Do meu amigo A.C.S. recebi esta foto do seu “clássico” de estimação, bem como o texto da ficha técnica, apresentação e historial do modelo. Este exemplar recomenda-se e ainda “está para as curvas”. O actual dono só o cede a quem garantir a longevidade daquele “amigo do peito”. Aceitam-se licitações para este E-MAIL.
CERTIFICADO
Eu abaixo-assinado, Minor, da família Morris, certifico que o Humano A.C.S. esteve presente nesta data no passeio organizado por um grupo de amigos que se juntaram ao meu dono na comemoração do cinquentenário do meu nascimento.
Aos donos e aos carros os meus agradecimentos, fazendo votos para que estes últimos nunca sejam abandonados e que gozem do mesmo carinho e cuidados que o meu dono A.C.S. me dispensa, para que muitos de vós possam atingir ou até ultrapassar a minha idade com a saúde que hoje desfruto.
Atalaia, ao primeiro dia do mês de Junho, do Ano da Graça de dois mil e três.
Assinado: Minor - EB-19-49
FICHA TÉCNICA
Marca: Morris
Modelo: Minor Saloon, (4 door split screen)
Ano: 1953
Matrícula: EB-19–49, de 01.06
Motor: 4 cilindros em linha, válvulas à cabeça.
Cilindrada: 948 cm3.
Potência: 37 Cv.
Velocidade Máxima: 121 Km/h
Carroçaria: Monobloco de aço
Suspensão Dianteira: Independente - barra de torção com amortecedores "de braço".
Suspensão Traseira: Independente - molas de lâminas e amortecedores "de braço".
Sistema de Travagem: Hidráulico de tambor às quatro rodas.
Transmissão: Caixa manual de 4 Velocidades, 1ª e 2ª não sincronizadas.
Pneus: 5.00 – 14 ; Pressão (Fr/Tr) : 22/24 lb.
Comprimento Total: 3,76 m.
Largura Total: 1,55 m.
Distância entre Eixos: 2,185 m.
Lotação: 4 Lugares.
Tara: 750 Kg.
Consumo médio: 6,6 a 7,8 Litros aos 100 Km.
Versões: Saloon de 2 e 4 portas, Convertible, Traveller, Van e Pick-up.
APRESENTAÇÃO
O modelo apresentado ao público em 1948, no 1º Salão Automóvel do pós-guerra, em Londres, foi produzido até 1971 sendo o primeiro carro a vender mais de um milhão de unidades (1.620.000), constituindo assim um marco na história do automóvel britânica.
Imaginado por “Sir” Alec Issigonis (o genial engenheiro de suspensões que mais tarde seria responsável pelo Austin Mini), a ele se devia quase todo o conceito - design e execução. O Jaguar XK 120 era a estrela do Salão, o carro que toda a gente queria, mas o Morris Minor era aquele de que toda a gente precisava, apesar do patrão da Morris, Lord Nuffield, o ter apelidado de “ovo escalfado”.
O MM de 1948 tinha uma construção unitária chassis-carroceria, inovadora na altura. O motor de 918 cc e 28 cv, de válvulas laterais do MM era antiquado, adaptado do Morris 8 de antes da guerra. O motor original foi progressivamente substituído pelos motores de válvulas à cabeça, de 803 cc, a que se seguiu o de 948 cc com 37 cv e finalmente pelo de 1098 cc, com 48 cv. A facilidade de condução e conforto atenuavam a falta de potência. Com suspensões independentes e uma precisa direcção de pinhão e cremalheira, envergonhava os seus rivais contemporâneos e até o (então) jovem Stirlig Moss não resistiu a “dar uma voltinha”, o que o levou a ter a carta de condução apreendida durante um mês.
Já em 1943 tinham sido construídos os protótipos do que viria a ser o Morris Minor , com o nome de código “Mosquito”, mas a ideia foi abandonada por outras companhias reclamarem os direitos do nome.
Quando nos anos 60 o sucesso do Minor começou a decrescer, outro Mini, também com design de Issigonis, começava a brilhar. O Mini terá ultrapassado um pouco a produção do Minor, mas o Minor será sempre lembrado como o primeiro “carro do povo”.
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