quarta-feira, maio 27, 2009

O Monólogo do Banqueiro

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Nos “calabouços” da penitenciária, com direito a uma “suite” para executivos, o banqueiro Oliveira e Costa, antigo presidente da SLN/BPN, que também foi secretário de estado de um dos governos do Cavaco Silva, cogitou e concluiu o seguinte:
- Ora bem, isto não fica assim! Vou ter que meter a boca no trombone! Então “eles” também andaram a mamar na teta, passeiam-se alegremente lá por fora, a gozar os rendimentos, e eu agora é que vou carregar com todas as culpas? Era o que faltava andarem a fazer-se passar por amnésicos, meninos de coro e virgens enganadas. E não têm pejo em morderem a mão que lhes deu de comer! Era o que faltava! Porém, há que ser cauteloso. Não posso despejar o saco todo de uma vez. Tem que ser por fases, a conta – gotas, para eles perceberem que comigo, e com o que sei, ninguém fica de fora. E quando perceberem que posso ir tão longe quanto desejar, fazendo a vida negra aos “intocáveis”, vão-se encolher todos, e nem com retiros no templo de Shaolin se safam. Nesta primeira leva vou “despachar” o Cadilhe e o Dias Loureiro, e mais uns três ou quatro ingratos que me andaram a rasteirar. Consoante o resultado, depois se verá. Há sempre um dia seguinte e a “coisa” vai-se compor, porém, há que ter cuidado com os medicamentos que me dão, com a comida e com as agulhas infectadas. Com estes gajos, nunca se sabe!
Satisfeito com o seu monólogo, respirou fundo, arrumou os óculos, vestiu o pijama, lavou os dentes, e foi-se deitar a pensar no Anjo da Guarda.

domingo, maio 24, 2009

Inimigos Públicos

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Em 10 de Junho de 2005 escrevi o que abaixo reproduzo, no meu site BIBLIOTECA VIRTUAL (link na banda lateral), entretanto substituído por este ESCREVINHADOR:
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Nunca é demais usar o Dia de Portugal para lembrar que o Barroso e o Lopes foram quem começou por tratar da saúde à generalidade dos trabalhadores portugueses, mas muito em especial aos que trabalham no sector privado, fazendo aprovar o famigerado código do trabalho. O Zézinho, depois de muitas promessas e de ter averbado uma cómoda maioria absoluta, derivou e veio agora fechar a cúpula do edifício, promovendo a demonização e perseguição dos funcionários públicos, de que ele, para além de mau gestor, continua a ser um péssimo patrão. Na realidade, as mais recentes medidas que o governo promete implementar, nada mais fazem que inverter os papéis de inimigo público.

Inimigos públicos não são quem faz uso desregrado e pouco criterioso dos fundos públicos, quem descura o investimento em ensino e formação profissional de qualidade, quem ignora que é vital a inovação para que a economia se torne criativa, competitiva e produtiva, segundo padrões europeus.
Inimigos públicos não são quem deu descaminho aos chorudos fundos comunitários, que de há vinte anos a esta data têm sido regulamente canalizados para o país, e dos quais não são visíveis resultados práticos na área do desenvolvimento.
Inimigo público não é o sorvedouro em que se tornou o orçamento madeirense, administrado pelo ogre que costuma vir até ao continente ensacar os fundos que lhe permitem manter o poder, com uma virilidade construída à força de copos de três, linguagem porca, espectáculos carnavalescos e o conluio de uma corte rastejante de favoritos.
Inimigo público não é quem favorece e alimenta a promiscuidade corrupta que grassa entre empresários, alta finança e políticos, os quais vão alternando as passagens pelo aparelho de estado com os regulares regressos ao sector empresarial, fazendo a ligação conspícua entre o poder político e o poder económico.
Inimigos públicos não são quem promoveu a delapidação da agricultura e das pescas, a morte lenta da indústria conserveira, mais o programado desmantelamentos das indústrias têxteis, do vidro, da metalomecânica, da construção naval, e por aí fora, num desfile interminável de criminosos actos de lesa-pátria, sem outras contrapartidas que não a de fazer o país recuar para uma extemporânea e mesquinha pelintrice salazarista.
Inimigo público não é o Estado que estimulou o recurso às rescisões de contrato de trabalho amigáveis, com a perversa comparticipação da Segurança Social, para as empresas que optaram por recorrer ao “downsizing”, com a finalidade de se descartarem de trabalhadores excedentários, fazendo engrossar o exército de desempregados e facilitando as respectivas reformas antecipadas.
Inimigos públicos não são quem cria condições para que Portugal seja detentor da maior desigualdade social, com os salários mínimos e médios mais baixos de toda a comunidade europeia, ao passo que são os administradores das empresas públicas e de participação estatal quem fixa os seus próprios salários e prémios anuais, o que resulta que se tornem detentores das mais altas e escandalosas remunerações desse mesmo espaço europeu. Inimigos públicos serão sim quem vai trabalhar até andar de cadeirinha de rodas ou cair para o lado, ao passo que a juventude vai ficando à espera que se cumpram as leis da vida, com o mercado de trabalho paralisado e o desemprego a agravar-se exponencialmente.
Inimigos públicos não são quem trafica sinecuras e promove a proliferação de uma galáxia de organismos supérfluos, autênticas “quintinhas” vocacionadas para serem abrigo de amigalhaços incompetentes, negligentes e inoperantes, grandes consumidores de mordomias, férteis em excessos, decorações de gabinetes e outros gastos sumptuários, mas sim os utentes dos serviços de saúde, consumidores de medicamentos comparticipados, os beneficiários de reformas, antecipadas ou não, e das prestações de subsídio de desemprego.
Inimigos públicos não são os agentes da economia paralela que fogem ao controle da administração, e que se estima ande perto de 50% das actividades económicas. Quanto a medidas para combater a fraude e evasão fiscal, continuamos na mesma, isto é, à espera que os faltosos ponham a mão na consciência e se redimam dos seus pecados, pagando o que devem com efeitos retroactivos. Estou mesmo a vê-los, com o credo na boca e a tremerem de medo, indo de madrugada, de livre vontade, engrossar as filas de espera, à porta das repartições de finanças, para confessarem os seus pecados tributários. Declarado inimigo público, esse sim, continua a ser a quebra do sigilo bancário, a nossa querida privacidade - dizem uns - o mais importante instrumento de combate à fraude e evasão fiscal – dizem outros - agora mais uma vez adiado, para não turvar as águas. Para calar as bocas foi avançada uma irrisória quebra do sigilo fiscal, que volta a instituir a figura repelente do denunciante, promotor da devassa da privacidade de todos, e que ninguém sabe bem para que servirá.
Inimigos públicos não são o vasto painel de profissões liberais, como médicos, advogados, arquitectos, engenheiros, detentores de ostensivos sinais exteriores de riqueza, os quais declaram rendimentos de trabalho irrisórios, mas sim os trabalhadores por conta de outrem que são directamente colectados pelas próprias empresas, as quais nem sempre prestam contas dos descontos efectuados.
Inimigos públicos não são os políticos que coleccionam ordenados e reformas milionárias e traficam influências, mas sim os trabalhadores e reformados, que passam a vida a abrir furos no cinto, para enfrentarem mais uma ofensiva fiscal sobre os seus parcos recursos.
Inimigo público será sempre o alvo mais frágil, o mais desprotegido e vulnerável, o que está mais à mão de semear, onde a populaça, anestesiada com futebóis, orgias de inutilidades, demagogias e outras patranhas, possa descarregar todos os seus terrores, angústias e frustrações. Assim vai Portugal, jardim à beira-mar plantado, a caminhar alegremente para a falência que se vai adiando, enquanto houver um punhado de inimigos públicos, a quem atribuir as culpas de todos os males.
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NOTA: Passados quatro anos, mantenho tudo o que disse, e de lá para cá, atendendo ao que tem sucedido a mais uns quantos INIMIGOS PÚBLICOS que entretanto foram nomeados e sitiados (veja-se o caso dos professores e da sua “avaliação”), tal significa que vamos de mal a pior.

sábado, maio 23, 2009

Sem Honra Nem Glória

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Dois acontecimentos, que retratam o estado deplorável em que o país se encontra, marcaram o dia de ontem.
O primeiro foi a ida do primeiro-ministro Sócrates, e dos seus dois ministros de turno, Teixeira dos Santos e Lurdes Rodrigues, à escola António Arroio para, pasme-se, inaugurarem, com o habitual aparato mediático, o início (e não o termo) de umas discutíveis obras de requalificação do estabelecimento, onde parece que falta quase tudo, menos a espontaneidade, indignação e o atrevimento dos alunos, que fizeram um cerco aos intrusos, cantaram-lhes as estrofes de “The Wall” dos Pink Floyd e correram-nos com uma frase, que tanto quanto me apercebi, dizia que “governo fascista é a morte do artista”. Com os seus seguranças incapazes de controlarem o pandemónio, Sócrates e os seus ministros barricaram-se nas instalações e teriam fugido, acossados, de rabo entre as pernas, sem honra nem glória, pela porta das traseiras.
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O segundo acontecimento foi a entrevista que Manuela Moura Guedes, do jornal de sexta-feira da TVI, fez ao Dr. Marinho e Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, onde a dita senhora, escudada na “autoridade” que lhe advém de ser esposa do director da estação, crente de que tinha razões de sobra contra o senhor (com as quais podemos concordar ou não), decidiu fazer um ataque de rara violência ao entrevistado, coisa nunca vista nos anais das televisões. A reacção não se fez esperar. Marinho e Pinto (com quem podemos concordar ou não), homem frontal, com verbo fácil e resposta pronta, fez um contra-ataque a preceito, sublinhando o tratamento a que estava a ser sujeito como convidado, por uma jornalista que nem sequer sabia respeitar o seu código deontológico. Na impossibilidade de calarem o senhor, a TVI, sem honra nem glória, acabou a sobrepor o seu logótipo sobre a altercação.

quinta-feira, maio 21, 2009

Perguntinhas...

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O semanário SOL noticiou que "O Presidente do Eurojust [Lopes da Mota] admite ter usado os nomes do primeiro-ministro e do ministro da Justiça, nas conversas com os magistrados do Freeport, mas afirma que não o fez com conhecimento dos próprios nem transmitiu quaisquer "recados"..."
Face a isto, e a exemplo do que fez contra alguns jornalistas, porque espera o primeiro-ministro, para pôr um processo judicial contra o senhor Lopes da Mota, por utilização abusiva e despropositada do seu bom nome, mantendo assim uma linha de actuação coerente com tudo o que o relaciona com o caso Freeport?
O que não se percebe é que José Sócrates haja ignorado aquelas declarações, dizendo que não tem nada a ver com o caso, quando até foi ele que nomeou o sujeito para o cargo que ele desempenha no Eurojust. Ou será que a "coisa" fica sanada se o senhor Lopes da Mota vier pedir desculpa pela insolência e respectivo abuso?

segunda-feira, maio 18, 2009

“Banqueiros”

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“… os banqueiros não são gente de confiança, a prova é a facilidade com que mordem a mão de quem lhes dá de comer.”
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Extracto do post de 4 de Fevereiro de 2009, da autoria de José Saramago, e com o mesmo título, no seu blog.josesaramago.org

sábado, maio 16, 2009

Notícia de Última Hora (2)

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O primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, e noutras circunstâncias por Zézito, na sequência das declarações do seu especialista em finanças, Teixeira dos Santos, hoje de tarde, depois de ter despachado mais 200 computadores “magalhães”, contrapôs que afinal a “nossa” crise é menos má que aquela que aflige outros países da União Europeia. Com este aditamento, dito de forma descontraída e bem disposta, dando a entender que aquilo se deve a mérito seu, tirou-me um grande peso dos ombros, e irei dormir muito mais descansado.

sexta-feira, maio 15, 2009

Notícia de Última Hora

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Em declarações à comunicação social, o ministro das finanças Teixeira dos Santos, declarou que está preocupado e que a crise ainda não terminou...

quarta-feira, maio 13, 2009

Ai, a Minha Pituitária…

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A minha pituitária não me engana e começa a sentir-se ofendida com o mau cheiro que paira por todo o país, e que longe de se dissipar, alastra, cada vez mais denso e insuportável. Tem toda a razão o Fernando Penim Redondo quando diz no seu blog (DOTeCOMe_blog), a propósito de o procurador-geral da República ter decidido a abertura de um processo disciplinar ao presidente do Eurojust, Lopes da Mota, sobre as alegadas pressões feitas aos dois procuradores responsáveis pela investigação do "caso Freeport", no sentido do seu arquivamento, o seguinte:

“Então andaram um mês a investigar para saberem se podiam começar a investigar? Agora recomeçam a investigação daquilo que já foi investigado? É estranho pois não se trata de um caso complexo. Limita-se a duas conversas entre o "acusado" e as "vítimas".Mais um caso paradigmático das infindáveis volutas em que se esgota a justiça em Portugal.”

Eu ainda digo mais: diz o ditado que enquanto o pau vai e vem folgam as costas, o que significa que entre inquéritos e processos disciplinares vai-se ganhando tempo, vão-se armando confusões e fazendo mais pressões, vão-se processando as eleições, e acima de tudo, vai-se perdendo o fio à meada do cerne da questão, o tal acontecimento que já vai sendo apelidado como um “suposto caso Freeport”. No entanto, uma verdade ressalta aos olhos de toda a gente e não é escamoteável: deixou praticamente de se investigar o caso Freeport, para se concentrarem todas as atenções e energias, na averiguação das “pressões” efectuadas sobre os magistrados.Não sei se a mando do PS ou do governo, e ainda a propósito deste assunto, tivemos que ouvir o impagável, intraduzível, insustentável e supletivo Vitalino Canas replicar que os partidos estão “ilegítima e oportunisticamente” a retirar ilações políticas, ao concluírem que teria havido pressões, “quando não há provas disso”, exactamente ao contrário do PS que, diz ele, “não se intromete na lógica de independência” da justiça. Ora, não devendo os partidos dar opinião e tirarem as suas conclusões, quanto à forma retorcida como o caso está a ser encaminhado, a quem caberia tal função? A mim? Ao meu barbeiro? Ao senhor Porfírio do quiosque das linhas? Em última análise, espero bem que sim, sobretudo no dia em que dissermos de nossa justiça, através dos votos que fizermos entrar nas urnas.

O Albergue Espanhol

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Voltemos a Elisa Ferreira. Ela própria, numa acção de campanha eleitoral, afirmou no Porto que "pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS". Até agora ainda não deu explicações sobre o sentido daquelas palavras, mas nós lá vamos percebendo o significado das confusões e tirando algumas conclusões. Para muita gente, deixou de se saber onde acaba o Estado e começa o PS, e vice-versa, pois aquilo que nos governa é um produto híbrido que se situa entre o albergue espanhol e a postura do rei-sol absolutista Luis XIV, que proclamava que "L'Etat c'est moi" (o Estado sou eu).

terça-feira, maio 12, 2009

Insolações e Certificações

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A coisa começou por ser uma empresa que fez questão de aproveitar-se do governo (o contrário também pode ser verdade), assumindo-se como sendo uma unidade que produzia e comercializava painéis solares. Os incompetentes do governo, com destaque para o primeiro-ministro Sócrates e o seu "economista" Manuel Pinho, pensando que estava ali mais uma boa oportunidade para usarem o achado como campanha eleitoral, ficando associados à boa causa das energias alternativas, correram solícitos a oferecer incentivos fiscais e financeiros, e exibindo-se com o aparato no costume, apresentaram e apadrinharam a dita empresa e os seus produtos. Claro está que não deram ouvidos aos técnicos que vinham pondo em causa a natureza do produto que estava a ser comercializado, que se fazia passar por uma coisa e era outra. Em resumo; na ânsia de aproveitarem a boleia para debitarem mais uma tirada eleitoralista, não se preocuparam em apurar se o que estavam a promover, não seria gato a fazer-se passar por lebre, pois, naquele caso, quem adquirisse o sistema, em vez de haver poupança de energia eléctrica, acontecia exactamente o inverso, sobrecarregando a factura da mesma.
Chega-nos agora a informação que a dita empresa perdeu a certificação de produtora de colectores solares térmicos, isto depois do assunto ter sido discutido a nível das entidades certificadoras europeias, decisão essa que retira àquela empresa a classificação de produtora de equipamentos "solares".
Para que os cidadãos não tivessem que se confrontar com estes imprevidentes patrocínios, tal como os painéis solares e outros tipos de instalações, também os políticos deviam ser objecto de garantia e certificação, em termos de competência e eficácia política.

segunda-feira, maio 11, 2009

Candidata Simultânea

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Afinal, não é apenas no xadrez que há partidas simultâneas. Na política também assim acontece, e Elisa Ferreira, candidata independente do PS, não é de modas e aí está, afoita e batalhadora, candidatando-se a dois lugares, em simultâneo, isto é, nas eleições europeias a um lugar de deputada em Bruxelas, e nas eleições autárquicas a presidente da Câmara Municipal do Porto. Como é que ela vai resolver o problema? É simples! Promete que só vai ao Parlamento Europeu para "dar o nome" e volta logo a seguir para o Porto, para disputar as autárquicas e conquistar a Câmara.
De facto, para jogar em todos os tabuleiros e fazer o pleno (já lá diz o ditado que não há duas sem três), só lhe faltava dar um jeitinho, candidatando-se também, nas eleições legislativas, a um lugar na Assembleia da República, além de que com isso talvez tivesse entrada assegurada no Guiness Book. Ora bem, estou eu para aqui a discorrer, mas até lá, nunca se sabe!

domingo, maio 10, 2009

Directo e Certeiro

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Porque é directo e certeiro, além de estar carregado de ironia, transcrevo o post do blog BICHO CARPINTEIRO, de sexta-feira, Maio 08, 2009, com o título "Manifestações ilegais. Quem é quem?". O seu autor é José Medeiros Ferreira.
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"Hoje os jornais trazem duas notícias sem as relacionar. Numa refere-se a ida a julgamento de uns sindicalistas que promoveram uma manifestação ilegal à porta do Conselho de Ministros acusados de crime de desobediência qualificada. A outra dá conta da invasão das instalações portuenses do BPP na Foz por um grupo de clientes aflitos com o destino incerto das suas poupanças. Deve ser gente conhecida. Ninguém lhes pediu a identificação como fizeram aos sindicalistas."

sábado, maio 09, 2009

Memória Curta

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O jornal PÚBLICO de 8 de Junho informou-nos que Vital Moreira, cabeça de lista do PS às europeias, se demarcou do Ministro Manuel Pinho, por ele ter mandado o candidato do PSD, Paulo Rangel, "comer muita papa Maizena para chegar aos calcanhares de Basílio Horta", senhor esse que é presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). Vital Moreira teria dito mesmo que aquele não era o seu estilo e não gosta de metáforas.
Ora isto não é verdade! O senhor Vital Moreira, gosta e recorre a metáforas, e para provar o que digo sugiro que seja feita uma visita ao blog “Causa Nossa”, exactamente ao dia 2 de Maio de 2009, para sermos confrontados com um comentário, onde Vital Moreira recorreu a uma metáfora, usando os seguintes termos:
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“As "brigadas Brejnev" (como as designa um amigo meu) resolveram ontem fazer das suas na manifestação do 1º de Maio da CGTP, escolhendo-me como alvo das suas arruaças…”
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Ora, não é o facto de a expressão ser de um suposto amigo seu, mas a apropriação e uso que dela fez, que coloca o senhor Vital Moreira na incómoda posição de a sua memória se ter evaporado, no curto espaço de seis (6) dias, quando achou que deveria fazer-se passar por um candidato bem comportado, hostil a excessos verbais ou adornos retóricos, logo inimigo confesso das tais metáforas. É por esta e por outras que Vital Moreira não é para levar muito a sério.

quinta-feira, maio 07, 2009

Se a Moda Pega…

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O Conselheiro de Estado Dias Loureiro continua a dizer-se esquecido e a fazer-se desentendido, nas audiências parlamentares, a propósito da sua passagem pelo Banco Português de Negócios, e a sua participação na aquisição do Banco Insular, que veio a ser usado para traficâncias, lavagens de dinheiro e a camuflagem de avultados prejuízos. Como é compreensível, e por muito que se esforce, não consegue passar a imagem de menino de coro, nem de colaborador distraído, que estava lá só para assinar umas “coisas”, sem se preocupar com a natureza delas. Sobre este tema e a nova moda que se prefigura no horizonte dos hábitos dos políticos portugueses, gostei particularmente do post de Eduardo Lapa, de 6 de Maio de 2009, publicado no blog “a presença das formigas” (
http://apresencadasformigas.blogspot.com/ ) , do qual transcrevo este excerto:

“Hoje o Publico diz-nos que quando confrontado por João Semedo e Honório Novo com a questão da reputação de El-Assir, participante no negócio, e que surge referenciado num relatório da Administração norte-americana como estando relacionado com o tráfico de armas, o Conselheiro Loureiro assegurou: “Sei que não se dedica ao comércio de armas, porque uma vez surgiu esse problema e eu perguntei-lhe directamente e ele disse que não”.
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Só não se percebe para que é que precisamos de polícias, investigações, e tribunais, quando a maneira de esclarecer estas coisas será perguntar directamente aos envolvidos.
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Método de que Cavaco Silva, que escolheu Dias Loureiro para o Conselho de Estado, também parece ser adepto quando em Novembro passado comunicou ao País não ter "qualquer razão para duvidar" da palavra do seu Conselheiro, que disse ter-lhe garantido "solenemente que não cometeu qualquer irregularidade" nas funções empresariais que desempenhou.
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Entretanto segundo a Lusa, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, disse hoje que os 19 membros do Conselho de Estado lhe merecem "o maior respeito", escusando-se a fazer qualquer comentário em relação à permanência de Dias Loureiro naquele órgão. "No Conselho de Estado existem 19 membros que estão sujeitos a um estatuto especial e todos me merecem o maior respeito e eu não faço nenhum comentário em relação a qualquer membro do Conselho de Estado", afirmou o chefe de Estado, quando questionado sobre as recentes declarações de várias personalidades a defender a saída de Dias Loureiro do Conselho de Estado.
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Eu, se pertencesse ao Conselho de Estado, não teria gostado nada destas declarações, a meter todos no mesmo saco, nem me agradaria nada ter por lá a companhia do Conselheiro Loureiro, nada mesmo.”

Adenda: Como é óbvio, também subscrevo a conclusão expressa no último parágrafo.

terça-feira, maio 05, 2009

Qual Crise?

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Segue-se um excerto do Diário da República, 2.ª série — N.º 70 — de 9 de Abril de 2009. O despacho em causa, refere-se à concessão de um respeitável e substancial subsídio de residência, com efeitos retroactivos, para que a presidência do Conselho Científico para a Avaliação de Professores seja levada a cabo com a competente dignidade. Isto é que vai uma crise! Qual crise?

Despacho n.º 9810/2009

Considerando que, nos termos do disposto no Decreto -Lei n.º 331/88, de 27 de Setembro, pode ser atribuído um subsídio de residência aos titulares do cargo de director-geral e de outros expressamente equiparados, à data da nomeação no local onde se encontre sedeado o respectivo organismo;
Considerando que o Prof. Doutor José Alexandre da Rocha Ventura Silva, presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores, lugar expressamente equiparado a director-geral, tem a sua residência permanente em Aveiro:
Assim, nos termos do disposto no artigo 2.º do Decreto -Lei n.º 331/88, de 27 de Setembro, determina -se o seguinte:

1 — É atribuído ao presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores, Prof. Doutor José Alexandre da Rocha Ventura Silva, um subsídio mensal de residência no montante de € 941,25, a suportar pelo orçamento da Secretaria-Geral do Ministério da Educação e actualizável nos termos da portaria de revisão anual das tabelas de ajudas de custo.
2 — O presente despacho produz efeitos desde 1 de Novembro de 2008.

12 de Fevereiro de 2009. — O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. — Pela Ministra da Educação, Jorge Miguel de Melo Viana Pedreira, Secretário de Estado Adjunto e da Educação.

sexta-feira, maio 01, 2009

Maio Mal Celebrado

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Os dirigentes sindicais da CGTP deviam ter tomado precauções, para que os ânimos não extravazassem, durante as comemorações do 1º. de Maio, pois era mesmo disto que o PS estava a precisar (ou à procura), para rechear os noticiários e marcar o tom da sua campanha eleitoral para as eleições europeias. Mesmo havendo razões ou ressentimentos, as agressões ao seu candidato (Vital Moreira), além de condenáveis, nunca seriam a solução ou mitigação dos reais problemas que os trabalhadores e os portugueses enfrentam.