segunda-feira, novembro 16, 2009

Os Violadores

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AS VIOLAÇÕES do segredo de justiça, têm muito que se lhe diga, ponto final, parágrafo.

Digo isto porque depois de uma investigação serena, discreta e cautelosa, como foi o caso do processo “Face Oculta”, levada a cabo pelo DIAP de Aveiro, como é que se explica que, a dada altura, quando se aproxima o momento de o processo entrar numa nova fase e serem tomadas decisões fulcrais, o processo comece a ser perturbado com a divulgação de aspectos e detalhes, que deveriam manter-se em segredo de justiça, coisa que acaba por beneficiar quem está a ser objecto de investigação, pois de imediato se assiste a indignadas atitudes que, insurgindo-se contra as tais violações do segredo de justiça, e usando esse argumento, começam a falar em cabalas, conspirações e missas negras, tentando colocar em causa a legitimidade, senão mesmo a idoneidade dessa investigação.
A minha opinião é que essas violações do segredo de justiça são encomendadas (neste país de “empresários”, toda a encomenda tem o seu “valor”), e destinam-se a funcionar como sabotagem controlada do processo em investigação, tentando desacreditá-lo perante a opinião pública. Pelos intervalos da chuva, vão continuando a escapulir-se os supostos violadores e, naturalmente, os “inofensivos” prevaricadores …
Em abono do que digo, isto é, que subsiste a intenção de desvalorizar e ver soçobrar as investigações, tal suspeita encontra eco no ponto de vista que os meios de comunicação que giram na órbita do poder socretino, fazem questão de defender, e que é rigorosamente o seguinte: mais importante que o progresso do caso “Face Oculta”, bem como de todos os episódios acessórios, envolvendo escutas em que aparece o Zé Sócrates, o que é vital e prioritário, é aprofundar a investigação sobre as profanações do segredo de justiça.
Entretanto, o presidente Cavaco, embora altamente preocupado, mantém-se hirto e paralisado, não dá um passo, não mexe uma palha, não chama ninguém, nem se digna fazer um ponto de ordem à mesa para estancar a bandalheira, ao contrário do PCP, que disse, na pessoa do corajoso deputado António Filipe, que isto não pode ficar assim, pois alguém vai ter que clarificar (não branquear) o que está a ficar negro como breu.

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