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Quando não tenho assunto, calo-me!
Quando tenho, ninguém me cala!
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APITOS - Lembram-se do processo “Apito Dourado”, aquele que era suposto levar até à barra dos tribunais a máfia do futebol português? Pois bem, parece que o dito processo, a pedido de vários procuradores, tem vindo a ser desmembrado, espalhando-se por várias comarcas. Porque a escandaleira se perpetua, sugiro que mude de nome e passe a ser conhecido por “Apito Entupido”.
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FENÓMENOS ATMOSFÉRICOS - Lembram-se de uma certa operação “Furacão”, que foi iniciada com a intenção de investigar operações de lavagem de dinheiro, fuga aos impostos e outras aleivosias do foro fiscal, e que envolvia, além de instituições bancárias bem conhecidas, outras tais como escritórios de advogados e um número invulgarmente grande de empresas? Pois bem, a tal investigação iniciada com o nome de “Furacão”, não passou a tempestade tropical, mas sim a uma simples tempestade num copo de água.
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NÃO ERA CORREIO AZUL - Lembram-se do inquérito ordenado, com carácter de urgência, pelo ex-presidente da república Jorge Sampaio, ao procurador geral da república Souto Moura, para esclarecer o caso do “Envelope 9”, o tal que continha uma imensa lista informática de contactos telefónicos estabelecidos por individualidades do Estado? Pois bem, depois do PGR ter concluído que a parte de responsabilidade que cabia à Portugal Telecom já tinha prescrito (como convém), não voltou a tocar no assunto, o que talvez queira dizer que vai alegremente a caminho de cair no esquecimento.
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DESCARAMENTO – A Federação Portuguesa de Futebol, pela boca do seu presidente Madail, veio sugerir que os prémios atribuídos aos jogadores que disputaram o Mundial 2006, fossem isentados de impostos, atendendo ao meritório 4º. Lugar alcançado. Que podemos acrescentar a isto? Por mim, direi apenas que, onde falta o pudor, costuma faltar de tudo, excepto dinheiro.
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PORCOS – A Assembleia Regional da Madeira, na pessoa do seu presidente decidiu redigir uma preciosidade que pretende regulamentar a forma de vestir dos jornalistas, operadores de câmara e técnicos afins, creditados junto daquele órgão de soberania. Assim, não serão permitidas nas instalações da dita assembleia, sapatilhas, calças de ganga, t-shirts ou quaisquer outras indumentárias que subvertam os conceitos de harmonia e respeitabilidade, porém, nada se diz a propósito de uma certa fauna que por lá costuma andar a conspurcar o ambiente. Há fascistas de muitos tipos, porém, os que andam disfarçados de suínos engravatados, são os mais asquerosos e perigosos.
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AS DESEDUCADORAS – A ministra da educação Maria Rodrigues, continua a dar que falar. Houve exames do 11º. e 12º. anos, e as notas nas disciplinas de Física e Química saldaram-se por um autêntico desastre, começando a chover acusações junto do ministério, que apontavam para o facto de existirem erros nos enunciados das perguntas, afinal os grandes responsáveis pela hecatombe de chumbos e negativas. A senhora ministra não esteve com meias medidas e tomou uma decisão política exemplar: repitam-se os exames de Física e Química do 12º., e entre as duas provas, que prevaleça a melhor nota. Em vez de ficar salva a honra do convento, caiu o carmo e a trindade. Toda a gente diz que o critério deve ser aplicado a ambos os anos, isto é, ao 11º. e 12º ano, e não apenas ao último. A senhora Maria Rodrigues não se emociona, o seu rosto não transmite qualquer emoção, raciocina ao retardador, fala ao compasso de um metrónomo invisível, é insensível aos argumentos (será que os escuta?) e insiste que só haverá repetição para as provas do 12º ano. Tem toda gente contra ela, desde a Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, até aos partidos políticos, sindicatos, associações de pais, de alunos e de professores, porém, não cede nas suas intenções e recusa-se a dar explicações, dizendo que não houve erros (?) por parte do ministério, logo aquela singular repetição permanece um mistério. Será que é uma promoção de Verão? A ministra compra problemas e arranja inimigos em toda a parte, e segundo consta, até dentro das hostes do seu próprio partido. Na segunda-feira passada, o António Victorino, no seu semanal comentário televisivo, já lhe traçou o destino. Só falta haver quem lhe assine a guia de marcha, para entrar de férias mais cedo. E a propósito, lembram-se daquela senhora que foi ministra da educação no tempo do senhor Lopes, que parecia uma “tia” repescada das sessões “tuperware”, e que acabava as suas intervenções com um aristocrático “percebe?”? Pois bem, na minha modesta opinião, penso que esta Maria Rodrigues também não tem perfil para estas lides, e talvez o seu lugar mais indicado seja o de ir fazer uma comissão de serviço para os lados de Vilar de Perdizes, ao abrigo da lei da mobilidade dos professores, que ela própria congeminou.
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REVOLUÇÃO – Dez milhões de endereços de e-mail, tantos quantos os indivíduos da actual população portuguesa, é o que o primeiro-ministro decidiu criar, ao abrigo da sua intenção revolucionária, de colocar o país na crista da onda tecnológica. Há coisas extraordinárias, não há? Disponibilizada pelo site dos CTT, que oferece este extraordinário serviço, cada português vai poder ter a sua caixinha de correio electrónico, para trocar mensagens com a família e os amigos, além de receber as toneladas de lixo electrónico com publicidade, que andam por aí a navegar, à espera dos novos e incautos aderentes. O que eles se lembram para nos “ajudarem” a entrar no século XXI? Há coisas extraordinárias, não há? Mas atenção, tudo isto tem uma condição, para não dizer um senão. Só pode aceder a este “extraordinário” serviço, quem for possuidor de telefone da rede fixa, isto é, ser subscritor da Portugal Telecom (a tal que até está a enfrentar uma OPA do Belmiro de Azevedo). Como não há almoços grátis, agora já estão a perceber melhor o alcance desta revolução, não estão? Havia aquele anúncio que dizia que quem não tinha cartãozinho, não tinha direito a descontinho. Ora bem! Neste caso, quem não for subscritor da Portugal Telecom corre o risco de se tornar mais um info-excluído, da grande revolução tecnológica que este governo nos está a oferecer de mão beijada.
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O AMOR É DO CANECO – O recém-reempossado governador do Banco de Portugal, Dr. Constâncio, a propósito da apresentação do relatório do banco a que preside, veio fazer mais um frete ao “seu” governo que o reconduziu. O homem está optimista, diz que a situação económica está a melhorar, revendo em alta, para 1,2% o que antes era de 0,8% de crescimento económico do país, e contrariando os próprios indicadores europeus. Vê recuperação económica onde todos os outros continuam a ver estagnação, e até consegue perspectivas de aumento das exportações, na ordem dos 8,4%, o que a ser verdade, se tornará um caso de estudo. Depois disto o primeiro-ministro Sócrates, aproveitando esta maré de “energias positivas”, veio a correr pôr mais uns pauzinhos no lume, dizendo que “há uma lenta e gradual evolução positiva”, ao mesmo tempo que o económico ministro Pinho, voltou a exibir-se com aquela expressão que vacila entre o sorriso e o ar de gozo, tentando dar a ideia que está senhor da situação, mas que na verdade, apenas finge governar. Em economia, o estarem reunidas condições para o crescimento económico, não é sinónimo de que exista verdadeiro crescimento económico. Esse, mede-se sim pelos factos (nem sequer os indícios ou conjecturas contam), ou não fosse a economia uma ciência exacta, e não um exercício de pura adivinhação.
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ZONA DE GUERRA 1 – Quem se dignar fazer uma visita ao Hospital Pulido Valente, ali à Alameda das Linhas de Torres, vai ter uma desagradável surpresa. O perímetro do dito hospital, parece tudo menos uma unidade de saúde, assemelhando-se mais com a Faixa de Gaza, após um bombardeamento israelita, chegando a haver locais onde sobrevivem charcas de águas paradas, coisas bem pouco aconselháveis para um hospital. As vias de circulação são em terra batida, repletas de buracos, crateras, e com a passagem dos veículos, anda pelo ar uma permanente e asfixiante nuvem de pó, elemento mais do que desaconselhável para um hospital vocacionado para o “tratamento” de doenças respiratórias. Curiosamente, diz-me um amigo, que há dez anos atrás, o cenário já era precisamente este, com escavadoras a rasgarem valas um pouco por todo o lado, sem se saber porquê e para quê. Por outro lado, e verdade seja dita, dentro das vetustas instalações, a par de alguma desorganização administrativa, os serviços clínicos (até onde consegui chegar) são de grande qualidade e profissionalismo.
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ZONA DE GUERRA 2 - Com todo o desplante e insolência que lhe são conhecidos (com as costas aquecidas pelos EUA), os israelitas iniciaram o bombardeamento do Líbano. Entretanto os cidadãos estrangeiros começaram a abandonar o país, o qual está sob apertado cerco de Israel. Portugal tem pouco mais de duas dezenas de cidadãos nestas paragens que desejam abandonar a zona de conflito, no entanto, Portugal, ignorando a mais elementar dignidade e sentido de estado, correu a pedir boleia ao estado francês, para que fossem eles a resgatar os portugueses. Curiosamente, é a secretaria de estado das comunidades que está a “coordenar” o repatriamento dos nacionais, e não o ministério dos negócios estrangeiros, que me parece ser o ministério de soberania por excelência, para acompanhar estes casos, na primeira pessoa. Em resumo: não houve um navio da Marinha Portuguesa, um Falcon ou um C-130 da Força Aérea para desempenhar tal função, porém, se fosse para enviar mais uns quantos GNR para a Bósnia, o Iraque ou o Afeganistão, lá estaríamos solícitos e servis, em biquinhos dos pés, com pompa e fanfarra, prontos a satisfazer o pedido.
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PS – Não retiro uma linha do que anteriormente disse, mas parece que hoje um C-130 da Força Aérea Portuguesa vai escalar Chipre, trazendo para Portugal alguns refugiados portugueses. Felizmente que alguém caiu em si, ao ter-se apercebido que em situações destas, fossem 40 ou 400 os necessitados, não bastava andar a reboque da disponibilidade e boa vontade de países terceiros.
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ZONA DE GUERRA 3 - Os israelitas aprenderam bem a lição com os seus carrascos hitlerianos. Os nazis usaram os campos de extermínio e as câmaras de gás, com o argumento de que estavam a defender-se dos seus inimigos internos, num caso os judeus, noutros os deficientes mentais, os povos ciganos, eslavos e muitos outros de raça não ariana. Foi o tempo em que no gueto de Varsóvia, o David judeu voltou a enfrentar, de peito de aberto, o execrando Golias escudado na suástica. Nos dias de hoje, porque seria escandaloso utilizar os mesmos processos dos seus algozes, os israelitas usam o terrorismo de estado, com recurso a armas convencionais, para arrasar as infra-estruturas palestinianas, implantar colonatos em terras expropriadas a palestinianos, expulsando-os das suas terras ancestrais, para os países limítrofes, como a Jordânia, ao mesmo tempo que levantam centenas de quilómetros de paredes de betão para encurralar os palestinianos que escolhem ficar, em guetos, obrigando-nos à humilhação quotidiana de terem que sujeitar-se a apertados postos de controle, para irem trabalhar, fazendo-lhes a vida tão impossível, que o paraíso acaba por se transformar no martírio do cinturão de bombas. O David de hoje é palestiniano, usa pouco mais do que pedras contra um Golias que não é difícil adivinhar quem encarna. Ah, é verdade! Para justificarem este uso desmesurado da força, os israelitas também usam o mesmo argumento da segurança interna, contra os inimigos que ainda restam dentro das suas fronteiras. Querem fazer esquecer que são uma força de ocupação (como também o foram a seu tempo os nazis), dos territórios que abocanharam, desde os primórdios da criação do Estado de Israel, até à actualidade. Se existe alguém que queira vestir a pele de um palestiniano, seja ele da Cisjordânia, da faixa de Gaza ou de um dos campos de refugiados instalados na Jordânia, que dê um passo em frente.
Quando não tenho assunto, calo-me!
Quando tenho, ninguém me cala!
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APITOS - Lembram-se do processo “Apito Dourado”, aquele que era suposto levar até à barra dos tribunais a máfia do futebol português? Pois bem, parece que o dito processo, a pedido de vários procuradores, tem vindo a ser desmembrado, espalhando-se por várias comarcas. Porque a escandaleira se perpetua, sugiro que mude de nome e passe a ser conhecido por “Apito Entupido”.
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FENÓMENOS ATMOSFÉRICOS - Lembram-se de uma certa operação “Furacão”, que foi iniciada com a intenção de investigar operações de lavagem de dinheiro, fuga aos impostos e outras aleivosias do foro fiscal, e que envolvia, além de instituições bancárias bem conhecidas, outras tais como escritórios de advogados e um número invulgarmente grande de empresas? Pois bem, a tal investigação iniciada com o nome de “Furacão”, não passou a tempestade tropical, mas sim a uma simples tempestade num copo de água.
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NÃO ERA CORREIO AZUL - Lembram-se do inquérito ordenado, com carácter de urgência, pelo ex-presidente da república Jorge Sampaio, ao procurador geral da república Souto Moura, para esclarecer o caso do “Envelope 9”, o tal que continha uma imensa lista informática de contactos telefónicos estabelecidos por individualidades do Estado? Pois bem, depois do PGR ter concluído que a parte de responsabilidade que cabia à Portugal Telecom já tinha prescrito (como convém), não voltou a tocar no assunto, o que talvez queira dizer que vai alegremente a caminho de cair no esquecimento.
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DESCARAMENTO – A Federação Portuguesa de Futebol, pela boca do seu presidente Madail, veio sugerir que os prémios atribuídos aos jogadores que disputaram o Mundial 2006, fossem isentados de impostos, atendendo ao meritório 4º. Lugar alcançado. Que podemos acrescentar a isto? Por mim, direi apenas que, onde falta o pudor, costuma faltar de tudo, excepto dinheiro.
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PORCOS – A Assembleia Regional da Madeira, na pessoa do seu presidente decidiu redigir uma preciosidade que pretende regulamentar a forma de vestir dos jornalistas, operadores de câmara e técnicos afins, creditados junto daquele órgão de soberania. Assim, não serão permitidas nas instalações da dita assembleia, sapatilhas, calças de ganga, t-shirts ou quaisquer outras indumentárias que subvertam os conceitos de harmonia e respeitabilidade, porém, nada se diz a propósito de uma certa fauna que por lá costuma andar a conspurcar o ambiente. Há fascistas de muitos tipos, porém, os que andam disfarçados de suínos engravatados, são os mais asquerosos e perigosos.
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AS DESEDUCADORAS – A ministra da educação Maria Rodrigues, continua a dar que falar. Houve exames do 11º. e 12º. anos, e as notas nas disciplinas de Física e Química saldaram-se por um autêntico desastre, começando a chover acusações junto do ministério, que apontavam para o facto de existirem erros nos enunciados das perguntas, afinal os grandes responsáveis pela hecatombe de chumbos e negativas. A senhora ministra não esteve com meias medidas e tomou uma decisão política exemplar: repitam-se os exames de Física e Química do 12º., e entre as duas provas, que prevaleça a melhor nota. Em vez de ficar salva a honra do convento, caiu o carmo e a trindade. Toda a gente diz que o critério deve ser aplicado a ambos os anos, isto é, ao 11º. e 12º ano, e não apenas ao último. A senhora Maria Rodrigues não se emociona, o seu rosto não transmite qualquer emoção, raciocina ao retardador, fala ao compasso de um metrónomo invisível, é insensível aos argumentos (será que os escuta?) e insiste que só haverá repetição para as provas do 12º ano. Tem toda gente contra ela, desde a Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, até aos partidos políticos, sindicatos, associações de pais, de alunos e de professores, porém, não cede nas suas intenções e recusa-se a dar explicações, dizendo que não houve erros (?) por parte do ministério, logo aquela singular repetição permanece um mistério. Será que é uma promoção de Verão? A ministra compra problemas e arranja inimigos em toda a parte, e segundo consta, até dentro das hostes do seu próprio partido. Na segunda-feira passada, o António Victorino, no seu semanal comentário televisivo, já lhe traçou o destino. Só falta haver quem lhe assine a guia de marcha, para entrar de férias mais cedo. E a propósito, lembram-se daquela senhora que foi ministra da educação no tempo do senhor Lopes, que parecia uma “tia” repescada das sessões “tuperware”, e que acabava as suas intervenções com um aristocrático “percebe?”? Pois bem, na minha modesta opinião, penso que esta Maria Rodrigues também não tem perfil para estas lides, e talvez o seu lugar mais indicado seja o de ir fazer uma comissão de serviço para os lados de Vilar de Perdizes, ao abrigo da lei da mobilidade dos professores, que ela própria congeminou.
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REVOLUÇÃO – Dez milhões de endereços de e-mail, tantos quantos os indivíduos da actual população portuguesa, é o que o primeiro-ministro decidiu criar, ao abrigo da sua intenção revolucionária, de colocar o país na crista da onda tecnológica. Há coisas extraordinárias, não há? Disponibilizada pelo site dos CTT, que oferece este extraordinário serviço, cada português vai poder ter a sua caixinha de correio electrónico, para trocar mensagens com a família e os amigos, além de receber as toneladas de lixo electrónico com publicidade, que andam por aí a navegar, à espera dos novos e incautos aderentes. O que eles se lembram para nos “ajudarem” a entrar no século XXI? Há coisas extraordinárias, não há? Mas atenção, tudo isto tem uma condição, para não dizer um senão. Só pode aceder a este “extraordinário” serviço, quem for possuidor de telefone da rede fixa, isto é, ser subscritor da Portugal Telecom (a tal que até está a enfrentar uma OPA do Belmiro de Azevedo). Como não há almoços grátis, agora já estão a perceber melhor o alcance desta revolução, não estão? Havia aquele anúncio que dizia que quem não tinha cartãozinho, não tinha direito a descontinho. Ora bem! Neste caso, quem não for subscritor da Portugal Telecom corre o risco de se tornar mais um info-excluído, da grande revolução tecnológica que este governo nos está a oferecer de mão beijada.
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O AMOR É DO CANECO – O recém-reempossado governador do Banco de Portugal, Dr. Constâncio, a propósito da apresentação do relatório do banco a que preside, veio fazer mais um frete ao “seu” governo que o reconduziu. O homem está optimista, diz que a situação económica está a melhorar, revendo em alta, para 1,2% o que antes era de 0,8% de crescimento económico do país, e contrariando os próprios indicadores europeus. Vê recuperação económica onde todos os outros continuam a ver estagnação, e até consegue perspectivas de aumento das exportações, na ordem dos 8,4%, o que a ser verdade, se tornará um caso de estudo. Depois disto o primeiro-ministro Sócrates, aproveitando esta maré de “energias positivas”, veio a correr pôr mais uns pauzinhos no lume, dizendo que “há uma lenta e gradual evolução positiva”, ao mesmo tempo que o económico ministro Pinho, voltou a exibir-se com aquela expressão que vacila entre o sorriso e o ar de gozo, tentando dar a ideia que está senhor da situação, mas que na verdade, apenas finge governar. Em economia, o estarem reunidas condições para o crescimento económico, não é sinónimo de que exista verdadeiro crescimento económico. Esse, mede-se sim pelos factos (nem sequer os indícios ou conjecturas contam), ou não fosse a economia uma ciência exacta, e não um exercício de pura adivinhação.
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ZONA DE GUERRA 1 – Quem se dignar fazer uma visita ao Hospital Pulido Valente, ali à Alameda das Linhas de Torres, vai ter uma desagradável surpresa. O perímetro do dito hospital, parece tudo menos uma unidade de saúde, assemelhando-se mais com a Faixa de Gaza, após um bombardeamento israelita, chegando a haver locais onde sobrevivem charcas de águas paradas, coisas bem pouco aconselháveis para um hospital. As vias de circulação são em terra batida, repletas de buracos, crateras, e com a passagem dos veículos, anda pelo ar uma permanente e asfixiante nuvem de pó, elemento mais do que desaconselhável para um hospital vocacionado para o “tratamento” de doenças respiratórias. Curiosamente, diz-me um amigo, que há dez anos atrás, o cenário já era precisamente este, com escavadoras a rasgarem valas um pouco por todo o lado, sem se saber porquê e para quê. Por outro lado, e verdade seja dita, dentro das vetustas instalações, a par de alguma desorganização administrativa, os serviços clínicos (até onde consegui chegar) são de grande qualidade e profissionalismo.
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ZONA DE GUERRA 2 - Com todo o desplante e insolência que lhe são conhecidos (com as costas aquecidas pelos EUA), os israelitas iniciaram o bombardeamento do Líbano. Entretanto os cidadãos estrangeiros começaram a abandonar o país, o qual está sob apertado cerco de Israel. Portugal tem pouco mais de duas dezenas de cidadãos nestas paragens que desejam abandonar a zona de conflito, no entanto, Portugal, ignorando a mais elementar dignidade e sentido de estado, correu a pedir boleia ao estado francês, para que fossem eles a resgatar os portugueses. Curiosamente, é a secretaria de estado das comunidades que está a “coordenar” o repatriamento dos nacionais, e não o ministério dos negócios estrangeiros, que me parece ser o ministério de soberania por excelência, para acompanhar estes casos, na primeira pessoa. Em resumo: não houve um navio da Marinha Portuguesa, um Falcon ou um C-130 da Força Aérea para desempenhar tal função, porém, se fosse para enviar mais uns quantos GNR para a Bósnia, o Iraque ou o Afeganistão, lá estaríamos solícitos e servis, em biquinhos dos pés, com pompa e fanfarra, prontos a satisfazer o pedido.
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PS – Não retiro uma linha do que anteriormente disse, mas parece que hoje um C-130 da Força Aérea Portuguesa vai escalar Chipre, trazendo para Portugal alguns refugiados portugueses. Felizmente que alguém caiu em si, ao ter-se apercebido que em situações destas, fossem 40 ou 400 os necessitados, não bastava andar a reboque da disponibilidade e boa vontade de países terceiros.
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ZONA DE GUERRA 3 - Os israelitas aprenderam bem a lição com os seus carrascos hitlerianos. Os nazis usaram os campos de extermínio e as câmaras de gás, com o argumento de que estavam a defender-se dos seus inimigos internos, num caso os judeus, noutros os deficientes mentais, os povos ciganos, eslavos e muitos outros de raça não ariana. Foi o tempo em que no gueto de Varsóvia, o David judeu voltou a enfrentar, de peito de aberto, o execrando Golias escudado na suástica. Nos dias de hoje, porque seria escandaloso utilizar os mesmos processos dos seus algozes, os israelitas usam o terrorismo de estado, com recurso a armas convencionais, para arrasar as infra-estruturas palestinianas, implantar colonatos em terras expropriadas a palestinianos, expulsando-os das suas terras ancestrais, para os países limítrofes, como a Jordânia, ao mesmo tempo que levantam centenas de quilómetros de paredes de betão para encurralar os palestinianos que escolhem ficar, em guetos, obrigando-nos à humilhação quotidiana de terem que sujeitar-se a apertados postos de controle, para irem trabalhar, fazendo-lhes a vida tão impossível, que o paraíso acaba por se transformar no martírio do cinturão de bombas. O David de hoje é palestiniano, usa pouco mais do que pedras contra um Golias que não é difícil adivinhar quem encarna. Ah, é verdade! Para justificarem este uso desmesurado da força, os israelitas também usam o mesmo argumento da segurança interna, contra os inimigos que ainda restam dentro das suas fronteiras. Querem fazer esquecer que são uma força de ocupação (como também o foram a seu tempo os nazis), dos territórios que abocanharam, desde os primórdios da criação do Estado de Israel, até à actualidade. Se existe alguém que queira vestir a pele de um palestiniano, seja ele da Cisjordânia, da faixa de Gaza ou de um dos campos de refugiados instalados na Jordânia, que dê um passo em frente.