terça-feira, maio 17, 2011
É o povo, pá! (Manifesto da 2ª Acção)
segunda-feira, maio 16, 2011
Excêntricos, Poderosos e Inimputáveis
A convivência com o dinheiro e os vapores que dele exalam, são poderosos afrodisíacos. As pessoas ficam inebriadas e extravagantes, sentem-se poderosas e inimputáveis, sobretudo se forem influentes, tiverem o mundo nas mãos, muito dinheiro e um batalhão de bons advogados.
Se “notre ami” Strauss-Kahn mover as influências certas, talvez se safe. Pede para ser julgado em Portugal, pois a justiça portuguesa, nestes casos, costuma ser muito compreensiva e tolerante, e se a coisa for até ao Tribunal da Relação e ao Supremo, ainda acaba absolvido e mandado em paz, tal como aconteceu com um médico psiquiatra do Porto, predador sexual, que violou durante a consulta uma doente grávida, afectada por um estado depressivo. Com jeito e diplomacia, o assunto acaba por morrer aí, e não se fala mais nisso.
Três Retratos Fotomaton
Habitualmente, o ilusionismo serve apenas para divertimento, ao passo que o proto-engenheiro Sócrates usa o ilusionismo para criar becos sem saída, geradores de condições de perpetuação no poder, isto é, a técnica consiste em fazer chantagem com um hipotético caos, queimar tempo, abeirar-se perigosamente do precipício da bancarrota, tornando o país refém de soluções e promessas que mais ninguém consegue assegurar, a não ser o político ilusionista. É ponto assente, que os grandes oradores não são, necessariamente, as criaturas mais habilitadas para governarem, e Sócrates, mesmo descontando o facto de ser um mentiroso compulsivo, já deu sobejas provas disso. Por outro lado, todo o governante tem normalmente duas ambições, uma delas é permanecer no poder, a outra é exercer esse poder para o interesse comum. Com Sócrates, porém, o desejo de permanecer no poder supera largamente a paixão de servir o interesse colectivo.
O Coelho anda à nora. Tal como como o senhor Coelho do romance “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carrol, também o “nosso” Coelho parece estar sempre atrasado, para chegar a algum lado ou a alguma conclusão. Não consegue induzir na opinião pública, um perfil de pessoa experiente, segura e convicta, que quer encontrar um rumo para a governação, mas apenas lhe passa pela cabeça piorar o que já está mau. Saltitando de buraco em buraco, a sua acção acaba por tornar-se pior a emenda que o soneto, pois tudo aquilo que ele gostaria de fazer, já foi feito por Sócrates, deixando um vazio à sua frente. Depois vem o combate interno, pois ainda não conseguiu transpor a fronteira que separa a juventude social-democrata do baluarte sénior do PSD, o qual, como é sabido, sempre foi um autêntico saco de lacaus, onde reina uma quase permanente confusão, traições e lutas fratricidas entre os vários barões e baronetes.
O Portas é líder de um partido de grupo, constituído por gente influente, e não um partido de massas. Por isso mesmo, periodicamente, candidata-se a ser cooptado para a área da governação, para compor o ramalhete, e fazer das suas, com alguns truques e manipulações, tal como adquirir submarinos, que vão ficar encostados por não haver verba para o gasóleo, ou acrescentar ao programa da “troika” FMI-UE-BCE umas promessas popularuchas sobre segurança e perseguição aos incumpridores fiscais. É um político hábil, que já foi jornalista, especialista na construção de cabeçalhos e rodapés, feitos de frases curtas e incisivas, que marcam certos momentos críticos, provocam turbulência e ficam no ouvido. Frases do estilo, vá-se embora, saia, pire-se, desapareça, com que presenteou Sócrates, em plena Assembleia da República, são expressões eficazes que ficam a vibrar no subconsciente daquele tipo de eleitorado que aprecia gente atrevida, mas que se preocupa pouco com o estado da nação e com as opções políticas em disputa.
domingo, maio 15, 2011
Que Tal um Peditório Nacional para Ajudar nas Despesas?
Os 16 milhões de euros que são gastos anualmente pela Presidência da República colocam Cavaco Silva entre os chefes de Estado que mais gastam em toda a Europa, gastando o dobro do Rei Juan Carlos de Espanha (8 milhões de euros) e sendo apenas ultrapassado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy (112 milhões de euros) e pela Rainha de Inglaterra, Isabel II, que custa 46,6 milhões de euros anuais.
Isto significa que, de um lado temos um país falido a socorrer-se de empréstimos concedidos a juros leoninos e com contrapartidas políticas aviltantes, do outro temos a nata dirigente a desprezar a contenção, e a nem sequer se dar ao trabalho de dissimular os gastos sumptuários com que exerce as funções do Estado. Afinal, tudo isto faz lembrar o início do século XX e os últimos tempos da decadente monarquia, quando o Rei Dom Carlos, já no regresso a Portugal, depois de saciado dos seus apetites e regabofes em Paris, pagos com sacrifício pelo erário público, dizia atrevidamente para a sua comitiva, com um certo ar de desdém: - Lá voltamos para junto dos nossos piolhosos! Já agora, e para não ficarmos com o dossier incompleto, era interessante saber-se quantas pessoas compõem e quanto gasta a Presidência do Conselho de Ministros, sobretudo neste último consulado de José Sócrates. Consta que só para o Primeiro-Ministro, são tantos os motoristas, seguranças, secretários, assessores e consultores, que passam a vida a atropelarem-se uns aos outros, nos corredores de S.Bento, razão porque já se pensou distribuir coletes reflectores e mandar instalar uns semáforos-simplex no local. E que tal organizar-se um peditório nacional para ajudar nas despesas?
sábado, maio 14, 2011
Presente Envenenado
sexta-feira, maio 13, 2011
Outro Buraco Negro (6)
(...)»
Excerto da notícia do semanário EXPRESSO on line, de 12 de Maio de 2011
Meu comentário: Nesta terra, cada cavadela que se dê, põe a descoberto um ninho de minhocas! O povo está cá para pagar tudo, mesmo os maus negócios com a construção de auto-estradas, com portagens ou sem elas. Os beneficiários são as construtoras do costume e o segredo está em que o governo encaixe “comissários políticos” no sítio certo, em sonegar informação relevante ao Tribunal de Contas, e se necessário, dizer que estes sacrifícios são em benefício da modernidade, das próximas gerações, da mobilidade, do “desenvolvimento sustentado”, se calhar do próprio “estado social”. E acima de tudo, acreditar que os portugueses são imbecis e masoquistas. Alguém já perguntou onde é que isto nos vai levar? Há parcerias Público-Privadas em que o Estado negociou concessões e comprometeu os contribuintes até 2085, altura em que presumivelmente, estaremos a negociar a décima intervenção do FMI …
Sócrates com as suas virtualidades de proto-engenheiro e feiticeiro da oratória, ainda vai acabar como quadro superior de alguma das grandes construtoras que, a bem do betão e da nação, por cá proliferaram e enriqueceram nos últimos seis anos, substituindo a agricultura, as pescas, a indústria alimentar, a metalomecânica, e uma constelação de nichos de actividades económicas que se foram extinguindo.
Manuel António Pina
quarta-feira, maio 11, 2011
Registo para Memória Futura (39)
Declaração de José Sócrates após o debate televisivo com o líder do CDS-PP, Paulo Portas, ocorrido em 9 de Maio de 2011, onde este garantiu que nunca integrará um governo PS e acusou o primeiro-ministro de viver na estratosfera.
terça-feira, maio 10, 2011
Álbum Incompleto
(...)
Assim, sem fotografias, podem os três mais facilmente continuar a encenar divergências e a gritar acusações, a tentar esconder as malfeitorias que o FMI programou para Portugal, a conduzir o País para a recessão económica mais profunda da sua história recente e para um desemprego que se pode aproximar do milhão de portugueses.
(...)»
Excertos do artigo de opinião de Honório Novo, economista e deputado do PCP, publicado no JORNAL DE NOTÍCIAS de 9 de Maio de 2011, com o título "Os três partidos do FMI!". O título do post é de minha autoria.
domingo, maio 08, 2011
Música para o Festim
O interesse da intervenção destinava-se essencialmente aos cidadãos distraídos, que por uma razão ou por outra, não se aperceberam que andou por cá uma missão tripartida, vulgo "troika", constituída pelo FMI-UE-BCE, a fazer um programa de governo que satisfizesse as exigências dos financiadores da emergência financeira e eminente bancarrota. Sua Excelência voltou a insistir numa música de se tornou popular entre os comentadores, isto é, que continuamos a viver acima das nossas possibilidades, a gastar mais do que aquilo que produzimos e a endividarmo-nos permanentemente perante o estrangeiro, metendo no mesmo saco o povo que vive na penúria e continua a ser cruelmente esbulhado pelo Estado, à mistura com o governantes que se refestelam à mesa do orçamento a encher os bolsos dos padrinhos, compadres e amigos, e com os banqueiros que se regalam a dois carrinhos, esbulhando o povo e o Estado. Sua Excelência, para deixar as tintas bem carregadas, faz coro com as pitonizas do “estado mínimo”, e insiste em co-responsabilizar o povo, pelo desbarato das contas públicas, pela incompetência, negligência e as incorrectas soluções políticas adoptadas, acrescentando, de forma paternalista, que o empréstimo de 78 mil milhões de Euros foi celebrado tendo em vista o interesse dos portugueses e das famílias, os quais sempre estiveram em primeiro lugar nas preocupações das governações, o que não é bem verdade.
A banca a operar em Portugal obteve do Banco Central Europeu (BCE), entre 2008 e 2010, a módica quantia de 82.614 milhões de Euros, pela qual pagou 1% de juro, ou seja 826 milhões de Euros. No mesmo período, cobrando juros de 5,05% e 6,87%, a banca embolsou, segundo fonte do Banco de Portugal, um resultado líquido de 3.828 milhões de Euros. Se nos ativermos apenas ao ano de 2010, os cinco maiores bancos nacionais tiveram lucros superiores a 3,9 milhões de Euros por dia, e pagaram menos 55% de impostos que em 2009. Ou seja, os bancos cavalgaram as mais variadas práticas de agiotagem e especulação, estiveram directa ou indirectamente relacionados com a crise, beneficiaram com ela e são os mesmos que agora exigem, por intermédio dos governos que influenciam, que sejam os trabalhadores a suportar a maior fatia de sacrifícios, com a penúria, a pobreza e o desemprego a atingirem números insuportáveis, e a nível social a ocorrerem rupturas que se prevêm altamente críticas e problemáticas.
Entretanto, da ajuda de 78 mil milhões de Euros, proposta pela “troika”, entre 2011 e 2013, só aos bancos irá caber uma tranche de 12 mil milhões de Euros, isto é, quase a sexta parte (15,4%) do empréstimo. Não admira que estejam sorridentes e que declarem, em coro com José Sócrates, que o resultado destas negociações, para eles, foi francamente positivo. A verdade é que, seja qual for a letra que se cante e a música que se toque, as hienas, os chacais e os lobos vestidos de cordeiros, mesmo exibindo fisionomias condoídas, todos se chegam à frente para esbulhar quem ainda pode ser esbulhado, e entrar animadamente no festim.
quinta-feira, maio 05, 2011
O Troca-Tintas
NOTA - Após a conferência de imprensa sem direito a perguntas, estranhei que os jornais on-line exibissem do evento uma foto de Sócrates, sem Teixeira dos Santos e tirada noutro local, logo noutra altura. Só hoje vim a saber que na dita conferência de imprensa, não foram permitidos fotógrafos, para além do(s) creditado(s) oficialmente. Curiosamente, nenhum meio de comunicação referiu esta originalidade.
terça-feira, maio 03, 2011
Governo de Gestão
Políticas Ruinosas e Responsabilidade Política
segunda-feira, maio 02, 2011
Resultados da "ajuda" à Grécia
«Há um ano o FMI ocupou a Grécia, altura certa para se saber o que lá aconteceu depois do resgate do país. Boa altura, também, para se saber o que por cá pode acontecer se for para a frente o plano de rendição que a troika do PS, do PSD e do CDS está a negociar. Só que não parece haver muita vontade em fazer essa análise: para além de notícias de ocasião, nenhum proeminente analista ou editor parece empenhado em promover uma vasta informação e debate sobre as consequências da "ajuda" do FMI à Grécia.
Há um ano, a dívida da Grécia a 10 anos atingia juros insustentáveis, próximos dos 9%; há dias, no mercado secundário, eram de 13,35% (e os juros da dívida a 2 e a 5 anos estavam, respectivamente, a 17,9% e 15,6%)! Ou seja: depois do FMI e a UE terem "ajudado" a Grécia com 110 mil milhões de euros, os mercados "não se acalmaram". As consequências da "ajuda" à Grécia são indisfarçáveis: recessão profunda, dezenas de milhares de pensionistas na miséria, centenas de milhares de desempregados sem qualquer rendimento; cortes salariais de 7% na função pública e de mais de 12% no sector privado, cortes de 30% no subsídio de férias e de 60% no subsídio de Natal; alterações na lei dos despedimentos; um plano de privatizações de 65 mil milhões de euros até 2015; taxa reduzida de IVA a 11% e normal a 23%, diminuição de 20% no salário mínimo.
Isto é ajuda? É inevitável? Há comentadores e analistas que insistem em apelos à falsa unidade e responsabilidade, que amedrontam o país e omitem ou menorizam as alternativas. Participar em falsos consensos só é possível para quem executa as políticas que levaram Portugal ao abismo. Por isso, neste 25 de Abril, há que responsabilizar quem nos conduziu a esta situação e insistir nas alternativas!»
Artigo de opinião de Honório Novo, economista e deputado do PCP, publicado no JORNAL DE NOTÍCIAS on-line.
domingo, maio 01, 2011
De Chicago 1886 a Portugal 2011
sábado, abril 30, 2011
Já Podemos ir ao Fundo Descansados
sexta-feira, abril 29, 2011
As Incoerentes Coerências do “lobby” Bancário
29 Outubro - "Entrada do FMI em Portugal representa perda de credibilidade"
26 Janeiro - "Portugal não precisa do FMI"
31 Março - "Por que é que Portugal não recorreu há mais tempo ao FMI?"
Santos Ferreira (BCP):
12 Janeiro - "Portugal deve evitar o FMI"
2 Fevereiro - "Portugal deve fazer tudo para evitar recorrer ao FMI"
4 Abril - "Ajuda externa é urgente e deve pedir-se já"
Ricardo Salgado (BES):
25 Janeiro - "Não recomendo o FMI para Portugal"
29 Março - "Portugal pode evitar o FMI"
5 Abril - "É urgente pedir apoio... já"
NOTA – Recebido por e-mail
Registo para Memória Futura (38)
Declaração de Dominique Strauss-Kahn, director-geral do Fundo Monetário Internacional
(FMI)
«Quando se olha no concreto para a dívida, verifica-se que a maior parte é privada e não pública. Ou seja, o povo português não viveu acima das suas possibilidades. O que houve foi um sector financeiro e grupos económicos que, na ânsia do lucro, especularam, recorreram a essa dívida, ficando os encargos para o País» - o que quer dizer que «parte significativa da "ajuda externa" agora em negociação vai direitinha para a banca portuguesa»
Declaração de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP)
quinta-feira, abril 28, 2011
Criatividade Delituosa
- Que linda casa está ali naquela encosta maravilhosa!
- Mas não há casa nenhuma naquela encosta, respondeu o positivista.
- Não faz mal, vamos construir uma, retorquiu o artista.
O site DESPESA PÚBLICA (www.despesapublica.com), lançado por um grupo de cidadãos no Dia da Liberdade, 25 de Abril, com o lema "Saiba onde, como e por quem é gasto o dinheiro dos contribuintes", permite concluir o seguinte: existem contratos e adjudicações feitos por ajuste directo, por entidades da administração central, regional ou local, a empresas ainda inexistentes ou criadas pouco dias antes, operações que envolveram valores globais de cerca de 800 mil euros.
Diz a agência LUSA que os casos mais extremos são o dos Serviços Municipalizados de Abrantes, que terão adjudicado uma prestação de serviços a uma sociedade ROC (Revisores Oficiais de Contas) mais de um ano e meio (606 dias) antes de esta ter sido criada, e a Direcção Geral dos Impostos ter adjudicado a compra de uma envelopadora por 14.450 euros a uma empresa que só foi constituída 15 dias depois. Dá que pensar, ou será que isto é uma perversão da chamada “empresa na hora”, a tal que antes de ser já o era?
Sem esquecermos que os contratos e adjudicações por ajuste directo são uma das formas de subverter a tão desejada recuperação económica, que seria fomentada através da competitividade entre empresas, e cujos malefícios são geralmente atribuídos à rigidez das relações laborais e ao Código do Trabalho, temos que acrescentar a isto a proliferação de quadrilhas organizadas que, fruto de boas e delituosas relações, têm acesso e actuam impunemente nos vários patamares da administração pública.
quarta-feira, abril 27, 2011
De Inauguração em Inauguração
Pois não, não é preciso. O que tinha para contribuir, já contribuiu, e agradecemos encarecidamente, que não volte a contribuir. Em 5 de Junho vamos fazer por isso.