“…
Parece que só agora é que o governo, o Banco de Portugal e os defensores do pensamento económico único de cariz neoliberal, que domina os media portugueses, descobriram que Portugal é uma economia aberta, fortemente dependente do exterior e com um elevadíssimo grau de endividamento em relação ao estrangeiro, e que qualquer crise que se verificasse no mundo e se repercutisse na União Europeia – e particularmente em Espanha, em relação à qual o grau de dependência do nosso país é muito elevado – teria aqui consequências graves. A inércia e passividade em que se manteve e continua a manter o governo, assim como a desculpabilização que se está a procurar fazer (utilizando para isso a crise internacional como se ela fosse imprevisível), bem como a insistência do Banco de Portugal em defender a continuação da política seguida pelo governo, a qual contribuiu para o beco sem saída em que hoje nos encontramos, é que são dramáticas. A incapacidade total que o governo e os seus defensores, como Victor Constâncio, revelam para ter um pensamento próprio que não seja o imposto por Bruxelas e pelo Banco Central Europeu, e a sua quase doentia obsessão em relação à redução do défice, deixam o país quase indefeso.
…
O grave é que o governo não preparou o país para enfrentar uma crise totalmente previsível, embora com uma dimensão que poderia ser variável.”
Extractos do artigo “Governo sem plano para enfrentar a crise, dificuldades a crescer”, da autoria do economista Eugénio Rosa, publicado na edição portuguesa do LE MONDE DIPLOMATIQUE de Agosto 2008
Parece que só agora é que o governo, o Banco de Portugal e os defensores do pensamento económico único de cariz neoliberal, que domina os media portugueses, descobriram que Portugal é uma economia aberta, fortemente dependente do exterior e com um elevadíssimo grau de endividamento em relação ao estrangeiro, e que qualquer crise que se verificasse no mundo e se repercutisse na União Europeia – e particularmente em Espanha, em relação à qual o grau de dependência do nosso país é muito elevado – teria aqui consequências graves. A inércia e passividade em que se manteve e continua a manter o governo, assim como a desculpabilização que se está a procurar fazer (utilizando para isso a crise internacional como se ela fosse imprevisível), bem como a insistência do Banco de Portugal em defender a continuação da política seguida pelo governo, a qual contribuiu para o beco sem saída em que hoje nos encontramos, é que são dramáticas. A incapacidade total que o governo e os seus defensores, como Victor Constâncio, revelam para ter um pensamento próprio que não seja o imposto por Bruxelas e pelo Banco Central Europeu, e a sua quase doentia obsessão em relação à redução do défice, deixam o país quase indefeso.
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O grave é que o governo não preparou o país para enfrentar uma crise totalmente previsível, embora com uma dimensão que poderia ser variável.”
Extractos do artigo “Governo sem plano para enfrentar a crise, dificuldades a crescer”, da autoria do economista Eugénio Rosa, publicado na edição portuguesa do LE MONDE DIPLOMATIQUE de Agosto 2008
2 comentários:
à redução do défice é a chave principal para preparar um melhor futuro . Creia -me ,nemhum governo gosta de fazer economias a custa dos seus súbditos. Por isso é admirável que o governo português continua controlar o défice.
cumprimentos
Caro Fernando Torres,
Vejo que a tinta ainda não se esgotou! Como vai o meu amigo?
Parabéns pelo seu exclente "local de escrita"! Continua exemplar...
Se quiser espreitar o meu http://artecerta.blogspot.com/ fico-lhe grato. Lá encontra mais imagens do que palavras, como é meu hábito... Espero reve-lo em breve.
Carlos Acciaioli de Gouveia
gouveia.carlos@mail.com
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