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Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
Ou flecha de cravos que propagam fogo;
Amo-te como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Amo-te como a planta que não floresce e
Leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores.
E graças a teu amor, vive oculto em meu
Corpo o apertado aroma que ascende da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde.
Amo-te directamente sem problemas nem orgulho;
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim, deste modo, em que não sou nem és.
Tão perto de tua mão sobre meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com
Meu sonho...
In CEM SONETOS DE AMOR, de Pablo Neruda, Santiago do Chile, Ed. Universitária, 1959.
In CEM SONETOS DE AMOR, de Pablo Neruda, Santiago do Chile, Ed. Universitária, 1959.
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