terça-feira, abril 19, 2011
Os Superiores Interesses do País
Cavaco Silva, do alto da sua coxa cátedra, envia conselhos e manda-nos aguardar pianinho, enquanto se fazem as "análises e discussões técnicas da situação portuguesa", com que a "troika" anda a preparar a nossa caminha. Se tivesse estado atento (ou fosse de seu interesse), teria verificado que, de há alguns anos a esta parte, houve muita gente que andou a fazer diagnósticos e a sugerir soluções, não própriamente coincidentes com os seus pontos de vista e os do governo. Como é fácil de perceber, a machadada que agora se anuncia sobre a nossa soberania, tem mais a ver com os “superiores interesses do país” que ele defende, e com a factura que a agiotagem do FMI & Companhia irá cobrar, isto é, um empobrecimento generalizado do tecido social, garantidas as alavancas do poder e salvaguardados os interesses do grande capital, sobretudo financeiro.
sábado, abril 16, 2011
Ninguém Confirma nem Desmente!
quinta-feira, abril 14, 2011
Astrologia e Política
quarta-feira, abril 13, 2011
Anedota da Semana
Declaração em directo para as TVs, em 13 de Abril de 2011 pelas 13h 10m, do ministro Pedro Silva Pereira, após os partidos políticos terem sido recebidos pelo primeiro-ministro Sócrates, na sequência da solicitação do pedido de ajuda externa, solicitado pelo Governo.
Registo para Memória Futura (36)
Excerto da notícia do jornal "i" de 13 de Abril de 2011
segunda-feira, abril 11, 2011
Ser e Parecer
domingo, abril 10, 2011
O Que é Isso da Islândia?
«Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram a Grécia, a Irlanda e Portugal.
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas "macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria. Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal "ajuda" ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros/mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para "tapar" o buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições. Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa islandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.
Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não "estragar" os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos. Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo. O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez. Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.»
Comentários finais:
Diz o jornal PÚBLICO on-line de hoje: «Os islandeses rejeitaram em referendo, pela segunda vez, reembolsar o Reino Unido e a Holanda em 3,9 mil milhões de euros – o dinheiro que estes governos pagaram aos seus cidadãos que investiram na conta Icesave, de um dos bancos islandeses que faliu em 2008, quando o sistema financeiro do país entrou em colapso.»
Acrescento eu: o povo de um país não tem que ser responsabilizado pelas trapaças consentidas pelos seus governos. Para isso há os tribunais, as cadeias e as grandes fortunas que se amontoaram, à custa de vigarices embrulhadas em cantos de sereia.
E se Fossem Privatizar… (2)
(*) in Diário de 1 de Setembro 1995 - Cadernos de Lanzarote - Diário III
sábado, abril 09, 2011
Sócrates, o Grande Mestre do Embuste
Diz o semanário SOL, na sua edição de 8 de Abril, baseando-se em informações prestadas por elementos da Comisssão Europeia, que estiveram envolvidos nas negociações, que quando José Sócrates assinou em Bruxelas, no passado dia 11 de Março, o acordo com as medidas do PEC IV, sem disso ter dado prévio conhecimento ao Presidente da República, à Assembleia da República, aos partidos políticos e aos parceiros sociais, ficou também estabelecido que a esse acordo se seguiria um pedido de ajuda externa a Portugal, no valor de 80 mil milhões de euros. Este compromisso seria o resultado de negociações entretanto ocorridas, durante o mês de Fevereiro, entre o Governo, o Banco Central Europeu (BCE), a Comissão Europeia (CE) e o Grupo Euro, tendo como desenlace o encontro de Sócrates e Teixeira dos Santos com a chanceler Angela Merkel.
sexta-feira, abril 08, 2011
As Grades – Exílio
Sophia de Mello Breyner Andresen – Livro Sexto
quinta-feira, abril 07, 2011
Haja Fartura que a Fome Ninguém a Atura
Tudo isto vem escarrapachado no Relatório e Contas de 2010 da PT, e atesta bem a prodigalidade com que são pagos (ou se fazem pagar) os representantes da "boyada" que infesta cada metro quadrado do país, a qual contribuiu substancialmente para chegarmos ao ponto em que estamos.
quarta-feira, abril 06, 2011
Auditoria às Contas Públicas, Já!
ADENDA – Soube-se há uma hora atrás, que o governo de gestão, depois de ter sido pressionado pelos banqueiros, e de ter negado com veemência que estava em negociações, decidiu pedir ajuda financeira à Comissão Europeia. Essa é também mais uma razão, para exigir que a verdade das contas públicas seja conhecida.
Um Nome e Um Parecer a Reter
Transcrição parcial do blog PRECÁRIOS INFLEXIVEIS
terça-feira, abril 05, 2011
Umberto Eco
domingo, abril 03, 2011
Das Convicções às Soluções
A ESQUERDA em Portugal está numa encruzilhada e confronta-se com uma questão urgente: com o país a desmoronar-se como entidade soberana, e os portugueses encostados à parede, a verem que as soluções vão ser mais promessas de paraísos, depois da travessia dos infernos, que fazer? Deixar ficar tudo como está, fechar-se nos seus quintais, insistir na denúncia e na contestação, ou avançar para a construção de uma solução? Já tive muitas convicções, ainda me sobram algumas, mas ilusões já não tenho nenhumas. No ponto em que nos encontramos, apenas domina a confrangedora realidade. Daqui desta bancada de observador e escrevinhador, sugiro que se pense numa coligação entre entre o PCP, o BE e o PEV, com um programa consistente, sem questiúnculas sobre a pureza dos princípios ideológicos, a oportunidade da acção e outras alegações em que habitualmente se envolvem. Os três partidos, valem no seu conjunto (como eu já disse em tempos), em números redondos, quase vinte (20) por cento do eleitorado português. Nessa base, eu arriscava construir uma coligação que daria algum ânimo - que não se deve confundir com ilusão - a muitos milhares de cidadãos portugueses, que se vêm sem perspectiva e sem futuro, uns já encurralados na pobreza e na exclusão, outros na eminência de lá caírem. Se a esquerda descartar esta hipótese, é quase garantido que a História não os absolverá. No meu fraco entendimento, insisto em dizer que esta ideia não é absurda, nem disparatada, nem peregrina. Como é habitual dizer-se, faço questão de a subscrever como um cheque em branco - o que é, diga-se de passagem, um grande risco - mas se calhar, não tão grande como o de ficar calado e de braços cruzados, dizendo que quanto a isso nem pensar, ou que o melhor é deixar tudo com está.
DISSE o Jorge Bateira do blog Ladrões de Bicicletas - escrito que me impressionou pela sua clareza, simplicidade e oportunidade – que "não há, em Portugal, uma esquerda à esquerda dos socialistas disponível para participar em soluções de poder." Diz ele, e bem, que isto é "uma originalidade nacional. Por essa Europa fora partidos ecologistas ou mais à esquerda mostraram, em vários momentos históricos, disponibilidade para governar. E nunca como agora essa disponibilidade foi tão urgente. O que está em causa na Europa [e sobretudo em Portugal] é resistir a uma avalanche que ameaça não deixar pedra sobre pedra no edifício do Estado Social. (...) Mas Portugal tem outra originalidade, em que é acompanhado pela Alemanha e mais um ou outro país europeu: a esquerda à esquerda dos socialistas representa quase vinte por cento dos eleitores. Se quisesse usar a sua força em funções executívas teria um poder extraordinário. (…) Para a utilização desse poder seria necessário, antes de mais, que BE e PCP, em vez de se controlarem mutuamente no seu purismo ideológico, se entendessem no muito em que estão de acordo. E seria necessário que os dois quisessem cumprir a sua obrigação histórica, num momento que exige tanta responsabilidade [e intervenção]. E seria, por fim, necessário que os socialistas não fizessem questão, como fazem [e sempre têm feito], de escolher a direita, do PSD ao CDS, como aliada preferencial (...)” É preciso enviar uma mensagem “dizendo ao PS que, depois da provável travessia do deserto e de se ver livre de um Sócrates sem credibilidade nem pensamento político, tem uma escolha a fazer: ou continua a navegar no pântano político - o que levou o País a esta desgraça -, ou escolhe um lado no combate que se avizinha à escala europeia. Um combate pelo Estado Social e contra a mercantilização de todos os domínios da nossa vida, a precarização das relações sociais e a degradação da democracia. E que para esse combate tem aliados prontos para assumir responsabilidades de poder e para pagar a fatura de fazer essa escolha em tempos difíceis."
QUANDO os eleitores votam no PCP, no BE ou no PEV, não o fazem apenas por desporto ou masoquismo; fazem-no na convicção de que estão a reforçar a sua ligação a estes partidos e a impulsioná-los para assumirem responsabilidades, já não aceitando de bom grado que os partidos de esquerda se disponibilizem a cooperar, apenas e só, naquilo que conseguem controlar na totalidade, remetendo-se, fora disso, ao aconchego das suas trincheiras. Sem falar nas autarquias, há 30 anos que vejo a votação de esquerda ficar reduzida à actividade parlamentar, cada vez mais exígua, porque o voto, dado o acantonamento e isolamento destas forças políticas, começa a ser entendido pelo eleitorado, como voto quase inútil. Os partidos de esquerda, se querem cumprir um desígnio nacional e patriótico, devem acordar num modelo, coerente e com pés para andar, de resistência ao descalabro, dentro da área do poder, agora que se começa a ganhar forma o sonho de Francisco Sá Carneiro, isto é, a Grande Maioria, constituída por um Presidente, um Governo e uma maioria parlamentar. É certo que a democracia tem soluções, mas não tem “a solução”. Mas também é verdade que a democracia pode ser um instrumento, um meio, sem ser um fim em si mesmo, para conter a derrocada, e o advento dos salvadores da pátria, com a reedição de uma “união nacional” de novo tipo. É necessário recentrar a questão do poder, isto é, quem o exerce, como o exerce e para quem o exerce. O povo quer vê-los, aos partidos de esquerda, ombro a ombro, a acertarem iniciativas, a contrairem responsabilidades, a romperem com as políticas que têm levado o país para o abismo, a serem parte da solução, e não como alguém que aguarda, auto-marginalizando-se, que o apocalipse vá consumindo o que ainda sobra, para então entrar em cena, com a Grande Solução.
sexta-feira, abril 01, 2011
Biografias de Cordel
quinta-feira, março 31, 2011
O Governo e as Contas do Merceeiro
Excerto da notícia do jornal PÚBLICO on-line, em 31 de Março de 2011
Meu comentário - Com uma dúzia de celas disponíveis e alguns mandatos de captura, talvez se resolvesse o problema da impunidade com que este bando de malfeitores e flibusteiros anda a levar o país à bancarrota.quarta-feira, março 30, 2011
E o Povo, Pá?
Como é que isto há-de funcionar?
O Art. 1º do Decreto-Lei 35/2010 de 15 de Abril começa da seguinte forma:
«Os artigos 143.º e 144.º do Código do Processo Civil aprovado pelo Decreto -Lei n.º 44 129, de 28 de Dezembro de 1961, alterado pelo Decreto -Lei n.º 47 690, de 11 de Maio de 1967, pela Lei n.º 2140, de 14 de Março de 1969, pelo Decreto -Lei n.º 323/70, de 11 de Julho, pela Portaria n.º 439/74, de 10 de Julho, pelos Decretos -Leis n.os 261/75, de 27 de Maio, 165/76, de 1 de Março, 201/76, de 19 de Março, 366/76, de 15 de Maio, 605/76, de 24 de Julho, 738/76, de 16 de Outubro, 368/77, de 3 de Setembro, e 533/77, de 30 de Dezembro, pela Lei n.º 21/78, de 3 de Maio, pelos Decretos -Leis n.os 513 -X/79, de 27 de Dezembro, 207/80, de 1 de Julho, 457/80, de 10 de Outubro, 224/82, de 8 de Junho, e 400/82, de 23 de Setembro, pela Lei n.º 3/83, de 26 de Fevereiro, pelos Decretos -Leis n.os 128/83, de 12 de Março, 242/85, de 9 de Julho, 381 -A/85, de 28 de Setembro e 177/86, de 2 de Julho, pela Lei n.º 31/86, de 29 de Agosto, pelos Decretos -Leis n.os 92/88, de 17 de Março, 321 -B/90, de 15 de Outubro, 211/91, de 14 de Junho, 132/93, de 23 de Abril, 227/94, de 8 de Setembro, 39/95, de 15 de Fevereiro, 329 -A/95, de 12 de Dezembro, pela Lei n.º 6/96, de 29 de Fevereiro, pelos Decretos -Leis n.os 180/96, de 25 de Setembro, 125/98, de 12 de Maio, 269/98, de 1 de Setembro, e 315/98, de 20 de Outubro, pela Lei n.º 3/99, de 13 de Janeiro, pelos Decretos -Leis n.os 375 -A/99, de 20 de Setembro, e 183/2000, de 10 de Agosto, pela Lei n.º 30 -D/2000, de 20 de Dezembro, pelos Decretos -Leis n.os 272/2001, de 13 de Outubro, e 323/2001, de 17 de Dezembro, pela Lei n.º 13/2002, de 19 de Fevereiro, e pelos Decretos--Leis n.os 38/2003, de 8 de Março, 199/2003, de 10 de Setembro, 324/2003, de 27 de Dezembro, e 53/2004, de 18 de Março, pela Leis n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro, pelo Decreto -Lei n.º 76 -A/2006, de 29 de Março, pelas Leis n.º 14/2006, de 26 de Abril e 53 -A/2006, de 29 de Dezembro, pelos Decretos -Leis n.os 8/2007, de 17 de Janeiro, 303/2007, de 24 de Agosto, 34/2008, de 26 de Fevereiro, 116/2008, de 4 de Julho, pelas Leis n.os 52/2008, de 28 de Agosto, e 61/2008, de 31 de Outubro, pelo Decreto -Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, e pela Lei n.º 29/2009, de 29 de Junho, passam a ter a seguinte redacção: (…)»terça-feira, março 29, 2011
E se Fossem Privatizar…
(*) in Cadernos de Lanzarote - Diário III
segunda-feira, março 28, 2011
Serviço Rápido e Completo
Buracos Negros (5)
Armando Vara, arguido do processo "Face Oculta", e por esse motivo suspenso e depois demitido das suas funções como administrador do Millennium BCP, foi agraciado, no ano de 2010, com 260.000 euros de remunerações, mesmo sem ter estado ao serviço, bem como um acerto de contas de 562.192 euros por ter saído antes do mandato, o que perfaz a simpática maquia de 882.192 euros (176.863 contos, na moeda antiga). Sem contabilizar as caixas de robalos que se poderiam comprar com esta verba, uma coisa é certa: com este aconchego financeiro, é garantido que a crise lhe está a passar ao lado.
«O antigo director da delegação de Braga do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS), Fernando Salgado, vai ser julgado no Tribunal de Famalicão por alegadamente se ter apoderado de mais de 187 mil euros que eram destinados aos cofres do Estado.»
Excerto da notícia do JORNAL DE NOTÍCIAS de 27 de Março 2011
Numa altura em que se fala de combater o défice e reduzir as despesas do aparelho de Estado, o Governo aumenta os montantes que podem ser gastos por ajuste directo e sem concurso público. Assim, ministros, autarcas e directores-gerais, a partir de 1 Abril de 2011, estão autorizados a gastar mais dinheiro, sem concurso público nem visto do Tribunal de Contas. No caso dos directores-gerais o montante passa de 100 mil para 750 mil euros, os presidentes de câmara podem decidir por ajuste directo até 900 mil euros (até agora o máximo era de 150 mil), o primeiro-ministro passa de 7,5 para 11,2 milhões de euros, e os ministros de 3,75 para 5,6 milhões. Esta iniciativa do Governo (Decreto-Lei 40/2011) foi publicada na véspera do debate parlamentar do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC IV), que acabou por ser chumbado na Assembleia da República. Enfim, como diz o ditado, “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”.
Informação colhida do DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 27 de Março de 2011
domingo, março 27, 2011
Sugestão
Quem Tem Medo da Verdade dos Números?
Eu pessoalmente, acredito que o problema dos défices é uma farsa, senão mesmo uma mentira pegada, levada a cabo por encenadores, manipuladores e mentirosos diplomados, que, umas vezes como sinal de escassez, outras como de abundância, tem servido para tudo, menos para administrar o país e reflectir a sua situação real.
Tanto o Governo como Cavaco Silva, e sobretudo este último, que diz ser adepto da verdade dos números, e se tem vindo a queixar de escassez de informação, passariam a dispor de dados suplementares sobre o estado das contas públicas, para tomarem as decisões acertadas, e quanto à União Europeia, que sustenta que os eventuais resultados de tal auditoria poderiam perturbar ainda mais os sacrossantos mercados, a experiência diz-nos que os agiotas, quando entendem que devem especular e ferrar os dentes, não estão à espera de boas ou más notícias.
sábado, março 26, 2011
Com Amigos Destes...
quinta-feira, março 24, 2011
quarta-feira, março 23, 2011
Distribuir Responsabilidades e Arranjar Desculpas
Anteontem, o vetusto Mário Soares, veio dizer que Cavaco Silva, no contexto actual, não devia sacudir a água do capote, mas sim empenhar-se na solução da crise política.
Ontem, a dirigente do PS, Edite Estrela, declarou que o Presidente falou tardiamente e não agiu quando devia, para evitar a crise política decorrente do PEC.
Entretanto, Manuel Alegre rompeu o silêncio que vinha mantendo desde as eleições presidenciais, para afirmar que a crise política deve muito a Cavaco, o qual incendiou o ambiente no país, com o seu discurso de tomada de posse.
Por sua vez, o próprio Cavaco Silva afirmou que a rapidez com que a crise evoluiu, reduziu substancialmente a sua margem de manobra para actuar preventivamente na crise política, e que entretanto vai recolher o máximo de informação sobre o assunto, o que pressupõe que não tem ido aos treinos, além de andar bastante distraído.
Preocupados, uns de uma maneira, outros de outra, em distribuírem responsabilidades e arranjarem desculpas, com isto chega-se à conclusão que não é só o país que está em crise, por obra e graça das malfeitorias da governação, mas também a clarividência de muitos dos actores e opinantes políticos de segunda linha.
II – Jardim
«Aqui antigamente ouve roseiras» -
Então as horas
Afastam-se estrangeiras,
Como se o tempo fosse feito de demoras.
Sophia de Mello Breyner Andresen – Poesia
terça-feira, março 22, 2011
A Internacionalização da Mentira
segunda-feira, março 21, 2011
Há Cada Um!
Há cada um!
Apostas e Jogatanas
Meu comentário - Estas foram palavras do ministro Luís Amado, ditas em Bruxelas, à entrada para uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia. Como é óbvio, quando este senhor se refere que alguém tem andado na jogatana, e também a fazer muitas “apostas”, com a economia portuguesa e os portugueses, só pode estar a referir-se ao Governo de que faz parte...
domingo, março 20, 2011
Só Meia Indisponibilidade
sábado, março 19, 2011
Dois Pesos e Duas Medidas
Será que o petróleo líbio tem alguma coisa a ver com este invulgar frenesim humanitário?
A Cimeira do Governo Sombra
- Como que é que entraste? Perguntei eu.
- Entrei ontem, dentro do saco das compras da tua mulher, respondeu ele.
- E dormiste onde?
- Atrás da máquina de lavar a louça. Esteve um belo borralho toda a noite…
- Pois é, entra-se por aqui dentro e já nem se diz, nem água vai, nem água vem…
- Precisava de descansar, e já não sou nenhum garoto…
- Pois é, já não és nenhum garoto mas estás sujo, cheiras mal, por onde andaste Serapião?
- Nem imaginas! Mas olha tenho aqui uma coisa que te interessa…
- O que é, não me digas que voltaste a espiar o “animal feroz”?
- Nada disso. É muito melhor!
- Não me venhas com conversa fiada…
- Nem pensar! Assisti ao conselho de ministros do governo sombra.
- Qual governo sombra, o do PSD?
- Nada disso. Aninhei-me num cantinho da pasta do Ricardo do BES e assisti à cimeira dos banqueiros, que toma decisões mais importantes que as do próprio governo.
- Homessa! E onde é que eles se reúnem?
- É na casa do Ricardo.
- E quem é que faz a ligação com o governo, propriamente dito?
- É sempre o Salgado…
- Quem é que lá apareceu?
- Ora, os do costume, o Fernando, o Ricardo, o Ferreira e os outros dois.
- Sabes qual foi o motivo da cimeira?
- Sei, continuam a dizer que eles é que estão à rasca e que os accionistas não querem saber de crises...
- Têm alguns planos?
- Têm! Vão avançar com o plano B. Vão tirar o tapete ao engenhóquio e vão-se voltar para o Pedro “rabbit”.
- Olha lá, oh Serapião, queres uma torradinha com manteiga ou com marmelada?
- Nada, de manhã nunca como nada, mas dava-me jeito um cafezinho pingado… sem açúcar…
Bocejou, sentou-se de pernas cruzadas ao lado do açucareiro e foi bebendo o café às colheres, ao mesmo tempo que eu aguardava, na expectativa, mais alguma informação. Limpou os bigodes com a manga do casaco e continuou:
- Os gajos ficaram muito zangados com a implementação daquela coisa das taxas especiais a aplicar sobre o passivo de todas as instituições financeiras. Se a coisa tivesse ficado só no papel, sem a porcaria da portaria regulamentadora, isto é, em águas de bacalhau, ainda se continham, mas agora assim… Além disso, eles já não sabem onde é que o gajo vai arranjar mais dinheiro para os bancos se recapitalizarem…
- E achas que isso é o motivo para tirar o apoio ao Sócrates? Perguntei eu.
- Claro que sim, oh meu, são muitos milhões! Então não vês que eles apenas o ampararam enquanto ele lhes foi fazendo os fretes e deixando empochar. Agora, que pisou o risco, vão descartá-lo e está na altura de fazer a agulha. Eles são os primeiros a dizer que não têm amigos, apenas interesses… e o “menino de ouro” está acabado, não vai adiantar muito mais…
- Isso é que eles fazem com todos, retorqui eu.
- Pois, mas há outra coisa! Eles também não confiam em chantagistas… percebeste?
- Claro que percebo.
- Entretanto, também falaram no outro...
- Qual outro?
- O dos robalos, que passa a vida a tirar cera dos ouvidos e macacos do nariz. Dizem eles que não podem voltar a apostar em cavalos coxos…
- E ficaram por aí?
- Não! Quase no fim da reunião fizeram um telefonema. O Faria é que falou em nome de todos, falou muito baixinho, não percebi se era raspanete ou outra coisa qualquer, mas parece-me que do outro lado estava o Teixeira dos Bancos...
- Estiveste aquelas horas todas sem comer?
- Qual quê, depois deles saírem trinquei um croquete que eles deixaram ficar...
- E como é que saíste da reunião?
- Não saí, deixei-me ficar.
- Não percebo…
- Meti-me dentro do cesto dos papéis da sala de reuniões, esperei que viesse a empregada da limpeza despejá-lo, e hoje de manhã fiz a viagem calmamente, no camião do lixo, até aos arredores. Como vês as últimas 48 horas foram passadas no meio dos lixos. E se queres saber, não notei diferença nenhuma…
sexta-feira, março 18, 2011
No Meio é que está a Virtude
«O registo nas contas públicas de 2010 das perdas suportadas pelo Estado português com o BPN é, neste momento, o desfecho mais provável das discussões entre o Eurostat e as autoridades portuguesas sobre o modelo contabilístico a seguir nesta matéria. O défice desse ano fica assim ameaçado por um agravamento que pode ir até aos 2000 milhões de euros, o valor aproximado das imparidades do BPN.
(...)
Tudo parece indicar, apurou o PÚBLICO, que o modelo adoptado pelo Eurostat conduza a um registo das imparidades calculadas para o BPN nas contas públicas de 2010
(...)
O défice para 2010, que o Governo apontou para 7,3 por cento, mas que mais recentemente deu indicações de poder chegar aos 6,9 por cento, pode sair fortemente prejudicado. Os cerca de 2000 milhões de euros em causa correspondem a 1,1 por cento do PIB.»
Excertos da notícia do jornal PÚBLICO de 17 de Março de 2011
quinta-feira, março 17, 2011
Registo para Memória Futura (35)
Jornal CORREIO DA MANHÃ de 14 de Março de 2011
Meu comentário: Fátima Felgueiras, ex-fugida à justiça e a contas com a mesma desde 2003, está exultante, vendo as acusações que havia contra ela, caírem umas, prescreverem outras. Pode ir em paz e está perdoada, porque nesta terra o crime compensa, os processos só pecam por serem uma maçada, pois até as custas judiciais dos membros de cargos públicos, são pagas pelo erário público. A justiça portuguesa, contaminada pela má influência do poder político, bem pode limpar as mãos à parede com o lindo serviço que tem andado a prestar.
quarta-feira, março 16, 2011
Regresso ao Passado
Buraco Negro (4)
DIÁRIO DE NOTÍCIAS on-line de 15 de Março de 2011
terça-feira, março 15, 2011
Sai Mais um Anti-PEC para o Buraco Número Seis
Esta decisão de não penalizar o sector do golfe com a taxa máxima de 23 por cento promete gerar polémica, uma vez que surge no preciso momento em que novas medidas de austeridade são anunciadas tanto para este ano como para 2012 e 2013, afectando, sobretudo, os pensionistas, serviços de saúde e prestações sociais, medidas que, na opinião de José Sócrates, “não são para cobrir qualquer buraco orçamental, mas sim para garantir aos parceiros europeus que o objectivo do défice de 4,6 por cento será atingido”.
segunda-feira, março 14, 2011
Guardiães do Respeitinho
Publius (Gaius) Cornelius Tacitus - (55 - 120 d.C.) Historiador romano, orador, questor, pretor ( em 88), cônsul (em 97), procônsul da Ásia (aproximadamente em 110-113)
OS GUARDIÃES da justiça portuguesa, estão-se a preparar, com pompa e circunstância, para fazer um lindo enterro ao processo do caso Freeport. A machada final tem a ver com a decisão sobre o processo disciplinar levantado pelo Procurador Geral da República Pinto Monteiro, contra os procuradores Paes Faria e Vitor Magalhães, por aqueles terem incluído no despacho final de acusação as 27 perguntas que deveriam ter sido colocadas a José Sócrates e ao ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, as quais acabaram por não ser feitas, por falta de tempo útil. Fala-se em 4 meses de suspensão de funções, com perda de vencimento e tempo de reforma, e eles garantem que nem sequer aceitam uma mera advertência. O respeitinho é muito bonito e continua a ser uma das matrizes da nossa justiça. Por isso, já se ouve o suspiro de alívio do engenheiro-faz-de-conta e também primeiro-ministro José Sócrates.
domingo, março 13, 2011
Três Estilos Diferentes
.
Por sua vez, o engenheiro-faz-de-conta José Sócrates, que também é primeiro-ministro, disse compreender que os jovens da “Geração à Rasca” se manifestem e exprimam a sua frustração, mas garantiu que este Governo está a defender os seus interesses, adoptando "políticas de modernidade" e "para o futuro". Antes disso, tinha afirmado que está “confortável” com estas novas medidas de austeridade que quer aplicar. O mais mentiroso dos mentirosos, não poderia ser mais objectivo e clarividente.
.
Já o sinistro ideólogo Augusto Santos Silva, que acumula com as funções de ministro da defesa, pouco preocupado com as pessoas, mas muito preocupado com as ideias, acusou todos aqueles que não apoiarem as medidas de austeridade do Governo - que até têm (diz ele) a compreensão e a colaboração activa do conjunto dos portugueses - de não merecerem a confiança das pessoas, por estarem a desertar a meio de um esforço nacional. Este ministro, quando agita o dedo indicador, é temível, logo os portugueses têm que ter muito cuidado com as suas opções, pois em tempo de guerra contra o terrorismo, a crise internacional e os mercados, a deserção pode muito bem ser punível com tribunal marcial, senão mesmo com o pelotão de fuzilamento.
sábado, março 12, 2011
Um Dia Muito Diferente
Registo para Memória Futura (34)
In crónica “Estou à Rasca”, da autoria do jornalista Miguel Sousa Tavares, publicada no semanário EXPRESSO de 12 de Março de 2011.
sexta-feira, março 11, 2011
O Anão Serapião
- Então, ainda andas de candeias às avessas com o Sócrates?
- Já não o trato há muito tempo por Sócrates. A minha preferência agora vai para outros atributos, como engenheiro incompleto, engenheiro-faz-de-conta, engenhóquio, pantomineiro, enfim, o que calha… respondi eu, a espreitar a sua figura patusca pelo canto do olho.
- A propósito, estou a ver-te mais corado, mas também mais branco e mais gordo!
- É da idade e do muito trabalho que tenho, respondeu ele, sentando-se no ombro, traçando a perna e agarrando-se à gola da minha camisa.
- Trabalho da treta, à moda do nosso engenheiro, não?
- Não, o meu trabalho é de outro tipo. Graças ao meu reduzido tamanho, tem mais a ver com coscuvilhice. É como se fossem escutas sem telefone. Posso entrar onde quiser, deixar-me ficar quieto como se fosse um bibelot, e o resto é canja…
- Não me digas que já andaste a espiar o nosso primeiro! Diz-me lá então se é verdade que o engenhóquio ficou assim com muito cabelo branco porque trabalha muito, sobretudo a ensaiar as suas aparições e os discursos por esse país fora.
- Ah, tu ainda acreditas nisso? É falso! Ele fez um pacto, não vou dizer com quem, para não ferir susceptibilidades, mas nesse pacto ficou lavrado que a outra parte o deixava governar, mas sempre que ele dissesse uma mentira, aparecia-lhe mais um cabelo branco. Estás a ver, não estás?
- Se estou! Os poucos cabelos brancos que ele tinha há seis anos atrás, e os que tem agora, dá bem uma ideia dos barretes que ele tem andado a enfiar por aí…
- Se fossem só barretes…
- O quê, para lá das que se sabem, há mais alguma caldeirada?
- Há, mas agora não posso adiantar mais nada. Está no segredo dos deuses, de tal forma que nem o Presidente da República sabe.
- Não me digas? Vá lá, diz lá! Eh pá, sempre fomos amigos, oh Serapião…
- Com essa da amizade é que me deitaste abaixo…
- Vá lá Serapião, é uma vez sem exemplo. Estou em pulgas…
- É aquela coisa do PEC IV…
quinta-feira, março 10, 2011
Tome Nota
terça-feira, março 08, 2011
O Fulano não gosta que lhe estraguem as festas
A um sonso deste calibre, não se lhe deve deixar os movimentos livres. Deixo uma sugestão: da próxima vez, se o fulano não quiser conversar, atirem-lhe com sapatos ou chinelos, os mais velhos e mais sujos que tiverem lá em casa! Certamente que ele não vai levar a mal…
NOTA – Esta sugestão não é para levar a sério, trata-se apenas de uma fantasia minha. As tentativas de diálogo nunca devem começar nem acabar com tareia. Além disso, se tal sucedesse, o “engenhóquio” teria um pretexto para se vitimizar, utilizando o acontecimento a seu favor.
Como Manipular Estatísticas
O Instituto Nacional de Estatística (INE) diz que a “coisa” está de acordo com as recomendações internacionais, e que “lá dentro”, esta questão foi objecto de amplo debate, estão a ver não estão? É preciso muito cuidado com esta gente que recheia os institutos públicos, onde são cozinhadas estas pérolas de excelência, em conluio com os mandarins do governo. Espero que este assunto não morra aqui.
segunda-feira, março 07, 2011
Registo para Memória Futura (33)
Outros disseram que tinha renascido a canção de intervenção,
Porque o “que faz falta é avisar a malta”.
Alguns garantiram que dava protagonismo ao “engenheiro”,
Outros que era um grito de revolta.
Para mim, nem precisava de música,
Bastava a letra para sabermos
Qual o estado da nação.
SEM EIRA NEM BEIRA
Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar / Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir / Encontrar
Mais força para lutar…
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer
É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar / A enganar
o povo que acreditou
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar…
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão
Letra e música da banda “Xutos e Pontapés” em Abril de 2009. Curiosamente, ou talvez não, as estações de rádio fizeram-se desentendidas e, quase unanimemente, não divulgaram a canção, argumentando que a letra continha excessos de linguagem. Portanto, faça-se justiça, voltando a pô-la no ar.
Entretanto, um ano e nove meses depois…
QUE PARVA QUE EU SOU!
Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Canção apresentada pelo Grupo Os Deolinda, nos Coliseus do Porto e de Lisboa, em Janeiro de 2011. Música e letra: Pedro da Silva Martins.
E já agora, dois meses depois…
A LUTA É ALEGRIA
Por vezes dás contigo desanimado
Por vezes dás contigo a desconfiar
Por vezes dás contigo sobressaltado
Por vezes dás contigo a desesperar
De noite ou de dia, a luta é alegria
E o povo avança é na rua a gritar
De pouco vale o cinto sempre apertado
De pouco vale andar a lamuriar
De pouco vale o ar sempre carregado
De pouco vale a raiva para te ajudar
De noite ou de dia, a luta é alegria
E o povo avança é na rua a gritar
E tráz o pão e tráz o queijo e tráz o vinho
E vem o velho e vem o novo e o menino
E tráz o pão e tráz o queijo e tráz o vinho
E vem o velho e vem o novo e o menino
Vem celebrar esta situação e vamos cantar contra a reacção
Não falta quem te avise toma cuidado
Não falta quem te queira manter calado
Não falta quem te deixe ressabiado
Não falta quem te venda o próprio ar
De noite ou de dia, a luta é alegria
E o povo avança é na rua a gritar
E tráz o pão e tráz o queijo e tráz o vinho
E vem o velho e vem o novo e o menino
E tráz o pão e tráz o queijo e tráz o vinho
E vem o velho e vem o novo e o menino
Vem celebrar esta situação e vamos cantar contra a reacção
A luta continua quando o povo sai à rua!
A canção tem letra de Nuno (Jel) e música de Vasco Duarte (Falâncio), foi interpretada pelos Homens da Luta, venceu o concurso do Festival da Eurovisão 2011 em 5 de Março de 2011, e vai representar Portugal em Dusseldorf, na Alemanha.
sábado, março 05, 2011
Deriva - VIII
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais
Vi prodígios espantos maravilhas
Vi homens nus bailando nos areais
E ouvi o fundo som de suas falas
Que já nenhum de nós entendeu mais
Vi ferros e vi setas e vi lanças
Oiro também à flor das ondas finas
E o diverso fulgor de outros metais
Vi pérolas e conchas e corais
Desertos fontes trémulas campinas
Vi o rosto de Eurydice das neblinas
Vi o frescor das coisas naturais
Só do Preste João não vi sinais
As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri
Sophia de Mello Breyner Andresen – Navegações – 1982
quinta-feira, março 03, 2011
Buraco Negro (3)
Declaração de Carlos Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro, em entrevista ao Etv (Económico TV), no mesmo dia em que se fala que está em estudo a hipótese de os funcionários públicos virem a receber o Subsídio de Natal em Títulos do Tesouro, solução que poderá muito bem ter a ver com as “medidas mais profundas” que a chanceler Ângela Merkel pediu a Sócrates para implementar.
Registo para Memória Futura (32)
Excerto do jornal PÚBLICO de 1 de Março de 2011
quarta-feira, março 02, 2011
Buraco Negro (2)
.
Excerto de notícia do jornal PÚBLICO de 28 de Fevereiro 2011
terça-feira, março 01, 2011
Ai, a Credibilidade!
segunda-feira, fevereiro 28, 2011
Cinema a Granel
Conta-se que, há uns anos atrás, devido ao facto de um projeccionista mais apressado de uma sala de espectáculos, ter amputado a projecção dos créditos finais do filme “A Laranja Mecânica” de Stanley Kubrick, alguém garantiu que esse projeccionista, por esse atrevimento, mais tarde ou mais cedo, iria ter notícias de Kubrick, o qual não tolerava nem deixava passar em branco tais leviandades. Acontece que para a RTP2, pelo vistos, estes e outros “pormenores” também são descartáveis, com a agravante, de que a sala de espectáculos de uma estação televisiva é bem maior, em termos de espectadores, do que qualquer outro espaço tradicional, onde se exiba cinema. Não basta pedir desculpa “devido aos problemas de ordem técnica”, para depois de ser retomada a exibição, se verificar que foi pior a emenda que o soneto.Tenho quase a certeza que José Fonseca e Costa, caso tenha conhecimento do que sucedeu à exibição da sua obra, não deixará de lavrar o seu protesto, pondo aquela gente em sentido, e exigindo uma nova e competente exibição, bem como o respectivo pedido de desculpas, extensivo ao público, o qual merece todo o respeito.
domingo, fevereiro 27, 2011
A Sabida e Proeminente Trindade
Resumidamente, vamos por partes:
1) O Procurador-Geral da República, senhor Pinto Monteiro, numa entrevista que concedeu ao jornal DIÁRIO DE NOTÍCIAS, manifestou-se convicto de que “há escutas ilegais em Portugal”, tendo alertado os políticos para o facto de não ter “nenhum meio” nem “nenhum poder” para controlar isso, isto é, volta a lamentar-se de que continua a ter os mesmos poderes que a Rainha de Inglaterra;
2) O primeiro-ministro, engenheiro incompleto José Sócrates, questionado na Assembleia da República sobre aquelas declarações de Pinto Monteiro, declarou não ter conhecimento de nenhuma escuta ilegal, tendo adiantado que como já foi vítima de escutas ilegais (o que é mentira), seria o primeiro a agir para que elas não existissem;
3) O lider parlamentar do PSD não ficou satisfeito com estas declarações contraditórias, e quer ouvir o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro no Parlamento, em sessão à porta fechada, sobre o assunto das tais escutas ilegais;
4) Entretanto, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, senhor Noronha do Nascimento, anda a fazer braço de ferro e a tecer ameaças com processos disciplinares, com o juiz Carlos Alexandre, a propósito das escutas residuais do processo Face Oculta, em que intervieram José Sócrates e Armando Vara, tendo determinado, como se detivesse os poderes de um Exterminador Implacável, que aquelas fossem imediatamente destruídas, caso contrário o caldo vai-se entornar. Questionado sobre estes exuberantes poderes que detém, queixou-se de que foram os deputados que aprovaram uma lei que lhe dá tais poderes, sobre as escutas feitas a figuras com altos cargos do Estado, rematando com uma declaração lapidar: “Quando Inês é morta nada a pode ressuscitar”. Só faltou acrescentar: - E que culpa tenho eu de estar vivo?
.
sábado, fevereiro 26, 2011
Buraco Negro
Há muitos e variados tipos de Buracos Negros. O último que foi descoberto chama-se Lusitânia:
«O Governo concedeu, em 2009, utilidade pública à Lusitânia, uma associação de municípios e desenvolvimento regional, que gastou mais de 25 milhões em fundos comunitários, públicos e municipais mas que não apresenta contas há cinco anos. A associação existe desde 2002 e vai agora ser extinta. Na prática criou sites na Internet que não funcionam (...)»
quinta-feira, fevereiro 24, 2011
Instante
O ar dos quartos
E liso
O branco das paredes
Deixai-me com as coisas
Fundadas no silêncio
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen
domingo, fevereiro 20, 2011
Sócrates e o Manual de Sobrevivência
sábado, fevereiro 19, 2011
À VARA LARGA
sexta-feira, fevereiro 18, 2011
Livros que Ando a Ler
Editorial Presença
«(…) A Inquisição, como todas as instituições, uma vez obtido o poder não lhe agradaria perdê-lo. Por isso, poderia fingir horror perante casos de corrupção e suborno, mas os casos eram, em si mesmos, provas do poder da instituição, algo que era apreciado. O poder era demasiado agradável para ser sacrificado no altar da moralidade. Em vez de castigar severamente os malfeitores da casa, era frequente a Inquisição nomeá-los para outra terra, como aconteceu com (M…). Não havia lugar para sentimentos de vergonha; havia uma pequena inconveniência, pois, de facto, a moralidade estava na base de tudo o que a instituição fazia.»
«(…) como é que o inquisidores podiam saber se as informações que sabiam eram exactas? A resposta devia ser que confiavam na capacidade de os aldeões se vigiarem mutuamente, no conhecimento que tinham dos pormenores íntimos sobre os antepassados distantes dos vizinhos ou que, pelo menos, quisessem dar a ideia de que os conheciam. A Península Ibérica tornou-se um ninho de espiões. (…) são vigiados no trabalho e na maneira como vivem com tanta atenção que, se prevaricarem, mesmo que seja no mais insignificante rito cristão, são acusados de heresia e punidos (…) »
Estes são dois excertos do livro “A INQUISIÇÃO - O Reino do Medo”, de Toby Green, publicado pela Editorial Presença, onde é feita uma pormenorizada abordagem da Inquisição Espanhola e Portuguesa, entre a sua instituição, no século XV, e a sua extinção no início do século XIX, e onde se conclui que através do seu prolongado exercício, podemos encontrar a génese de muitos dos instrumentos de dominação que o poder secular tem adoptado. Os medos e recalcamentos de ambas as sociedades, esculpidos por mais de três séculos de tutela da Igreja e dos seus braços purificadores e castradores, a Inquisição e o Santo Ofício, também acabaram por facilitar o caminho às ditaduras de Salazar e Francisco Franco, e replicar muitos dos métodos inquisitoriais a que as polícias políticas PVDE/PIDE/DGS portuguesas e a Brigada Político-Social espanhola recorriam para alimentar de combustível humano os abomináveis Tribunais Plenários portugueses e o Tribunal de Ordem Pública espanhol, entidades repressivas que viviam à custa de um imenso exército secreto de informadores, gente vulgar que era recrutada entre as hostes de simpatizantes dos regimes, e que quantas vezes não eram mais do que o nosso simpático vizinho do lado, familiar, confidente ou colega de trabalho. A Santa Inquisição perseguia, prendia, torturava, garrotava, queimava tudo o que passava pelas mãos, desde judeus, mouros, cristãos-novos, mouriscos, cristãos-velhos menos ortodoxos, intelectuais, as ideias do Reanascimento e do Iluminismo, e os livros, ai os livros, sobretudo os livros, essa praga que se insinuava nos espíritos, a conversar em voz baixinha, espalhando obras do diabo, heresias e outras ideias que inquietavam as gentes. Os regimes, com a lição aprendida, perseguiam e perseguem oposicionistas, sindicalistas, comunistas, e quanto à censura, passavam e passam tudo a pente fino, livros, jornais e até programas de rádio, televisão e cinema. Neste capítulo, a herdeira da Real Mesa Censória do Santo Ofício, foi a Comissão de Censura e Exame Prévio do Estado Novo. Perseguir, aprisionar, ocultar as ideias e instilar o medo e o terror, são as principais funções de todas as instituições repressivas, pertençam elas aos guardiães da fés ou aos regimes políticos.
Quanto ao mal endémico da corrupção, ao nível do aparelho de estado, se quisermos ficar a pensar no assunto, basta que no texto do primeiro excerto, se substitua a palavra Inquisição pela palavra Governo, e teremos transpostas para a actualidade, copiadas a papel químico, as práticas daquela odiosa instituição, que acabaram por ganhar raízes, entre muitos dos (maus) usos e costumes dos povos ibéricos. E ficamos por aqui.
“A INQUISIÇÃO - O Reino do Medo”, de Toby Green, é um livro para se ler, reler e não só.
quinta-feira, fevereiro 17, 2011
Vital Moreira enganou-se!
quarta-feira, fevereiro 16, 2011
Discursos
domingo, fevereiro 13, 2011
Moções e Monções
Primeiro foi o apoio à candidatura bífida de Manuel Alegre às eleições presidenciais, agora esta moção de censura. Duas infantilidades em tão pouco tempo, é demais. A direita respira aliviada e Sócrates agradece. Assim não!
sábado, fevereiro 12, 2011
Suas Ineficiências…
O deputado comunista António Filipe disse, e muito a propósito, que "o país não é governado por directores-gerais. O director-geral responde perante a tutela, mas é a tutela que responde perante os cidadãos. O que se passou não é só do foro administrativo, mas é também responsabilidade política. Não é o DGAI que presta contas ao país quando há problemas desta natureza".
Conclusão: O ministro devia ter feito as malas, mas não, a coisa, para ele, não exige tanto. A negligência, a incompetência, a não assunção de responsabilidades, e ao colocarem-se na defensiva, não hesitando em manchar a reputação de terceiros, estas continuam a ser algumas das imagens de marca que caracterizam este (des)governo, bem como os elementos nada recomendáveis que o compõem.
sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Registo para Memória Futura (31)
Declarações de Ana Benavente, Militante do PS e ex-secretária de estado da Educação do governo de António Guterres, em entrevista publicada na Revista Lusófona da Educação.
quinta-feira, fevereiro 10, 2011
TMN e DIÁRIO DE NOTÍCIAS Lavam Mais Branco
Na mesma ordem de ideias, demitiu-se no passado mês de Janeiro, o jornalista David Dinis, editor de Política do jornal DIÁRIO DE NOTÍCIAS, em litígio com o director do diário, João Marcelino, o qual vetou a publicação de uma notícia relatando a oportuna destruição, por parte da TMN, dos registos de tráfego telefónico atrás referidos.
Com ajudas e facilidades deste tipo, não admira que Armando Vara, um dos arguidos do processo, tenha afirmado, à saída da primeira audiência do Tribunal, que considera "absurda" a acusação de que cometeu três crimes de tráfico de influências, e estar convencido que vai sair do processo.