.
«Sócrates jura que os "poderes ocultos" não o "vencerão". A escolha do verbo é também desta vez significativa. Quem o ouvisse não perceberia de certeza que se trata de uma investigação judicial ou que se vive num regime em que o judicial cumpre e faz cumprir a lei. Sócrates não vê o caso como apuramento da verdade (inevitavelmente relativa). Mas como uma espécie de duelo entre o Bem e o Mal (um "teste de resistência") entre ele e os "poderes ocultos". Num duelo, ou se ganha ou se perde e ele,"um homem determinado", vai ganhar. Outro primeiro-ministro esperaria pelas conclusões do inquérito e negaria tranquilamente as calúnias. Quando muito, ameaçava processar os caluniadores. Sócrates prefere o melodrama e a intimidação: quem daqui em diante duvidar dele é um instrumento, "negro" e miserável dos "poderes ocultos".»
Vasco Pulido Valente in “OS PODERES OCULTOS”, jornal PÚBLICO de 31 Janeiro de 2009
«Sócrates jura que os "poderes ocultos" não o "vencerão". A escolha do verbo é também desta vez significativa. Quem o ouvisse não perceberia de certeza que se trata de uma investigação judicial ou que se vive num regime em que o judicial cumpre e faz cumprir a lei. Sócrates não vê o caso como apuramento da verdade (inevitavelmente relativa). Mas como uma espécie de duelo entre o Bem e o Mal (um "teste de resistência") entre ele e os "poderes ocultos". Num duelo, ou se ganha ou se perde e ele,"um homem determinado", vai ganhar. Outro primeiro-ministro esperaria pelas conclusões do inquérito e negaria tranquilamente as calúnias. Quando muito, ameaçava processar os caluniadores. Sócrates prefere o melodrama e a intimidação: quem daqui em diante duvidar dele é um instrumento, "negro" e miserável dos "poderes ocultos".»
Vasco Pulido Valente in “OS PODERES OCULTOS”, jornal PÚBLICO de 31 Janeiro de 2009
Sem comentários:
Enviar um comentário