS ou do governo, e ainda a propósito deste assunto, tivemos que ouvir o impagável, intraduzível, insustentável e supletivo Vitalino Canas replicar que os partidos estão “ilegítima e oportunisticamente” a retirar ilações políticas, ao concluírem que teria havido pressões, “quando não há provas disso”, exactamente ao contrário do PS que, diz ele, “não se intromete na lógica de independência” da justiça. Ora, não devendo os partidos dar opinião e tirarem as suas conclusões, quanto à forma retorcida como o caso está a ser encaminhado, a quem caberia tal função? A mim? Ao meu barbeiro? Ao senhor Porfírio do quiosque das linhas? Em última análise, espero bem que sim, sobretudo no dia em que dissermos de nossa justiça, através dos votos que fizermos entrar nas urnas.