Estas imagens são fotogramas do filme MARIA PAPOILA, realizado por Leitão de Barros, corriam os anos de 1936/37. Referem-se a um edifício situado no cruzamento da Avenida Rovisco Pais com a Avenida Manuel da Maia, naquele tempo, paredes-meias com um novíssimo Instituto Superior Técnico, acabado de sair das pranchetas para o terreno, numa zona que era genericamente conhecida por “Avenidas Novas”. No filme desempenha o papel de uma respeitável e imaculada Pensão Lisbonense, quando os automóveis ainda eram uma raridade. Foi na mesma época em que Salazar já punha e dispunha, dando corpo à sua ideia de um país sob a batuta de “Deus, Pátria e Família”, ao passo que Francisco Franco se sublevava contra a jovem república do país vizinho, dando início à guerra civil de Espanha, a grande ceifeira de tantas vidas e esperanças.
Hoje, 70 anos depois, o mesmo edifício continua de pé, mas em estado deplorável, a esboroar-se, com janelas sem vidraças, como olhos vazados, e andares entaipados para evitar visitas indesejáveis. É mais um destroço a navegar neste século XXI, como tantos outros por essa Lisboa fora, e por isso, um sério candidato para a rodagem de filmes de terror. Heroicamente, e apesar da decadência, continua a exibir a mesma porta metálica e o mesmo número de polícia.
1 comentário:
É de facto uma pena... Passo muitas vezes por janelas e prédios de bela arquitectura que gostaria de incluir num dos meus blogs... e é com pena que não os fotografo. Apesar de tudo, e honra lhes seja feita, há alguns prédios que sofreram recente restauro; infelizmente são uma minoria.
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