«(…)
Quando se trata de taxar grandes fortunas os analistas tornam-se filosóficos:
mas o que é um rico?, perguntam. Fazia falta um destes analistas no Evangelho
segundo São Mateus. Quando Jesus dissesse que é mais fácil um camelo entrar
pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus, o analista
havia de contrapor: “Mas, Senhor, o que raio é um rico? Abstendo-vos de usar
conceitos vagos e populistas”. No entanto, Jesus Cristo, talvez por ser filho
de quem é, pode dizer o que lhe apetece sem ser acusado de demagogia. Uma sorte
que Jerónimo de Sousa não tem. (…) Américo Amorim constitui, por isso, um
mistério tanto para a fiscalidade como para a teologia. Sendo o homem mais rico
de Portugal, talvez não entre no reino de Deus. No entanto, na qualidade de
pobre de espírito, tem entrada garantida.»
Excerto do artigo de opinião de Ricardo
Araújo Pereira, intitulado “Ceci n’est pas un riche”, publicado na revista
VISÃO de 1 de Setembro de 2011. O título do post é de minha autoria.
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