PEDRO
Passos Coelho, durante uma conferência promovida pelo DIÁRIO ECONÓMICO, assegurou
que Portugal apenas pode sair da crise empobrecendo, tanto em termos relativos
como absolutos, paradoxo que contraria tudo o que se sabe sobre economia, isto
é, que apenas se conseguem ultrapassar as situações de crise económica, criando
riqueza, e não o seu contrário. Já Paulo Portas, durante uma sessão da Comissão
Parlamentar de Assuntos Europeus, vaticinou que os caminhos para a salvação do
país, estão repletos de sacrifícios e de dor, expressões que associadas ao
empobrecimento garantido por Passos Coelho, têm o seu quê de fatalismo bíblico.
Há
uns anos atrás fomos confrontados com uma doutrina muito querida a G.W.Bush,
que abrangendo aplicações desde a área militar até à àrea económica, dava pelo
nome de "destruição criativa", uma coisa com pretensões a ser um novo
paradigma civilizacional. Será que esta espécie de empobrecimento controlado de
Pedro Passos Coelho, no seguimento do que António José Seguro sugeriu, quando
disse que os portugueses deviam interiorizar a austeridade, isto é, aceitá-la
como um facto consumado e coisa sua, postura a que deu o bizarro nome de
"austeridade inteligente", tudo isto associado ao misticismo de Paulo
Portas, são caminhos convergentes para a versão lusitana de uma nova teoria
económica, ou será que tudo isto não passa de uma técnica para amedrontar os
portugueses, fazendo-os acreditar que são os principais culpados pelo
descalabro, e que todos vivemos afinal, sem decoro, numa riqueza faustosa?
Porque
é preciso manter a higiene em níveis aceitáveis, que tal aqueles senhores deixarem
de bolsar tantas obscenidades e provocações?
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