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A RUA, aquela coisa a que andam para aí a gastar o nome, como se de uma coisa desprezível e vexatória se tratasse, é um eufemismo, e para quem não sabe o que é um eufemismo, diz o dicionário que “é uma figura de estilo”, e como todas as figuras de estilo, está destinada a exprimir sentimentos amargos, por meio de palavras doces, ou vice versa.
A RUA, no sentido de manifestação de descontentamento (pois de agrado é coisa rara, excepto as tais manifestações situacionistas de desagravo) é o local onde quem está desprotegido, é perseguido ou reclama justiça, tenta fazer ouvir a sua voz. Era assim na Grécia, berço da democracia, foi assim na Roma republicana e imperial, e por aí fora, até aos nossos dias, quando as “minorias” não têm quem acautele os seus interesses, junto dos círculos próximos e dos centros de poder.
Em última análise, a RUA também é poder, pois é lá que começa a indignação, crescem os protestos, e se pode chegar à insurreição. E talvez seja por isso que o governo manda a polícia aos sindicatos e às escolas para saber quem e quantos vão ocupar a RUA, não para assegurar, como apregoam, a segurança das pessoas, mas sim para tomar o pulso da mobilização, e para lançar, sob a capa de boas intenções, o germe do receio, do medo e da insegurança.
Se é verdade que, como afirmou Victor Dias, no seu blogue O TEMPO DAS CEREJAS, que “…em Lisboa, a rua confirmou-se como um nobre, exaltante, comovente e poderoso espaço de democracia e de vontade de mudança.”, também é verdade que, tal como disse José Pacheco Pereira, no seu blogue ABRUPTO, “Em democracia, quando se vai para a "rua", local nobre e legítimo do protesto, tem que se saber que não se pode continuar nela sob pena de então as coisas estarem muito mal para a democracia.”, e na mesma ordem de ideias, no jornal PÚBLICO, Miguel Gaspar concluiu que “…Os professores legitimaram a sua posição de forma inequívoca. A opinião pública percebeu que eles não podem continuar a ser tratados como até aqui. Mas há um perigo. A vitória foi demasiado esmagadora. Por isso pode embriagar e corre o risco de se diluir noutros protestos. Gerir a vitória é sempre mais complicado do que ganhar…”.
Entretanto, o autismo e a inflexibilidade do governo, reflexo do “autoritarismo esclarecido” do primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, continuam a imperar. Mal vai a democracia quando uma ministra, perante um protesto na RUA de 100.000 professores, os quais correspondem a dois terços dessa classe profissional, afirma com sobranceria e desdém que tal acontecimento e o seu número de participantes é irrelevante, e ainda pior vai essa democracia, quando a mesma ministra, perante as decisões dos tribunais, instrumentos que asseguram a legalidade democrática, sobre a polémica da repetição dos exames de física e química do 12º. ano, continua a ignorar e a actuar à revelia do que determinaram as sentenças.
A manter-se este braço de ferro, ignorando o parecer sensato e prudente de António Victorino, pode muito bem acontecer que estes 100.000 potenciais votos, tantos quantos os professores que se manifestaram em Lisboa, em protesto contra as políticas para a educação, venham a fazer muita falta ao PS, no próximo acto eleitoral.
A RUA, aquela coisa a que andam para aí a gastar o nome, como se de uma coisa desprezível e vexatória se tratasse, é um eufemismo, e para quem não sabe o que é um eufemismo, diz o dicionário que “é uma figura de estilo”, e como todas as figuras de estilo, está destinada a exprimir sentimentos amargos, por meio de palavras doces, ou vice versa.
A RUA, no sentido de manifestação de descontentamento (pois de agrado é coisa rara, excepto as tais manifestações situacionistas de desagravo) é o local onde quem está desprotegido, é perseguido ou reclama justiça, tenta fazer ouvir a sua voz. Era assim na Grécia, berço da democracia, foi assim na Roma republicana e imperial, e por aí fora, até aos nossos dias, quando as “minorias” não têm quem acautele os seus interesses, junto dos círculos próximos e dos centros de poder.
Em última análise, a RUA também é poder, pois é lá que começa a indignação, crescem os protestos, e se pode chegar à insurreição. E talvez seja por isso que o governo manda a polícia aos sindicatos e às escolas para saber quem e quantos vão ocupar a RUA, não para assegurar, como apregoam, a segurança das pessoas, mas sim para tomar o pulso da mobilização, e para lançar, sob a capa de boas intenções, o germe do receio, do medo e da insegurança.
Se é verdade que, como afirmou Victor Dias, no seu blogue O TEMPO DAS CEREJAS, que “…em Lisboa, a rua confirmou-se como um nobre, exaltante, comovente e poderoso espaço de democracia e de vontade de mudança.”, também é verdade que, tal como disse José Pacheco Pereira, no seu blogue ABRUPTO, “Em democracia, quando se vai para a "rua", local nobre e legítimo do protesto, tem que se saber que não se pode continuar nela sob pena de então as coisas estarem muito mal para a democracia.”, e na mesma ordem de ideias, no jornal PÚBLICO, Miguel Gaspar concluiu que “…Os professores legitimaram a sua posição de forma inequívoca. A opinião pública percebeu que eles não podem continuar a ser tratados como até aqui. Mas há um perigo. A vitória foi demasiado esmagadora. Por isso pode embriagar e corre o risco de se diluir noutros protestos. Gerir a vitória é sempre mais complicado do que ganhar…”.
Entretanto, o autismo e a inflexibilidade do governo, reflexo do “autoritarismo esclarecido” do primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, continuam a imperar. Mal vai a democracia quando uma ministra, perante um protesto na RUA de 100.000 professores, os quais correspondem a dois terços dessa classe profissional, afirma com sobranceria e desdém que tal acontecimento e o seu número de participantes é irrelevante, e ainda pior vai essa democracia, quando a mesma ministra, perante as decisões dos tribunais, instrumentos que asseguram a legalidade democrática, sobre a polémica da repetição dos exames de física e química do 12º. ano, continua a ignorar e a actuar à revelia do que determinaram as sentenças.
A manter-se este braço de ferro, ignorando o parecer sensato e prudente de António Victorino, pode muito bem acontecer que estes 100.000 potenciais votos, tantos quantos os professores que se manifestaram em Lisboa, em protesto contra as políticas para a educação, venham a fazer muita falta ao PS, no próximo acto eleitoral.
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