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Já lhe conhecíamos o apetite por folias e desfiles carnavalescos, por qualificar alguns jornalistas com o epíteto de "filhos da puta", por atribuir fartos subsídios a jornais regionais com tiragens insignificantes, de ser o grande animador das tendinhas e romarias do Chão da Lagoa, mas só agora lhe conhecemos a aspiração que tem de transformar a paisagem litoral da Ilha da Madeira. Com o seu preclaro consentimento, foi levada a cabo a importação de areia do deserto do Sara, utilizando como meio de transporte navios graneleiros, com o objectivo de substituir por areia branca, os característicos e escuros calhaus rolados das praias madeirenses.
Tudo começou na praia da Calheta em 2004. Acontece que a natureza não apreciou a intervenção do improvisado e megalómano esteticista, e com a ajuda das marés, acabou por repor a praia na sua configuração original. Obstinado como estava na intenção de esculpir a ilha a seu gosto, o senhor Alberto (também conhecido por Alberto João) determinou que se fizesse nova importação de areia marroquina e uma segunda descarga na Calheta. Agora calhou a vez à praia do Machico, passar da nativa pedra escura, à areia alva e fina do deserto, como se por ali tivesse passado um qualquer Michael Jackson, em permanente conflito com as deliberações e cores da mãe natureza.
Com esta ternurenta obsessão já foi gasta a módica quantia de 20 milhões de euros, uma bagatela se comparada com as dificuldades orçamentais da região, que continua animadamente a cavar o seu défice e a pedir reforços aos “cubanos” e “colonialistas” do "contenente". Entretanto, a grande operação de transformação do “look” paisagístico segue em frente, alegremente e sem contestação visível, apesar de algumas críticas, reservas e dúvidas sopradas em surdina, porque a ilha é pequena e as paredes têm ouvidos.
Já lhe conhecíamos o apetite por folias e desfiles carnavalescos, por qualificar alguns jornalistas com o epíteto de "filhos da puta", por atribuir fartos subsídios a jornais regionais com tiragens insignificantes, de ser o grande animador das tendinhas e romarias do Chão da Lagoa, mas só agora lhe conhecemos a aspiração que tem de transformar a paisagem litoral da Ilha da Madeira. Com o seu preclaro consentimento, foi levada a cabo a importação de areia do deserto do Sara, utilizando como meio de transporte navios graneleiros, com o objectivo de substituir por areia branca, os característicos e escuros calhaus rolados das praias madeirenses.
Tudo começou na praia da Calheta em 2004. Acontece que a natureza não apreciou a intervenção do improvisado e megalómano esteticista, e com a ajuda das marés, acabou por repor a praia na sua configuração original. Obstinado como estava na intenção de esculpir a ilha a seu gosto, o senhor Alberto (também conhecido por Alberto João) determinou que se fizesse nova importação de areia marroquina e uma segunda descarga na Calheta. Agora calhou a vez à praia do Machico, passar da nativa pedra escura, à areia alva e fina do deserto, como se por ali tivesse passado um qualquer Michael Jackson, em permanente conflito com as deliberações e cores da mãe natureza.
Com esta ternurenta obsessão já foi gasta a módica quantia de 20 milhões de euros, uma bagatela se comparada com as dificuldades orçamentais da região, que continua animadamente a cavar o seu défice e a pedir reforços aos “cubanos” e “colonialistas” do "contenente". Entretanto, a grande operação de transformação do “look” paisagístico segue em frente, alegremente e sem contestação visível, apesar de algumas críticas, reservas e dúvidas sopradas em surdina, porque a ilha é pequena e as paredes têm ouvidos.
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