quarta-feira, julho 06, 2011

O Martírio da Sede

Que importam as ciladas nos caminhos,
se sempre caminhei entre ciladas?
No berço, já ouvia, entre carinhos,
falar de perdições ensanguentadas...

O fim, amortalhado de alvos linhos,
eivava de martírio as caminhadas.
Por que será que a rosa tem espinhos,
com pétalas assim tão perfumadas?

Sonhei, por entre sombras, horizontes
de límpidas manhãs de primavera,
dourando o pão que Maio prometia...

E, agora, quem me nega as frescas fontes
que matem esta sede, nesta espera
que o sonho sempre mais e mais adia?


Poema de José-Augusto de Carvalho
9 de Junho de 2001
Viana - Évora - Portugal

1 comentário:

José-Augusto de Carvalho disse...

Querido Amigo, a minha gratidão pela divulgação deste martírio da sede.
Grande e fraterno abraço.
José-Augusto de Carvalho