“Diz o DN de hoje, 12-2-2008, que a participação do sindicalista João Serpa, trabalhador da empresa Pereira da Costa, empresa que tinha salários em atraso, numa manifestação que não foi comunicada ao Governo Civil e previamente autorizada, rendeu-lhe... 75 dias de prisão, remíveis a multa. Não foi na Coreia do Norte, nem na Síria, mas num sistema perto de si...”
Balbino Caldeira, in blogue DO PORTUGAL PROFUNDO em 12-2-2008
E sobre o mesmo assunto:
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Mas o que ainda é mais extraordinário é que, segundo a notícia, este sindicalista foi notificado para ir a Tribunal sem explicitação do objectivo da notificação, só lá é que percebeu que ia julgado, não tinha em consequência nem testemunhas nem advogado por si nomeado e foi defendido por um defensor oficioso.Eu, como sempre me confesso, sou apenas um antigo e fracassado estudante de Direito. Mas, se a notícia do DN é exacta e rigorosa, então salta à vista neste caso um inacreditável conjunto de atropelos e violações dos direitos dos cidadãos que, só por si, teriam de ser considerados nulidades essenciais deste julgamento.A notícia inclui a referência a que João Serpa vai recorrer da sentença. E certamente não será preciso que seja eu a dizer que o seu Sindicato, ou mesmo o movimento sindical no seu conjunto, têm toda a obrigação de recorrer aos mais qualificados meios jurídicos para, numa instância superior, obter a anulação desta sentença. E não é evidentemente por causa dos 75 dias de prisão remíveis a multa mas sim pelo gravíssimo e absolutamente intolerável precedente que esta sentença representa do ponto de vista dos direitos individuais e colectivos.
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Victor Dias, in blogue O TEMPO DAS CEREJAS em 15-2-2008
“Mesquitas serão proibidas na Áustria. Combater ideias é uma coisa, impedir a liberdade religiosa é outra, inaceitável para a democracia. Como ateu, manifesto o mais vivo repúdio por tal decisão, de contornos fascistas.”
Carlos Esperança, in blogue DIÁRIO ATEÍSTA em 13 Fev 2008
“Já agora depois de pedir perdão aos aborígenes, "our fellow australians", só falta perguntar-lhes se eles querem ser australianos. Dado o tom do pedido de perdão, tem todo o sentido pôr em causa a colonização branca da Austrália. Nunca lhes foi pedida autorização, nem licença, pelo uso das terras, não é? O país era deles há 25.000 anos, os brancos são na verdade guest workers, ainda por cima indesejados porque vinham degradados, fugidos, presos. Isto de pedir desculpas pela história não tem pés nem cabeça, porque os pedidos de desculpa acabam por ser sempre selectivos. Nós, por exemplo, já pedimos desculpa por expulsar os judeus e ainda não pedimos desculpa por expulsar os árabes. Pode ser que o Bin Laden nos obrigue.”
José Pacheco Pereira, in blogue ABRUPTO em 14-2-2008
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Se Obama for eleito, durante uns anos viveremos num mundo surpreendente em que o Presidente dos Estados Unidos da América se chama Barak Hussein Obama, enquanto, por exemplo, no Gana, o Presidente é um tipo chamado John (a sério, acabei de verificar). É tão estranho como ter um Antunes a comandar os destinos da Suécia – o que seria, aliás, benéfico: há muitos anos que eu mantenho que a única maneira de Portugal atingir o nível de vida dos suecos é pôr um português a mandar na Suécia. Era num instante que os apanhávamos. Infelizmente, ninguém me dá ouvidos no que à política internacional diz respeito.
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Ricardo Araújo Pereira, in BOCA DO INFERNO da revista VISÃO em 14-2-2008
“Ontem à noite, depois de sair com um grupo de amigos, fomos mandados parar por uma brigada de trânsito da BT. Até certo ponto, achamos normal por se tratar de um fim-de-semana e ser costume haver a caça ao condutor com álcool. Depois de o condutor soprar no balão, qual o nosso espanto quando o polícia pergunta se temos leitor de CD no carro. Tínhamos leitor de CD e logo a seguir pediu-nos para ver os CD's que tínhamos no carro, para ver se eram cópias! Sobre isto, já eu tinha ouvido falar num mail que recebi recentemente e que dizia que a GNR-BT, nos auto-stops, começou a fiscalizar os CD's piratas que temos no carro. Se os CDs não forem originais ou então se não possuirmos o original que deu origem à cópia, (é permitido por lei efectuar UMA cópia de segurança), a viatura pode ser apreendida e sujeitamo-nos às respectivas sanções. O que é incrível é que, depois de ver os CD's, o polícia manda-nos sair do carro e começou a olhar para a nossa roupa! Verídico! Nisto, chama uma mulher-polícia para junto das minhas colegas e um outro polícia para junto de nós e... PEDEM-NOS PARA VER A ETIQUETA DAS NOSSAS ROUPAS! Recusámo-nos imediatamente e eles informaram-nos que, naquela operação STOP, estava incluída uma busca por contrafacção! Um dos meus colegas tinha um casaco Paul & Shark, comprado na feira de Espinho, e eles identificaram-no. O meu colega já contactou o advogado e este informou-o de que o que os polícias fizeram está dentro da lei! Pelos vistos, quando compramos roupa na feira, sabemos que estamos a comprar material ilegal e isso é crime! Estamos a pactuar com uma actuação fora da lei e por isso sujeitos a coimas por conivência de forma de delito. Pelo que percebemos, só algumas marcas é que estão sujeitas a fiscalização, tipo, bolsas Gucci, óculos Channel, roupas Lacoste, Nike, Gant, Louis Vuitton, etc etc.
Façam chegar este mail a toda a gente para que todos saibam.”
Recebido por e-mail em 15-2-2008
Comentário meu sobre o último recorte: Cuidado, cuidado, que ainda acabamos todos num campo de concentração e/ou reeducação para consumidores, uma espécie de Gulag / António Maria Cardoso / Guantanamo, em versão ligeira do estado policial, que camuflado na legalidade democrática, não queima, mas magoa (isto por agora!), para nos levar a confessar a quem comprámos o artefacto. Quanto aos contrafactores, lá vão contribuindo, alegre, esforçada, calma e (des)honestamente, para a melhoria da situação económica desta fanquaria, conduzida alarvemente por um ministrozinho falsificado, que dá pelo nome de Mané Pinho.