A placa central da Praça de Espanha, uma ensolarada e magnífica esplanada, tem um monumento implantado lá no centro, que só com muito risco e alguma dificuldade, lá consegui chegar, pois não há passadeiras assinaladas para peões, nem a sugestiva atracção de um simples equipamento de apoio, que torne tal espaço recomendável. A tal placa central, de relvado bem cuidado, exibe um sugestivo pórtico ou arco triunfal, um vetusto monumento, com uma história quase desconhecida, que remonta aos tempos da reconstrução pombalina de Lisboa. Erigido inicialmente na Rua de S.Bento, foi desmantelado, em princípios do século XX, para satisfazer um nunca concretizado alargamento da rua, tendo as suas pedras ficado a hibernar, em sono profundo, num armazém da Câmara Municipal de Lisboa, até que foi decidido, já no último quartel do século XX, transplantar e reconstruir o monumento, para a imensa e despida placa central da Praça de Espanha.




Aquela obra do passado renasceu ali, portadora de mensagens para o futuro, mas poucos lá passam ao lado, a não ser algum viajante afoito e curioso, para as ler e dar testemunho. Está ali, indestrutível, feita com a argamassa da pedra e do metal, em poucas e concisas palavras, a cantar a união da vontade com a coragem, dando voz ao júbilo da libertação do corpo e do espírito, à espera que sejam preservados os caminhos que outros abriram. Porque passar sob aquele arco de pedra, deve tornar-se uma homenagem à LIBERDADE.
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