quinta-feira, maio 07, 2009

Se a Moda Pega…

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O Conselheiro de Estado Dias Loureiro continua a dizer-se esquecido e a fazer-se desentendido, nas audiências parlamentares, a propósito da sua passagem pelo Banco Português de Negócios, e a sua participação na aquisição do Banco Insular, que veio a ser usado para traficâncias, lavagens de dinheiro e a camuflagem de avultados prejuízos. Como é compreensível, e por muito que se esforce, não consegue passar a imagem de menino de coro, nem de colaborador distraído, que estava lá só para assinar umas “coisas”, sem se preocupar com a natureza delas. Sobre este tema e a nova moda que se prefigura no horizonte dos hábitos dos políticos portugueses, gostei particularmente do post de Eduardo Lapa, de 6 de Maio de 2009, publicado no blog “a presença das formigas” (
http://apresencadasformigas.blogspot.com/ ) , do qual transcrevo este excerto:

“Hoje o Publico diz-nos que quando confrontado por João Semedo e Honório Novo com a questão da reputação de El-Assir, participante no negócio, e que surge referenciado num relatório da Administração norte-americana como estando relacionado com o tráfico de armas, o Conselheiro Loureiro assegurou: “Sei que não se dedica ao comércio de armas, porque uma vez surgiu esse problema e eu perguntei-lhe directamente e ele disse que não”.
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Só não se percebe para que é que precisamos de polícias, investigações, e tribunais, quando a maneira de esclarecer estas coisas será perguntar directamente aos envolvidos.
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Método de que Cavaco Silva, que escolheu Dias Loureiro para o Conselho de Estado, também parece ser adepto quando em Novembro passado comunicou ao País não ter "qualquer razão para duvidar" da palavra do seu Conselheiro, que disse ter-lhe garantido "solenemente que não cometeu qualquer irregularidade" nas funções empresariais que desempenhou.
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Entretanto segundo a Lusa, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, disse hoje que os 19 membros do Conselho de Estado lhe merecem "o maior respeito", escusando-se a fazer qualquer comentário em relação à permanência de Dias Loureiro naquele órgão. "No Conselho de Estado existem 19 membros que estão sujeitos a um estatuto especial e todos me merecem o maior respeito e eu não faço nenhum comentário em relação a qualquer membro do Conselho de Estado", afirmou o chefe de Estado, quando questionado sobre as recentes declarações de várias personalidades a defender a saída de Dias Loureiro do Conselho de Estado.
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Eu, se pertencesse ao Conselho de Estado, não teria gostado nada destas declarações, a meter todos no mesmo saco, nem me agradaria nada ter por lá a companhia do Conselheiro Loureiro, nada mesmo.”

Adenda: Como é óbvio, também subscrevo a conclusão expressa no último parágrafo.

1 comentário:

Unknown disse...

Dum frequentador e apreciador de "o escrevinhador":

Agradeço a transcrição, e espero que haja mais quem subscreva a óbvia conclusão.

Cumprimentos,

Eduardo Lapa