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Em 26 de Janeiro de 1784, numa carta para a sua filha, Benjamim Franklin, inventor do pára-raios e um dos fundadores da independência americana, escreveu que o peru, em vez da águia-careca, seria o símbolo nacional mais adequado para os Estados Unidos. E explicou as suas razões: «A águia-careca é um pássaro de mau caráter; tal como os homens que vivem para enganar e roubar, ela é uma ave medíocre e asquerosa. O peru é um pássaro respeitável e, acima de tudo, um autêntico indígena americano.» Ora bem, quando chegou a altura de decidir, os políticos americanos ignoraram o sábio conselho de Benjamim Franklin e escolheram a águia-careca. Daí para cá, foi o que se sabe.
(…)
“A guerra do Iraque é um empreendimento vasto e complexo. Para levar a cabo o seu inquérito, The Nation concentrou-se sobre alguns temas-chave da ocupação, pedindo aos veteranos que contassem em detalhe as suas experiências durante os patrulhamentos, as saídas em caravana, os controles de estrada, os raids e a captura de suspeitos. Desta colecção de testemunhos destaca-se um tema comum. Os combates nas zonas urbanas densamente povoadas têm levado ao uso arbitrário da força, e à morte, sob o fogo das tropas de ocupação, de milhares de inocentes.”
(…)
“O ódio contra os iraquianos descrito pelos veteranos ao The Nation foi confirmado por um relatório do Pentágono publicado em 4 de Maio. Segundo essa sondagem, conduzida pela Direcção dos Serviços Médicos do Exército, somente 47% dos soldados e 38% dos fuzileiros pensam que os civis devem ser tratados com respeito e dignidade. Somente 55% dos soldados e 40% dos fuzileiros afirmam que denunciariam um camarada de unidade que matasse ou ferisse um não-combatente inocente. Estas atitudes traduzem o limitado contacto que as tropas de ocupação dizem ter com os iraquianos. Eles raramente vêem o inimigo. Vivem abrigados nos seus acampamentos fortemente fortificados, que apenas são alvo de ataques de morteiro. Eles não saem para o exterior das suas bases, senão para entrar em combate. A crescente frustração de combater um inimigo invisível e sofrer os efeitos das bombas deflagradas junto à borda das estradas, com o seu regular custo em mortos e feridos americanos, levaram muito militares a declarar a guerra aberta a todos os iraquianos.”
(…)
Chris Hedges et Laila Al-Arian, jornal The Nation de 30.7.2007
Nunca interrompam o vosso inimigo quando ele está a cometer um erro.
Napoleão Bonaparte, estadista francês (1769-1821)
(…) Os acontecimentos mais recentes que envolveram a RTP, José Rodrigues dos Santos e o (jornal) PÚBLICO, com troca de acusações, processos disciplinares, são mais um lembrete da condição de servidão da RTP ao Governo. O presidente do conselho de administração fala do que aconteceu na sua "empresa" e com o seu "empregado", como se estivéssemos perante um mero problema laboral. A linguagem é enganadora porque se se trata de uma "empresa" então a cadeia hierárquica é outra, começa no verdadeiro presidente do conselho de administração, José Sócrates, primeiro-ministro; no administrador executivo, Santos Silva, ministro; e quando se chega ao topo da RTP estamos mais ao nível do director-geral, que depois decide as chefias mais abaixo, incluindo o cargo crucial de director de informação. (…)
José Pacheco Pereira in jornal PÚBLICO de 13 de Outubro de 2007
O Caçador e a Rede - Estendia um Caçador suas redes. Um Melro, que o viu, perguntou-lhe o que fazia. Respondeu-lhe o Caçador, que edificava uma cidade; e acabando de espalhar as redes, escondeu-se. O Melro, dando-lhe crédito, chegou-se para ver o novo edifício, e caiu na rede. Saiu o Caçador para apanhá-lo, e o Melro lhe disse mui indignado: Homem falso, e enganador, se assim edificas tal cidade, poucos habitadores lhe acharás.(Esopo, tradução do grego por Manuel Mendes) transcrita in blog ABRUPTO de José Pacheco Pereira em 2007-10-15
Em 26 de Janeiro de 1784, numa carta para a sua filha, Benjamim Franklin, inventor do pára-raios e um dos fundadores da independência americana, escreveu que o peru, em vez da águia-careca, seria o símbolo nacional mais adequado para os Estados Unidos. E explicou as suas razões: «A águia-careca é um pássaro de mau caráter; tal como os homens que vivem para enganar e roubar, ela é uma ave medíocre e asquerosa. O peru é um pássaro respeitável e, acima de tudo, um autêntico indígena americano.» Ora bem, quando chegou a altura de decidir, os políticos americanos ignoraram o sábio conselho de Benjamim Franklin e escolheram a águia-careca. Daí para cá, foi o que se sabe.
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“A guerra do Iraque é um empreendimento vasto e complexo. Para levar a cabo o seu inquérito, The Nation concentrou-se sobre alguns temas-chave da ocupação, pedindo aos veteranos que contassem em detalhe as suas experiências durante os patrulhamentos, as saídas em caravana, os controles de estrada, os raids e a captura de suspeitos. Desta colecção de testemunhos destaca-se um tema comum. Os combates nas zonas urbanas densamente povoadas têm levado ao uso arbitrário da força, e à morte, sob o fogo das tropas de ocupação, de milhares de inocentes.”
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“O ódio contra os iraquianos descrito pelos veteranos ao The Nation foi confirmado por um relatório do Pentágono publicado em 4 de Maio. Segundo essa sondagem, conduzida pela Direcção dos Serviços Médicos do Exército, somente 47% dos soldados e 38% dos fuzileiros pensam que os civis devem ser tratados com respeito e dignidade. Somente 55% dos soldados e 40% dos fuzileiros afirmam que denunciariam um camarada de unidade que matasse ou ferisse um não-combatente inocente. Estas atitudes traduzem o limitado contacto que as tropas de ocupação dizem ter com os iraquianos. Eles raramente vêem o inimigo. Vivem abrigados nos seus acampamentos fortemente fortificados, que apenas são alvo de ataques de morteiro. Eles não saem para o exterior das suas bases, senão para entrar em combate. A crescente frustração de combater um inimigo invisível e sofrer os efeitos das bombas deflagradas junto à borda das estradas, com o seu regular custo em mortos e feridos americanos, levaram muito militares a declarar a guerra aberta a todos os iraquianos.”
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Chris Hedges et Laila Al-Arian, jornal The Nation de 30.7.2007
Nunca interrompam o vosso inimigo quando ele está a cometer um erro.
Napoleão Bonaparte, estadista francês (1769-1821)
(…) Os acontecimentos mais recentes que envolveram a RTP, José Rodrigues dos Santos e o (jornal) PÚBLICO, com troca de acusações, processos disciplinares, são mais um lembrete da condição de servidão da RTP ao Governo. O presidente do conselho de administração fala do que aconteceu na sua "empresa" e com o seu "empregado", como se estivéssemos perante um mero problema laboral. A linguagem é enganadora porque se se trata de uma "empresa" então a cadeia hierárquica é outra, começa no verdadeiro presidente do conselho de administração, José Sócrates, primeiro-ministro; no administrador executivo, Santos Silva, ministro; e quando se chega ao topo da RTP estamos mais ao nível do director-geral, que depois decide as chefias mais abaixo, incluindo o cargo crucial de director de informação. (…)
José Pacheco Pereira in jornal PÚBLICO de 13 de Outubro de 2007
O Caçador e a Rede - Estendia um Caçador suas redes. Um Melro, que o viu, perguntou-lhe o que fazia. Respondeu-lhe o Caçador, que edificava uma cidade; e acabando de espalhar as redes, escondeu-se. O Melro, dando-lhe crédito, chegou-se para ver o novo edifício, e caiu na rede. Saiu o Caçador para apanhá-lo, e o Melro lhe disse mui indignado: Homem falso, e enganador, se assim edificas tal cidade, poucos habitadores lhe acharás.(Esopo, tradução do grego por Manuel Mendes) transcrita in blog ABRUPTO de José Pacheco Pereira em 2007-10-15
“As políticas para o ensino foram boçais e destituídas de visão estratégica. A ministra e os seus ajudantes mostraram ter cabeças tayloristas, convencidas que gerir passa por fazer, pela força e pelo medo, com que os professores executem as suas ideias inconsistentes. Qualquer mudança, desde que reduzisse, economizasse e afrontasse os professores, foi considerada moderma e progressistas.”
Santana Castilho, in 2006/2007: O ANO DA CHIBATA, jornal Público de 19 Julho 2007
“Quem tenta enganar um país com a autenticidade da sua licenciatura, é porque está preparado para enganar o país com outras coisas.”
Conclusão de um amigo, quando meditou sobre a licenciatura em Direito que podia ter obtido, a partir de 1974 e anos seguintes, com sucessivas passagens administrativas (bastava assistir às aulas), e não o fez por respeito a si próprio.
“A elaboração deste Tratado (da União Europeia) foi feita em circuito fechado. A discussão em segredo. A aprovação será furtiva. Para os dirigentes europeus, A União é mais importante que a democracia. E a Europa mais importante que os europeus.”…“Os dias que aí vêm são o princípio da morte da democracia nacional. Sem que haja uma democracia europeia que a substitua e a melhore. È pena que a presidência portuguesa seja a agência funerária. Que o primeiro-ministro português seja o mestre-de-cerimónias. E que o cangalheiro, presidente da Comissão, seja também português. Triste vocação!”
António Barreto, in UMA SEMANA NEGRA, jornal Público de 2007-10-14
Já o rei D. Carlos I, de regresso a Portugal, depois das faustosas paródias de Paris, num assomo da grande consideração em que tinha os seus súbditos, resmungava para quem o quisesse ouvir: "lá vamos outra vez ao encontro dos nossos piolhosos".
O destino dos portugueses é terem promessas de mel e governos de fel.
F.Torres num momento de desalento.
“A ICAR [Igreja Católica Apostólica Romana] foi a voz do feudalismo quando as transformações económicas e sociais se encarregaram de o liquidar, defendeu o absolutismo monárquico contra o liberalismo, a monarquia contra a república, o nazismo contra a democracia. As posições reaccionárias foram sempre bandeiras dos padres, bispos e Papas, assumidas com particular zelo nos dois últimos pontificados.”
Carlos Esperança in DIÁRIO ATEÍSTA
(…) Eu acho que o Tarcisio Bertone [secretário de estado do Vaticano] tem razão: existe realmente uma tentativa para silenciar o catolicismo. E vou prová-lo.
(…) considerem o caso do canal estatal RTP 1: no Sábado, dia 13 de Outubro, apenas 7h15m em 21 horas e 30 minutos de emissão foram preenchidas por programas exclusivamente sobre Fátima; na programação de domingo, o canal do Estado dedicou somente oito horas e meia em vinte e uma a Fátima, o que significa que 60% da emissão não foi monopolizada pelo fatimismo!
(…) Portanto, só me resta dizer aos católicos que a parte afectiva do meu cérebro está solidária com eles, e que chora indignada por serem tão horrendamente silenciados. Coitadinhos!
Ricardo Alves in DIÁRIO ATEÍSTA em 2007-10-14