FINALMENTE, e depois de muitos esforços e diligências, a Guiné Equatorial conseguiu, finalmente, recolher a desejada unanimidade para ser admitida, como membro de pleno direito, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). É governada há 35 anos pelo ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o oitavo governante mais rico do mundo, acusado de beneficiar e deixar proliferar a corrupção, violar constantemente os direitos humanos, usando e abusando da pena de morte. Tendo decretado que o português é uma das três línguas oficiais do país, ao lado do espanhol e do francês, esta adesão é vista como uma forma de Teodoro Obiang romper o seu persistente isolamento internacional. O nosso ministro Rui(doso) Machete, em mais uma das suas tiradas antológicas, disse que "Portugal se sente à vontade com esta decisão", isto é, Portugal, entre uma espreguiçadela e dois bocejos, lá vai dizendo para os seus botões: com a vocação universalista do Novo Acordo Ortográfico, e no meio de tantos malandros, mais malandro, menos malandro, até nem faz grande diferença.
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